"Numa atmosfera lendária, de exótica e delicada poesia, desenrola-se a história triste dos amores de Martim, primeiro colonizador português do Ceará, e Iracema, jovem e bela índia tabajara, filha de Araquém, pajé da tribo. Martim saíra à caça com seu amigo Poti, guerreiro pitiguara, e perdera-se do companheiro, indo ter aos campos dos inimigos tabajaras. Encontra Iracema, que o acolhe na cabana de Araquém, enquanto volta Caubi , seu irmão, que reconduziria o guerreiro branco, são e salvo às terras pitiguaras. Iracema, porém, apaixona-se por Martim, traindo o segredo de jurema, que guardava como virgem de Tupã. Acompanha o esposo, deixando na sua tribo um ambiente de revolta, acirrado pelos ciúmes de Irapuã, destemido chefe tabajara. Desencadeia-se a guerra da vingança, e os tabajaras são derrotados; Iracema confunde as venturas do amor com as amargas tristezas que despertam os campos juncados de cadáveres de seus irmãos. Ao remorso e saudade outra dor se lhe acrescenta; o arrefecimento do amor de Martim que, para amenizar a nostalgia da pátria distante, ausenta-se em longas e demoradas jornadas. Num dos seus regressos, encontra Iracema às portas da morte, - exausta pelo esforço que fizera para alimentar o filhinho recém-nascido, a quem dera o nome de Moacir, literalmente na sua língua, filho da dor. Martim enterra o corpo da esposa e parte, levando o filho e a saudade da fiel companheira.
(Extraído do Pequeno Dicionário da Literatura Brasileira - Ed. Culturix)
ORGANIZAÇÃO
1) O gênero literário predominante na obra é o épico, caracterizado pela presença de um narrador, pela observação e pela visão do mundo exterior. Embora predomine o épico, Iracema apresenta também aspectos líricos, principalmente se se levar em conta a poesia de sua linguagem, marcada pelo ritmo e sonoridade, além da configuração altamente subjetiva, revelada sobretudo pelo tom metafórico que perpassa o romance.
2) A técnica narrativa utilizada é a terceira pessoa.O narrador é onipresente e onisciente: sabe tudo que se passa ao seu redor. Focalizando uma época que revela o início da colonização do Brasil, a visão em terceira pessoa, é sem dúvida, a mais adequada e coerente.
3) A linguagem é extremamente poética, o que nos faz imaginar as belezas, os deslumbres da mata virgem, da natureza. Além disso, durante todo o enredo, há a utilização de símiles que nos fazem visualizar , com maior precisão, o que o autor quer passar para o leitor.
4) Seguindo critérios mais ou menos subjetivos, podemos dividir o romance em três partes:
a) A primeira parte mostra o encontro de Iracema e Martim e o incontrolável amor que surge entre eles;
b) A Segunda conta a fuga de Iracema que abandona o lar, a família e os irmãos para viver com Martim, numa cabana distante, no litoral, vivendo aí a sua gravidez e uma profunda saudade e angústia;
c) A terceira relata o sofrimento de Iracema ao perceber que Martim não é feliz. Sofre calada até que a morte a chama.
5) Sem dúvida, a obra de José de Alencar se enquadra no estilo de época romântico em que se destaca o indianismo, que foi uma das formas mais significativas assumidas pelo nacionalismo romântico.
Podemos citar várias características do Romantismo, presentes na obra:
a) O culto e a exaltação da natureza;
b) A idealização de índio como um ser nobre, valoroso, fiel e cavalheiro;
c) Sublimação do amor e idealização da mulher;
d) Sentimentalismo amoroso configurado na temática amor e morte;
e) A concepção amorosa a partir dos sentimentos puros e castos.
6) Composto de trinta e três capítulos curtos, Iracema vem precedido de um prólogo e encerrado por uma "carta ao Dr. Jaguaribe", em que Alencar expõe os motivos patrióticos e sentimentais que o levaram a escrever o livro.
