Quando deparamos com a volta do povo às ruas, todos nós, brasileiros, de alguma forma nos enchemos de esperança
Rio - Quando deparamos com a volta do povo às ruas, todos nós, brasileiros,
de alguma forma nos enchemos de esperança, remetendo nossa mente a uma época na
qual a mobilização popular foi determinante para mudanças significativas do
país, como as Diretas e o impeachment do presidente Collor, com forte
mobilização dos caras-pintadas. No entanto, com exceção das primeiras
manifestações nas grandes capitais, quando notoriamente se viu um povo
indignado, todo o resto se descambou para a violência sem propósito e o crime
puro e simples, com saques, furtos, agressões contra a polícia e a imprensa.
Atitudes que nada têm a ver com manifesto.
Nesta semana, mais uma vez, o limite foi extrapolado. O que seria uma
manifestação pacífica novamente se transformou em confronto, mas com um
agravante: além das novas depredações e ataques à Polícia Militar, um jornalista
foi covardemente atingido por uma bomba caseira. Um absurdo, já que o
cinegrafista Santiago Andrade, no exercício de sua profissão, representa um
canal legítimo para visibilidade ao manifesto, ou seja, o criminoso que o
atingiu nada quer dizer, nada quer reivindicar. Não se trata de um cidadão
exercitando sua cidadania, mas um criminoso que não respeita a vida e merece ser
punido com todos os rigores da lei.
Certamente a impunidade é ainda determinante para o aumento desses episódios
e também de atentados contra jornalistas. No Brasil, em 2012, estudo do Comitê
para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) já apontava que o Brasil ocupava o
terceiro lugar nas Américas e o 11º no mundo no ranking de impunidade de crimes
praticados contras os profissionais de imprensa.
No caso do cinegrafista, há ainda especulações de que a bomba que o atingiu
tenha sido arremessada pela polícia, o que as imagens comprovam o contrário.
Nessa medida de força entre manifestantes, ou melhor, de vândalos travestidos de
cidadãos, o alvo é sempre desestabilizar a polícia. A tentativa constante é de
desmoralizar a figura da lei para justificar procedimentos criminosos. Falam de
falta de treinamentos adequados, despreparo, mas a verdade é que para lidar com
mobilizações populares o procedimento da PM é o mesmo de toda polícia
internacional.
Em qualquer lugar do mundo, a polícia, na defesa da cidadania e na busca da
manutenção da ordem pública, trata cidadão como cidadão, mas bandidos,
arruaceiros e criminosos, com o rigor e a virilidade que merecem, deixando claro
que manifestação é uma coisa, e atos criminosos que atentam à democracia e à paz
social, outra.
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