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domingo, 29 de dezembro de 2013

DIMENSÕES SOCIAIS DE QUIXOTE
As armas e letras de Miguel de Cervantes
Dom Quixote de La Mancha, a obra-prima de Miguel de Cervantes, foi o instrumento do escritor espanhol para combater o obscurantismo cultural de seu tempo

POR MARCOS ANTÔNIO LOPES

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Te Contei, não ? - O salvador da ilusão



Toda vez que relemos O engenhoso fidalgo Dom Quixote de la Mancha ou lemos este ou aquele ensaio pertencente ao incontável conjunto de textos críticos da obra-prima de Miguel de Cervantes Saavedra (1547-1616), assalta-nos a renovada sensação do que nela existe não apenas de revolucionário ou de fundador, mas também de permanente, de universal, de contemporâneo. Muito mais do que as obras do inglês Geoffrey Chaucer (c.1343-1400) e do francês François Rabelais (1494-1553), a de Cervantes situa-se numa encruzilhada entre um mundo que desaparece e outro que surge, e sua decisiva contribuição à gênese do espírito moderno somente é comparável àquela que nos deu o teatro shakespeariano. Assim como William Shakespeare (1564-1616), Cervantes está acuado entre a maré montante da Renascença e o refluxo da Contrarreforma. A ele só restava uma única tábua de salvação para mantê-lo à tona: o humanista holandês Erasmo de Roterdã (1466-1536), que teve vasta influência na Espanha do século XVII. De fato, a educação formal de Cervantes deve muito a Juan López de Hoyos, um dos maiores erasmianos da época, e três temas são comuns ao filósofo e ao romancista: a dualidade da verdade, a ilusão das aparências e o elogio da loucura.
A obra de Cervantes está situada no período de transição histórico-filosófica que corresponde ao ponto de tangência entre a baixa Idade Média e as primeiras luzes da Renascença. A derrota de Dom Quixote é a derrota da fé num mundo já sem fé, ou o protesto da vida contra a razão, o que caracterizaria a personagem cervantina como um herói da fé idealista contra o racionalismo utilitário. Cervantes é um idealista cuja consciência lhe ensina que a sua fé é pura ilusão diante da realidade, e esta convicção chegará à profundidade do idealismo filosófico de um Descartes ou de um Kant, quando Dom Quixote diz a Sancho Pança que a bacia de um barbeiro é o elmo de Mambrino – o rei mouro ficcional celebrado nos romances de cavalaria, com seu capacete de ouro que o tornava invulnerável. Cervantes foi capaz de transformar o seu protesto de humanista plebeu contra o Barroco aristocrático numa visão humorística da vida, e foi esse humor que lhe permitiu resolver a contradição entre a prosa e a poesia, entre a ficção e a verdade, entre a realidade e a ilusão. Ninguém ignora a profunda e duradoura influência que Dom Quixote exerceu na literatura ocidental. Afinal de contas, Cervantes é o criador do romance moderno, e já se disse que “toda prosa de ficção é uma variação sobre o tema de Dom Quixote”, ou seja, o problema da aparência e da realidade.
Como em toda a América Latina, Dom Quixote chega ao Brasil durante o florescimento do Barroco, cujos conceitos e práticas foram trazidos pelos colonizadores portugueses e espanhóis. Na época da Conquista, o Brasil só conhece a Idade Média e a Renascença graças aos seus desdobramentos espirituais e artísticos, como o foram o Barroco tardio, o Maneirismo e o Iluminismo. O Cervantes que nos alcança é o da vertente realista do Barroco, ou seja, aquela de que se alimentam a literatura picaresca e a sátira de costumes. Não surpreende, assim, que a primeira manifestação de influência do Dom Quixote entre nós possa ser percebida no poeta satírico Gregório de Matos, que domina toda a literatura barroca durante o século XVII, num poema escrito entre 1684 e 1687:

Uma aguilhada por lança
Trabalhava a meio trote.
Qual o moço de Dom Quixote
A que chamam Sancho Pança.