7) A ação do romance se desenvolve no Ceará, nos primórdios do século XVII, e se apóia em fatos históricos verdadeiros. Martim, o protagonista masculino da história, é Martim Soares Moreno, que deixou o seu nome inscrito na colonização do Brasil. Sua amizade a Poti e Jacaúna, chefe dos índios do litoral, foi decisiva para a conquista da região, que viria a ser o Ceará.
PERSONAGENS
1) Iracema - a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asas da graúna e mais longos que seu talhe de palmeira. O favo da jati não era mais doce que seu sorriso, nem a baunilha rescendia no bosque como se hálito perfumado. Era mais rápida que a ema selvagem. Índia da tribo tabajara, filha de Araquém. Demonstrou muita coragem e sensibilidade. Revelou-se amiga, companheira, amorosa, amante, submissa e confiante. Renunciou tudo pelo amor de Martim. Representa bem o elemento indígena que se casa com o branco para formar uma nova raça: a brasileira.
2) Martim - o seu nome na língua indígena significa "filho de guerreiro". Era português e veio ao Brasil numa expedição, quando fez amizade com Jacaúna, chefe dos pitiguaras, dos quais recebeu o nome de Coatiabo - "guerreiro pintado". Tinha nas faces o branco das areias que bordam o mar, nos olhos o azul triste das águas profundas, os cabelos do sol. Corajoso, valente, audaz, representa bem o branco conquistador, que se impôs aos índios na colonização do Brasil.
3) Araquém - pai de Iracema, pajé da tribo tabajara, tinha os olhos cavos e rugas profundas, compridos e raros cabelos brancos. Era um grande conselheiro, tinha o dom da sabedoria e da liderança.
4) Andira - irmão do pajé Araquém. Provou ser um grande e impetuoso guerreiro. É o velho herói. É feroz Andira que bebeu mais sangue na guerra que beberam já tantos guerreiros. Ele viu muitos combates na vida, escapelou muitos pitiguaras. Nunca temeu o inimigo. Seu nome significa "morcego".
5) Caubi - irmão de Iracema. Tinha o ouvido sutil, era capaz de pressentir a boicininga (cascavel) entre rumores da mata; tinha o olhar que melhor vê nas trevas. Era bom caçador, corajoso, guerreiro destemido que não guardou rancor da irmã, indo visitá-la na sua choupana distante.
6) Irapuã - chefe dos tabajaras, manhoso, traiçoeiro, ciumento, corajoso, valente, um grande guerreiro. Estava sempre lembrando a Iracema sobre a necessidade de se conservar virgem, pois ela guardava o segredo de Jurema. O seu nome significa "mel redondo". De certa forma, Irapuã representa, com sua oposição, um esforço no sentimento de guardar e preservar as tradições indígenas.
7) Poti - guerreiro destemido, irmão do chefe dos pitiguaras. Prudente, valente, audaz, livre, ligeiro e muito vivo. Tinha uma grande amizade por Martim a quem considerava irmão e de quem era aliado.
8) Jacaúna - o grande Jacaúna, o chefe dos pitiguaras, senhor das praias do mar. O seu colar de guerra, com os dentes dos inimigos vencidos, era um brasão e troféu de valentia. Era corajoso, exímio guerreiro, forte. Seu nome tem o significado de "jacarandá-preto".
9) Batuireté - avô de Poti, maior chefe. Tinha a cabeça nua de cabelos, cheio de rugas, Morava numa cabana na Serra do Maranguab (sabedor de guerra). Batuireté significa "valente nadador".
10) Jatobá - pai de Poti. Conduziu os pitiguaras a muitas vitórias. Robusto e valente.
11) Moacir - o nascido do sofrimento, o "filho da dor". É, na alegoria de Alencar, o primeiro brasileiro - fruto da união do branco com o índio. Mal nasceu, já exilava da terra que o gerou. Estaria nisso a predestinação errante da gente nordestina?
