domingo, 30 de setembro de 2012

Você já está sabendo ? - Revolta dos Alfaiates



A Conjuração Baiana é também conhecida como Revolta dos Alfaiates, visto que alguns de seus lideres tinham como profissão alfaiate. Foi um movimento separatista de caráter emancipacionista ocorrida no século XVIII, na então capitania da Bahia, no Brasil.
A Capitania da Bahia era governada pelo então governador D. Fernando José de Portugal e Castro. Essa capitania tinha uma grande descontentamento e muita queixas a respeito do governo, pois de acordo com os populares o estado aumentava os preços das mercadorias mais essenciais, o que causava grande revolta entre os populares. Muitas vezes os revoltosos chegaram a arrombar açougues, mercados, vendas e etc.
O clima de insatisfação era muito grande. Além disso, as ideias que haviam animado Minas Gerais foram amplamente divulgados na Bahia, e muitas pessoas, principalmente os populares, adotaram tais ideias mineiras para tentar bater de frente com o Estado Baiano.
Tal movimento sofria influência também de outros movimentos sociais que serviriam como exemplo, se espelhando em tais e funcionando como uma luz no fim do túnel. Tais movimentos eram a Independência dos Estados Unidos, e as ideias Iluministas, Republicanas e Emancipacionistas, que eram divulgadas também pela elite cultural Baiana, que estavam reunidas em associações como as Lojas Maçônicas.
Os cinco pontos principais das tais críticas ao estados eram: Proclamação da Republica, Diminuição de impostos, Abertura de Portos, Fim do Preconceito, e Aumento Salarial.
Assim os revoltosos pregavam a libertação dos escravos, proporcionando um governo igualitário onde as pessoas fossem vistas de acordo com a capacidade individual de cada um. Além da instauração de uma República na Bahia, da liberdade do comércio com outros países (favorecendo a entrada de produtos importados), e além disso é claro o aumento do salário. Essas ideias eram divulgadas em escritos de Luiz Gonzaga das Virgens e Cipriano Barata.
O movimento estourou em 12 de agosto de 1798, quando alguns de seus membros estavam distribuindo panfletos na porta das igrejas e nas esquinas das vielas quando certas autoridades chegaram e os prenderam. Assim como a Inconfidência Mineira, seus membros assim que foram presos e interrogados, acabaram delatando os demais envolvidos.
Nesse momento, várias pessoas foram denunciadas (estima-se centenas), dentre eles estavam militares, funcionários públicos, clérigos, e dessas pessoas quarenta e nove foram presas.
Em 8 de Novembro de 1779, procedeu-se a execução dos condenados por enforcamento, e suas cabeças foram postas em praça publicas para que servissem de exemplo.


http://www.infoescola.com/historia/revolta-dos-alfaiates/

Tá sabendo ? - "Pré - night" arriscado

 

Foto: Arte: O Dia


Adolescentes consomem bebidas alcoólicas cada vez mais precocemente, com mais frequência e no triplo da quantidade que ingeriam na década de 80. Jovens experimentam álcool aos 13 anos de idade, e não mais aos 16


POR Francisco Edson Alves
Rio -  Especialistas alertam: adolescentes estão consumindo bebidas alcoólicas mais precocemente, com mais frequência e no triplo da quantidade que ingeriam nos anos 80. E com aditivos perigosos, que aceleram a dependência e muitas vezes são fatais: outros tipos de drogas e energéticos.


Os "ingredientes" mascaram o estado de embriaguez, afetam diretamente o cérebro e comprometem o ritmo cardíaco. A falta de diálogo em família e a quase inexistente fiscalização no comércio de álcool são os combustíveis desse drama.

Pesquisas indicam que atualmente os adolescentes começam a experimentar álcool entre os 13 e 15 anos. “Há três décadas, o consumo se iniciava entre os 16 e 17”, compara a psiquiatra Maria Thereza Aquino.

Segundo ela, de cada dez pacientes que atende, de todas as faixas etárias, dois são pré-adolescentes alcoolistas. “A maioria não consegue mais se satisfazer com cerveja, vodca ou vinho, por exemplo, e acaba ingerindo também energéticos, maconha, cocaína ou ecstasy”.

No Rio, a situação ainda é mais preocupante. A última Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) sobre a incidência de bebidas alcoólicas e drogas entre quase 61 mil alunos de 13 a 15 anos de escolas públicas e privadas das principais capitais — feita pelo IBGE e Ministério da Saúde — revelou que as meninas cariocas são as terceiras no perigoso ranking da experimentação de álcool entre as capitais
brasileiras.


Enquanto 79,4% das entrevistadas já fizeram uso de álcool, os meninos do Rio ficam na casa dos 73,9%, em sexto lugar entre as capitais. J., aos seus 15 anos, já é uma alcoólatra em recuperação. “Estou tentando me livrar desse terrível vício no AA (Alcoólicos Anônimos).

Eu e meus amigos misturamos cerveja com energético e crack e perdemos a noção. Cansei de ser levada para casa sem roupa, sem saber onde andei e o que fiz”, diz.

Mais riscos a reboque do vício

Doutor em Saúde Mental e coordenador do premiado projeto Restaurando Esperança, do Instituto de Pesquisas Heloisa Marinho (Iphem), Jairo Werner afirma que usuários precoces de álcool vivem à margem de outros riscos, como violências física e sexual e acidentes de trânsito.

O Iphem atua na recuperação de 40 usuários de álcool e drogas, de 10 a 18 anos, com apoio da Universidade Federal Fluminense e da Fundação para a Infância e Adolescência

“Pais devem ser exemplos, dialogar sempre e impor limites”, diz o especialista. A professora J., 52, mãe de X., 17, atesta. “Nunca desista do filho viciado. O que ele tem é um problema de saúde. Ele precisa de amor e tratamento adequado, junto com a família”.

O Artigo 243 do Estatuto da Criança e do Adolescente prevê pena de dois a quatro anos de prisão, mais multa, para quem vende bebida alcoólica a menores.

No entanto, Jairo Werner acredita que falta rigor na fiscalização. O Iphem pretende expandir o projeto com núcleos em comunidades carentes. O atendimento é gratuito.

Hábitos perigosos

- Quem começa a beber antes dos 15 anos tem quase cinco vezes mais risco de se tornar dependente