Neste mesmo poeta há outra referência a Cervantes no soneto que ele dedicou ao “Tabelião Manuel Marques”, cujo verso final diz que “manhas tem de Dom Quixote”. E no século XVIII, o dramaturgo Antônio José da Silva, cognominado “O Judeu”, condenado à fogueira pela Inquisição, escreveu a ópera jocosa “VidadeDomQuixotedelaMancha”, composta em duas partes e estreada em outubro de 1733 no Teatro Beira Alta, em Lisboa.
No Romantismo, que entre nós se seguiu ao Arcadismo e se opôs ao neoclassicismo do século XVIII, arrefeceu o interesse por Cervantes na nossa literatura, que só retorna com o advento do Realismo e do Naturalismo. Assíduo e atento leitor do Dom Quixote foi Machado de Assis, que o lia com frequência numa edição anotada pelo escritor espanhol Dom Eugenio de Ochoa, publicada em Paris pela Livraria Garnier. O interesse do escritor pela obra-prima cervantina já era visível mesmo antes da consolidação da estética realista, mais exatamente durante o período de produção da terceira e última geração romântica, como se pode observar num poema de exaltação ao conhaque, publicado na Marmota Fluminense em 12 de abril de 1856, no qual se lê:

Cognac inspirador de ledos sonhos,
Excitante licor do amor ardente,
Uma tua garrafa e o Dom Quixote
É passatempo amável.
Machado de Assis alude a Cervantes e ao Dom Quixote inúmeras vezes em sua obra ficcional, particularmente no romance Memórias póstumas de Brás Cubas, de 1881; nos contos “Teoria do medalhão”, incluído em Papéis avulsos, de 1882, e “Elogio da vaidade”, pertencente ao volume Páginas recolhidas, de 1889, além de diversas crônicas de jornal publicadas na segunda metade do século XIX. Numa delas, datada de 1876, Machado de Assis propôs “a organização de uma companhia literária, no Rio de Janeiro, somente para editar Dom Quixote com as famosas ilustrações de Gustave Doré”.
No início do século XX, foi renovado esse interesse por Cervantes graças a uma famosa palestra do poeta parnasiano Olavo Bilac, depois publicada em espanhol e coligida no volume Conferências literárias. Em 1936, Monteiro Lobato publica o seu Dom Quixote para crianças. É de 1951 o ensaio “Com Dom Quixote no folclore brasileiro”, de autoria de Luís da Câmara Cascudo, incluído na primeira edição integral da obra de Cervantes entre nós, a cargo da Editora José Olympio, a mais poderosa e prestigiada do país naquela época. O fascínio pelos temas cervantinos pode ser ainda rastreado em ensaios de diversos autores, incluindo Augusto Meyer, Pinto do Carmo, Oliveira e Silva, Osvaldo Orico, Francisco Campos, Otto Maria Carpeaux e Josué Montello.
Também a prosa de ficção que se escreveu no século passado no Brasil revela, em alguns casos, inequívoca influência do Dom Quixote. Prova disso é o romance Fogo morto, de José Lins do Rego, publicado em 1943 e no qual o personagem Vitorino Carneiro da Cunha é uma espécie de Dom Quixote do sertão nordestino. Além deste, quatro ficcionistas se deixaram embeber pelos temas cervantinos: Lima Barreto, Dalton Trevisan, Autran Dourado e Ariano Suassuna.
Entre os poetas brasileiros contemporâneos que pagam algum tributo ao mito de Cervantes, lembremos Alphonsus de Guimaraens, Manuel Bandeira, Augusto Frederico Schmidt e, mais do que qualquer outro, Carlos Drummond de Andrade. Drummond nos legou, sob o título de Quixote e Sancho de Portinari, um conjunto de 21 poemas originalmente escritos para um livro de arte com desenhos do grande pintor Portinari e depois recolhidos na coletânea poética As impurezas do branco, publicada em 1973.
A obra de Cervantes povoa o imaginário dos poetas, dos ficcionistas, dos historiadores, dos sociólogos, dos juristas e dos críticos literários. Mas foi em dois extensos e notáveis ensaios que a verdadeira dimensão romanesca e o mais profundo significado filosófico e literário de Dom Quixote encontram a mais cabal compreensão entre nós. O primeiro desses ensaios é o que escreveu Clodomir Vianna Moog sob o título de “Decadência do mundo medieval: Cervantes”, incluído no volume Heróis da decadência, publicado em 1939 e no qual o autor de Dom Quixote é estudado ao lado de Petrônio e Machado de Assis.
