quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

"Gosto de roçar a minha Língua na Língua de Luiz de Camões ..." - Balada para Amy



Fatos da realidade podem encontrar-se em temas e motivos literários, assim como a adoção de processos sintáticos em um texto imita intenções e sentimentos verificados na vida gerando modos especiais de escrita

Por Roberto Sarmento Lima


Amy Winehouse

Amy Jade Winehouse, cantora e compositora britânica, nasceu em Londres, no dia 14 de setembro de 1983. Seu primeiro álbum de estúdio, Frank, foi lançado em 20 de outubro de 2003; o segundo, Back to Black, foi lançado em 6 de outubro de 2006 e teve vendas impressionantes. Casou-se com Blake Fielder no ano de 2007. No ano seguinte foi presa duas vezes, por agressão e dirigir alcoolizada, além de ter sido flagrada consumindo drogas. Divorciou-se em 2009, imersa em problemas sérios de saúde e na própria carreira, pela visível dificuldade de conduzir seus shows. Depois de um tempo em recuperação, em 2010 Winehouse começou a trabalhar no que seria seu terceiro disco. Foi encontrada morta em seu apartamento em Londres, 23 de julho de 2011.


O que tem a ver Amy Winehouse, a cantora inglesa vitimada provavelmente pelo consumo excessivo de drogas, achada morta no dia 23 de julho deste ano em seu apartamento em Londres, com o poeta Ferreira Gullar, pseudônimo de José Ribamar Ferreira, brasileiro, autor de poemas expressivos e refinados, muitos de extremado quilate artístico? Talvez pense o leitor que me refiro especialmente ao gosto pelo marginal, imundo e excêntrico que, em ambas as personalidades aqui lembradas, de algum modo os fez ficar marcados nas diferentes e respectivas culturas.

Amy Winehouse enveredou por um caminho sem volta ao combinar sua imagem singular, esquálida, de longas madeixas negras, desarrumadas, a uma pintura extravagante no rosto que só acentuava a sua inclinação para a morbidez, quem sabe estudada, mas, seja lá como for, já percebida na voz notável, a que se seguem, para terminar de compor a personagem, uma vestimenta por vezes retrô e gestos não raro desencontrados, tanto na vida quanto no palco. Já o nosso poeta - apesar de que poeta não tem rosto, não tem identidade, não tem roupa ou habitação, parecendo a muitos que levita sobre a realidade torta em que vivemos, alheio às preocupações que atormentam o homem comum, como pagar contas no fim do mês e desejar eternamente aquilo que seu salário não permite comprar -, o nosso poeta, como eu ia dizendo, é também magro e esquálido, de cabeleira correta, alva e imperturbável na queda de infindáveis e invariavelmente alinhados fios de prata sobre os ombros de cabide.

Ferreira Gullar, assim como Amy Winehouse, também tem uma imagem midiática de imprevisível poder de sedução: olhos duros e espetados como punhais sondando o vazio, certa severidade nas feições e na boca fina que mal se abre num sorriso meigo. Quem nunca leu um só verso desse poeta ao menos já viu um dia sua figura na televisão ou nos jornais e revistas deste país, numa época em que poetas têm, sim, rosto e corpo, andam pelas ruas e pagam suas contas no fim do mês.

SOM INSUBSTITUÍVEL

Mas não será só por isso que Amy Winehouse e Ferreira Gullar podem ter alguma, e aparentemente absurda, relação. Ambos foram capazes de falar do sujo da vida: Amy, na canção Rehab , disse não às convenções, não à reabilitação e à rejeição às drogas, não à família, ao pai, aquele que lhe desejou boa noite na hora de enterrá-la, e, de modo parecido, Gullar disse não à hipocrisia reinante ao escrever o Poema Sujo, livro mais barulhento que inspirado, de 1976. Cada um, no seu quadrado, exprimiu o descontentamento com os princípios morais vigentes e sua rejeição tremenda ao status quo. Mas, apesar da rispidez da dicção e da aparência física, das palavras e da voz, Amy e Gullar conseguem ser doces até no nome. "Winehouse" poderia ser traduzido, com muita boa vontade e pouco rigor interpretativo, por "a casa do vinho", enquanto "Gullar" pode evocar "gular", aquilo que, relativo à garganta, deixa escapar o canto, a voz. Afinal, cantor e poeta um dia estiveram muito bem identificados.