ASPECTOS TEMÁTICOS MARCANTES
1) Um dos propósitos de Alencar, ao conceber Iracema, foi, sem dúvida, mostrar como se deu a formação do Ceará, seu Estado natal - a terra onde "canta a jandaia", como significa "Ceará" ao pé da letra, e explica o autor: "Ceará é nome composto de cemo - cantar forte, calmar, e ara - pequena arara ou periquito".
Como se viu pelo enredo, Moacir, filho do cruzamento do branco (Martim) com o índio (Iracema), é o "primeiro cearense". A conquista da terra pelo branco, ocorrida nos primórdios do século XVII, deu-se através de lutas sangrentas em que os portugueses contaram com a valiosa ajuda dos índios pitiguaras, que habitavam o litoral.
2) Ao retratar o mundo selvagem e primitivo dos índios, Alencar reveste a sua prosa de um tom poético e ingênuo, , tentando, assim dar uma visão da realidade focalizada a partir da ótica do índio: as imagens, as comparações, a forma de exprimir mostram o índio integrado no seu “habitat” natural e como que sugerem o nascimento de um mundo novo; penetrando nas entranhas da terra virgem e selvagem, o branco conquistador iria fazer brotar uma nova raça.
3) Conforme vem explicado em “Literatura comentada”(“Abril Educação”), “todas as imagens de que Alencar se utiliza para se referir a Iracema são retiradas da natureza local, identificando Iracema claramente com essa natureza, fazendo-a símbolo do Brasil e, por extensão, da América. Um crítico já observou que Iracema é anagrama da América, isto é, Iracema tem exatamente as mesmas letras de América, só que em outra ordem. Assim, simbolicamente, a morte da índia, no final da estória, pode representar a aniquilação da cultura nativa pela invasora que conquista domina a terra”.
Postado por Professor Romilson
Mais um romance escrito por José de Alencar, Iracema, que relata perfeitamente através de uma idealizada história de amor, as terras americanas, atual Brasil, sendo uma fonte de extração, onde seus colonizadores fazem bem o que se pensam da mesma. Indígenas, guerreiros, pajé, cabanas, tribos, lanças... Nada disso é tirado da cabeça de José, como se fosse imaginado e adaptado para entrar no roteiro dessa história, tudo isso sim, existiu, em fonte material ou não, mas foi condenada há viver em uma prisão para sempre como seres fora da sociedade.
ResponderExcluirA história de Iracema, não nos revela somente um fato histórico que aconteceu mais de mil e quinhentos anos atrás, que se baseia na violação das terras brasileiras pela colonização portuguesa, em que destrói o índio, visto como obstáculo, e retira os bens mais preciosos daquele lugar, que é visto como fonte econômica extrativista para a coroa portuguesa, mas podemos associar a mesma em nossa realidade, vivida em 2015, como a destruição do aceitar e respeitar os bens do valor de como o mundo é formado, o mundo material e imaterial, visto pelas culturas, pessoas, florestas, casas, animais, línguas, vestimentas... Um Brasil em que não é, pois, como Martin é a sociedade, como Iracema são os povos que não são aceitos, como Moacir são todas heranças que são retiradas desses povos, assim é desrespeitado o direito de viver.
Iracema é igual à América, não necessariamente um lugar, onde pra uns é o paraíso e para outros é fonte econômica, mas também um povo, ou povos, que mostra a identidade americana, mas onde Martin, que pode ser os portugueses interesseiros, como também a máscara padrão de uma sociedade que esconde a identidade de origem desses povos, e sendo Moacir, como os bens mais preciosos retirados de seu lugar, como também os valores de origens onde são obrigados a serem retirados, ou esquecidos, para formar a sociedade em que todos consideram padrão. O que muda ao longo dos anos são os mesmos personagens, mas as histórias são as mesmas.