- Nove entre dez jovens temem a reação da família se chegarem bêbados em casa

- O primeiro gole  é entre os 12 e 13 anos

- Outras drogas são consumidas pela primeira vez entre os 13 e 14 anos

Foto: Arte: O Dia

Jornal O Dia


Crônica do Dia - Ancestralidade musical - Martinho da Vila

Toda música das Américas, dançante ou não, tem origem no continente africano. Os spirituals, o gospel, o rap e até o rock, americanos do norte, são originalmente negros como o samba. Da mesma forma, a contagiante música ligeira cubana, o funk, o reggae, o calipso e todos os sons das Antilhas, incluindo as canções dolentes. Acredito que o semba angolano, que deu origem à palavra “samba”, é parente distante do principal ritmo do Brasil, mas é irmão mais velhos dos sons da América Central.
Nós, brasileiros, somos privilegiados pela natureza, temos muito do que nos orgulhar, e um dos motivos de orgulho é a ancestralidade musical. Há virtuosíssimos músicos profissionais pretos, brancos, mulatos, cafuzos... É uma profissão muito bonita, a de músico, um ofício nobre e prazeroso. Quando um grupo de músicos se reúne para tocar, é como uma reunião de gente educada, na qual todos falam sem preconceitos e não há atropelos. Quando bons músicos tocam, há uma harmonia, não só de sons, mas também no comportamento dos executantes. A disciplina é um fator importante. A profissão é muito abrangente, e qualquer pessoa que tiver algum talento e vocação pode ser músico. Poderão ser percussionistas coadjuvantes ou solistas; vocalistas, cantores, compositores... Os que tiverem chance e estudarem muito, se quiserem, um dia poderão fazer parte de uma banda musical. Os mais dotados, com vontade firme e muito esforço, têm possibilidade de tornar-se músico clássico. Podem até ser um maestro regente e arranjador de grandes orquestras sinfônicas, escrever para instrumentos e vozes humanas, mas para ser maestro pleno faz-se necessário muita abnegação... E leva muitos e muitos anos, cerca de 20, mais ou menos.
Tem de conhecer bem todos os aparelhos sonoros e, particularmente, o piano, o instrumento mais completo. Para ser um bom pianista, no mínimo são necessários 10 anos de estudos diários. O caminho mais prático é o da música popular, mas, até para tocar nas bandas que fazem bailes e acompanham artistas, é necessário estudar as cifras, dominar bem o seu instrumento. É verdade que há os autodidatas, os gênios, mas aí é um caso muito especial. Todas as pessoas deveriam ter acesso ao estudo da música e se dedicar, mesmo sem objetivos profissionais. Agora oficialmente, 17 de outubro é o Dia da Música Popular Brasileira.
A profissão de artista é uma das mais instáveis, mas o músico completo dificilmente fica desempregado. Entretanto, quem quiser abraçar o nobre ofício terá de ser perseverante e exercitar-se todos os dias. Como já falei, qualquer um pode ser músico profissional porque diz o dito popular: “Querer é poder”. A música faz bem à alma de quem ouve e propicia grande satisfação em quem toca. Viva o músico!


E-mail: palavradesambista@martinhodavila.com.br

Artigo de Opinião - Desonestidade intelectual contra as cotas - Edson Santos

A desinformação não pode ser uma arma contra as cotas. Apesar da facilidade com que se pode verificar a realidade sobre uma política que já é aplicada no Brasil há mais de dez anos, os críticos voltam a lançar sobre as cotas os mesmos surrados argumentos em contrário, como o risco do rebaixamento intelectual do ambiente universitário e um suposto atentado ao mérito.

Estas teses já foram desmentidas ao longo da última década. A Uerj e a UnB, universidades que adotaram as cotas de forma pioneira na virada do milênio, hoje já possuem números e acúmulo suficiente para demonstrar que os alunos admitidos na graduação pelo sistema de cotas têm conseguido superar as barreiras impostas por uma educação fundamental de baixa qualidade. Pois, principalmente, pelo fato de serem na maioria dos casos os primeiros de suas famílias ou mesmo de suas comunidades a conseguir vaga na universidade pública, os cotistas entram nos cursos com a autoestima elevada e forte senso de responsabilidade, assim agarram a oportunidade com vontade e determinação.

Frequentemente, os alunos cotistas alcançam coeficientes de rendimento tão bons ou melhores que os registrados pelos demais, além de menores taxas de evasão. Quando a universidade oferece os meios adequados para sua permanência e sucesso, como aulas de reforço e bolsas, os resultados são ainda melhores. Não bastasse isso, devemos ainda considerar que a convivência entre pessoas de diferentes classes sociais e histórias de vida diferenciadas só tem a contribuir para o enriquecimento cultural e intelectual do ambiente acadêmico.

Quanto ao mérito, cabe dizer que ninguém vai receber a vaga por telegrama. Para ser aprovado, é preciso fazer as provas como todos os outros candidatos e se classificar com as melhores notas dentre os que se candidataram como cotistas.
Edson Santos é deputado federal e ex-ministro da Igualdade Racial

Você conhece ? - Quando Maria Alucina


Completando 40 anos de carreira, Maria Alcina não para
Foto: Eliária Andrade / Agência O Globo

