terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Te Contei, não ? - José de Alencar - um escravocrata abolicionista

Denominar José de Alencar como um escravocrata, quando ele era apenas um estudioso e crítico das instituições instauradas pela humanidade, sem antes pesquisar a fundo a sua obra, é uma atitude simplista e equivocada.


segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Te Contei, não ? - O filho de Machado de Assis

Capitu, a mulher com "olhos de ressaca", traiu ou não seu marido Bentinho? Mote do romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, esse é o mais célebre enigma da literatura brasileira. Páginas e páginas de crítica já foram gastas na tentativa de esclarecê-lo. Aqueles que ficam com a resposta afirmativa aceitam as razões de Bentinho, que é o narrador do livro: seu filho não tem nada a ver com ele, mas é a cara de seu amigo Escobar. A semelhança seria a prova do adultério de Capitu. Em duas crônicas escritas na semana passada para um jornal paulista, o escritor Carlos Heitor Cony acrescentou lenha a essa fogueira. E que lenha! Segundo Cony, a traição do livro é baseada num episódio da vida do próprio Machado. Sua tese é de que o autor de Dom Casmurro cobiçou a mulher de um próximo, assim como o personagem Escobar, e com ela gerou um filho, que Cony identificou com as iniciais M. de A. "Eles tinham a mesma testa, o mesmo cabelo crespo e alguns tiques iguais", escreveu Cony, acrescentando que M. de A. sofria de epilepsia, como Machado. Desse modo, com uma única penada, ele não apenas teria resolvido o grande mistério de nossa literatura, como também exposto uma passagem escandalosa da vida do maior escritor brasileiro, um homem que primava pela discrição.

Te Contei, não ? - O Rio de Janeiro de José de Alencar : A Moda e as transformações sociais urbanas da Corte Fluminense - Cristiane Garcia Teixeira

O RIO DE JANEIRO DE JOSÉ DE ALENCAR: A MODA E AS
TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS URBANAS DA CORTE FLUMINENSE

Cristiane Garcia TEIXEIRA

Resumo: A transferência da corte portuguesa para o Rio de Janeiro no inicio do século XIX provocou diversas mudanças na estrutura da cidade, bem como proporcionou uma nova forma de sociabilidade baseada nos costumes europeus. Com a modernização advinda a partir da segunda metade do século essa nova sociabilidade passou a exigir dos membros da elite carioca uma maior preocupação com a forma de apresentar-se em público, buscando através da moda e dos manuais de boas maneiras, a distinção e o prestigio social. Essas relações baseadas na “cultura da aparência” estiveram presentes nos romances de José de Alencar; Senhora, Diva, Lucíola e a Pata da Gazela, escritos entre 1862 e 1875. Este trabalho tem por objetivo estudar a moda através destes romances, os quais são uma janela para adentrar na sociedade fluminense oitocentista e buscar compreender a força que a moda e a aparência tinham nas relações sociais deste período.

Entrevista - Jared Diamond - "Sociedades tradicionais e modernas têm mesmos problemas universais"


RIO - O cientista americano Jared Diamond,
vencedor do Prêmio Pulitzer com o livro “Armas, germes e aço” (1997), analisa o comportamento de remanescentes sociedades tradicionais em sua obra “O mundo até ontem” (Record), recém-lançada no Brasil. Ele revela o quanto essas comunidades guardam dos conhecimentos de nossos ancestrais. Para o pesquisador, as sociedades atuais deixaram lições importantes para trás, como a forma de criar os filhos, resolver conflitos e valorizar os idosos. “Temos muito a aprender”, garante.

Artigo de Opinião - Sobre um feliz Ano Novo - Fernando Gabeira




Por: O Globo 

Outro dia, encontrei um amigo na rua e perguntei: "Tudo bem?" "Tudo", respondeu. "Comigo, tudo, mas o país, você sabe ..." Aquilo não me pareceu estranho. Era como me sentia. Tudo bem no âmbito pessoal, um certo desencanto com o Brasil. Vejo agora que isso acontece em escala maior. Pesquisas indicam que estamos otimistas com nossas vidas e bastante céticos quanto à política nacional.

Artigo de Opinião - Despedida de 2014 - Frei Betto


Chego ao fim do ano e constato que estou vivo. Estar vivo é milagre constante

O DIA

Artigo de Opinião - Feliz 2015, Rafael - Francisco Alves Filho


A condenação de Rafael foi peculiar. Juiz da 32ª Vara Criminal aceitou como prova de crime o material apreendido com ele pela PM, especialmente uma garrafa plástica de Pinho Sol

O DIA

Artigo de Opinião - Ensinando Português

Circula nos meios universitários a crença de que o ensino do Português em nível básico deve restringir-se a duas competências: ler e escrever

O DIA

domingo, 28 de dezembro de 2014

Entrevista - Augsto de Campos - Musa e mártir do Modernismo

RIO - Patricia Galvão (1910-1962) foi a “luminosa agente subversiva de nossa modernidade”, diz o poeta Augusto de Campos na abertura da nova edição de “Pagu: vida-obra” (Companhia das Letras). Mescla de antologia e perfil biográfico, o livro ajudou a resgatar essa figura singular da literatura brasileira quando foi publicado, em 1982, pela Brasiliense. Na época, diz Campos, a escritora paulista era uma “estrela menor do anedotário modernista”, lembrada mais pela beleza provocante e por ter motivado a separação de Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade (com quem Pagu se casou e teve um filho em 1930). No livro, Campos reuniu fragmentos dos principais textos de Pagu: “Parque Industrial” (1933), considerado o primeiro “romance proletário” do Brasil; suas colaborações para o jornal “O homem do povo” (1931); o diário a quatro mãos que manteve com Oswald entre 1929 e 1931; a mescla de versos e desenhos de “O Álbum de Pagu” (1929); além de traduções pioneiras de autores que ela ajudou a introduzir no país, como James Joyce e Artaud.