Laura Lyssa Carvalho de Sousa-801
Iracema, uma indígena bonita, virgem, sem muito conhecimento de sua beleza e importância, vivendo livremente na floresta com sua tribo. Tudo parece muito idealizado para uma pessoa, mas será que isso é baseado em um lugar e não em alguém? Pensaremos primeiro no nome, IRACEMA, coincidentemente ou não, ele forma um anagrama, AMÉRICA. Com isso, a história pode ter todo um novo significado. Dessas informações, vemos que Martim, pode ser um representante dos portugueses, Iracema, da América, Moacir das riquezas e etc.
ResponderExcluirÉ claro que, nesse mundo teremos várias e várias interpretações da história, alguns dirão que não foi baseado no continente, mas sim no Ceará e toda sua história de fundação, outros darão diferentes histórias e assim por diante.
Nunca saberemos ao certo, o que José quis dizer, mas é aí que está a graça, no mistério.
Luisa Heinle Kühner 802
Iracema é uma historia que pode ser lida de dois jeitos diferentes. Um jeito é lendo uma historinha de uma indiazinha que se apaixonou por um português que acabou de chegar de Portugal em uma viagem longa com destino em uma terra desconhecida ( Brasil ). A indiazinha quebra todas as regras dadas para ela em sua tribo para viver com seu amado. Porém, este a deixa grávida e volta para Portugal. Perto do nascimento de seu filho, ele volta e encontra sua indiazinha morta por dar a luz a seu filho. O português volta para Portugal e assim que acaba a história.
ResponderExcluirMas não é só esse tipo de leitura que podemos ter quando lemos Iracema. Nós podemos ir bem mais a fundo. Começamos por perceber que Iracema é anagrama de América, o que podemos associar a história feita por Alencar. O português por exemplo pode ser associado aos portugueses que descobriram o Brasil. Os portugueses conquistam a América ( Iracema ) e tiram dela o que ela pode dar de melhor ( no caso da historinha, seria seu filho, Moacir ) e leva para sua terra natal, Portugal.
Poderíamos dizer também que Moacir é o fruto dos dois povos, dando origem a uma nova nação, uma nação mestiça, nem portuguesa nem indígena, porém a junção delas, fazendo-nos pensar que o português não agiu de má intenção, porém com o objetivo de trazer para o território brasileiro outros tipos de habitantes.
O que eu vejo nessa história é uma critica sobre a história do Brasil, que explica o que realmente aconteceu, porem com uma maneira mais sutil de dizer o que realmente aconteceu. Botando uma historinha encobrindo o que ele realmente queria dizer com tudo isso.
É claro que, do mesmo jeito que interpretei a história desses jeitos, podem existir mais jeitos de interpretar essa história, fazendo com que ela esteja aberta a vários tipos de interpretações diferentes.
Anna Carolina Maia - 801
É muito interessante esse "jogo" que José de Alencar fez em relação ao Brasil e à virgem dos lábios de mel. Abriu os olhos do leitor para que o mesmo pudesse enxergar o que o português fez quando aqui chegou: pegou a maior riqueza, apagou um pouco da cultura indígena (na obra, a morte de Iracema representa isso) e levou os bens para sua terra. Infelizmente, nem todos conseguem enxergar isso, mas essa é a ideia que o patrono da nossa literatura tentou passar para nós. Até hoje, algumas pessoas (ignorantes, obviamente) tentam acabar ou não preservam a cultura do índio, assim como fez Martim, o português, porque acham que ela é desnecessária, sendo que a mesma fez e faz parte da nossa história, desde que o país era colônia. Admiro o trabalho de Alencar por isso: ele "colocava a boca no mundo" mesmo, não queria saber se iriam gostar ou não; simplesmente falava o que pensava e o que era referente à atualidade; e isso podemos ver claramente nessa lenda que foi transformada em livro por tamanha paixão desse escritor.