Dia desses, a cantora Maria Alcina, 63 anos, achou no YouTube dois vídeos seus no programa “Fantástico”, da TV Globo. No primeiro, de 1974, ela canta “Como vaes você?”, um sucesso antigo na voz de Carmen Miranda, trajada de colete vermelho, cinta-liga e um arranjo de penas negras na cabeça. No mesmo ano, foi censurada pelo regime militar por “comportamento inadequado e atentado ao pudor e à moral da família brasileira”, lembra ela. Suas músicas não podiam ser tocadas em lugar algum. No segundo vídeo, quatro anos depois, interpreta as marchinhas “Minha carta (de amor) a um suicida” e “Yes, nós temos banana” com o timbre de voz inconfundível e a exuberância que marcaram sua trajetória artística desde 1972, quando aquela menina magrela defendeu com uma dança desajeitada, um visual andrógino e uma presença de palco incrível a música “Fio Maravilha”, de Jorge Ben Jor (à época, apenas Jorge Ben), no Festival da Canção. A música ficou com a menção honrosa do júri popular, espécie de compensação para as canções que agradavam muito ao público e nem tanto aos jurados. Mas a performance catapultou Maria Alcina para o estrelato, transformando-a de musa alternativa a diva gay, imitada por um sem-número de transformistas pelo país. “Fio Maravilha” — rebatizada “Filho Maravilha” anos depois, por conta de uma briga por direitos com o ex-jogador do Flamengo homenageado — também está no YouTube, com mais de 32 mil exibições. Alcina, como chamam os amigos, olha divertida para a menina que era.
— Era uma garota tão à vontade e segura — diz, no salão de festas do edifício onde mora, no bairro de Higienópolis, na Zona Oeste de São Paulo, os cabelos cuidadosamente produzidos com gel purpurinado colorido e vestindo uma espécie de bata de estrasse vermelho com boás de penas de cores variadas. Mais Maria Alcina, impossível. — Não sei onde foi que eu perdi essa mulher. Porque ela ainda está em mim, né?
Está, sim, Alcina. E não apenas no modelo exuberante com que recebe a reportagem. Tanto que a versatilidade, a alegria e a disposição foram percebidas por um grupo de jovens diretores musicais, produtores, pesquisadores e compositores que, nos últimos anos, trataram de tirar a intérprete do anonimato e devolvê-la ao posto de diva alternativa da música popular brasileira. Está no forno o disco comemorativo dos 40 anos de carreira da cantora, com músicas escritas para ela especialmente por artistas como Arnaldo Antunes e Zeca Baleiro, autor da faixa “Eu sou Alcina”. O lançamento será em novembro.
— Alcina não tem a exata noção de sua genialidade como artista — diz o produtor e pesquisador Thiago Marques Luiz, de quem partiu a ideia do disco comemorativo. — Será um CD à altura da versatilidade dela, com interpretações de músicas de compositores como João Bosco, Raul Seixas, Chico Anysio e Adoniran Barbosa, entre outros.
Show-tributo a Gonzagão foi visto por 90 mil
A cantora não faz shows em grandes teatros, o que passa a ideia de que está parada. Besteira. Sua agenda está cheia até março do ano que vem, quando termina a turnê do show “Cem anos do Rei do Baião”, homenagem a Luiz Gonzaga já vista por nove mil pessoas desde a sua estreia, em março passado. É um show popular, que vai virar CD e DVD até o fim do ano. No palco, a cantora interage com um público excitadíssimo. E explica, apesar da gritaria, que não dá para cantar antigos sucessos seus, como “Fio Maravilha”, “Kid Cavaquinho” ou “Prenda o Tadeu” porque, afinal, o show é em tributo a Gonzagão.
— Quando soube que 2012 marcava os 100 anos de Luiz Gonzaga, pensei logo num show-tributo estrelado pela Maria Alcina, uma das cantoras mais talentosas do país — diz o produtor musical Fran Carlo, criador do espetáculo.
O entusiasmo é compartilhado pelos artistas que trabalharam com ela. Jorge Ben Jor, autor de “Fio Maravilha” e “Camisa 10”, a considera pura vanguarda:
— Ela sempre esteve à frente do seu tempo e acabou sendo censurada e repudiada por seu comportamento exuberante, por seus atos no palco. Mas a verdade é que ela foi a Lady Gaga daquela época.
— É um Chaplin de saias, capaz de cantar o que for em termos de música popular — diz o cantor Edy Star, substituto de Alcina no show que fazia na boate carioca Number One, nos anos 1970, e parceiro em recente homenagem musical a Assis Valente.
O mesmo pensa o pesquisador Rodrigo Faour, que acaba de lançar, pela gravadora EMI, a série de CDs Super Divas, com 13 cantoras que marcaram a história das vozes femininas na MPB. Maria Alcina é uma delas.
— Poucas cantoras mantiveram a fúria, o vigor e o tesão que eram muito comuns nos intérpretes das décadas de 1970 e 80 — diz Faour. — Hoje é tudo pasteurizado e cool. Quando enviei os discos das Super Divas para ela, disse que tinha chorado porque nunca havia se sentido uma cantora.
Faour, pode-se dizer, foi um dos responsáveis pelo ressurgimento de Maria Alcina ao relançar, em 2002, com a Warner, seus dois primeiros discos. No ano seguinte, o músico e produtor Maurício Bussab, do grupo Bojo, escolheu Alcina como parceira em um projeto do Sesc que pretendia juntar uma cantora e uma banda de música eletrônica. Os shows alcançaram um sucesso tão grande que resultaram no CD “Agora”, cujas faixas são vendidas na rede até hoje. Músicas como “Eu dei”, “Sangue latino” e a própria “Fio Maravilha” ganham versões eletrônicas inusitadas.
— Um público mais jovem descobriu Alcina. Tanto que me entusiasmei a fazer um segundo disco, dessa vez somente dela, com bases eletrônicas — conta Bussab.
“Maria Alcina confete e serpentina” foi lançado em 2008 e, em 2009, ganhou dois troféus no Prêmio da Música Brasileira: melhor disco e cantora, na categoria canção popular.
Tapando o buraco de Leila Diniz
Maria Alcina era uma menina operária na cidade mineira de Cataguases, em 1969, quando se apresentou no Festival Audiovisual da cidade e impressionou o compositor carioca Antonio Adolfo, que a levou para o Rio.
— Aquela menina de voz grave, com aquela garra contagiante, impressionou todo mundo, do Nelson Motta ao Millôr Fernandes — conta o jornalista e escritor Ronaldo Werneck, que hospedou Alcina no Flamengo, no Rio, na casa de uma namorada.
A cantora passava os dias correndo atrás de shows para se apresentar. Em 1972, batia ponto no Teatro Casa Grande quando sua primeira oportunidade aconteceu. A atriz Leila Diniz, estrela da revista “Vem de ré que eu estou em primeira”, de Tarso de Castro e Luis Adelmo, machucou o pé, e o espetáculo teria que ser reformulado até que ela se recuperasse. Alcina foi convidada a se apresentar (cantando “Baby” e “Asa branca”), e aquilo deu tão certo que ela acabou na boate Number One, em Ipanema.
— O empresário me ouviu cantando e achou que era um transformista por causa da voz grave. Quando me viu, contratou na hora — diz ela, às gargalhadas.
Solano Ribeiro, produtor por trás dos festivais da canção, também a viu e convidou para se apresentar no 7º Festival Internacional da Canção. Ela escolheu “Fio Maravilha” e explodiu. Na próxima sexta-feira, o programa “Som Brasil” vai homenagear os festivais, e Maria Alcina estará lá, cantando mesma canção com o jovem músico Thiago Amud.
Maria Alcina entrou na década de 1980 desbundando geral, mas, a exemplo de outros cantores da mesma época, sumiu dos radares diante de um mercado ávido por novidades e cada vez mais cruel com carreiras artísticas administradas ao sabor dos acontecimentos. Para não sumir totalmente, Alcina passou longo período sendo jurada de programas de televisão, de J. Silvestre a Raul Gil, enquanto cantava onde lhe oferecessem trabalho, de circos a shows pelo interior. Por 20 anos, não gravou mais discos, até ressurgir aos poucos, mas em toda a sua exuberância, a partir dos anos 2000.
— Não me arrependo de nada. Altos e baixos fazem parte da vida. Pra ser sincera, em 40 anos de carreira, o que destaco nessa caminhada é o próprio caminho. Tudo valeu a pena — diz.

sábado, 29 de setembro de 2012

Artigo de Opinião - Proposta para o gargalo - Hamilton Werneck



Não adianta falar mais que o Ensino Médio vai mal. Além de baixos, esses resultados não evoluem. Há causas que são sabidas desde muitos anos: faltam professores, o modelo cartesiano está superado, as avaliações, sobretudo do Enem, seguem a teoria da complexidade, enquanto os livros didáticos e o ensino em si seguem o paradigma cartesiano-positivista.
Enquanto os cartesianos tudo dividem para compreender o mundo, a complexidade procura juntar todas as coisas para entender este mesmo mundo.
Quando Aloizio Mercadante, nosso ministro da Educação, faz a proposta de avaliar o Ensino Médio através do Enem, admitindo focar esta avaliação em quatro grandes áreas do conhecimento, está deixando o modelo cartesiano de lado e aderindo à complexidade. Podemos afirmar que, finalmente, Descartes está cedendo espaço a Edgar Morin. Estes dois escreveram sobre o método. Cada um defendeu seu modo de conhecer o mundo. A epistemologia de Descartes está no ‘Discurso sobre o método’, enquanto Morin, por três décadas e meia, iniciando em 1973, escreveu os volumes sobre o método, onde expressa a sua teoria da complexidade, iniciada com a publicação de ‘A natureza da natureza’.
É um erro pensar que o ministro deseja melhoria imediata com a mudança do instrumento de avaliação. Se há falta de professores para o modelo cartesiano, para o paradigma complexo eles estão mais reduzidos ainda! Quem retorna à baila é Karl Marx, quando se expressa sobre a educação: “Qualquer reforma educacional necessita ser iniciada com a formação dos professores”.
Então, torna-se fácil perceber que uma mudança tão profunda como a proposta pelo ministro Mercadante só será atingida através da transformação dentro das universidades, sobretudo as que cuidam das licenciaturas.
Tal coisa não se consegue da noite para o dia. É necessário começar e, a respeito disso, o ministro deve ter consciência clara pela sua própria formação.
Pedagogo e escritor

Jornal Folha de Sao Paulo

É bom saber - Por que erram tanto o porquê?




