O governo, embora simpático a iniciativas para poupar o precioso líquido, não vê motivo para pânico iminente
O DIA
Rio - Admite-se, pela primeira vez, colapso no abastecimento de água no Rio de Janeiro, que entra muito tardiamente na campanha voluntária da economia. Como se vivessem num mundo à parte, cariocas e fluminenses pouco deram atenção à seca inclemente. Eis que surgem, nessas plagas, a expressão “volume morto” e prognósticos catastróficos. O governo, embora simpático a iniciativas para poupar o precioso líquido, não vê motivo para pânico iminente.
A situação, no entanto, é bastante grave. São Paulo, estado de cujas bacias, como a do Paraíba, vem o grosso da água que chega às torneiras fluminenses, sofre com a estiagem há meses. Não por acaso o governo mexeu na conta, concedendo descontos a quem reduz o consumo mês a mês e castigando com sobretaxa os que desperdiçam. E assim tem evitado uma seca mais drástica nas residências. Faltou esta conscientização no Rio. Será tarde demais?
Também deve ficar claro que a recomposição dos reservatórios levará anos, a julgar pelos modelos meteorológicos. Vide os paulistanos, que enfrentaram dilúvios este mês, mas viram o nível de suas represas manter-se ou até decair.
O Brasil está no início de uma difícil era de escassez que exigirá esforços de todos. O desafio, contudo, não é poupar uns litros de água hoje e amanhã. É mudar drasticamente as rotinas, rever hábitos e levar essa conscientização adiante.
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