As Vantagens De Ser Um Sujeito
(Grupo – Lucas Neiva, Gabriel Martins, Luma Pimentel, Lucas Gouveia / Turma 802 )
Capítulo 1- Autoestima
É uma noite fria. Estou em meu quarto, ele está escuro demais, chega a um ponto até assustador, mas a luz do meu computador está iluminando certas partes.
Não tenho medo de escuro nem mesmo de ficar sozinho, mas algo está me incomodando . Sinto uma pedra por um segundo caindo em minha cabeça. Lembro- me de algo.
Amanhã terá prova.
Olho para baixo e avisto o meu pequeno rato de estimação, ele está roendo a minha meia do pé esquerdo. Sinto pequenos impulsos nervosos de dor, mas não ligo e deixo- o continuar. Ele tem uma pele áspera e uma cara de desgosto. Possui olhos negros e profundos. Seu nome é Vocativo, minha irmã, Transitividade, que o nomeou assim, honestamente, não gosto desse nome, mas como não tenho criatividade de inventar um nome para um rato deixo chamá-lo assim. Relembro que será aplicado a tal “prova mais importante do ano”, mas não ligo. Pego o meu livro “As vantagens de ser um Sujeito” desço a escada de minha casa e sento no sofá. Leio até hora de dormir.
Todo este tempo tive jogando, nem ao menos tentei me concentrar agora que me lembrei do maldito teste. Terei de parar de me divertir, além do mais não terminei de falar com a Crase, uma linda menina morena de cabelos encaracolados, e ainda, como um bônus para sua incrível beleza possui olhos brilhantes verdes, a menina que sempre sonhei. Não sei bem o que aconteceu tudo girou e acordei. Era um sonho.
Capítulo 2 - Cola
Levanto-me, tentando me equilibrar para manter-me em pé. Ando até meu banheiro, lavo meu rosto e vejo as horas em um pequeno relógio verde, de parede que se destaca nas paredes beges de meu banheiro. E percebo que já são 6:47, me desespero, pois percebo que estou atrasado, tiro meu pijama e visto- me para escola. Passa-se 20 minutos, entre este tempo eu tomara café e entrara no carro.
Entre o caminho de casa e o da escola avisto árvores e o meu melhor amigo, seu nome é Adjunto Adverbial. Falei direcionado para minha mãe:
- Pare o carro!
- Por quê?
- Meu amigo, quero dar carona para ele.
Minha mãe para o carro e o manobra até uma vaga. Ponho a cabeça para fora do carro e grito:
- Adjunto! Adjunto!
Ele demora a me achar, pois tem um tipo raro de dislexia. Mas me acha e grita:
- Sujeito, é você?
- Sim. Quer carona?
- Seria ótimo, obrigado.
Ele se aproxima do automóvel enquanto masca um puxa- puxa. Adjunto é filho de nosso professor de português, que, aliás, aplicará a prova hoje. Ad é um apelido íntimo que dei para ele. Possui pele negra, é relativamente pequeno para sua idade, tem olhos cor de mel e bochechas carnudas. Olho fixamente em seus olhos, até que algumas palavras, aliás, uns ruídos saem de minha boca:
- Cadê seu pai?
- Ele dormiu mais do que deveria e mandou eu ir andando e tal – responde ele
- E ele vai faltar o trabalho?
- Cara, acho que não né, porque hoje tem prova.
Vejo a expressão de minha mãe, e percebo que ela está precoupada , ela me viu ontem apenas lendo, percebeu na hora que não estudei pelo olhar que devolvi a ela
Depois disso não trocamos nenhuma palavra dentro do carro. Minha mãe nos deixou em frente ao colégio, me despedi dela e entramos no colégio passamos pelos corredores parcialmente vazios e entro em minha sala, ela estava cheia. Os minutos passam como segundos e o professor já estava na sala. Ele olha para a turma e senta em sua mesa, começa então a fazer a chamada, enquanto isso, sem prestar atenção no resto da turma fiquei brincando de equilibrar meu lápis em pé na mesa, afinal o que eu fazer , nunca fico nervoso com provas , sem grandes resultado com o lápis parei e prestei atenção na chamada porque meu nome estava se aproximando , então na minha vez marquei minha presença na sala , logo depois o professor se levantou da mesa com um ar maníaco , rosto risonho e passando a turma com um olhar que muitos devem ter se sentido aterrorizados um olhar que eu diria ser , sede de reprovação , entregou o exame e sentou em sua cadeira , não fez mais nada além de encarar os alunos e identificar alguma cola de um colega que desse bobeira , provavelmente seria muito difícil colar.
Mas surpreendentemente ele fala algo:
- Bem-vindos ao inferno. Quero dizer zererno. - Sim meu professor era viciado em zeros, em dar zeros -Bom, a prova não está difícil, esta impossível! - Ele exclama - Boa sorte porque vocês precisarão.