Por que é tão difícil usar os porquês sem errar? Vestibulandos e concurseiros não entendem por que devem aprender a lição. E não é porque a presidenta Dilma Rousseff errou que há salvo-conduto. Pelo contrário. “
O uso do porquê é muito explorado nas seleções públicas”, alerta Marco Antônio de Oliveira Menezes, professor de Português do cursinho Miguel Couto da Barra.
Quinta-feira, fotógrafos que cobriam agenda da presidenta flagraram bilhete escrito a mão que dizia: “Porque os jornais estão dizendo que houve um acordo ontem no Congresso sobre o Código Florestal? Eu não sei de nada?”

Era um duro recado às ministras Izabella Teixeira, do Meio Ambiente, e Ideli Salvatti, das Relações Institucionais, desautorizando prévios acertos sobre o polêmico texto. Mas ficou estampado o deslize da chefe num dos itens mais espinhosos do idioma.
“Na minha turma de 90 alunos, 60% erram”, atesta Marco Antônio. Não é só em concursos que o bicho-papão dos porquês pega. “Nas redações de vestibulares e do Enem é importante não trocar, porque tira ponto”, explica o professor, que elaborou miniteste. Confira abaixo!
Aprenda
Por que
Aparece no início de perguntas e em questionamentos. Nem sempre pede ponto de interrogação; nesse caso, a dica é tentar inserir ‘motivo’ e ‘razão’ e ver se a frase faz sentido. Outro uso de POR QUE é quando equivale a ‘pelo qual’ ou ‘pelos quais’. Exemplos: “Por que você faltou à aula?”; “Eu queria saber por que (razão) você faltou à aula”; “Os caminhos por que (pelos quais) viemos são tortuosos”.
Por quê
Praticamente igual ao anterior. O acento é obrigatório se o termo vier no fim das perguntas. “Você faltou à aula por quê?”

Porque
Responde à pergunta, indicando a causa. “Eu faltei porque peguei dengue”.

Porquê
É um substantivo, sinônimo de razão. Vem sempre com artigo. “Não entendo o porquê do desespero.”

Teste
Para cada item, escolha entre a) Porque; b) Porquê; c) Por que; d) Por quê.

1) (...) ninguém me disse nada?
2) Eu não desisto nunca (...) sou
brasileiro.

3) Quero saber o motivo (...) estão todos com essa cara amarrada.
4) Ninguém me convidou para a festa (...)?

Confira suas respostas: 1-C; 2-A; 3-C; 4-D.

Jornal O Dia

Prefiro não comentar !!!! -





Alunos da Universidade do Estado do Pará (Uepa) acusam a professora Daniela Cordovil, 34 anos, de ter cometido crime de racismo no início da noite desta sexta-feira (14), contra o vigilante Ruben Santos, responsável pelo portão central do Centro de Ciências Sociais e da Educação (CCSE) da universidade estadual.
Em entrevista à reportagem do DOL, o estudante Paulo de Paula, 34 anos, matriculado no curso de Pedagogia da UEPA, afirmou que estava na frente do CCSE, quando ouviu a professora Daniela agredindo verbalmente o vigilante.
“Ela (Daniela Cordovil) chamou o trabalhador de macaco, burro e afirmou que ele era um palhaço vestido de vigilante. Eu vi esta cena e não tive como me conter. Chamei-a de racista e disse que ia chamar a polícia – como fiz. Ela chutou a minha perna e só não me agrediu mais porque as pessoas seguraram-na”, conta o estudante.
Ainda segundo relato do acadêmico de Pedagogia, a confusão teria iniciado quando a docente quis que duas pessoas entrassem na instituição para uma palestra, ação que não foi permitida pelo vigilante.
“O segurança não deixou as pessoas entrarem porque estava cumprindo ordens da direção do CCSE, que barrou a entrada de qualquer pessoa a partir das 18 horas na universidade. Ele (Ruben Santos) até falou que a professora poderia tentar que as pessoas entrassem pelo portão da Reitoria, mas ela continuou xingando”, afirma Paulo.
OUTRO LADO
Em entrevista ao jornal Diário do Pará, já na Central de Flagrantes da seccional de São Brás, a professora Daniela Cordovil falou que o motivo de toda a discussão teria sido a greve dos professores da UEPA e se defendeu da acusação do crime de racismo.
“Toda confusão aconteceu por conta de uma greve que possui pleitos infundados e vem atrapalhando a universidade desde a última quarta. Dois professores que são referências na minha área de pesquisa vinham dar uma palestra de graça pro meu grupo e seriam impedidos de entrar por conta que a coordenação do centro aderiu à greve. Então eu me revoltei com o porteiro e o chamei de macaco, mas não com conotação racista. Seria um contrasendo pra mim, que sou estudiosa das religiões afro, falar algo assim. O que eu disse é que ele era um macaco no sentido de fazer tudo o que a direção queria, com uma obediência cega”, alegou a pesquisadora em Antropologia, que declarou estar arrependida de ter se alterado com o porteiro, uma vez que ele estava só seguindo ordens.
NA DELEGACIA
Após prestar depoimento e ter um Termo Circunstancial de Ocorrência (TCO) lavrado contra si, a professora foi liberada pela polícia e responderá em liberdade pelo crime de injúria.
O estudante Paulo de Paula, mais cinco testemunhas e o representante do movimento União do Negro pela Igualdade (UNEGRO), Vanderlei Pinheiro, querem que Daniela Cordovil responda pelo crime de racismo, que é inafiançável.
“Achamos sim que houve crime de racismo e ela deve ser punida exemplarmente, justamente por ser professora e ter sido cometido dentro de uma universidade, espaço que deveria formar cidadãos para combater este tipo de crime”, acredita o representante do movimento negro.
A delegada Socorro Bezerra, responsável pelo caso, afirmou à reportagem do DOL que o vigilante Ruben Santos declarou uma estória um pouco diferente da contada pelo estudantes e assumida pela professora.
“Ele (Ruben) afirmou que foi chamado de burro e de palhaço. Isto se enquadra em crime de injúria comum, nem injúria racial é. São vocês da imprensa e os estudantes que estão aqui que estão dizendo que ele foi chamado de macaco. Se ele acrescentar isso nós teremos que rever o processo”, explicou a delegada.
PROTESTO
Os estudantes que presenciaram o ocorrido e o membro do movimento UNEGRO prometem organiza um protesto a partir das 10 horas deste sábado (15), em frente ao CCSE-UEPA, localizado na travessa Djalma Dutra, no bairro Telégrafo.
“Vamos fazer um protesto de repúdio a este ato de racismo dentro da UEPA. Também estamos programando uma nova manifestação para a quarta-feira (19), no prédio da Reitoria. Não queremos que isso fique impune”, declarou, indignado, o estudante Paulo de Paula.
O DOL tenta contato com a Universidade do Estado Pará, para saber o posicionamento oficial da instituição sobre o ocorrido.