Vianna Moog analisa Cervantes sobretudo dos pontos de vista do humor, do idealismo puro e do conflito entre o ideal e a realidade. Comenta ele a certa altura: “Enfim tornara-se também madura a antiga Ibéria para a floração do humor. E é precisamente na cavalheiresca Espanha que, por uma singular fatalidade, há de aparecer um grande, um autêntico, um insuperável humorista, quiçá o maior de todos os tempos: Cervantes.” E logo adiante: “Não, não há exagero. Cervantes é o maior de todos os humoristas. Com ele o humor se integra em todos os caracteres com que ainda hoje se apresenta.”
Observa ainda o ensaísta que no humor de Rabelais, como no de Petrônio, “encontra-se apenas aquilo que se chama o senso do contrário”, enquanto no de Cervantes “há mais do que isso: há o que Pirandello denomina sentimento do contrário”. É bem de ver que, diante de um cavaleiro munido de lança, viseira erguida, tendo por elmo uma bacia de barbeiro e percorrendo o mundo a doutrinar sobre a necessidade de restabelecer os ideais da cavalaria andante, Rabelais, como pondera Vianna Moog, “não seria capaz de conter aquela gargalhada ostentória que o celebrizou. Cervantes é diferente: adivinha a alma do cavaleiro, e sente-se que no seu riso há um sentimento de imensa compaixão pelo ridículo de Dom Quixote”.
O outro ensaio, originalmente uma conferência pronunciada no Rio de Janeiro por ocasião do quarto centenário do nascimento de Cervantes, é de autoria de San Tiago Dantas e foi publicado em 1948 com o título de Dom Quixote: um apólogo da alma ocidental. O herói cervantino é tratado como símbolo do sentido que o próprio Quixote adquiriu ao refletir-se na consciência ocidental, nela se tornando uma “fábula construtiva” e um “episódio exemplar”. Sublinha o autor do ensaio que ficamos perplexos diante da “irresistível comicidade do Quixote”: esse “homem sem sorriso, esse modelo de gravidade, essa regra de comedimento e de pudor, cujas ações jamais deixaram de ser um móvel justo, ainda que ilusório, em um ser que pacientemente sofreu e testemunhou por tudo que se impôs a si mesmo, é uma fonte indiscutível, permanente, irresistível de riso”. Segundo San Tiago Dantas, o que fez Cervantes foi extrair o sentido de um tema literário que já se encontrava esgotado, transformando-o em mitologia e, assim, reencontrando o tempo perdido.
Cabe talvez ao filósofo espanhol Ortega y Gasset, como salienta San Tiago Dantas, ter dito a palavra que nos decifra a comicidade do Quixote quando escreve, em suas Meditacionesdel Quijote, que “do querer ser ao crer que já se é vai a distância do trágico ao cômico. Esse é o pacto entre o sublime e o ridículo”. Ou, em outras palavras, querer salvar é sublime, mas julgar-se um salvador é ridículo. “Eis por que”, ensina o ensaísta brasileiro, “nos servimos da expressão quixotismo, ora para exaltar uma virtude, ora para denunciar uma fraqueza.” O quixotismo não é uma forma perene do heroísmo espanhol, mas é, sem dúvida, sustenta o ensaísta, “a mais pura e original, e a que, em certo sentido, representa a síntese da tradição heroica com o cristianismo”.
O amor de Dulcineia del Toboso – símbolo e síntese do amor cavalheiresco – é, de acordo com o ensaísta, um dos pontos de partida para a compreensão do amor, tal como o tem entendido o espírito moderno”. Segundo San Tiago Dantas, o amor moderno se revela sobretudo em duas vertentes fundamentais: “ o amor do Dr. Fausto por Margarida, ou o amor titânico; e o amor de Dom Quixote por Dulcineia, ou o enamoramiento”. Diz ainda o ensaísta brasileiro: “A fidelidade – o polo para onde tende o ideal de amor – é o atributo do amor do Quixote. O amor de Fausto é infiel, pois, em meio às satisfações perfeitas do amor, no peito do homem titânico medra o desejo de libertar-se.” Para San Tiago Dantas, o que o Quixote nos transmite é “uma lição de purificação do mundo pelo heroísmo, não por um heroísmo de tipo hercúleo, mas por um outro feito de fé inatingível, de pureza perfeita, e por um atributo que a todos resume – o dom de si mesmo”. É esse dom que salva o Quixote, levando-o a triunfar de seus fracassos e enganos pelo exemplo que semeou na consciência dos tempos futuros.

