quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Crônica do Dia - Zuenir Ventura - O atentado

Zuenir Ventura, O Globo
 
Não foi um acidente, uma fatalidade, um acaso. Foi um atentado. Com tanta gente àquela hora por ali durante uma manifestação, o rojão aceso disparado do chão teria que atingir alguém — alguém que estivesse passando, parado ou trabalhando, como o cinegrafista Santiago Andrade. O acaso foi a forte carga explosiva estourar “apenas” uma cabeça e não muitas.

Te Contei, não ? - A S. A. dos escravos de branco

Veja - 10/02/2014
 
 
O relato as cubana que abandonou o programa Mais Médicos não deixa dúvida: 7000 trabalhadores são mantidos pelo governo brasileiro em condições análogas às da escravidão.

Charge - Prefiro não comentar !!!!!


Te Contei, não ? - Adolescente preso a poste comandou surra em abrigo

 

Cinco dias antes de ser encontrado com uma tranca no pescoço, menor de idade castigou, com três amigos, um jovem acusado de trair milicianos

Leslie Leitão, do Rio de Janeiro
Adolescente preso a um poste com uma tranca de bicicleta, no Flamengo, Zona Sul do Rio
Adolescente preso a um poste com uma tranca de bicicleta, no Flamengo, Zona Sul do Rio (Reprodução) 

Crônica do Dia - Não podemos ser uma nau sem rumo - Lya Luft

Não podemos ser uma nau sem rumo - LYA LUFT


REVISTA VEJA
 
 
 
 
 
 
Um amigo me telefonou para elogiar um artigo desta coluna porque era "um tom mais otimista do que o habitual". Agradeci, mas na verdade esta não é uma coluna simpática, boazinha: é o meu depoimento sobre o que vejo e sinto no país ou nesta humanidade que somos. Sou sujeita a erros, enganos, cegueiras momentâneas, porque afinal somos todos apenas humanos. Minha preocupação com o que acontece por aqui é intensa, e me esforço para que não sombreie minha vida e meu convívio com as pessoas. Não sou pessimista: tento ser realista. E faço aqui, num jogo não muito bom de palavras, uma breve "lista" de acontecimentos e atitudes que me assustam.

Crônica do Dia - A cubana roda a baiana - Ruth de Aquino


"Rodar a baiana” é uma gíria brasileira. A médica Ramona Matos Rodríguez, que estava em Pacajá, no Pará, não deve conhecer essa expressão. Significa tirar a limpo uma situação, armar um barraco e tomar satisfação com alguém. A gíria nada tem a ver com os baianos, que costumam ser mais de ginga que de briga. A origem é o Carnaval carioca do passado, quando capoeiristas se fantasiavam de baianas, para reagir aos rapazes que beliscavam as moças nos blocos de rua.

Ramona era um dos mais de 7 mil médicos cubanos contratados pelo Brasil para uma missão louvável: atender as populações brasileiras totalmente desassistidas em municípios do interior. Ela desgarrou do bloco e rodou a baiana. Foi parar no barracão de Ronaldo Caiado, deputado federal do DEM. Péssima escolha de Ramona, já que Caiado é um dos símbolos da direita ruralista. Poderia ter-se abrigado no gabinete de Eduardo Suplicy. Ele perceberia como são violados os direitos humanos e trabalhistas de Ramona. Caiado a adotou como trunfo político. Ela pediu asilo porque se sente explorada – e também porque divergir do Estado cubano é crime passível de prisão.

A deserção de Ramona expõe fraturas inadmissíveis do Mais Médicos. Uma coisa é alguém ir como voluntário para um país em guerra, calamidade ou emergência. Você vai sem ganhar nada, movido pela solidariedade. Outra coisa é o profissional se mudar para o exterior num período sabático, com uma bolsa, para uma especialização. Sabe que ganhará menos. O caso do Mais Médicos é diferente. Em contrato de trabalho, o Brasil paga R$ 10 mil mensais a cada médico estrangeiro. Mas os cubanos só embolsam R$ 1.000. Do “resto”, cerca de R$ 1.500 são dados às famílias dos médicos em Cuba. E o “excedente”, R$ 7.500, vai para os donos dos passes: os irmãos Castro, eternizados no poder pela repressão e pela ausência de eleições.


 Não dá para acreditar que Ramona ignorasse as restrições antes de vir para cá. Ela diz que não tinha internet e não sabia que ganharia menos que os outros médicos estrangeiros. Conta outra, Ramona. Mas, ao rodar a baiana, ela teve um mérito: exibiu o contrato entre Brasil e Cuba. Tornou públicas as irregularidades. Você engole? Estamos mal-acostumados com nossa liberdade, após a ditadura militar que produziu crimes horrendos como a morte do deputado Rubens Paiva? Queria ver um brasileiro, de qualquer ideologia, assinar um contrato com as cláusulas impostas pelo Estado cubano aos médicos.