Folha de São Paulo

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Artigo de Opinião - A escola não vai acabar


Podem falar mal da escola. Podem falar que a instituição — no modelo em que está construído — está fadada ao fracasso. Que a sua estrutura é retrógrada e conservadora. Que ela sufoca a criatividade e a liberdade dos alunos. E que os seus dias estão contados. Não concordo.
Há falhas, certamente. Mas a escola é o único território que possibilita, presencialmente neste mundo mais e mais virtual, que crianças e adolescentes convivam em grupo e com adultos, experimentando descobertas, incertezas, habilidades e relacionamentos. Experimentando desenvolvimento, crescimento e valores.
Não para se preparem para o mundo, mas para lidar com ele da melhor forma possível desde já. No cenário caótico em que vivemos, lamentavelmente, nem a família proporciona tal riqueza. Na lógica desta sociedade, a escola nunca vai acabar. Pelo contrário, ela é, cada vez mais, um espaço necessário para pais e filhos.
Sim, podemos e devemos discutir se as carteiras dos alunos devem ficam enfileiradas ou em círculo. Se é interessante e positivo ter tablets na Educação Infantil. Qual deve ser o projeto pedagógico e o peso e a forma da avaliação. Como o conteúdo pode ser trabalho de forma interdisciplinar. E por aí vai. Todas as discussões em torno da melhoria deste espaço são fundamentais pelo fato de que a instituição é indispensável. Você, pai, mãe, já se viu sem a escola do seu filho? Como seria? Com quem ficariam? O que fariam?
Dizem que a escola, frente a um mundo em constates mudanças, é a única instituição que não se transformou. Há palestrantes/educadores que adoram mostrar fotos de sala de aula do século passado e compará-las com as de hoje para provar que nada mudou. Isso é tão simplório! Como nada mudou?
A decoração pode ser a mesma, mas os professores e os alunos são diferentes, a cada novo dia, ano, geração, se assim quisermos datar. O que eles trazem e levam da escola está conectado com a realidade que vivem e que, portanto, vai além dos muros da escola. Não há riqueza maior do que o convívio escolar. De passado, a escola não tem nada. Mais atual é impossível. Lá estão todas as crises, perguntas e dúvidas, bem como todas as soluções.


Marcus Tavares é professor e jornalista especializado em Educação e Mídia 

sábado, 22 de setembro de 2012

Você já está sabendo ? - Alternativa polémica


In natura. Produção mundial do grão aumentou 150% em 20 anos, atingindo 263,7 milhões de toneladas na safra 2010/2011
Foto: Latinstock

Os segredos da soja atraem pesquisadores de diversas partes do mundo. Ora respeitada, ora renegada pela ciência, sua produção mundial aumentou 150% em 20 anos, atingindo 263,7 milhões de toneladas na safra 2010/2011, segundo dados do do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. Sabe-se que o grão tem importantes características nutritivas, pode desempenhar papel contra doenças cardiovasculares e, inclusive, ser uma boa alternativa à terapia hormonal tradicional. Por outro lado, estudos apontam que a soja traz riscos de câncer de mama e até infertilidade masculina. Perigos que, por enquanto, são contestados.

Devido a suas funções sobre os hormônios, o departamento de ginecologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) vem, desde 2002, estudando as propriedades da soja. Apesar de todas as especulações, o professor José Maria Soares Júnior garante que o grão tem efeito comprovado no controle das ondas de calor das mulheres na menopausa. O motivo é a isoflavona, substância com características parecidas com o hormônio feminino estrogênio, geralmente usado em tratamentos de reposição hormonal.

Soja alivia sintomas da menopausa

— A indicação da soja é para ondas de calor de fraca a moderada intensidade. Quando é muito forte, aí só o estrogênio para controlar. O interessante é que ela não tem alguns dos impactos negativos do hormônio feminino, como o risco de trombose — defende Soares, que lembra que a soja brasileira tem baixas concentrações de isoflavona, o que torna necessário o consumo de medicamentos manipulados ou comprimidos prontos da substância.

A constatação não é apenas da Unifesp. Em abril deste ano, um artigo publicado no periódico “Menopause” examinou 19 estudos anteriores, dos quais participaram, ao todo, 1.200 mulheres. Na maioria deles, os pesquisadores apontaram para uma redução de até 26% (comparado com placebo) das ondas de calor quando a paciente consome soja diariamente.

— Quando juntamos todas as descobertas, vemos que seu efeito, de maneira geral, é positivo — afirma Melissa Melby, coautora da publicação e professora de antropologia médica da Universidade de Delaware.

A ingestão sugerida é de pelo menos 54 miligramas de isoflavona diariamente e por um período de seis semanas. Com o consumo prolongado, de 12 semanas ou mais, a redução da onda de calor foi três vezes mais bem-sucedida.

Por outro lado, a mesma substância, a isoflavona, pode ter influência no desenvolvimento de câncer de mama, de acordo com algumas pesquisas recentes. Apresentado no encontro anual da Associação Americana de Pesquisa sobre Câncer, em abril deste ano, um estudo da Universidade Georgetown sugeriu que o consumo de soja pode levar ao aumento da resistência a um remédio usado no tratamento dos tumores. O professor José Maria Soares Júnior aconselha que mulheres que já tiveram câncer de mama evitem o uso de soja como alternativa de tratamento. Mas a mesma recomendação é dada para a reposição tradicional, com estrogênio.

— Não há estudos suficientes que mostrem a relação da isoflavona com o câncer de mama ou de endométrio. Mesmo assim, pacientes com câncer não podem usá-la — afirma.

Já uma pesquisa do Centro Médico da Universidade Nashville, nos Estados Unidos, diz o contrário. Apresentado em 2011 no encontro anual da mesma associação, o estudo com 18.312 mulheres mostrou que o consumo de soja não aumenta os riscos de desenvolver câncer de mama.

— Mulheres que querem ter uma vida saudável podem, com segurança, incluir a soja em suas dietas — afirmou o professor Xiao Oh Shu, da Universidade de Nashville. — Além da isoflavona, que pode agir como o estrogênio no corpo, a soja tem propriedades contra o desenvolvimento de câncer.

Perigo ronda homens e mulheres

Não são apenas as mulheres que podem sofrer os efeitos negativos da soja. Uma polêmica pesquisa da Universidade de Harvard, divulgada no periódico “Human Reproduction”, apresentada em 2008, até hoje gera discussão sobre o efeito do grão na fertilidade masculina. Homens que se alimentavam de grandes quantidades de soja poderiam ter a concentração de esperma reduzida. O estudo avaliou 99 homens entre 2000 e 2006.

Soares Júnior pondera que as “grandes quantidades” de soja descritas no estudo dificilmente seriam consumidas por um homem:

— Este risco é para o consumo intenso de soja, de mais de um quilo por dia. Mesmo que uma pessoa coma carne de soja, tofu, leite de soja, dificilmente atingirá este nível.
 