ResponderExcluirJade Tavares - 801
Bom, eu li o livro "Iracema em quadrinhos" e pude perceber um pouco mais sobre a ironia de José de Alencar em seus livros. Por exemplo, Iracema é anagrama de América e no livro, ela é a virgem dos lábios de mel de sua tribo, porém, quando Martim (europeu cujo nome tem significado de deus da guerra) chega em sua terra, ela se apaixona por ele e vice-versa. Essa paixão foi tão forte, que ele tirou a "pureza" dela e os dois tiveram um filho chamado Moacir (seu nome é relacionado à dor) e ele foi com seu pai para a Europa após a morte de sua mãe. Essa história toda não é à toa, isso tudo tem uma relação com a história do Brasil, que foi colonizado pelos europeus e estes chegaram aqui, extraíram as riquezas do lugar e levaram para seu lugar de origem e o que era daqui, sumiu, assim como Iracema...
ResponderExcluirCom tudo isso, podemos ver a relação de uma coisa com outra totalmente diferente nas histórias desse escritor tão conhecido, José de Alencar
Lara Gomes - 801
Uma intertextualidade sobre a obra Iracema muito boa, pois ajuda a compreender o grande livro de José de Alencar, que é uma grande metáfora sobre a nossa colonização, que embora tenha nos deixado coisas boas, como culturas, religiões, línguas e outras coisas, também nos causou muitos problemas.
ResponderExcluirOs personagens já existirem é um fato muito legal, pois é uma historia com pessoas reais, não só personagens fictícios, oque de certa forma da um ar mais real a história, mas também nos mostra que Alencar consegue passar informações de sua terra, o ceará, mesclados com criticas ao branco europeu e ainda assim criar uma ótima história.
Nesse resumo de Iracema, percebemos quanto era a imaginação de Alencar, para encaixar tantas informações numa obra, que ainda sai com uma boa história, que a olhos leigos, seria a historia de amor entre um branco e uma índia.
Artur Lopes 801
A obra 'Iracema' de José de Alencar é um perfeito exemplo do Romance Indianista.
ResponderExcluirA história que vai muito além de um simples conto amoroso de uma índia, contém um anagrama, onde Iracema representa América, e a partir daí que começamos a entender a obra. Se prestarmos muita atenção nos detalhes, vemos que o autor contou a história da América por trás disso tudo, o que foi de extrema inteligência.
Além de nos dar a ideia de como o 'brasileiro' surgiu, a mistura da cultura e do povo indígena com os europeus. A presença da natureza e de algumas características do Romantismo estão bem em destaque, apenas existem personagens perfeitos, sem defeitos e sempre de um jeito heroico.
Mariana Beatriz 802
Considerar José de Alencar um escravagista é um tremendo equívoco, é preciso estudar toda a sua história para encontrar uma resposta sobre esse assunto. Suas preocupações ião muito além da simples libertação dos escravos e levavam em consideração todo o contexto da época.
ResponderExcluirCada um interpreta de um jeito o que ele realmente era, mas sabemos que ele se preocupava, e muito, com o 'depois' desse acontecimento, que poderia gerar muito caos. O que gerou em algumas regiões.
Ele está certo, quem pensa que simplesmente assinar um papel, uma lei, era só isso, está muito enganado.
Como ficarão os escravos depois de libertos? Pessoas sem estudos, sem formação, sem oportunidades de trabalho e sem lugar naquela sociedade? Como ficarão naquela época no Brasil? Essas são algumas das perguntas que fizeram José de Alencar pensar muito, e ter uma visão diferente do que a de muita gente que simplesmente apoiava sem a menor preocupação a abolição da escravatura.
Mariana Beatriz 802
É bem incrível como José de Alencar era cheio de imaginação, ele simplesmente via uma situação que podia ser simples, e começava a desenvolver uma grande história de amor, que podia ser cheia de segredos.
ResponderExcluirEu já li o romance Iracema, e primeiramente eu só via uma história de uma índia que se apaixonou pelo Martim, um colonizador português, e que teve um filho, morreu e seu marido ainda levou consigo o filho dela para sua terra natal. Eu nunca teria imaginado o que essa história realmente fala.