Te Contei, não ? - Faça você mesmo

Rio - Sabe a sensação de insatisfação quando um livro termina e a história não é lá exatamente o que se esperava? É chato, mas não tem o que fazer. Ou talvez tenha. Livros interativos vêm ganhando o mercado, conquistando uma legião de adeptos e tornando as obras mais democráticas, com a participação e a cara do leitor. E aquela prateleira impecável, organizada por gênero e em ordem alfabética, não é o lugar para essas obras: por aqui, a ordem é desorganizar, subverter e destruir.

Crônica do Dia - "Aos candidato" - Flávia Oliveira

Na carta de um analfabeto funcional imaginário, um apelo pela educação. No Brasil, 28 milhões não têm quatro anos de estudo

Crônica do Dia - Bloqueado - Joaquim Ferreira dos Santos

Uma rosa é uma rosa, é uma rosa, e nunca vai passar disso, mas uma mulher nua nunca é apenas uma mulher nua


Crônica do Dia - Lições de fora - Antônio Gois

Livro que analisa a experiência de países bem-sucedidos na educação mostra que nem tudo vale a pena ser copiado

Crônica do Dia - A fonte secou - Fernando Gabeira



"Eu não sou água pra me tratares assim. Só na hora da sede é que procuras por mim"

Artigo de Opinião - Presente do futuro

Rio - Produzir seus próprios produtos, como copos, lápis, tênis e pratos sem sair de casa. E, talvez, com a sua cara. Cena do desenho animado da família ‘Os Jetsons’? Da série de animação futurista, da década de 1960? Não, não. Trata-se da realidade que está por trás do conceito da FabLab, espécie de pequena oficina que possibilita a fabricação de objetos em 3D.

Te Contei, não ? - Nos passos de Mandela


JOHANNESBURGO — Não é de hoje que roteiros inspirados em celebridades atraem milhares de turistas de todo o mundo. A recém-inaugurada estátua da cantora Amy Winehouse, no Camden Stables Market, em Londres; Graceland, a mansão onde Elvis não morreu, em Memphis; a ilha preferida de Justin Bieber nas Bahamas, e até mesmo o cemitério Père-Lachaise, em Paris, que, embora seja a última morada de escritores como Marcel Proust e Oscar Wilde, entrou mesmo na programação dos visitantes em 1971, quando o líder dos Doors, Jim Morrison, foi enterrado lá, estão entre os pontos turísticos. Pouco antes de completar um ano da morte do seu maior líder, a África do Sul se inspira na vida de Nelson Mandela — morto em 5 de dezembro de 2013 — para entrar nesse mapa.

Te Contei, não ? - Casa Brasileira

SALVADOR - É uma triste assertiva: o país não tem a tradição de preservar sua memória. Se tomarmos o caso dos grandes escritores brasileiros, são pouquíssimas as casas ou acervos pessoais abertos ao público — conhecer um dos imóveis onde viveu Machado de Assis, por exemplo, é impossível. A única casa do bruxo que ainda resta em pé, e onde escreveu “A mão e a luva”, em 1874, hoje é um cortiço na Lapa, sem qualquer alusão ao autor.

Po

Te Contei, não ? - O endereço da elegância





sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Te Contei, não ? - Doze meses para agir

O período de chuvas mais intensas na maior parte do país deverá começar agora, em dezembro, e se estende até março. A meteorologia prevê chuvas. Se elas vierem no volume normal, trarão alívio imediato para a falta d’água que ameaça as regiões Sudeste, Nordeste e Sul. Por quanto tempo? “A meteorologia não previa a seca de 2014. É incapaz de dizer se foi um episódio isolado ou se representa um novo padrão”, diz Alceu Bittencourt, presidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes) em São Paulo. “O Sistema Cantareira foi dimensionado para resistir à crise hídrica de 1956.” A atual seca no Rio São Francisco, a pior em um século, e a de São Paulo, a pior em 85 anos, impõem novas referências. Redimensionar os sistemas de abastecimento e recuperar nascentes custará tempo e dinheiro.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Te Contei, não ? - As dores da ADOLESCÊNCIA ( para os pais )

Há oito anos, o casal de pesquisadores Mario e Alice passou por um dos períodos mais delicados de suas vidas – na definição deles mesmos. Por dois anos, conviveram com três adolescentes dentro de casa. Marco, o mais velho, tinha 17 anos, e Marcelo, o do meio, 14, quando a caçula, Gabriela, mostrou os primeiros sintomas de sua entrada na adolescência, aos 12. “Já tínhamos o faro treinado. Foi fácil perceber que a Gabi estava diferente, pelo jeito de ela olhar e falar com a gente”, diz Mario. “Pensei na hora: acabou. O único filho que ainda gostava do nosso ninho partiu para outro grupo. Agora, somos nós aqui, e eles lá”, diz Alice. Lá, onde?  “Onde tudo o que a gente faz ou fala está errado, inadequado e ultrapassado. Lá, naquela fase em que até nossa aptidão como seres humanos é contestada”, diz Mario. A afirmação provoca risos nos dois filhos, ao ouvir o depoimento dos pais. Marco agora tem 25 anos, e Marcelo, 22. Para garantir que pais e filhos pudessem falar abertamente de suas experiências, sem censura ou constrangimento, os nomes de pais e adolescentes que aparecem nesta reportagem foram trocados. Ainda assim, Gabriela, hoje com 20 anos, não quis participar. “É importante para ela proteger sua individualidade. É uma fase”, diz Alice.

Crônica do Dia - A internet e a união familiar - Walcyr Carrasco

Desembarco em Curitiba. Envio um recado à minha prima em segundo grau Myrna:

– Cheguei.

Crônica do Dia - O nojo - Ruth de Aquino

É injusta a posição do Brasil no ranking mundial de corrupção da Transparência Internacional, divulgado na semana passada. Vamos protestar. O Brasil está em 69o lugar numa lista de 175 países considerados mais limpos, ou livres de corrupção. Tem alguma coisa errada aí. A avaliação foi feita em agosto, bem entendido. Ninguém do júri viu ou leu os depoimentos da Operação Lava Jato.