Você já está sabendo ? - A História e Cultura Afro Brasileira e a Lei 10.639/63



O histórico cultural do país marca uma trajetória de grandes realizações e concepções, com referências entre diferentes vertentes culturais entre negros, brancos, índios, asiáticos e outros que dão jus ao conceito de miscigenação. Segundo dados do MEC, o Brasil está em segundo lugar no que diz respeito a grandes populações afro-descendentes (47%), perdendo apenas para a Nigéria. Pode-se dizer que a África é um continente economicamente e culturalmente rico, pois apresenta uma diversidade de riquezas minerais, como petróleo e pedras preciosas. Seus habitantes, ao contrário do outros pensam, são inteligentes, criativos e trabalhadores, porém com a colonização, as terras africanas foram dominadas e perderam cerca de 60 milhões de habitantes devido o tráfico negreiro escravo. Vários grupos pertencentes à mesma tribo com dialetos e costumes comuns foram separados, gerando um violento processo de segregação racial, na qual o africano tornou-se inferior em sua própria pátria. Porém, vários questionamentos deram vazão a uma série de críticas no que envolve o ensino da história afro. Por que o ensino da cultura afro-brasileira especificamente? E os outros povos que contribuíram para a formação da identidade nacional? Dessa forma, pretende-se com essa pesquisa científica, promover uma reflexão a cerca da problemática que envolve a obrigatoriedade no ensino da cultura afro brasileira no Ensino Fundamental e Médio alterando, assim a lei 9394 de 20 de dezembro de 1996 que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Ressaltar-se-à, portanto, no referido trabalho uma questão de fundamental importância para o fortalecimento de identidades éticas afro-brasileiras, destacando, dentre as principais temáticas o aspecto legal que gira em torno da obrigatoriedade do ensino da História e Cultura Afro-brasileira.
BREVE RESUMO DA LEI 10.639/03
Objetivos
Ensinar História e Cultura Afro-brasileiras e africanas não é mais uma questão de vontade pessoal e de interesse particular. É uma questão curricular de caráter obrigatório que envolve as diferentes comunidades: escolar, familiar, e sociedade. O objetivo principal para inserção da Lei é o de divulgar e produzir conhecimentos, bem como atitudes, posturas e valores que eduquem cidadãos quanto à pluralidade étnico-racial, tornando-os capazes de interagir objetivos comuns que garantam respeito aos direitos legais e valorização de identidade cultural brasileira e africana, como outras que direta ou indiretamente contribuíram ( contribuem) para a formação da identidade cultural brasileira.
A lei 10639/03 visa fazer um resgate histórico para que as pessoas negras afro-brasileiras conheçam um pouco mais o Brasil e melhor a sua própria história.
Desse modo, prevê ainda trabalhar o conhecimento da historia e cultura da África a partir do processo de escravidão, bem como conceitos sócio-político-históricos baseados no estudo da mesma como produtora de temáticas diversas: filosofia, medicina, matemática, dentre outras.
Contudo, na tentativa de amenizar os preconceitos em sala de aula propõe-se que não sejam abordados nas escolas certos temas como: raça, racismo, etnia, etnocentrismo, discriminação racial, etc.
Implementação da lei
Conforme Adami (2007) em março de 2005 foram apresentados alguns pontos relacionados à implementação efetiva da lei, tais como: formação de professores e de outros profissionais da educação.
Entretanto, os professores, que em sua formação também não receberam preparo especial para o ensino da cultura africana e suas reais influências para a formação da identidade do nosso país, entram em conflito quanto à melhor maneira de trabalhar essa temática na escola. Nesse sentido, este ponto pode ser um dos obstáculos estabelecidos com a lei 9.394/96, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, visto que a mesma não disciplina nem menciona em nenhum de seus artigos cursos de capacitação voltados à preparação de professores na área.
Além disso, discute-se ainda a reestruturação das bases pedagógicas num movimento de resgate histórico, ressaltando os conceitos trabalhados em sala de aula e a base teórica empregada. Por este motivo, incluir-se-ia no rol de conteúdos e em atividades curriculares dos cursos de educação das relações étnico-raciais conhecimentos de matriz africana que diz respeito à população africana.
HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA
Diversidade negra
A cultura negra é uma cultura inter-racial formada pela contribuição de inúmeros grupos ditos negros, brancos, mestiços e os índios.
Manter vivas essas manifestações culturais negras é uma necessidade fundamental de fortalecimento de sua identidade étnica como elemento de resistência ao domínio branco.
Há, ainda, outras formas de manifestações das culturas negras como o sincretismo que - na perspectiva em que adotamos - significa não apenas a incorporação do referencial religioso dos negros à religião dominante, mas, além disso, uma forma muito discreta de esconder e cultuar seus deuses e orixás. Outro exemplo são as pinturas e esculturas, que cumprem fielmente o objetivo mais amplo da arte: comunicar conceitos e símbolos e, a música, que deu origem ao samba, pagode, além de estar presente em diversos ritmos da música popular brasileira.
Consciência negra
Há mais de 300 anos depois, as comunidades negras e quilombos são exemplos de resistência cultural e social do povo negro em meio ao conjunto da sociedade brasileira ainda injusta e discriminadora.
Com base em uma entrevista com a pedagoga Dionária da S. Santos de Jequié (BA) cedida pelo jornal Mundo Jovem, percebe-se que a intervenção de pensadores negros tem conseguido ampliar o nível de consciência negra. Isso se deve, principalmente, ao fato de que as pessoas estão começando a se aceitar e à sua própria identidade.
LEI 9.394/96 E A OBRIGATORIEDADE NO ENSINO DA HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA
Currículo escolar
A história da relação entre Brasil e África vai muito além do período colonial e do tráfico de escravos ao qual a população se acostumou a referir-se a negros. Ela sempre esteve vinculada nos meios acadêmicos e em bancos escolares de forma secundária. Trabalha-se a África como se fosse a-histórica, isto é, um continente marcado apenas por guerras, fomes, epidemias, miséria, sem nenhum contexto histórico-político-social e cultural, ficando reduzida apenas a estereótipos.
Segundo Ferreira (apud LEOPORACE, 2007),
A nossa matriz de conhecimento, que é o que chega às escolas, é essencialmente eurocêntrica. A gente estuda História da Europa, História dos Estados Unidos, e é isso que a gente reproduz, é isso que a gente tende a achar importante. Os outros Estados e aquilo que eles produziram os seus mitos, as suas crenças, para nós são descartáveis.
De fato, muitas criticas surgiram com essa lei, visto que alguns grupos podem se sentir desprestigiados e exigirem o estudo de suas culturas também, uma vez que a identidade cultural brasileira é formada por contribuições de vários povos. Podendo haver, assim, um risco de aumentar ainda mais a segregação.
Apesar de acreditar que outras culturas merecem destaque igual ao que seria dado à cultura negra com aplicação da lei, Martins (apud LEOPORACE, 2007) destaca que os riscos podem ser minimizados caso a História e Cultura Afro seja inserida dentro do currículo da disciplina História.
A preocupação em torno dessa temática constitui-se como uma questão de fundamental importância para o fortalecimento de identidades étnicas.
Com isso, a lei 9.394/96 remete no artigo 25, parágrafo 4º que "o ensino da história e do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígenas, africanas e européias".
Conteúdos programáticos
A lei 9394/96 passa a vigorar acrescida dos seguintes artigos, referindo-se aos conteúdos programáticos: 26-A.
Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.
No entanto, além do estudo da África e dos africanos serão destacados as lutas dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro as áreas social, econômica e política, pertencentes, também à História do Brasil, relacionadas em todo currículo escolar principalmente nas áreas de Educação Artísticas, Literatura e História.
Calendário escolar
Quando ao calendário escolar, cada ano crescem as comemorações ligadas aos dias da consciência negra que representa um exemplo de resistência cultural e social do povo negro.
Conforme art. 79B "O calendário escolar excluirá o dia 20 de novembro como Dia Nacional da Consciência Negra".
Formação de professores
O art. 53 da referida lei trata ainda, da obrigatoriedade nas universidades, de criação e organização nos currículos dos cursos e programas de educação. Isso significa que as mudanças da lei visam alcançar as universidades, bem como qualquer conhecimento aplicado e que vêm estabelecer planos, programas e projetos de pesquisa.
Percebe-se, porém preocupação com a história africana nos cursos de graduação e pós-graduação, visto que os professores não se encontram preparados para cumprir a lei.
Vetos
Com base nos termos do Art. 66 do § 1º da Constituição Federal foram vetados alguns dispositivos acrescidos pelo projeto à lei 9394/94, por contrariedade aos interesses públicos.
Dentre os dispositivos vetados destaca-se o Art. 26A § 3º que indica a organização dos conteúdos curriculares na qual afirma que "as disciplinas História do Brasil e Educação Artística, no ensino médio, deverão dedicar, pelo menos, 10% (dez por cento) do seu conteúdo programático anual ou semestral à temática referida nesta lei". Esse dispositivo apresenta-se contrario a Constituição, visto que o referido parágrafo não atende ao interesse público consubstanciado na exigência de se observar na fixação dos currículos, os valores sociais e culturais das diversas regiões e localidades.
Outro veto foi feito as Art. 79A na qual explica que "os cursos de capacitação para participação de entidades do movimento afro-brasileiro, das universidades e de outras instituições de pesquisas pertinentes à matéria".
Verifica-se que a lei 9394/96 não disciplina e nem tampouco faz menção em nenhum de seus artigos, os cursos de capacitação para professores. O Art. 79A, portanto, estaria da Lei Complementar nº. 95, de 26 de fevereiro de 1998, segundo a qual a lei não conterá matérias estranhas a seu objeto (Art. 7, inciso II).
CONCLUSÃO
O estudo de assuntos decorrentes da história e cultura afro deve ser componentes dos estudos do cotidiano escolar, uma vez que os alunos tornam-se capazes de construir relações ético-sociais e pedagógicos.
Contudo, o ensino das relações étnico-raciais nas escolas brasileiras é uma medida preventiva fundamental contra o favorecimento da discriminação.
O referido trabalho vem destacar, no entanto, que as experiências e contribuições históricas dos afro-brasileiros têm sido trabalhadas como um mundo à parte da realidade nacional, por este motivo, é fundamental entendê-las enquanto realidade social, produtora da própria historia.

REFERÊNCIAS
ADAMI, Humberto. Lei 10.639/03. Acesso em <26.03.2007> Disponível em <httl: // www.adami.adv.br/lei.
BARROS, Marcelo. África, Brasil, história e futuro. Porto Alegre-RS: PUCRS, ano 45, n. 379, ago/2007, p.8.
HAERTER, Leandro. Fatumbi: renascimento da cultura negra. In: Jornal Mundo Jovem. Porto Alegre – RS: PUCRS, ano45, n. 380, set/2007, p. 21.
LEPORACE, Camila. Lei da cultura africana e afro-brasileira: combate à discriminação ou aumento da segregação? Acesso em< 26.11.2007> disponível em: < httl: // opiniaonoticia.com. br/interna. php.
MAIA, Verônica Lemos de Oliveira. Ensino da História e Cultura Afro-brasileira. Acesso em < 30.08.2007>; Dispositivo em: < httl: // www.overmundo.com/lei
PRESIDÊNCIA DA REPUBLICA. Lei 10639 de 9 de janeiro de 2003. Acesso em < 18.12.2007>; Dispositivo em: <httl: // www.planalto.gov.br/ccivil/leis.
SANTOS, Dionária da Silva. Afirmação negra e humanização de toda sociedade. In: Jornal Mundo Jovem. Porto Alegre-RS: PUCRS, ano 45, n. 382, nov./2007, p.12-13

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Tá na Hora do Poeta - Mário de Andrade - Filemon Rosseto


Mário de Andrade


Mário de Andrade
Garoto prodígio
Abençoado pelos deuses
Do Folclore

Desde criança
Tinha talento
Para música, literatura, arte ...

Quando cresceu
Ao Modernismo aderiu
E dos conceitos
Da Arte Clássica
Fugiu

Começou a escrever
Sobre o Nacional
Valorizando a industrialização,
O Folclore e a Natureza.

Foi um homem muito valente,
Pelo Modernismo lutou
E na "Semana", mesmo com vaias e xingamentos,
Não recuou.

Criticava outros artistas,
A Europa e seus conceitos.
Idolatrava a Arte Modenista.

Viajou pelo mundo
Para mais culturas conhecer.
Com isso escreveu diversos textos
Que até hoje nos faz pensar
Para os entender.

Nasceu na cidade da garoa,
Lugar onde sempre amou.
Já nevou em diversos lugares,
Mas sempre que pensava em São Paulo
Lhe dava aquele aperto no coração,
Aquela saudade,
Pois ele sabia que o seu lugar
Era aquela cidade.

Nasceu e morreu para contarnos
Sobre a Cultura Brasileira
Sempre criticando o não - modernista.
Esse foi o Poeta Nacionalista,
Mário de Andrade.



Filemon Rosseto - Turma 901 / Ativo 2012

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Bom saber - Uma (re)leitura do HINO NACIONAL BRASILEIRO



Por que escrever um livro sobre o Hino Nacional Brasileiro? A nossa proposta fundamental era fazer com que os professores e os alunos pudessem analisar a letra, trabalhando com o léxico da língua portuguesa e compreendendo melhor os aspectos sintático-semânticos da letra do Hino Nacional Brasileiro, resgatando, assim, um dos símbolos mais belos da pátria.

Tanto o Hino Nacional Brasileiro como a Bandeira Brasileira são sempre lembrados nas Copas do Mundo e nas Olimpíadas, ocasiões em que os brasileiros fazem questão de desfraldar ininterruptamente a flâmula verde-amarela e deixar escapar dos lábios, ainda que erroneamente, alguns versos do hino pátrio.

Os brasileiros temos o dever não só de cantar corretamente o Hino Nacional, mas também de compreender a letra em todos os seus aspectos linguísticos.

Geralmente os professores analisam todos os gêneros textuais - romance, crônica, poesia, publicidade, ensaio -, mas se esquecem de interpretar com os alunos a riqueza do léxico e da sintaxe que há na letra do Hino Nacional Brasileiro.

Hino é um poema ou canto lírico de invocação ou adoração, que celebra uma divindade, um herói ou um acontecimento histórico. E a letra do Hino Nacional Brasileiro resgata fatos da Independência do Brasil, numa alusão ao grito "Independência ou Morte"; cita o Cruzeiro do Sul, símbolo que se faz presente no Brasão da República Federativa do Brasil; o nosso país, metaforizado em "florão", é um dos principais países da América, o Novo Mundo, destacando-se como enfeite em forma de flor.

Ao criar a letra, Joaquim Osório Duque Estrada escreveu "O lábaro que ostentas estrelado, / E diga o verde-louro dessa flâmula", fazendo-nos apreender o sentido das palavras lábaro e flâmula como sinônimos de bandeira, e levando-nos à compreensão de que a bandeira brasileira possui um círculo azul repleto de estrelas e o verde-amarelo simboliza as grandes conquistas da nação - frutos das lutas e das revoluções do passado - e sugere a contribuição da paz, no futuro.