Vamos só imaginar. O Brasil cederá médicos a um país africano que contrata estrangeiros. E aí, meu camarada, o negócio é o seguinte. Você só poderá tirar férias no Brasil, nada de viajar pela África, Europa, Ásia, esquece. Você será obrigado a relatar às autoridades brasileiras se receber visita de amigos ou parentes. Também não poderá se casar com estrangeiros, mesmo que eventualmente se apaixone. O Estado brasileiro ficará com 75% do salário que o país contratante pagar, tudo bem, companheiro? E você ganhará só 25%. Tem de se virar, afinal você é um profissional da Saúde e, por isso, um missionário. Ainda há um detalhe: mulher, marido, filhos não são autorizados a acompanhar você. Ficarão no Brasil. E não reclama lá fora não, porque estamos com sua família aqui, e você sabe que quem diverge do Estado brasileiro é de direita, contrarrevolucionário, reacionário e, por isso, um elemento antissocial, contra os pobres e carentes. Deve ser recolhido aos presídios. Imaginou?

Não faço ideia se Ramona conseguirá asilo no Brasil. Ou se continuará a trabalhar como médica. Conhecemos todos o destino dos boxeadores cubanos que buscaram asilo nos Jogos Pan-Americanos e foram mandados de volta para Havana por Lula, num avião da Venezuela de Chávez. Não sei se Ramona conseguirá asilo em Miami. Se eu precisasse me exilar em Miami, seria infeliz... Asilo, exílio, refúgio e deserção são gestos de desespero de cidadãos de uma ditadura, tolhidos nos direitos mais básicos, como a liberdade de expressão.

O episódio protagonizado por Ramona abriu fissuras num programa útil no sertão e nos confins do Brasil. O Mais Médicos não resolve as deficiências da Saúde, mas ajuda milhões de brasileiros a ter uma primeira avaliação ou diagnóstico. Se o pedido de refúgio de Ramona for imitado por seus colegas, aí Dilma, Lula e os irmãos Castro deverão se reunir, em torno de uma cachaça ou um rum envelhecidos, para reformular o Mais Médicos. E torná-lo justo e profissional.


Te Contei, não ? - Um apagão no país ensolarado

O evento já ameaça entrar para o calendário oficial do brasileiro: entre o feriado de Ano-Novo, em l2 de janeiro, e o Carnaval, chega o dia de verão em que descobrimos estar sob risco de racionamento de energia pior do que gostaríamos. Neste ano, a efeméride caiu no início de fevereiro, quando o risco de racionamento para o ano chegou aos 6%. Não se trata de um limite oficial, mas o setor convencionou que, num sistema saudável, bem dimensionado e bem administrado, tal risco nunca deveria superar 5%. A desconfiança sobre o fornecimento de energia piora com episódios como a falha de transmissão ocorrida na terça-feira da semana passada, entre as regiões Norte e Sudeste. A pane deixou sem luz pelo menos 5 milhões de pessoas. Sob o piscar das luzes, o cidadão e contribuinte tem o direito de se incomodar. Num país com usinas hidrelétricas gigantes, como Itaipu e Tucuruí, com sol e vento fortes, reservas de gás natural e o petróleo do pré-sal, por que vivemos sob o espectro do racionamento?

Crônica do Dia - Delúbio para o Banco Central - Guilherme Fiuza


 

REVISTA ÉPOCA 

Te Contei, não ? - Palavras de origem árabe

Cacareco
 
É mais usado no plural, cacarecos, e significa coisa velha, de pouco valor.
A palavra cacareco foi formada de duas outras, ambas com o sentido de objeto sem valor: cacaréu e tareco.
Cacaréu veio de caco + aréu, terminação que significa aumento, coleção ( como em fogaréu, mundaréu, sinônimo de mundão, grande quantidade de alguma coisa ). Tareco veio do árabe tarayk  ( coisa de pouco valor ) e popularmente virou treco.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Vale a pena assistir - Passeio Literário por Recife


Vale a pena assistir - Manuel Bandeira



Vale a pena assistir - Tomás Antonio Gonzaga






Personalidades - Gregório de Matos

Quem foi 
Gregório de Matos e Guerra foi um importante poeta colonial brasileiro do século XVII. Nasceu em 7 de abril de 1633, na cidade de Salvador (Bahia). 
Vida e obras 
Era de uma família rica, formada por empreiteiros e altos funcionários administrativos. Estudou num colégio Jesuíta da Bahia e depois continuou seus estudos na cidade de Lisboa e depois na Universidade de Coimbra, onde se formou em Direito. Neste país fez carreira de jurista.

Ao retornar ao Brasil, passa a viver de trabalhos na área jurídica, mas também começa sua dedicação à literatura. Passa a escrever sátiras sobre a sociedade da época. Em função de suas críticas duras aos integrantes da sociedade (políticos, religiosos, empresários) ganhou o apelido de “boca do inferno”. Também escreveu poemas de caráter erótico e amoroso.

As autoridades locais começaram a ficar descontentes com as críticas e passaram a perseguir Gregório de Matos. Preso em 1694, foi deportado para Angola (África).