Por pura coincidência, Amy Winehouse, aos 10 anos de idade, integrou um grupo musical de rap chamado Sweet'n'Sour, em que sweet tem o valor de "coisa doce", ou "doçura", e sour, bem ao contrário, é "coisa estragada", "coisa ácida". O mesmo ocorre com o poeta maranhense: se gular é a cavidade da garganta por onde desliza a voz, ferreira indicia o canto do pássaro conhecido como ferreiro, cuja tonalidade vocal é idêntica à de um serrote metálico, parecendo estar sempre arranhando a superfície de alguma matéria dura: um som acre e incômodo, portanto.

Que estranhas combinações essas, não? Como disse Cecília Meireles, em Romanceiro da Inconfidência, "Ai palavras, ai palavras / Que estranha potência, a vossa!" Os nomes, em literatura, por exemplo, parecem ser motivados, nunca arbitrários, nunca resultado de um acordo ou de uma convenção entre os usuários daquela língua. Por isso é que não se traduzem um poema ou um romance da mesma forma que se traduzem um aviso, um diploma, uma receita de bolo. Em arte, cada palavra, com seu som, é insubstituível; principalmente o poema, que apela para os sentidos, ainda mais para o da audição, não se entrega fácil ao trabalho do tradutor. Como passar para o português os versos de Paul Verlaine "Les sanglots longs des violons / Blessent mon coeur / D'une languer monotone" sem destruir toda a sugestividade que a carga sonora da frase manifesta? "Os soluços longos dos violinos ferem meu coração com um langor monótono" (esta é a tradução mais linear) arrasaria, no mau sentido desse termo, a música que emana da poesia de Verlaine. Ou não?

Combinações de palavras e seus sons mais peculiares são, acima de tudo, combinações semânticas. Ou, então, como aceitar, se dito de outro modo, com outros significantes, que Guimarães Rosa, querendo, com o auxílio de fricativas surdas reiteradas, exprimir o ritmo veloz e a determinação dos jagunços, tivesse escrito outra coisa senão "feito flecha, feito faca, feito fogo "?

Seria Amy Winehouse, sem sua roupa e rebeldia, pintura e balanço, drogas e gesticulações desengonçadas no palco, Amy Winehouse? Se tivesse tido ela outra configuração visual e comportamento teria sido essa jovem artista, de voz suave e ao mesmo tempo vibrante, de tons jazzísticos, que terminou por provocar uma onda de comoção mundial quando saiu a notícia de sua morte, ainda que previsível? E o que dizer de Ferreira Gullar sem a sua cabeleira que mais lembra um véu que pode esvoaçar ao vento mas, sem dar uma volta, reforça a sisudez de suas declarações, poéticas ou não?

Fiquemos, por enquanto, com um poema seu, magistral em sua feitura, o qual, pelo nome, já se derrete na boca: "O açúcar". Inserido na coletânea Dentro da Noite Veloz, de 1975, esse poema dramatiza a vida em seu permanente conflito com a morte - que foi, talvez, também, o grande drama da cantora Amy Winehouse. Ao contrário do poema, em que a vida é celebrada num café servido numa manhã em Ipanema e a morte, escandalosamente, é descrita, em paralelo e em contraste, no interior das tétricas usinas de açúcar, em Pernambuco ou no estado do Rio de Janeiro, separadas, pois, as áreas geográficas, mas unidas em sua realidade econômica, Amy Winehouse trazia dentro de si, ao mesmo tempo, a vida e a morte, num namoro íntimo e sensual, numa integração perfeita, a ponto de não se poder saber se aquilo que a matava era o que a fazia viver plenamente