MORFOSSINTAXE

Embora muitas pessoas entendam como sujeito indeterminado, no início da letra, o autor emprega as margens plácidas do Ipiranga como sujeito simples, personificando-as: "As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heroico", acentuando a participação do povo brasileiro na sua independência.

Já em "Brasil, ó pátria amada, tu és terra adorada entre outras mil", percebe-se que o interlocutor - como nas demais partes - é sempre o próprio país, empregado como vocativos em "Brasil" e "ó pátria amada". Além da hipérbole e da zeugma em "terra adorada entre outras mil (terras)".

"Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte
Em teu seio, ó liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!"

A inversão é marcante nesta estrofe, em que o sujeito "o nosso peito" aparece no quarto verso. Passando esses versos para a ordem direta, teremos: "O nosso peito desafia a própria morte, em teu seio, ó liberdade, se conseguimos conquistar o penhor dessa igualdade com braço forte".
"Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores."
Gonçalves Dias

Há o emprego da metonímia (= contiguidade) em "com braço forte" e "Desafia o nosso peito"; da metáfora (=similaridade) em "em teu seio" e da apóstrofe (chamamento) em "ó liberdade".

INTERTEXTUALIDADE


O ufanismo foi uma das características do Romantismo, quando os poetas, principalmente da geração nacionalista, deveriam exaltar as coisas belas do povo e da terra brasileiros. Daí o belíssimo exemplo de intertextualidade explícita que Duque Estrada utilizou na letra, citando dois versos do romântico Gonçalves Dias, em sua poesia Canção do Exílio: "Nosso céu tem mais estrelas, / Nossas várzeas têm mais flores, / Nossos bosques têm mais vida, / Nossa vida mais amores", em que o poeta expressa saudade e nostalgia, referindo-se à beleza e à alegria que existem em nossa natureza (lá) em contraste com o seu exílio em Portugal (aqui).

Do que a terra mais garrida
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
"Nossos bosques têm mais vida",
"Nossa vida" no teu seio "mais amores".

Explica-se o emprego das aspas na citação dos versos do poeta romântico.

Os poetas Vinícius de Moraes e Carlos Drummond de Andrade criaram poemas com alusões ao Hino Nacional Brasileiro. Essa intertextualidade faz com que as pessoas percebam a pujança que há na letra e passem a valorizar mais os símbolos da pátria, sempre visando a uma aprendizagem ética, crítica e reflexiva.
"Trabalho com a ética tem como objetivo o reconhecimento de que as atitudes das pessoas precisam ser pautadas por princípios de respeito, justiça, solidariedade e diálogo, que devem estar expressos na ação cotidiana da escola."

LINGUAGEM FIGURADA

Uma vez que o hino celebra um acontecimento histórico, há necessidade de reconhecer e analisar a linguagem conotativa utilizada pelo autor, oferecendo-nos dezenas de figuras de linguagem que embelezam o texto, dando brilho e destaque ao enunciador que dialoga constantemente com o Brasil, cognominando-o de "Ó Pátria amada", "Gigante pela própria natureza", "impávido colosso", "Terra adorada", "florão da América", conferindo-nos a prosopopeia e a apóstrofe que aparecem na letra.

A letra do Hino Nacional é repleta de linguagem figurada. Tomemos como exemplo a estrofe:

"Brasil, um sonho intenso, um raio vívido,
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido
A imagem do Cruzeiro resplandece."

Temos a ordem direta: "Brasil, um sonho intenso, um raio vívido de amor e de esperança desce à terra, // se a imagem do Cruzeiro resplandece em teu formoso céu, risonho e límpido". Nestas duas orações, temos um paralelismo sintático, formado pela sequência sujeito, verbo e adjunto adverbial.

Destaca-se a inversão em toda a estrofe; a apóstrofe em "Brasil"; a prosopopeia em "formoso céu risonho" e a metonímia em "A imagem do Cruzeiro resplandece".

CURIOSIDADES

Vale lembrar que a música, composta por Francisco Manuel da Silva, foi executada pela primeira vez em 1831; e a letra, de autoria de Joaquim Osório Duque Estrada, tornou-se conhecida somente em 1909, aprovada pelo Congresso Nacional em 1912. Talvez isso justifique o grande número de inversões na letra do hino pátrio. O Hino Nacional Brasileiro tornou-se oficial, por Decreto, em 06-11-1922.

A junção de "nosso hino" (= suíno) forma um vício de linguagem denominado cacofonia (qualquer sequência silábica intervocálica que provoque som desagradável). Devemos, portanto, sempre fazer referência ao Hino Nacional Brasileiro.

Após a execução do Hino Nacional Brasileiro, não devem ocorrer aplausos, como é de costume em comemorações festivas. Consoante o professor Dalmo de Abreu Dallari (Revista Nova Escola, maio/2000), "O Hino é a expressão de todos os brasileiros - em última análise, a pessoa aplaude a si mesma".

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na mídia brasileira atual, notamos uma valorização cada vez maior da língua portuguesa, não somente em programas televisivos, como também em revistas específicas de língua portuguesa e no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo.

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo publicou no Diário Oficial, no dia 04-07-2002, um Comunicado SE, com o seguinte teor:
"Dentre as ações previstas no Mutirão da Cidadania, esta Secretaria propõe que as Unidades Escolares incluam nas suas atividades semanais a entoação do Hino Nacional e o Hasteamento da Bandeira, com o objetivo de estimular a criação de espaços voltados à vivência de uma escola cidadã.

Por meio dessa atividade, os educadores poderão enfatizar a riqueza e a grandiosidade dos símbolos nacionais que favorecem a aquisição da consciência da cidadania pelos alunos."

Como escrevi em um artigo científico (2001), "a educação para a cidadania requer que questões sejam apresentadas para a aprendizagem e a reflexão dos alunos, buscando um tratamento didático que contemple sua complexidade e sua dinâmica". Acrescentei, ainda, que o "trabalho com a ética tem como objetivo o reconhecimento de que as atitudes das pessoas precisam ser pautadas por princípios de respeito, justiça, solidariedade e diálogo, que devem estar expressos na ação cotidiana da escola".

E é apenas com a educação que poderemos mudar as pessoas e conscientizá-las de que o estudo, a cultura e a aprendizagem são imprescindíveis para que o indivíduo saiba portar-se como ser humano e fazendo com que cada cidadão trate o outro como cidadão.

O Prof. Dr. José Carlos Garcia de Freitas (Batatais- SP) escreveu na apresentação do meu livro: "O homem é um ser pluridimensional pensante. Nesta condição, é o único ser capaz de produzir cultura, em decorrência de possuir inteligência. A linguagem é uma das características fundamentais da nossa identidade cultural. Nesse sentido, temos os símbolos que se expressam também através da linguagem. O Hino Nacional é um dos grandes símbolos representativos da nossa produção cultural. Oportuna e muito genuína a obra literária Hino Nacional Brasileiro: Análise e Compreensão, do Prof. Dr. Luiz Roberto Wagner. Assim, o autor nos leva a uma viagem cultural através da essência mais recôndita do Hino Nacional. Uma verdadeira produção cultural... uma comunicação direta através da linguagem natural".


*Luiz Roberto Wagner é Doutor em Letras pela UNESP de Araraquara-SP e autor do livro Hino Nacional Brasileiro: Análise e Compreensão.