Ivan Junqueiraé poeta, ensaísta e tradutor, membro da Academia Brasileira de Letras.

Saiba Mais - Bibliografia
MEYER, Augusto. “Aventuras de um mito”. In A chave e a máscara: ensaios. Rio de Janeiro: Edições O Cruzeiro, 1964.
SAN TIAGO DANTAS, Francisco Clementino. Dom Quixote: um apólogo da alma ocidental. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1997.
VIANA MOOG, Clodomir. “Decadência do mundo medieval: Cervantes”. In Heróis da decadência. Porto Alegre: Livraria do Globo, 1939.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Te Contei, não ? Dom Quixote de La Mancha


O autor
Dom Quixote é o título de um livro do escritor espanhol Miguel de Cervantes. É uma das histórias literárias mais famosa do mundo. Já foi traduzida para diversas línguas.
Título do livro.
O titulo do livro é o mesmo do herói, Dom Quixote de La Mancha.

Resumo da obra e valor literário:
Influenciado pela leitura de diversos contos sobre a cavalaria medieval, este “anti-herói” Dom Quixote que parte em busca de aventuras. Com uma imaginação extremamente fértil, passa por situações incríveis. Chega até mesmo a lutar contra gigantes (que na verdade eram moinhos de vento), sempre com seu escudeiro Sancho Pança.

O livro é muito divertido, pois mostra algumas partes da região da 
Espanha no período pós Idade Média. Embora passe por situações de privação, muitas vezes ridículas, Dom Quixote desperta um sentimento de simpatia. Sua fé e o seu entusiasmo motivam os leitores, pois os sentimentos deste cavaleiro são nobres e puros (mesmo ele estando à beira da loucura).
Quem foi Miguel de Cervantes? 
Este homem foi um importante escritor. Nasceu em 29 de setembro de 1547 (data não comprovada) na cidade espanhola de Alcalá de Henares (também não comprovada). Cervantes morreu na cidade de Madri, em 22 de abril de 1616. Ele foi considerado um dos maiores escritores da literatura, destacou-se por sua novela, mundialmente conhecida, Dom Quixote de La Mancha.

Principais momentos da vida de Cervantes (biografia):


- No ano de 1566 foi morar em Madri.
- Em 1569 foi morar na cidade de Roma, após ter machucado um homem num acidente em Madri.
- Entre 1575 e 1580 ficou num cativeiro em Argel, após ter sido capturado por piratas.
- Em 1583 casou-se com Catalina de Palacios Salazar.
- Em 1587 foi nomeado comissário real da Armada espanhola.
- Em 1593 publicou o romance La casa de los celos.
- Em 1597 foi preso na cidade de Sevilha
- Em 1605 publicou a primeira parte de Dom Quixote.
- Em 1613 entrou para a Ordem terceira de São Francisco.
- Em 1615 publicou a segunda parte de Dom Quixote.