O BRANCO AÇÚCAR

No poema de Ferreira Gullar desenha-se um eu lírico cínico e impessoal - qualidades que geralmente não se esperam que um eu lírico possua ou deva possuir -, que, aparentemente sem nada para fazer, examina o simples ato de adoçar o café, com aquele "branco açúcar", naquela manhã resplandecente, e o conjuga com uma reflexão pesada sobre a fabricação e a distribuição desse produto, longe dali, de Ipanema, a começar pelas regiões afastadas e quase primitivas que circundam o dia a dia dos trabalhadores das usinas. O açúcar de Ferreira Gullar e a cocaína de Amy Winehouse são dois pós brancos, aparentemente inofensivos em sua leveza e diafaneidade, que servem ao consumo de quem pode pagar por eles. No primeiro verso do poema, o açúcar vem traduzido em uma inocente imagem, quase confundido com a transparência da luz da manhã, numa apresentação feérica. Logo em seguida, mostrase ser o objeto, não a coisa açúcar, de uma reflexão capaz de agitar sociólogos marxistas, que são capazes de enxergar, por trás da aparência ingênua dos seres, o perverso mundo da manipulação econômica capitalista:

"O branco açúcar que adoçará meu café
nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre"

Por isso é que o adjetivo "branco" antecede o substantivo "açúcar", ampliando o grau de subjetividade presente na visão desse ser, porque o açúcar, aqui, enevoa a vista, perfuma o ambiente, adoça o paladar. O adjetivo, assim anteposto ao substantivo que aquele qualifica, é uma sutil arma de obscurecimento da consciência e da visão daquilo que tal coisa representa em sua realidade social. O açúcar que adoçará o café é mais do que um simples punhado de açúcar, é um requinte artificial que, preparado industrialmente para produzir o efeito de duplicar o encantamento que se pode ter ao avistar a bela praia de Ipanema, de algum modo dignifica aquele momento.

"Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça, água
na pele, flor
que se dissolve na boca.
Mas este açúcar
não foi feito por mim"

Os adjetivos "puro" e "afável" e as comparações "como beijo de moça", "água na pele", "flor que se dissolve na boca" escondem a perversão do modo de produção dessa mercadoria. Quanta ilusão em torno desse produto tão singelo! Suave e sedutor, gostoso e confortador do paladar. Mas as quebras dos versos, originando inesperados enjambements - "água / na pele, flor / que se dissolve na boca" -, criam a súbita sensação de aspereza que a ilusão dos sentidos tenta disfarçar. Parecendo pontas de faca, as terminações súbitas desses versos (por que não dizer, num mesmo verso, "água na pele", fazendo coincidir a pausa rítmica e sintática com o final do verso?) são arestas pontiagudas, ferinas, que a enunciação, em sua superfície, procura mal e mal esconder, quase pressupondo o perigo que o doce açúcar oculta. Isso porque esse açúcar é trabalho social concentrado; e, como tal, na aparência do verso, não pode aparecer como forma de exploração do trabalho capitalista ao consumidor menos avisado do que este inteligente eu lírico, sagaz e insinuante.


INVERSÕES E ESCAPADAS

Ajuda a formar esse clima de estudada inocência e retidão a escrita de orações em rigorosa ordem direta, ordem lógica, dando a impressão de que tudo vai bem neste mundo de disfarces e enganos. Afinal, o eu lírico sonha. Sonha acordado, claro, pois não comete desvarios sintáticos ou imagéticos. Ao contrário, a sua sintaxe obedece aos rigores da lei. Um sonho que, portanto, não o tira da realidade; um sonho tão fabricado quanto o próprio açúcar. O leitor é que tem de se esforçar para não se deixar levar pela capacidade enganosa do eu lírico e achar que o rotineiro ato de adoçar o café não implica, nele, certa responsabilidade social, nem que seja por meio de uma reflexão mais madura sobre a produção dessa mercadoria.

