segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Crônica do dia - Alunos analfabetos


Rio - No primeiro semestre deste ano, aplicou-se a Prova ABC (Avaliação Brasileira do Final do Ciclo de Alfabetização) em turmas de alunos que concluíram o 3º ano do Ensino Fundamental, em todas as capitais do país. Uma iniciativa do movimento Todos pela Educação com o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).
O resultado é alarmante. Constatou-se que 43,9% dos alunos são deficientes em leitura e 46,6% em escrita. Ou seja, são semialfabetizados. Não captam o significado do que leem e redigem uma simples carta com graves erros de sintaxe e concordância.
Quanto à leitura, quase metade (48,6%) dos alunos da rede pública correspondeu ao resultado esperado. Na rede de escolas particulares, o desempenho foi bem melhor: 79%.
No item escrita tiveram bom resultado apenas 43,9% do alunos da rede pública. Na rede particular, 86,2% dos alunos se saíram bem em redação. Os índices demonstram que, no Brasil, a desigualdade social se alia à desigualdade educacional.
Alunos da rede pública, oriundos, na maioria, de famílias de baixa renda, não trazem de berço o hábito da leitura. Seus pais têm baixa escolaridade e o livro não é considerado um bem essencial.
É hora de se perguntar se a progressão automática, isto é, fazer o aluno passar de ano sem estar em condições, é uma pedagogia recomendável. No futuro, ele não terá aprovação automática em empregos que exigem qualificação.
O Brasil é um país às avessas. Nenhum governo implementou, ainda, uma revolução educacional de fato. Como acreditar que apenas 4 horas de permanência na escola são suficientes para uma boa educação? O governo deve à nação uma eficiente campanha nacional de alfabetização, inclusive entre alunos dos 30e 40 anos.

Frei Betto é escritor,
 autor de “Alfabetto- autobiografia escolar”

Um comentário:

  1. Eu gostei desta postagem, pois ela fala sobre algo muito importante. Para algumas pessoas alfabetizadas isto nem e interessante, no entanto para os analfabetos isto e muito importante, pois em tudo agora você precisa saber pelo menos ler e escrever.

    Como e citado no texto "43,9% dos alunos são deficientes em leitura e 46,6% em escrita. Ou seja, são semialfabetizados". Para mim, ler e escrever, tem que ser o básico, de que todas as pessoas devem saber e não a somente uma parte delas.

    E o pior de tudo é que isso são as estimativas do Rio de Janeiro, uma das cidades mais ricas do Brasil . Então, fico pensando, imagine as cidades mais pobres do interior do Brasil, será que praticamente 55% ou mais das pessoas são analfabetas?

    E isto é uma realidade da rede publica das escolas que possui matriculado a maioria dos alunos. Já nas escolas particular, 86% dos alunos se sairão bem em escrita enquanto na publica apenas 43%. Pelo menos as escolas publicas existem, e estão cumprindo o papel de educar os jovens do Brasil. Isto e uma desigualdade educacional com os alunos das escolas publicas.

    Eu já morei 1 ano fora do Brasil em um pais da Europa aonde as escolas publicas se igualavam as escolas particulares daqui, em qualidade educacional, e para alguém ser analfabeto lá, só se nunca tivesse ido a escola, e lá na Europa se os pais não mandassem os filhos a escola eles poderiam ate ser presos.

    Vinicius militão
    802

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