Ela é bem diversificada em seus temas, eu achei um pouco confuso no início, mas no geral a história é bem legal. Sem dúvida ela se encaixa na área do romantismo em relação ao indianismo, pois o foco é voltado para Iracema, uma índia, que se apaixona pelo português, e depois morre.
Terminando, o contexto da história usado foi bem interessante, pois Alencar retratou o primeiro cearense, com o filho dela chamado Moacir, as guerras, a colonização, etc. Mas o ponto que eu achei mais interessante, foi que na verdade o nome Iracema ser anagrama de América, retratando que os colonos portugueses entraram no Brasil, o dominaram, retiraram o que era mais importante, e levaram tudo para Portugal, assim com no livro.
Davi Amaral Pereira
802
Na minha opinião, Jose de Alencar fez um ótimo trabalho em Iracema, principalmente na sua jogada ao pensar os nomes e fazendo tudo se encaixar de acordo com a situação. Por exemplo, só quem sabe que Iracema é anagrama de America entenderia que a historia se trata da colonização do Brasil pelos Portugueses, que chegaram aqui, tiraram nossas preciosidades e levaram para a Europa, que no caso seria o filho de Iracema. A obra é cercada da idealização, um momento em que podemos ver isso é quando dizem que Iracema quando acordava tinha Hálito de baunilha, e todos sabemos que isso não pode ser verdade. Por traz da historia bonitinha de Iracema podemos perceber a verdadeira informação que Alencar queria passar para nos, sobre os Portugueses, os índios, a America e a colonização do ceara. Imagino que quando o romance tenha sido lançado, ninguém tenha entendido o significado mas com o passar do tempo as pessoas foram percebendo o que tinha por traz e entendendo o porque da historia. O narrador em terceira pessoa foi com certeza um elemento importante na historia, pois assim poderíamos entender melhor a historia sendo contada por alguém que sabia de tudo que acontecia, e algo que deixou mais claro que era na colonização que se passava a historia é que foi focalizada uma época que revelava o inicio da colonização do Brasil. O estilo escolhido para a obra foi o Indianismo, que poe os índios como heróis, pois na época, eles precisavam de alguém para torna-lo herói, e como os negros ainda eram algo que devia ser excluído da sociedade e o branco tinha de ser esquecido por conta dos maus que eles causaram o índio foi o único que sobrou. Na obra ouvimos falar muito sobre a natureza, como estávamos falando do Brasil na época da colonização, a natureza que existia era indispensável na historia. Ha fatos históricos verdadeiros na obra como o protagonista Martin que realmente existiu e deixou seu nome marcado no Brasil, seu nome verdadeiro era Martin Soares Moreno. Algo que nos ajuda a entender que Iracema é a natureza é quando o narrador descreve Iracema comparando ela apenas com a natureza com o se ela fizesse farte dela, e cada detalhe dela pertence a mata.
ResponderExcluirAnna Carolina M. 802
Iracema é um romance muito inteligente, no qual a pessoa precisa ler com atenção para entender o que José de Alencar realmente queria dizer com aquela história. No caso desse romance temos um anagrama, na qual Iracema escrevendo de outra forma vira América. Ele queria falar que o Martim, colonizador europeu, veio para tirar tudo de melhor da Iracema, simplesmente o que os colonizadores fizeram ao chegar a América, destruíram, exploraram, roubaram o que tínhamos de melhor.
ResponderExcluirMartim chega da floresta, vindo de uma tribo inimiga, e conhece Iracema, os dois começaram a se amar e acabaram tendo um filho, o que não seria permitido a Iracema, pois tinha que continuar virgem para beber a jurema. Esse filho, ela nomeia de Moacir, que significa filho da dor, o que acabou nascendo da colonização europeia, destruíram e o que aqui sobrou pode ser considerado como filho da dor.
Nossa terra veio de um longo período de sofrimento, de dor, lagrimas, que mesmo depois de muitos problemas e dificuldades conseguiu se firmar. Os colonizadores, assim como Martim, tiraram o que a América e Iracema tinham, dando uma falsa sensação de prazer, pois não jogavam limpo, fizeram o que não podiam fazer nunca, tirar algo sem a permissão de alguém. No caso de Martim a virgindade de Iracema e os colonizadores que tiraram nossas riquezas, tanto minerais quanto de nosso povo, parte de sua cultura.