Te Contei, não ? - "ENEM foi bem elaborado e adequado para avaliar o candidato", diz o professor do COC Osvaldo Antonio Govone


OSVALDO ANTONIO GOVONE
10/11/2014 12h57 - 
  


Neste final de semana, quase seis milhões de pessoas fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem. Com duas provas, o exame pretende testar o nível do ensino brasileiro e ainda é a porta de entrada para universidades federais. ÉPOCA pediu que professores avaliassem as provas do ENEM 2014. Confira abaixo a opinião do professor de física Osvaldo Antonio Govone.
>> "O tema da redação assustou, mas dava para fazer um bom texto", diz coordenadora do Objetivo
"No que diz respeito às disciplinas de história, filosofia e sociologia, as questões de Ciências Humanas e suas Tecnologias foram bem pensadas e contribuíram com a avaliação de competências e habilidades propostas pelo Enem. Os vários formatos de enunciados utilizados foram a base que pedia do aluno atenção na leitura e na interpretação. As questões estavam bem divididas e, em algumas situações abrangiam mais de uma disciplina, o que pode ser comum em exames como este.

Na prova de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, as questões de biologia estavam bem divididas entre as várias áreas, como ecologia, genética, fisiologia animal, evolução, botânica e embriologia. O conteúdo estava bem contextualizado e corretamente distribuído, as questões exigiam conhecimento mínimo como, por exemplo, poluição, relação ecológicas, cadeias alimentares e ciclo do nitrogênio foram o destaque.

>> “Sempre fui um crítico do Enem, mas reconheço que eles acertaram a mão”, diz coordenador do Anglo

Na prova de física, as questões se apresentaram equilibradas, com conteúdo das várias áreas, como, por exemplo, eletrodinâmica, eletromagnetismo, óptica, ondulatória, termodinâmica e mecânica. Foi um exame bastante conceitual, sem necessidade de muitos cálculos por parte do aluno.

Seguindo o padrão de anos anteriores, nas questões da prova de geografia, foram utilizados mapas e charges. Houve um aumento das questões de geografia geral, como destaque para os seguintes assuntos: emigração de europeus, Sahel, BRICS, desertificação na Ásia Central e formação da dorsal meso-atlântica. A geração de energia no Brasil (hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio em Roraima, Belo Monte no Pará e a usina nuclear de Angra no Rio de Janeiro) relacionada com problemas ambientais foi destacada em uma questão de geografia do Brasil.

As questões de química, em sua maioria, apresentaram-se com nível de dificuldade pequeno, não oferecendo problemas ao aluno. Essas questões integraram as matérias típicas de um curso de Química aos temas atuais.

Em matemática, a prova apresentou-se bem elaborada e com questões contextualizadas. Foram exploradas interpretação de texto, tabela, gráfico e aplicações do cotidiano. Alguns enunciados eram extensos e apresentaram dificuldades com o tempo previsto para resolução. Algumas questões, ainda, exigiram conhecimento específico, com base no modelo dos vestibulares tradicionais.

Em Linguagem, Códigos e suas Tecnologias, a prova foi bem elaborada, não exigiu profundo domínio do conteúdo e contou com a experiência interpretativa e os conhecimentos específicos do aluno.

A proposta da redação do Enem com o tema “Publicidade infantil em questão no Brasil surpreendeu a muitos, porém esse tema é muito coerente com a situação do Brasil atual. Nesse contexto, as crianças são a parcela da população mais vulnerável a influências negativas e isto pode criar outros problemas, pois este é o público que constituíra o futuro do Brasil. Em geral, a prova foi bem elaborada e adequada para avaliar o candidato."
Osvaldo Antonio Govone é formado pela UFSCar e gerente editorial do Sistema COC de Ensino, com atuação de 30 anos como professor de física, 10 anos como editor responsável pela disciplina.

Crônica do Dia - Dezembro perigoso - Walcyr Carrasco


Noite dessas, um amigo me ligou. Estava confuso, irritado, nervoso:

– Amanhã vou pedir demissão.

Crônica do Dia - Cuba Libre - Ruth de Aquino

A espetacular reaproximação entre Estados Unidos e Cuba me enfiou num túnel do tempo. Há 30 anos, conheci Havana com um grupo de jornalistas e cineastas, simpáticos à Revolução Cubana. O Brasil não tinha relações diplomáticas com a ilha de Fidel Castro.

Te Contei, não ? - "Entre médico branco e negro, escolheria branco" - Manoel Luiz Malaguti


Acusado de racismo em discussão sobre cotas, professor da Federal do Espírito Santo deve ser processado

Personalidade - Frei David, diretor da EDUCAFRO

'O racismo é evidente no Brasil', diz Frei David, fundador da Educafro


Grande defensor dos direitos dos povos negros e indígena, ele diz que o racismo está enraizado em toda a sociedade

ANDRÉ BALOCCO








Frei David, diretor da Educafro, diz que o racismo está enraizado em todas as esferas da sociedade
Foto:  Paulo Araújo / Agência O Dia

Personalidade - Taís Araújo - "No nosso país, o preconceito está presente no momento em que saímos de casa"


A atriz se orgulha de quebrar barreiras. Ao lado do marido, Lázaro Ramos, ela forma um dos casais de maior sucesso na TV brasileira

Escrito por  Redação M de Mulher  Atualizado em 17/07/2014 em 
Contigo!


