Podemos comemorar nosso incurável idealismo de ajudar a construir um mundo melhor, mais justo e mais fraterno
Rio - A cada ano, fico especialmente apreensivo quando chega a época de escrever um texto dedicado ao 15 de outubro, Dia do Professor. Já escrevi inspirado pelos mais variados sentimentos, da revolta à esperança. Neste 2015, tão obscurecido pela palavra crise, a fisionomia das pessoas me transmite desânimo, e as palavras, revolta.
Diante desse quadro desolador, fico a pensar sobre o que os professores estão respondendo para as nossas crianças, adolescentes, jovens e adultos quando perguntam se o Brasil vai falir ou se teremos que pedir esmolas. A resposta do professor, certamente, pesará bastante no quanto de esperança esse aluno ainda terá. Com certeza, as respostas estão sendo proporcionais ao quanto de esperança estamos conseguindo ter.
Tenho me alimentado, insistentemente, de exemplos de bons educadores de carne e osso. Digo de carne e osso porque os exemplos de educadores destemidos que desbravam as matas e dão suas vidas pelo que fazem, ao invés de me inspirarem, me deprimem.
Talvez porque eu não tenha vocação para ser herói ou mártir. Quero apenas conseguir que meus alunos aprendam e se tornem autônomos para aprender cada vez mais. Quero manter-me uma pessoa comum que prefere tomar um chopinho com os amigos num domingo à tarde do que ficar fazendo plano de aula.
Júlio Furtado é professor e escritor
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