Victor Melo Ismério
Alencar e seus romances incríveis. A obra de Iracema também é conhecida como a “lenda do Ceará” e “A virgem dos lábios de mel”, pois o escritor criou uma explicação poética para a sua origem natal e tornou-se o símbolo do Ceará.
ResponderExcluirJosé inventou três romances indianistas, o primeiro foi O Guarani, o segundo Iracema e o terceiro Ubirajara. Elas possuem uma ordem histórica, o Ubirajara que é um índio sem o contato europeu, a Iracema com o começo do choque Europeu e O Guarani como índio convivendo com os portugueses. Entre eles, o que é considerado mais maduro é Iracema, pois admite várias interpretações, com uma excelente estrutura narrativa, como o nome Iracema que é anagrama de América.
Maria Gabriela Naves-801
Iracema é um dos muitos livros de José de Alencar, que consegue passar uma mensagem por trás de uma simples historinha de amor. Se pensamos em ‘’Iracema desenho’’, resumimos a história com relatos da grande paixão vivida por Martim e a protagonista, Iracema, e o seu triste destino, nada mais.
ResponderExcluirSe vemos a rica obra de José com outros olhares, desvendamos um enigma que eu amei desvendar.
Primeiramente, é importante perceber que "Iracema'' é anagrama de ''América''. Aí você entende tudo. O nome ''Martim'', vem de ''Marte'' que quer dizer ''deus da guerra''. Está lembrado do que ocorreu na nossa América? Uma imensa ''guerra'' não é mesmo?
O filho da bela índia se chama ''Moacir'', que quer dizer: o que faz sofrer. Após a morte de sua mãe, Moacir vai para Portugal com Martim. Como uma riqueza arrancada de sua terra.
Só então, paramos para refletir: qual a importância do índio no Brasil, nos dias atuais? Só lembramos dele em 19 de abril? Tem algo muito errado nisso, que, para que o Brasil não perca a sua história no tempo, precisa ser urgentemente mudado.
Stella Strecht Santos- 801
Iracema é de fato uma historia de tirar o fôlego , na qual é passada uma critica sobre a origem do Brasil . José de Alencar conseguiu passar essa critica de forma que somente os mais cultos poderiam entende-la , assim não causaria problemas para si próprio .
ResponderExcluirPara uma pessoa que não tem grandes conhecimentos , a historia de Iracema relata apenas a historia de uma pobre indiazinha que se apaixona por um colonizador . Mas se olharmos com outros olhos podemos perceber que Iracema é anagrama de América e que a história de Iracema na verdade esta nos contando a historia da tão grande e falada América .
Como naquela época o Brasil estava tentando se afastar de Portugal , ao invés de mostrarem agora o branco como o herói , necessitavam de um novo herói , alguém que trouxesse novamente esperança ao povo alguém que contasse a verdadeira historia do Brasil .
E foi ai que a nossa Iracema entrou em cena , representando o índio como o símbolo brasileiro .
Victoria Leite
802
Christian Almeida Miranda
ResponderExcluir801 ativo
Nesse romance de José de alencar ele relata aparentemente oque acontecia na época dos colonizadores, Iracema a protagonista e uma índia "inocente" pois nunca tinha vivido uma relação amorosa, então após a chegada de um português ela quebra as regras e tem um filho com ele, e então nessa parte podemos perceber que os portugueses já estavam influenciando os índios a fazerem coisas (que no caso e engravidar oque Iracema não podia fazer) que contrariam suas regras e tradicao e então Iracema morre e o português leva seu filho e de Iracema para Portugal, vemos mais uma vês o português carregando sua herança, (a dos indios que no caso era o bebe) embora para outra terra, então podemos perceber as intenções de José de Alencar ao escrever esse livro.