Mas esse sujeito poético, além de cínico, é perverso: sem abdicar da xícara adoçada, cujo aroma o inebria - quase o mesmo efeito que a droga deveria produzir no espírito e no bem-estar momentâneo de Amy Winehouse -, prefere seguir, passo a passo, a trilha da produção social do açúcar. E, como o percurso é todo inverso - ele começa pela distribuição da mercadoria nas mercearias do Brasil, numa em especial, a do Oliveira, para depois chegar às usinas - , as orações passam, por causa disso, a ter seu sujeito posposto, ao contrário do que se vinha fazendo antes. A inversão sintática verificada na relação sujeito-predicado é, paralelisticamente, a inversão do processo histórico-social que ora se analisa. E não é só a inversão como recurso sintático-estilístico que chama atenção nesta passagem do poema. É, também, a repetição dos mesmos termos ("tampouco o fez", "tampouco o fez") que revela, assim, a monotonia padronizada da circulação dos bens na sociedade, como um processo sem fim:

"Este açúcar veio
da mercearia da esquina e
tampouco o fez o Oliveira,
dono da mercearia.
Este açúcar veio
de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina." (grifos meus)

Os atores sociais "dono da mercearia" e "dono da usina" não se responsabilizam por nada, saem pela tangente de cada uma dessas orações, escapando incólumes do processo. Eis que o eu lírico os protege e faz pacto com o sistema. Eles entram e saem do poema obliquamente, por meio do artifício da ordem inversa da oração, em que tais sujeitos, posicionados em fim de verso, escorregam e se disfarçam, fogem, evadem-se, escapolem para o branco do papel da página, sem retornar jamais. Sujeitos invertidos, eles abandonam a cena para que o eu lírico, aquele que desfruta do produto final, sentado à mesa de um ponto qualquer de Ipanema, passe a apresentar, por fim, o lugar onde o açúcar começa a ser preparado:

"Em lugares distantes,
onde não há hospital
nem escola,
homens que não sabem
ler e morrem de fome
aos 27 anos
plantaram e colheram a cana
que viraria açúcar"

Lugares que não merecem sequer uma denominação exata como a que recebeu o charmoso bairro carioca de Ipanema. Numa referência indeterminada a "lugares distantes", tão distantes que não têm direito a ter "hospital nem escola", o eu lírico chega finalmente à origem do processo econômico. A ordem direta das orações retorna maciçamente à enunciação dos versos. Sempre que os verdadeiros responsáveis pelas ações assumem seu papel social, o sujeito volta à posição canônica, não subjetiva, não estilística: encabeçam a oração e comandam, do seu lugar, as ações. Assim, responsabilizam-se, ou são responsabilizados, apenas aqueles, "os homens que não sabem ler e morrem de fome", que não podem se defender ou ocultar sua condição; os que podem se fazer de inocentes realizam a sua escapada, como o Oliveira e o dono da usina. E, no limite, entre esses anjos de candura, está o eu lírico, de quem, apesar disso, não se pode dizer que não tenha sido capaz de detonar o denso ato reflexivo.

O AÇÚCAR BRANCO

Como Amy Winehouse, que morreu aos 27 anos de idade, aqueles pobres homens brasileiros também morrem aos 27 anos. Ela, porque consumiu o açúcar proibido e venenoso; eles, porque produziram a droga que faz parte das iguarias finas e das sobremesas em geral. Entre o pó do açúcar e o pó da cocaína não há, do ponto de vista sociológico, diferença alguma. Finalmente produção e consumo de bens, passando por sua circulação, se encontram, fechando o ciclo do poema e da vida da cantora inglesa. Morte e vida, dor e prazer se conjugam e se abraçam, dão-se aquele mesmo abraço que o mar e o céu se deram, na praia da Glória , no momento exato em que - quem não se lembra? - Camilo passava, dentro do tílburi, confiante e animado, em direção à casa de Rita e Vilela, ansioso por ver o seu louco amor, no desfecho do conto "A Cartomante", de Machado de Assis:

"A verdade é que o coração ia alegre e impaciente, pensando nas horas felizes de outrora e nas que haviam de vir. Ao passar pela Glória, Camilo olhou para o mar, estendeu os olhos para fora, até onde a água e o céu dão um abraço infinito, e teve assim uma sensação do futuro, longo, longo, interminável."

