"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor da sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender; e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar." Nelson Mandela.
O apedrejamento acontece há muitos anos como uma forma de intolerância ou de execução a condenados à morte. A ação é condenada em grande parte do mundo, contudo, em alguns países com leis mais extremistas a sentença ainda é aplicada. O ato, além de representar uma violência passional, também pode ter consequências irreversíveis para as vítimas.
Na última segunda-feira (16), duas pedras, sendo uma delas com mais de 1 quilo, foram arremessadas de dentro de uma Escola Municipal direcionadas a uma entidade religiosa, o Centro Espírita Xangô Menino, localizado no Miramar.
É importante ressaltar que a instituição existe há 49 anos no mesmo local, sendo uma das primeiras construções do bairro e por conta da sua história, dedicada à responsabilidade social com toda comunidade, a rua onde está localizado recebeu o mesmo nome do Centro.
Semanalmente passam pelo local, cerca de 500 pessoas, sem contar com os membros da instituição. São realizados trabalhos de diferentes segmentos, desde evangelização com crianças e jovens, trabalhos sociais com a população, cultos, entre outros.
O advogado Tiago Guedes, explicou que para a diretoria da instituição, a violência gratuita que tem ocorrido, vinda da Escola Municipal para o Centro, é tida como Intolerância Religiosa. Ele frisa, que pelo tamanho das últimas pedras arremessadas o ato não pode ter sido cometido por crianças e como o fato acontece sempre no período noturno, quando há a movimentação de crianças no local onde as pedras caem, há uma tentativa de crime.
"O último episódio aconteceu na segunda-feira, por volta das 21h15, este horário é exatamente quando as turminhas de evangelização de crianças e jovens, que possuem uma idade entre 3 a 15 anos, saem das suas turmas, são cerca de 50 crianças e jovens. Estes alunos ficam pelo pátio, neste dia, todas as turmas atrasaram para sair das salas, o que evitou uma tragédia. Uma pedra com mais de 1 quilo pode matar uma criança de 3 anos ou pode deixar uma pessoa com graves sequelas se atingido. Sem dúvidas, é uma questão de intolerância religiosa que estamos sofrendo", destacou Tiago.
Ainda de acordo com os diretores da instituição, esta não é a primeira vez que jogam objetos perigosos por cima dos muros, das últimas vezes, foram arremessadas pedras menores e até mesmo um celular, onde conseguiram destruir uma calha.
Foram realizadas duas tentativas de registrar a ocorrência, contudo, diante das diversas dificuldades impostas pela Polícia, o B.O. ainda não foi confeccionado. Porém, de acordo com a direção da instituição, a ocorrência será feita pela direção.
"A nossa primeira medida é registrar o caso à Polícia com o Boletim de Ocorrência. Tentaremos solucionar o problema com medidas administrativas primeiramente, que sejam providas medidas de segurança nesta escola, junto aos órgãos públicos de Segurança Pública, Ordem Pública, Conselho Tutelar, e todos os outros. Ações que possam inibir alunos de uma instituição escolar a cometer atos que podem ser considerados criminais. O que vamos propor ao Poder Público é a instalação de uma tela de proteção, evitando assim, que objetos sejam lançados em direção ao nosso Centro. Caso não consigamos nenhuma solução para o problema, seremos obrigados a acionar judicialmente. O que não podemos, sendo vítimas do problema, é deixar de realizar as nossas atividades, que são de extrema importância para toda população. Pois aqui, ensinamos crianças e jovens a respeitar as diversidades, a consciência com o próximo e disseminação do respeito e amor", ressaltou membros da instituição.
Autor: Ludmila Fernandes ludmila@odebateon.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário