sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Crônica do Dia - O Rio e o ataque de Paris

O DIA
Rio - Parece distante, mas o ataque terrorista de Paris tem a ver com a realidade do Rio de Janeiro, suas crianças e adolescentes. Ele acende o sinal vermelho sobre tema pouquíssimo comentado, mas muito atual: a reformulação do currículo do ensino de História e Geografia nas escolas, contextualizando os atos históricos e promovendo debates sobre tolerância religiosa, mostrando aos estudantes as consequências — tanto na trajetória do mundo quanto nos dias de hoje — da não aceitação do próximo. 


A tolerância com o ‘outro’ precisa em caráter emergencial entrar para o currículo. Não menosprezando os demais conteúdos, mas, no tempo que dedicamos ensinando por semanas as particularidades dos relevos de diversas regiões, podemos criar ações criativas e persuasivas de debates sobre a paz e o convívio com as diferenças — sejam religiosas, de opinião, econômicas, de raça ou sexuais. Temos hoje no Rio milhares de crianças prontas para receber conteúdo nas salas de aula, gente que daqui a alguns anos serão jovens e podem (ou não) espalhar a bandeira da paz. 
Profissionais para ensinar é o que não falta, principalmente na área de humanas. O Rio tem muito a ganhar se forem incluídas no currículo ementas para, por exemplo, após um professor ensinar sobre uma guerra religiosa histórica, destacar não apenas os vencedores, mas levar aos estudantes a refletir sobre os mortos que o conflito religioso gerou e como seria se o diálogo tivesse sido levado em consideração; ou ainda, quando um professor de Geografia discutir dados do IBGE sobre a saída de pessoas da pobreza, debater sobre a realidade de onde elas viviam. 
Quando não se ensina a tolerância, surge a consequência, seja um ataque terrorista, seja um índio ou um mendigo incendiado numa praça. A arma que nós temos é a educação e os resultados de ações bem pensadas geram naturalmente uma sociedade de paz. 
Rommel Cardozo é presidente do O Rio pela Paz

Um comentário:

  1. Esse texto fala o básico sobre a resolução dos nossos problemas, mudar o nosso futuro pelas crianças, pois elas são a sociedade do futuro, e se essa sociedade for tolerante, nosso futuro não terá com tanto frequência esses casos de intolerância com o índio ou com alguém de religião diferente.
    Por exemplo, uma criança mussumana, durante a aula de historia, ouve que dezenas de milhares de pessoas da mesma religião morreram nas mãos dos católicos, por causa de motivos fúteis como os que temos informações nas aulas de historia, e o professor só fala do lado católico, fala que eles estavam tentando tomar oque era deles, ela pode ter tendencia a odiar os católicos pelo que eles fizeram, e ai atentados a eles podem ser ordenadas por esse aluno. Entretanto, se essa criança ouvisse a historia completa, que os mussumanos também foram bastante bárbaros como foram ambos, talvez, ela não sentisse tanta raiva dos ''diferentes'' e ela não vire uma terrorista.
    Isso tudo começa na escola, e dependendo da experiencia que ela vive, as atitudes dela podem ser mudadas, a escola nos prepara para a vida do lado de fora de casa, da vida adulta, e a tolerância com o outro faz parte da nossa vida.

    ResponderExcluir