Na pequena vila de Mougins, no Sul da França, para onde viajou à convite da L'Oreal Paris, de quem é porta-voz
Foto: Sergio Zalis

Te Contei, não ? - José de Alencar e a ideia de Brasil - Tayene Resende / Trabalho de Conclusão de Curso de Licenciatura em História pelo UNICEUB

JOSÉ DE ALENCAR E A IDEIA DE BRASIL

TAYENE RESENDE

PROFª. DRª.MARIA INÊS MALTA CASTRO (ORIENT.)
BRASÍLIA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE 

CURSO DE
LICENCIATURA EM HISTÓRIA PELO UNICEUB



Crônica do Dia - Por que eles bebem e dirigem ? - Jairo Bouer

A adoção de uma lei seca mais rigorosa no Estado de São Paulo não bastou. Os dados da Secretaria de Segurança Pública revelam uma redução de quase 20% de acidentes com mortes no trânsito nos primeiros meses de 2012 para 2013 no Estado depois da lei, mas, no mesmo período, dois acidentes impressionaram. Um deles amputou o braço de um jovem ciclista em plena Avenida Paulista, uma das principais artérias de São Paulo. O outro matou um garoto de 15 anos que andava de skate numa rua de Guarulhos, na Grande São Paulo. Ambos foram vítimas de motoristas alcoolizados. O convívio dos motoristas com ciclistas, motoqueiros, skatistas e pedestres nas ruas, cada vez mais estranguladas pelo trânsito nas médias e grandes cidades do país, se tornou insano. Quando a bebida entra nessa relação tensa, os efeitos são ainda mais catastróficos.
Vária

Te Contei, não ? - A importância da participação dos pais na educação escolar


Duas pesquisas mostram que os pais fazem mais diferença na vida escolar dos filhos quando passam a mensagem de que a educação importa

CAMILA GUIMARÃES

Crônica do Dia - A maconha e a escola - Jairo Bouer



Adolescentes que fumam maconha regularmente têm pior desempenho nos exames escolares, revela um estudo feito com estudantes ingleses, divulgado no último mês pelo jornal inglês Daily Mail. A pesquisa, realizada pelo University College of London, foi apresentada na Conferência Europeia de Neuropsicofarmacologia, em Berlim.

Crônica do Dia - Os efeitos do uso diário de games - Jairo Bouer

Um novo estudo da universidade Dartmouth College, nos Estados Unidos, publicado na última semana no jornal inglês Daily Mail, sugere que jogos violentos no computador podem aumentar a chance de um jovem ter comportamentos de risco, como beber, fumar e fazer sexo sem proteção.

O trabalho avaliou 5 mil jovens durante quatro anos e  mostrou que os fãs desse tipo de jogo tiveram comportamento mais agressivo, se envolveram mais em brigas, fugiram mais de casa e até cometeram mais furtos. Os jovens tinham  entre 13 e 14 anos quando começaram a ser acompanhados. Quanto maior foi a frequência do uso dos games, maior o impacto.

Crônica do Dia - Os mandamentos do amor na Internet - Walcyr Carrasco

A internet mudou a vida para melhor. É comum conhecer alguém pelas redes sociais. Pela web, dá para fazer perguntas essenciais e chegar ao primeiro encontro sabendo até quantos implantes alguém tem na boca – algo que facilita a intimidade. Mas, se há uma relação estável, a internet virou um perigo que exige seguir novos mandamentos.
1. Jamais

Crônica do Dia - Meus olhos traidores - Walcyr Carrasco

A gente se engana ao imaginar que tem o controle de tudo. Nem do próprio corpo se consegue ter.
Não falo de partes que, quando nos desobedecem, provocam constrangimentos inacreditáveis. Mas dos olhos. São rebeldes. Olham para onde querem, mesmo que eu saiba que deveria mirar para outro lado. Se sou apresentado a um sujeito de peruca, meus olhos se dirigem inevitavelmente para a franjona na testa. E para o alto da cabeça.

Te Contei, não ? - Ariano Suassuna ( 1927 - 2014 )

Na segunda-feira, dia 21, telefonei para Ariano Suassuna. Fiquei surpreso com a alegria e vitalidade da voz rouca do outro lado da linha. Falamos sobre a Academia Brasileira de Letras, sobre uma citação recente que ele tinha feito do existencialista Albert Camus, – mas, principalmente, sobre nossa amizade. Não imaginava que seria a conversa de despedida. Desliguei o telefone por volta do meio-dia. Depois, fiquei sabendo pela família que, naquele dia, Ariano tinha ido ao banco e que teve muito apetite no almoço. À noite, foi levado às pressas ao hospital, depois de sofrer um AVC. No final da tarde do dia 23, não resistiu. Tinha 87 anos.
Conheci Ariano há 25 anos. Tinha muito interesse pela literatura de cordel, e ele disse que eu aparecesse em sua casa. Eu era um jovem estudante e pensava que o grande escritor fizera o convite por delicadeza. Quando bati à porta de sua casa, no bairro de Casa Forte, no Recife, percebi que não fora uma formalidade. Passamos a tarde conversando. A generosidade era uma característica única do mestre Ariano, como costumava chamá-lo. Desde então, passei a visitá-lo com frequência. Nossas conversas ficaram mais longas. Num dos últimos encontros, ele estava emotivo. “Não tenho meio-termo não, Gerson. Ando muito emocionado. Ou fico à beira de chorar. Ou então estou rindo, a gargalhar. Isso não é normal”, me disse, aos risos.


terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Te Contei, não ? - O Mashup

O mashup é um termo que está na moda. Na música, vários artistas aproveitam ritmos diferentes, os misturam, e daí nasce o mashup, que significa mistura em português. Na literatura, esse conceito também vem sendo explorado, misturando frases e personagens de livros clássicos de domínio público a histórias mais contemporâneas, de vampiros, zumbis, mutantes e bruxas, na maioria das vezes. Esses são os chamados mashups literários, ou mashup novel, um novo gênero que está ganhando cada vez mais força no Brasil.

domingo, 14 de dezembro de 2014

Te Contei, não ? - Pérolas Negras


Nova literatura afro-brasileira reconta parte da História e tem Rio como reduto

Escritor Manto Costa reune em ‘Circo de Pulgas’ contos que se passam em lugares como Sambódromo, Lapa e Pedra do Sal


Artigo de Opinião - As religiões e a sujeira


Seguidores das religiões afro foram maltratados mais uma vez, como acontece há séculos