- Nós não precisamos, né Direto?
- Claro Indireto.
Objeto Direto e Objeto Indireto, seus nomes completos, são os "estudiosos da turma". São um par de gêmeos ruivos e altos. Um é a cara do outro, ou seja, ambos são ridiculamente feios. Mas Objeto Direto tem mais sucesso com garotas, não sei a razão.
Comecei a fazer a prova, tudo estava claro para mim, não havia estudado, porém não precisava, até hoje eu era o melhor de todos os alunos da classe e até mesmo da escola. Falei para mim mesmo baixinho:
- Calma, Sujeito, você consegue.
Comecei o teste. Primeiramente escrevo meu nome "Sujeito Simples Posposto" este é meu nome completo, mas não gosto que as pessoas o pronunciem, completo o cabeçalho e definitivamente começo a prova. Olho para a prova e vejo a questão de número 1. Fico 5 minutos olhando a questão e passo para a próxima questão. A mesma coisa acontece com a questão 2, e me sinto humilhado. Humilhado por 3 folhas de papel com 10 questões. Humilhado por uma prova. Sem querer escapa de minha garganta:
- Eu sou um lixo.
Percebo que o professor escutou, ele retruca com um trocadilho imbecil:
- Lixo será a sua prova, pérfido.
Sei que é uma brincadeira então não o levo a mal. A sala toda ri, também rio. Depois que o riso abaixou, olho para frente e avisto meu melhor amigo Ad, discretamente pronuncio seu nome. As únicas palavras que consigo pronunciar são:
- Ad, me de respostas.
Capitulo 3 – A Lição
Depois da terceira tentativa de chamar meu amigo silenciosamente comecei a ficar preocupado, só respondera as questões três e quatro e ainda tinha dúvidas de suas respostas. Olho para os lados, encontro todos os meus colegas com olhos fixos na prova. Crase, que estava sentada ao lado do Ad, parecia estar cansada. Por um momento penso em pedir ajuda-la, mas nunca trocara meia palavra com ela, eu pensei todas as vezes que falei com ela, mas me atrapalhava ou havia algum imprevisto. Deixei o medo e a vergonha e sussurrei:
- Crase, estou realmente desesperado, poderia me ajudar?
Automaticamente pegou uma folha que estava em sua mesa e começou a escrever, ele não estava acreditando, a garota de seus sonhos e que ele gostava, e também que era a quarta mais inteligente da sala, depois de mim e os gêmeos, estava me dando cola! Agradeci com um aceno com minha cabeça e comecei a escrever.
Entreguei a prova todo confiante e até feliz, Crase me deu todas as respostas, provavelmente ficaria com um 10!
Os tempos e os sinais da escola passam rápido. Tão rápido que já estou indo para casa com meu pai. Chegando em casa minha mãe veio diretamente falar comigo:
- O que você tem na cabeça garoto? Não estudar para uma prova?
- Mãe, relaxa não preciso estudar, com certeza tirei um 10. E o que eu tenho na cabeça? A resposta é um cérebro.
Sem mais nem menos, minha mãe me deu um tapa na cara, fiquei louco e gritei:
- O que foi isso?! – pergunto.
- Sua primeira lição.
Sem falar mais nada sem almoçar, andei para o meu quarto. Passaram-se horas até que desço e pego um punhado de amoras.
Fico no meu quarto e durmo muito.
Acordo, uma noite sem sonhos. Me preparo para a escola, desço para o café, dou bom-dia para meus pais e saímos. Estou muito nervoso e ao mesmo tempo ansioso pois hoje entregarão os testes e falarei com Crase.
Chegando em sala, poucas pessoas estão nela, avisto Crase e vou falar com ela:
- Oi – falo.
- Olá – ela responde.
- Obrigado por ontem – digo – Valeu.
- Queria falar de ontem com você, sobre a “cola” , era falsa.
Essas palavras me atingem com tanta rapidez que quase desmaio.
- O que? Como assim “falsas” ?
- As respostas eram erradas. Eu te enganei.
Não falo mais nada, só me despeço. Sento e tento equilibrar meu lápis como antes. Não obtenho sucesso então espero a aula começa. Adjunto Adnominal, o professor de português, pai do meu melhor amigo que não quis me ajudar, e o professor mais chato que já existe. Ele fala:
- Bem vindos de volta ao zererno, hoje entregarei seus zeros... Aliás suas provas. Sem conversa, vamos fazer o seguinte esquema: - ele se direciona ao quadro e escreve –
1 – Levantar
2 – Pegar
3 – Decepcionar
4 – Chorar
5 – Sentar
- Claro que estou me referindo a prova.
Passam os alunos que estão em minha frente na chamada e faço as ordens escritas no quadro. Mas não tenho vontade de chorar nem de comemorar. Mas avisto o professor. E ele está vindo em minha direção. Ele chega e fala:
- Parabéns ou não. Você decide.
Fim
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