Principais obras de Cervantes:
- Dom Quixote de La Mancha;
- Oito comédias e oito entremezes nunca antes representados;
- A Numancia;
- O trato de Argel;
- Os trabalhos de Persiles e Sigismunda;
- O cerco de Numancia (uma peça de teatro);
- O ciumento de Extremadura.

domingo, 8 de julho de 2012

Te Contei, não ? - Miguelito de Cervantes, ops, quero dizer, Miguel de Cervantes



O dia 23 de abril de 1616 entrou para a história da literatura mundial por uma triste coincidência. Nesta mesma data, morreram dois dos maiores escritores de todos os tempos: o espanhol Miguel de Cervantes e o inglês Willian Shakespeare. Miguel de Cervantes Saavedra passou a infância na cidade de Valladolid (Espanha) e estudou em Madri e Sevilha, mas não chegou a concluir nenhum curso.

Em conseqüência da vida nômade do pai, que era cirurgião, ingressou no Exército e lutou na batalha naval de Lepanto, contra o império turco, onde teria perdido o braço esquerdo _há divergências entre os historiadores e biógrafos em relação a essa passagem. Alguns especialistas na vida de Cervantes dizem que o escritor sofreu apenas um ferimento grave no braço e perdeu os movimentos da mão.

Também combateu na África, onde foi capturado e levado pelos turcos para Argel. Depois de ficar cinco anos detido, Cervantes retornou para Madri e começou a trabalhar como comissário de víveres do rei Felipe 2º. Paralelamente ao trabalho, ingressou na literatura publicando alguns poemas e a novela "La Galatea" em 1585, quando se casou com Catalina de Salazar, 22 anos mais nova e com a qual manteve uma convivência matrimonial de apenas um ano.

Como não obteve sucesso em sua incursão como escritor, Miguel de Cervantes foi para a região da Andaluzia trabalhar como cobrador de impostos do governo. Após dez anos exercendo a atividade, foi preso em Sevilha, sob a acusação de roubar parte dos tributos arrecadados.
Outro fato que marcou a sua formação aconteceu na Itália, quando trabalhou como serviçal para um cardeal. Na época, o país estava em ebulição com a chegada do Renascimento, um movimento artístico que revelou celebridades como Rafael, Leonardo da Vinci e Michelangelo.

Somente aos 58 anos, com a publicação da primeira parte do livro "Dom Quixote", Cervantes conseguiu a consagração como escritor e passou a se dedicar exclusivamente à literatura. A obra narra as aventuras de um fidalgo (Dom Quixote) e seu fiel escudeiro (Sancho Pança). Com todo o tempo para escrever, Miguel de Cervantes produziu uma série de 12 contos denominada "Novelas Exemplares" (1613), o livro "Viagem ao Parnaso" (1614) e uma coletânea com as suas melhores peças de teatro, "Oito Comédias e Oito Intermédios" (1615).

A história de "Dom Quixote" atravessou os séculos e continua atraindo leitores de todo o mundo. No mesmo ano em que foi lançada, a obra ganhou seis edições, fato muito raro para a época. Além disso, o livro se transformou em fonte de inspiração para outras criações literárias, como filmes, novelas, peças teatrais, óperas, balés e desenhos animados. Dois gênios da pintura espanhola, Salvador Dalí e Pablo Picasso, tentaram transportar para o visual os personagens criados por Cervantes. A influência do livro mais conhecido do escritor espanhol é tão grande que existe um adjetivo para classificar pessoas que são extremamente sonhadores e idealistas _quixotesco.

O grande sucesso de crítica e público de "Dom Quixote" trouxe problemas para o autor. Uma pessoa não identificada, usando o nome falso de Alonso Fernandez Avellaneda, publicou a suposta segunda parte da obra.
Revoltado com a falsificação, Cervantes, em 1616, no mesmo ano de sua morte, lançou a segunda parte do romance, em que o humor cede lugar à sátira. Precursor do realismo na Espanha, Cervantes teve a sua obra literária foi completada postumamente, com a edição de "Os Trabalhos de Persiles e Sugismunda" (1617).

Fonte : UOL