O DIA

Te Contei, não ? - Livros digitais chegam às escolas

Rio – Cada vez mais presentes nos lares brasileiros, os livros digitais se preparam para chegar aos bancos das escolas. Ainda que o conteúdo digital não seja usado em larga escala na Educação Básica, as editoras do segmento investem para concorrer neste mercado, que cresce a passos largos no país. Segundo pesquisa anual encomendada pela Câmara Brasileira do Livro, o setor de e-books cresceu nada menos do que 225% entre 2012 e 2013.


sábado, 6 de dezembro de 2014

Entrevista - Gerson Schaan

Gerson Schaan
é o chefe da Coordenação de Pesquisa e Investigação da Receita Federal (Copei), núcleo de “espiões” especializados em combater crimes tributários. Ele comanda uma equipe de 180 pessoas. Apenas ele tem autorização para falar do próprio trabalho em público. No dia da prisão de Renato Duque, ex-diretor de serviços da Petrobras, e de vários empreiteiros, a equipe de Schaan esteve em nove construtoras, em busca de documentos para comprovar os crimes investigados na Operação Lava Jato. Schaan participou de tantas operações assim que perdeu a conta. Diz que nenhuma se compara à Lava Jato. “Pelo volume de recursos envolvidos e efeito pedagógico, é a operação mais importante da história da Receita”, afirma.

Crônicas do Dia - Todos são vítimas - Ruth de Aquino

O petrolão daria um filme de suspense e ação. Só que não. Em qualquer roteiro blockbuster que se preze, há vilões e vítimas das vilanias. No Brasil, só há vítimas. Políticos, estatais, executivos, empreiteiras, diretores, governadores, prefeitos, presidente. São todos vítimas de um “esquema”. Afirmam só fazer “o que todo mundo sempre fez”, porque, caso contrário, o país poderia parar. Irrigam com propinas bilionárias o vale-tudo do Congresso e as obras públicas. É a cultura brasileira, estúpido.

Vamos comprar essa desculpa, sem pedir uma comissão por fora? Lula, na Presidência, banalizava o mensalão. Como você e Zé Dirceu bem sabem, o mensalão nunca existiu. A compra de votos nada mais era que a prática herdada de governos anteriores, para fazer funcionar a engrenagem política entre “os 300 picaretas (sic) do Congresso”, citação do ex-Lula, metamorfose ambulante. E estamos conversados. Punhos cerrados para cima, hasta la victoria siempre. Porque a História tem a péssima mania de ser reescrita por quem está no poder.

Nesse poço sem fundo da Petrobras, revelado pela Operação Lava Jato e pelo juiz Sergio Moro, as novas vítimas são as empreiteiras e seus executivos de capuz. Não se faz obra pública no Brasil sem “composição ilícita com um político”, diz o advogado Mario Oliveira Filho, que defende o lobista Fernando Soares, mais conhecido como Fernando Baiano, o boa-praça apontado como “operador” do PMDB. Sem propina, afirma Oliveira, não se coloca nem paralelepípedo na rua.

Te Contei, não ? - Como ensinar as crianças a lidar com dinheiro

Os adultos brasileiros batem recorde de calotes – e as escolas ainda têm de aprender a dar aulas sobre o tema “dinheiro”. Cabe à família preparar a criança para ter uma vida financeiramente saudável.

Crônicas do Dia - A universidade burra - Walcyr Carrasco

Falo por experiência própria: a universidade brasileira é burra. Não me refiro só às públicas. As particulares também. Sou da área de comunicações e artes, faço talvez uma ressalva quanto às de exatas. Mas, como são regidas pelas mesmas regras e pelo enorme contingente de acadêmicos, em sua maioria dedicados a escrever teses que ninguém lê, arrisco dizer que não há muita diferença.

Crônicas do Dia - Relatos Selvagens - Ruth de Aquino

O que distingue a civilização da barbárie? Quatro episódios, todos ocorridos em São Paulo, nos perturbam pelo grau de violência, intolerância e, talvez, impunidade. São casos diferentes. Têm em comum o descontrole, a falta de valores humanos e a certeza dos criminosos de que nada acontecerá, porque a Justiça no Brasil tarda e falha.

sábado, 22 de novembro de 2014

Crônica do Dia - A internet afeta as relações entre jovens - Jairo Bouer

Uma nova pesquisa da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, mostra que a nova geração superconectada de crianças pode ter perdido uma habilidade importante: a identificação das emoções transmitidas pelo olhar e pela expressão facial.

Te Contei, não ? - A turma está a um clique

Na moderna versão do velho hábito de estudar em grupo, o ponto de encontro dos jovens é a internet. No ambiente virtual, eles participam de debates com gente que nem conhecem, tiram dúvidas com rapidez e ainda afiam habilidades imprescindíveis na era do aprendizado colaborativo

Prova importante à vista? A regra é juntar três ou quatro amigos — entre eles, de preferência, algum ótimo aluno — e promover uma tarde de estudo em casa ou na biblioteca. A turma nem sabe, mas está pondo em prática uma ideia que vem de Sócrates (470-399 a.C.), o pai da filosofia ocidental: a do aprendizado pelo diálogo. Com mais ou menos eficácia, o estudo em grupo sempre foi uma ferramenta usadíssima por jovens de toda parte para ampliar o conhecimento fora da sala de aula. E continua sendo — só que com uma roupagem, digamos, mais século XXI. Nos últimos tempos, os estudantes não se veem, ou melhor, se veem em uma tela; não folheiam livros, baixam arquivos; não escrevem em folhas de papel, digitam. Como tantas outras atividades no contexto das relações interpessoais, o estudo em grupo — ou colaborativo, para usar o léxico moderno — mudou para o ambiente sem paredes e sem fronteira que é a internet. “A interatividade virtual veio facilitar o exercício da atividade intelectual, estimulando habilidades altamente valorizadas em nosso tempo”, diz Rafael Parente, especialista em tecnologias educacionais.