Depois de um tempo, ganha a autorização para retornar ao Brasil. Porém, vai viver na cidade de Recife. Nesta cidade, faleceu em 26 de novembro de 1696 de febre que havia contraído em Angola.


Que falta nesta cidade?... Verdade.
Que mais por sua desonra?... Honra.
Falta mais que se lhe ponha?... Vergonha.

O demo a viver se exponha,
Por mais que a fama a exalta,
Numa cidade onde falta
Verdade, honra, vergonha.

Quem a pôs neste rocrócio?... Negócio.
Quem causa tal perdição?... Ambição.
E no meio desta loucura?... Usura.

Notável desaventura
De um povo néscio e sandeu,
Que não sabe que perdeu
Negócio, ambição, usura.

Quais são seus doces objetos?... Pretos.
Tem outros bens mais maciços?... Mestiços.
Quais destes lhe são mais gratos?... Mulatos.

Dou ao Demo os insensatos,
Dou ao Demo o povo asnal,
Que estima por cabedal,
Pretos, mestiços, mulatos.

Quem faz os círios mesquinhos?... Meirinhos.
Quem faz as farinhas tardas?... Guardas.
Quem as tem nos aposentos?... Sargentos.

Os círios lá vem aos centos,
E a terra fica esfaimando,
Porque os vão atravessando
Meirinhos, guardas, sargentos.

E que justiça a resguarda?... Bastarda.
É grátis distribuída?... Vendida.
Que tem, que a todos assusta?... Injusta.

Valha-nos Deus, o que custa
O que El-Rei nos dá de graça.
Que anda a Justiça na praça
Bastarda, vendida, injusta.

Que vai pela clerezia?... Simonia.
E pelos membros da Igreja?... Inveja.
Cuidei que mais se lhe punha?... Unha

Sazonada caramunha,
Enfim, que na Santa Sé
O que mais se pratica é
Simonia, inveja e unha.

E nos frades há manqueiras?... Freiras.
Em que ocupam os serões?... Sermões.
Não se ocupam em disputas?... Putas.

Com palavras dissolutas
Me concluo na verdade,
Que as lidas todas de um frade
São freiras, sermões e putas.

O açúcar já acabou?... Baixou.
E o dinheiro se extinguiu?... Subiu.
Logo já convalesceu?... Morreu.

À Bahia aconteceu
O que a um doente acontece:
Cai na cama, e o mal cresce,
Baixou, subiu, morreu.

A Câmara não acode?... Não pode.
Pois não tem todo o poder?... Não quer.
É que o Governo a convence?... Não vence.

Quem haverá que tal pense,
Que uma câmara tão nobre,
Por ver-se mísera e pobre,
Não pode, não quer, não vence.

Crônica do Dia - Manifestante ou criminoso ? - Marcos Espíndola

 

Quando deparamos com a volta do povo às ruas, todos nós, brasileiros, de alguma forma nos enchemos de esperança

O Dia

Te Contei,não ? - A imprensa capitalista pede a cabeça dos Black Blocs

 
A polícia está extraindo confissões. A imprensa burguesa cartelizada, a direita e até a mesmo o governo do PT condenam em uníssono os Black Blocs como "assassinos". O que está por trás da unanimidade?
 
 
 

Te Contei, não ? - A lei é o crime

Via Sergio Domingues

A Lei é o Crime

Lincoln Secco

“O criminoso não produz apenas crimes, mas ainda o Direito Penal (...). O criminoso produz ainda a organização da polícia e da Justiça penal, os agentes, juízes, carrascos, jurados (...). Somente a tortura possibilitou as mais engenhosas invenções mecânicas e ocupa uma multidão de honestos trabalhadores na produção desses instrumentos”. (Karl Marx, Teorias da Mais Valia).

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Crônica do Dia - Falta de educação

Paulo Sardinha
Publicado:



Entre os desafios atuais da gestão com pessoas está o de contribuir para o aumento da produtividade das organizações. Como produzir melhor é uma questão urgente, ainda mais quando pesquisas como a do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) apontam que somente com uma alta média de 3% ao ano na produtividade do trabalho será possível a economia brasileira crescer na casa de 4% ao ano. Para piorar esse cenário, há estudos que colocam o país entre os últimos na América Latina neste quesito.

Te Contei, não ? - O inferno na terra : os presídios da Ilha Grande

 
Em reportagem publicada na edição de 1/2/2014 de "O Globo", Renato Grandelle aborda a crise atual do sistema carcerário à luz da experiência da Ilha Grande, RJ. A entrevistada é a professora Myrian Sepúlveda dos Santos, autora do livro "Os porões da república" que faz um minucioso levantamento do problema e conta a história dos presídios que existiram na região desde o século XIX.

Crônica do Dia - Absurdo do absurdo - Arnaldo Bloch

Arnaldo Bloch
O colunista escreve aos sábados

 

O ilógico encontro entre a caçamba e a passarela poderia estar no teatro de Ionesco, a simbolizar que, no fazer humano, o pior tende, sempre, a acontecer