Ser professor é um somatório do conhecimento e aprimoramento profissional do indivíduo e do entendimento e bagagem de vida que este carrega
Nos dias de hoje, ser professor vai muito além do conhecimento técnico especializado de uma determinada área, que deve ser exigido e aprimorado continuamente. Ser professor envolve competências e habilidades para lidar com crianças, jovens e até mesmo adultos em diferentes contextos políticos, sociais, culturais e econômicos. Realidades, por vezes, muito duras, tristes e chocantes.
Com a ausência cada vez maior da presença da família — seja ela qual for — no dia a dia dos estudantes, é o professor que acaba vivenciando muito mais de perto momentos de intensa transformação emocional e corporal dos alunos, participando, inclusive, dos ritos de passagem. E, nestas horas, o que conta e o que se pede não é conteúdo nem conhecimento. É presença. E mais: valores humanos.
Em que aula, por exemplo, mesmo que nas entrelinhas, não se discutem ética, moral, solidariedade, respeito? Direitos e deveres? Professor — de sala de aula — sabe disso. E não foge do embate, da polêmica, da crítica, da cara feia. Sabe ouvir, ponderar e, principalmente, se posicionar.
Como também sabe que não é — nem pode ser — o pai ou a mãe. Que não é psicólogo nem médico, muito menos babá. É um mediador que, ao contrário do que pensam, sofre pressões internas e externas para melhorar não só o ensino, mas o cidadão de hoje e do amanhã. Ou seja: o seu filho, o meu, o dele: os nossos.
Marcus Tavares é jornalista e professor
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