A mudança de hábitos foi se dando aos poucos, no Brasil e no mundo, e hoje tirar dúvidas e trocar informações em rede é a regra. Segundo recente pesquisa de um site especializado, 73% dos universitários brasileiros usam a rede social e 58% utilizam serviços de mensagem de texto para estudar. Só 5,6% persistem na presença física dos colegas. Esse novo padrão consolida o papel da internet como fórum privilegiado de disseminação da aprendizagem fora dos muros escolares, superando as resistências iniciais quanto à confiabilidade do conteúdo de um mundo virtual sem regras nem leis. Um dos mais destacados indicadores do fenômeno é a multiplicação dos cursos on-line gratuitos de universidades de primeiríssima linha, que vêm estimulando a formação de classes globais com alunos na casa das centenas de milhares. A troca de conhecimentos pela internet estimula benefícios que o estudo em grupo sempre ofereceu, só que em escala muito maior. “Dialogando com desconhecidos e destrinchando uma montanha de informações, o estudante desenvolve a capacidade de produção em equipe, de liderança e de autonomia”, enfatiza o americano Ray Schroeder, diretor do Centro de Aprendizado, Pesquisa e Serviço On-line da Universidade de Illinois.

Conexão para aprender
Como todas as atividades sociais, o estudo em grupo pela internet é regido por leis não escritas, mas essenciais para seu bom andamento. A seguir, um roteiro básico para tirar o melhor proveito.


Crônica do Dia - Sarau - Manoel Carlos

Parece que estou ouvindo a voz cristalina de Carlos Galhardo, o rei da valsa, cantando estes versos:

Eu vi numa vitrine de cristal
Sobre um soberbo pedestal
Uma boneca encantadora

Em São Paulo, no começo dos anos 60, eu participava dos saraus na casa de um amigo, o Lélio de Castro Andrade, então diretor da Livraria Francisco Alves. Acontecia aos domingos, após o programa Brasil 60, que fazíamos na TV Excelsior, apresentado pela Bibi Ferreira, e que reunia alguns dos maiores nomes da música brasileira. Esses encontros musicais duraram até 1963, período em que estive à frente do programa.

A bebida era a batida (preferencialmente de limão ou coco) ou a cerveja. Uma garrafa de uísque aparecia por lá uma vez ou outra, levada por algum dos convidados, mas logo se acabava, pois o sarau reunia de 25 a trinta pessoas. Se fosse na base do uísque, meia dúzia de garrafas ainda seria pouco. Para comer, um único prato — quase sempre macarrão, picadinho, risoto ou estrogonofe, em grande quantidade —, que chegava a uma mesa de jacarandá em travessas imensas, renovadas permanentemente. E nada de garçons. Cada um cuidava do próprio prato.

Algumas duplas até então improváveis formavam-se ali, espontaneamente, como Lamartine Babo e Juca Chaves (vejam só!), Orlando Silva e João Gilberto, Vicente Celestino e Dick Farney. E havia muita música instrumental, com um desfile que chegava a reunir, num fantástico regional, Jacob do Bandolim, Luperce Miranda, Altamiro Carrilho e Pixinguinha.

Noites inesquecíveis aquelas em que se podiam ouvir, verdadeiramente ao vivo, as vozes e os instrumentos dos nossos maiores intérpretes. Noitadas em que se misturavam as idades e os repertórios, democraticamente. Entre as vozes femininas, as mais frequentes eram as de Dalva de Oliveira e Angela Maria.

Rodas de choro formavam-se também, improvisadamente, e a elegante sala de visitas da casa do Lélio transformava-se, em alguns minutos, num alegre fundo de quintal. E toda essa festa semanal não era mais do que o prolongamento de um programa de televisão! Diante dessas lembranças felizes que me assaltam muitas vezes, eu me pergunto a razão de a TV ter abandonado a música. Isso num país como o nosso, musical pela própria natureza! Chega a ser inacreditável. Assisto aos programas de televisão e não entendo por que não ouvimos em nenhum deles ao menos três modestos minutos de música popular brasileira. Não apenas dos grandes intérpretes já desaparecidos, mas dos que estão aí, em plena forma, produzindo continuamente, como Caetano, Gil, Chico, Edu, Milton e Djavan, para citar apenas alguns nomes. O que falta para chamá-los de volta?

Por essa e por todas as razões, eu costumo exclamar: viva o Sarau do Chico Pinheiro!

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Te Contei, não ? - A História viva do Quilombo


Filho de escravo, Seu Manel, 95, relembra como era a vida em Valença e brinca com modernidade

EDUARDO FERREIRA

Rio - A porta de uma das 36 casas de tijolo de barro, cobertas de sapê, se abre no Quilombo São José da Serra, a 57 quilômetros do Centro de Valença, no Sul Fluminense, e lá de dentro sai com toda a sua elegância Manuel Seabra, de 95 anos. Vestido com um terno cinza e chapéu, o morador mais antigo do local logo é cercado por filhos, netos, bisnetos e tataranetos pedindo bênção e beijando sua mão.

Te Contei, não ? - Terreiro é equiparado a igreja em Salvador



O DIA
Bahia - Foi publicado nesta quinta-feira no Diário Oficial de Salvador o texto do decreto que equipara, jurídica e tributariamente, instituições ligadas a religiões de origem africana a igrejas, como a católica. Com isso, as instituições ligadas a manifestações religiosas de origem africana passam a ter benefícios tributários e direito a inviolabilidade.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Parábola - A parábola do semeador


Naquele mesmo dia Jesus saiu de casa e se sentou à beira do lago.  Uma grande multidão se juntou ao seu redor. Havia tanta gente que Jesus entrou num barco e se sentou; e toda a multidão permanecia de pé na praia.  Jesus lhes ensinou muitas coisas por meio de parábolas [a]. Ele dizia:

—Certo homem saiu para semear.  Enquanto semeava, uma parte das sementes caiu à beira do caminho e os pássaros vieram e as comeram.  Outra parte caiu no meio de pedras, onde havia pouca terra. Essas sementes brotaram depressa pois a terra não era funda,  mas, quando o sol apareceu, elas secaram, pois não tinham raízes.  Outra parte das sementes caiu no meio de espinhos, os quais cresceram e as sufocaram.  Uma outra parte ainda caiu em terra boa e deu frutos, produzindo 30, 60 e até mesmo 100 vezes mais do que tinha sido plantado.  Quem pode ouvir, ouça.