Nessa hora que antecede o lance final, terá a pobre Amy visto, ou sentido, o abraço da morte, julgando que era o do amor, como o julgou o pobre Camilo? Nem Camilo nem Amy eram cínicos; eram românticos, crentes na vida e nos prazeres momentâneos que ela oferece. O prazer calculado é próprio dos cínicos, como o desse eu lírico de Ferreira Gullar. Após ter feito de cabeça, sem sair da cadeira, o trajeto da produção do açúcar, viajando mentalmente até as usinas de Pernambuco, o eu lírico volta a mexer a colherzinha na xícara de café, misturando o pó ao liquido espesso:

"Em usinas escuras,
homens de vida amarga
e dura
produziram este açúcar
branco e puro
com que adoço meu café
esta manhã em Ipanema."

Note o leitor que, agora, desfeitos a imageria e o encantamento da degustação do açúcar, este finalmente assume sua forma objetiva. Não é mais o "branco açúcar" do primeiro verso; é, agora, "este açúcar branco", inconfundivelmente o pó doce que melhora o sabor dos líquidos amargos. Amarga é, sim, a vida de quem o produziu e, portanto, qualquer amargor desse tipo que fique por lá mesmo, longe de Ipanema, por favor. Aqui e agora, sobre a mesa de linho branco, o açúcar é tão somente açúcar, sem constituir metáfora alguma, sem dobrar-se a idealizações, sem o lirismo dos clowns. A posição normativa - posposta ao substantivo - do adjetivo "branco" recompõe SAIBA + a história da produção capitalista, e tudo volta ao normal, isto é, volta às competentes regras da vida social dominante, tal como se espera que ela ocorra, sem sustos e sem revoluções, sem interromper o eficiente fluxo produtivo. Afinal, alguém produz, alguém consome. Amy Winehouse consumiu a droga que não fez, mas pôde comprar nas esquinas da vida. O eu lírico degusta o café que adoçou, mas também não fez um só desses produtos. A metáfora da manhã, a única que permaneceu até o fim do poema, serve para mostrar que, além da limpeza e do apagamento ideológico do lado vil da existência, sempre há lugar para o recomeço, alimento eterno que impulsiona os movimentos da natureza e da cultura, em ciclos desejavelmente infindáveis. Tudo na santa ordem!

O poema de Ferreira Gullar pode aqui servir, não fosse tanto assim por sua fina ironia, de uma espécie de balada - misto de lirismo, drama e narrativa - para Amy Winehouse, que, ao morrer aos 27 anos, se encontrou, por fim, com aqueles homens nordestinos, que, com a mesma idade dela, morrem nas usinas fuliginosas de Pernambuco, de Alagoas, do Rio... Pois a morte, como disse outro bom poeta, "é igualíssima", torna todos iguais nesta noite.

* Roberto Sarmento Lima é doutor em Letras e professor da Universidade Federal de Alagoas (sarmentorob@uol.com.br)


Saiba +

Poema Sujo Escritos durante o exílio de Gullar em Buenos Aires, Poema Sujo foi trazido ao Brasil por Vinicius de Moraes não em papel, mas em uma fita cassete com Gullar declamando os próprios versos. Foi a forma encontrada por eles de não chamar a atenção da pesada fiscalização exercida nos aeroportos à época da ditadura militar.

Existe um DVD com a obra lida na íntegra pelo autor, filmado em 2005 e lançado em 2010. Com coordenação de João Moreira Salles e fotografia de Walter Carvalho, é um documentário comovente e delicado. Também conta com uma entrevista de Gullar a Antonio Fernando de Franceschi, primeiro idealizador da obra.

Revista Conhecimento Prático Língua Portuguesa


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