Rio - Filmes, peças, livros, crônicas, poemas, cordel, romance, música...qual a arte que não ainda não focalizou a figura de Zumbi dos Palmares? Ou melhor: quantas homenagens ele vem recebendo ao longo destes 316 anos após sua morte em 20 de novembro de 1695? Seu nome hoje é nome de aeroportos, municípios, bairros, largos, ruas, centros culturais...enfim, ele é, hoje, talvez o herói nacional mais popular do Brasil.
Essas homenagens são espontâneas, e mais interessante: aqueles que as propõem são brancos ou negros que se entusiasmaram pela história do grande líder do Quilombo de Palmares, em Alagoas, no século XVI. Como foi o caso o famoso teatrólogo Augusto Boal, autor da concepção artística Teatro do Oprimido, que, nos anos 1960, criou a musical “Arena canta Zumbi”, em sua homenagem. A peça acabou se tornando clássica na dramaturgia brasileira.
Em 1986, o então governador Leonel Brizola, criou o primeiro Monumento em Homenagem a Zumbi dos Palmares, na Av. Presidente Vargas, em frente para a antiga Praça Onze, que, hoje, se transformou no Terreirão do Samba. Este gesto foi fecundo, pois, dali em diante, surgiram mais sete monumentos no estado do Rio de Janeiro, também fazendo mesuras a Zumbi dos Palmares, sendo dois somente no município do Rio de Janeiro.
Depois deste belo currículo de homenagens, finalmente, o Congresso Nacional se rendeu a Zumbi dos Palmares, quando há duas semanas, aprovou que o 20 de novembro ( data da morte de Zumbi em 1695) como feriado nacional em homenagem ao Dia Nacional da Consciência Negra Brasileira. A presidente da República, Dilma Rousseff, deverá sancionar hoje o tão ambicionado feriado pela comunidade negra. Eis, aqui, um caminho de convivência fraterna entre os brasileiros: saber respeitar as diferenças e ver qualidades no outro. Zumbi não foi apenas o outro, foi o grande herói que lutou contra a opressão do colonialismo português, criando uma nova sociedade. Assim, ele merece figurar entre os grandes heróis brasileiros.
Cacau de Brito é advogado
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