Ouçam o que a parábola [g] daquele que semeia quer dizer. 9 A semente que caiu à beira do caminho representa a pessoa que ouve a mensagem a respeito do reino, mas não a compreende, e Satanás então vem e tira as coisas que foram semeadas em seu coração. A semente que caiu no meio de pedras representa a pessoa que ouve a mensagem a respeito do reino e a aceita imediatamente e com muita alegria.  Mas, como não tem raiz, não dura muito tempo. Assim que encontra dificuldades ou que é perseguida por causa da mensagem, abandona a sua fé.  A semente que caiu no meio de espinhos representa a pessoa que ouve a mensagem a respeito do reino mas é sufocada pelas preocupações com as coisas desta vida e pela ilusão das riquezas. Essa pessoa não produz nenhum fruto.  Mas a semente que caiu em terra boa representa a pessoa que ouve a mensagem e a compreende. Essa pessoa cresce e produz muitos frutos, algumas vezes trinta, outras sessenta e outras ainda cem vezes mais.



terça-feira, 18 de novembro de 2014

Te Contei, não ? - Todos os dias, 600 milhões de litros de esgoto doméstico

RIO -
Casa fincada às margens de um valão de esgoto que, volta e meia, despeja até sofás e geladeiras no Rio Paraíba do Sul, Waldemiro Brás, de 65 anos, morador do bairro Siderlândia, em Volta Redonda, reclama da falta de consciência de seus vizinhos. Relata que “o pessoal joga de tudo no valão". Se pegasse um barquinho e percorresse boa parte dos 1.150 quilômetros de extensão do rio que corta São Paulo, Minas e Rio, o aposentado ficaria ainda mais perplexo. De acordo com estimativa de engenheiros da Coppe/UFRJ, feita a pedido do GLOBO, diariamente são jogados 600 milhões de litros de esgoto doméstico em toda a bacia do Paraíba do Sul. É o equivalente à geração de dejetos de uma cidade de 3 milhões de habitantes — metade da população da cidade do Rio. O cálculo exclui a bacia do Gandu, uma transposição do Paraíba feita na década de 1950.

sábado, 15 de novembro de 2014

Te Contei, não ? - Praça da República ganha museu histórico renovado

Athos Moura

Casa do Marechal Deodoro é reinaugurada, depois de obras de restauração das instalações e do acervo, que lembram movimento que completa 125 anos neste sábado

Te Contei, não ? - Face feminina de Palmares

RIO - No dia em que Zumbi teve a cabeça degolada num golpe à resistência negra, um ano e nove meses já teriam transcorrido desde a morte igualmente trágica da face feminina do Quilombo de Palmares, Dandara. Se o herói palmarino hoje é celebrado com o Dia Nacional da Consciência Negra, 20 de novembro, próxima quinta-feira, a história da figura apontada como sua mulher permanece cercada de incertezas, com escassos registros historiográficos. Relatos dão conta de que a vida de Dandara teve fim em fevereiro de 1694. Ela teria se jogado de uma pedreira ao abismo: uma decisão extrema para não se entregar às forças militares que subjugaram o quilombo, onde chegaram a viver 30 mil pessoas distribuídas em aldeias.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Tá na Hora da Poesia - Cordel dos Direitos Humanos

Introdução

O pensamento humanitário

Produziu transformação,

Para o direito fundamental,

Do homem ou cidadão.

Americanos e franceses,

Formalizam Declaração.



Revoluções do século dezoito

Vêm suscitar e favorecer,

Os ideais filosóficos,

De Rosseau e Montesquieu,

Os quais contribuíram,

Pró movimento crescer.



A Declaração da França

Foi universalizante,

A iniciativa popular

Foi sua representante.

Hoje serve de modelo,

Um documento marcante.



A concepção francesa

Era da individualidade,

Mas num estilo lapidar

Enfatiza a liberdade,

A igualdade e o legal

E ainda a propriedade.



A Burguesia liberal

Ajudou na revolução,

Pois o absolutismo,

Tinha a dominação,

        Mais adiante porém,

Promoveu a opressão.



O progresso industrial

Acentua desigualdade,

O trabalhador explorado,

Ficou sem propriedade

E sem salário condigno,

Aumentou a gravidade.



Nesse quadro avassalador

Surge Marx o cientista

Criticando a igualdade

Feita por capitalista,

Discutiu essas idéias,

No Manifesto Comunista.



A concentração de riquezas

Na mão duma minoria,

É o que provoca a miséria

De toda uma maioria.

Pra dividir esse bolo,

Só com muita rebeldia.



Assim continua o homem

Em busca da perfeição,

Pouco se preocupando

Com a humanização,

Apesar das deficiências

Temos a Declaração.



No ano de quarenta e oito

Dia dez, mês do natal

A Assembléia da ONU,

De modo universal,

Aprova os direitos do homem,

Pra cumprimento integral.

1

Pelo artigo primeiro

Somos iguais em dignidade,

Direitos e nascemos livres,

Pra agir com fraternidade.

Fico triste em lhes falar,

Que não é a realidade.

2

O segundo manda gozar

Do direito e da liberdade,

Sem utilizar distinção

De raça , cor , religiosidade,

Opinião política, riqueza...

Será que isso é verdade?

3

As palavras do terceiro

Nos diz o essencial,

Todos têm direito a vida,

A segurança pessoal

E ainda a liberdade,

Bonito! mais irreal.

4

O quarto é enfático,

Proíbe a escravidão,

Só que os juros pagos,

Pra manter globalização,

Está nos deixando servos,

Eternizando a prisão.

5

Quinto vem ser o artigo

Que não deixa torturar,

Condena-se a Polícia

Sem antes observar,

Que a maior violência,

É não poder se educar.

6

O sexto nos informar

Que o homem tem o direito,

Perante a lei do mundo,

Ser tratado com respeito,

Mas Países descumprem

A regra deste preceito.

7

No sétimo somos iguais

Não havendo distinção

Diante a lei e o direito,

Desses temos proteção,

O forte ainda consegue

Manter discriminação.

8

O oitavo nos ensina

A procurar os Tribunais,

Contra os atos que violem

Os direitos fundamentais,

Mas a suntuosa justiça,

Pouco tem sido eficaz.

9

Ninguém, pelo artigo nono

Será preso ilegalmente,

Detido ou exilado,

Se arbitrariamente,

O descumprimento é flagrante,

Analise historicamente!

10

O artigo dez não inventa

Diz o fundamental,

Igualmente temos direito

A uma justiça imparcial,

Tem País que ainda julga,

Sem uma defesa legal.

11

Pelo onze não se acusa

Sem devido processo legal,

Tudo deve está previsto

Na lei de cada local.

Mas inocentes são vítimas,

De bombardeio fatal.

12

Na regra do artigo doze

Não haverá interferência

Na vida privada, no lar

Ou numa correspondência,

Essas normas são violadas

Até com muita insistência.

13

Fala o treze da liberdade

De locomover e morar,

Dentro de um território,

Podendo sair e retornar,

Mas existem ditaduras

Que persistem em violar.

14

O quatorze dá direito

A vítima de perseguição,

Que pode procurar asilo,

Em seja qual for a nação,

Muitos Países descumprem

E não dão essa proteção.

15

Pelo quinze fazemos jus

A uma nacionalidade,

Não podemos ser privados

Dessa legal faculdade,

Podendo até mudá-la,

Se houver necessidade.

16

O dezesseis nos ensina

Que maiores de idade,

Podem contrair matrimônio,

Por espontânea vontade,

O duro é manter a família,

Agregando-a a realidade.

17

O dezessete vem tratar

Do direito à Propriedade,

A qual não se deve violar

Pela arbitrariedade,

Poucos são donos de tudo,

Muitos na precariedade.

18

Pelo dezoito somos livres

Pra refletir e pensar,

De cultuar religião

Quando nela acreditar,

Cristãos, judeus e outros,

Teimam em se digladiar.

19

O dezenove complementa

A idéia do anterior,

Expressaremos opiniões

Seja em que lugar for,

Se não houver embaraços

Com prepotente ditador.

20

O artigo vinte agrega

Liberando reunião,

Podemos pacificamente,

Criar associação,

Mas os ricos liberais,

Preferem desunião.

21

O vinte e um nos indica

Que podemos governar,

Escolhendo representantes,

Ou se um pleito conquistar,

Mas voto é mercadoria

E só ganha marajá.

22

Pretende o vinte e dois

Dá segurança social,

A que fazemos jus,

Pelo esforço nacional,

Mas educação e saúde,

Estão num plano orbital.

23

Pelo artigo vinte e três

O homem deve trabalhar

Ter remuneração decente,

E sindicato organizar,

Os projetos globalizantes,

Querem com isso acabar.



24

É no vinte e quatro

Que podemos repousar,

Ter lazer, férias com grana,

E na Europa passear,

Um sonho do operário,

Que mal pode se alimentar.

25

É direito no vinte e cinco,

Ter padrão de vida real,

Alimentar-se, morar bem,

Ter um bem-estar social,

O difícil é ter acesso,

Ao que é fundamental.

26

Agora pelo vinte e seis,

Tenho que ter instrução

Pra compreender a miséria

E debater a questão,

O poder sabendo disso,

Destrói a educação.

27

O artigo vinte e sete

Vem nos dá a proteção,

Sobre o que se produz

Pra cultura da nação,

O nosso direito autoral,

Não esboça reação.

28

O vinte e oito se apega

Na ordem sócio-global,

Pra que o estabelecido,

Realize-se no total,

O preceito é coerente,

Mas não cumprem no final.

29

Prevê o vinte e nove

A nossa obrigação,

De respeitarmos as leis

E também o nosso irmão,

No entanto há violência,

Por faltar compreensão.

30

Chego no artigo trinta

Vejo nele a previsão,

Que nenhum dispositivo

Da presente declaração,

Seja porém destruídos

Por revoltosa nação.





Analisei as premissas

Dos direitos fundamentais,

Mostrei a Declaração,

Nos seus aspectos formais,

Dissequei todos artigos,

Fazendo críticas leais.



O homem sempre lutou

Pra reaver seu direito

A história mostra isso

De modo muito perfeito,

Mas apesar do progresso,

Persistimos no defeito



Fiz um breve retrospecto

Do que é primordial,

Para que o homem viva

Na sociedade ideal,

Espero que no futuro

Não existe desigual.



Tenho medicação certa

Pra que todos vivam bem

Acabe com a ganância,

Divida o que você tem,

Pois na vida espiritual,

Não precisará de vintém.



Dedico esse trabalho

A quem nele acreditar,

A Deus referencio

Por ele me ajudar.

A Terra será um éden,

Quando povo se agregar.



Dados do autor:

1. Data Nascimento: 07.01.61;
2. Local: Pendências/RN;
3. Esposa: Maria José Oliveira de Queiroz;
4. Filhos: Rafaela Oliveira de Queiroz, Francisco Diogo Oliveira de Queiroz e Marcela Oliveira de Queiroz;
5. Servidor Público Federal;
6. Endereço: Rua Tabapuã nº 442, Conj. Santarém, Potengi-Natal/RN;
7. Fone: 761.2684;
8. Estudante do 7º período do Curso de Direito(noturno) na UFRN.

Natal/RN, 20 de novembro de 1998.

Editado pelo Projeto Mandacaru de Literatura de Cordel.