sábado, 11 de julho de 2015

Te Contei, não ? - Literatura de Cordel - Folclore Brasileiro

A literatura de cordel é típica da região Nordeste do Brasil. É um gênero da poesia narrativa popular impressa representante da cultura popular.


O poeta popular é o representante do povo, a voz do povo, um repórter dos acontecimentos da vida. 

O Cordel são folhetos,livretos,encontrados nas feiras turísticas, praças e mercados de grandes cidades nordestinas.Hoje podemos encontrá-los também em bancas de jornais, livrarias, aeroportos, praças de artesanatos, pela internet.

Tais folhetos eram produzidos muitas vezes em gráficas antigas, sem grandes tecnologias, de uma forma quase que manual. Hoje, com a divulgação dos mesmos, podemos encontrá-los em xerox, livros, cd’s.. 
Utilizam capas com desenhos espontâneos, ou xilogravuras com dizeres chamativos. 
As xilogravuras não estavam presentes no cordel mais antigo. A partir de 1930 elas passaram a ilustrar as capas dos cordéis. A xilografia é a arte de gravar em madeira, teve sua origem provavelmente na China, sendo conhecida desde o século VI. No Ocidente, ela já se afirmou durante a Idade Média, através de iluminuras e confecções de baralhos. Atém então, a xilogravura era apenas uma técnica de reprodução de cópias. Só mais tarde é que ela começa a ser valorizada como manifestação artística. 
Não há regras para a escolha do tema de um cordel, este pode narrar as aventuras de Lampião, até acontecimentos importantes de interesse público. 
Com uma rica variação de versos, a poética de cada folheto conta fatos do cotidiano, histórias de bichos, narrativas tradicionais, histórias de amor, de personalidades importantes na cultura nordestina (como padre Cícero, Lampião, etc.), de figuras públicas, acontecimentos noticiados por jornais (cordel circunstancial), rádio, televisão. 
Os poetas populares costumam classificar a literatura de cordel em cinco temas mais freqüentes: romance, valentia (história de um valentão, que sempre acaba mal), gracejo (uma história engraçada), desafio e encantamento (histórias de reinos encantados, com fadas e bruxas). Ariano Suassuna, escritor, poeta e estudioso do assunto, classifica a literatura popular em versos ( o cordel) como : o heróico, o maravilhoso, o religioso ou moral, o satírico e o histórico. 
O Tamanho do cordel também pode variar, há aqueles que têm no máximo 8 páginas, há os de 32, dependendo do estilo do autor e do gênero do folheto. Muitas vezes, o próprio poeta popular é o editor e vendedor de suas histórias, que são penduradas num cordão, como cordão de varal. 
A prática da literatura de cordel teve influência dos povos espanhóis, franceses e principalmente, os portugueses que se fixaram na região nordeste na época da colonização. Na Espanha, França e em Portugal o Cordel é escrito em prosa, no Brasil a característica marcante é do cordel em verso, no estilo dos repentistas. 
Dois grandes folcloristas Brasileiros, Luís da Câmara Cascudo e Manuel Diéges Júnior deram grandes contribuições aos estudos da Literatura de Cordel. Cascudo em vários livros, entre eles o "Vaqueiros e Cantadores" e "Cinco Livros do Povo", e Manuel Diéges Júnior no ensaio "Ciclos Temáticos na Literatura de Cordel", ambos abordaram a veinculação dos folhetos de feira, a partir do século XVII, com as "folhas volantes" ou "folhas soltas", em Portugal. 
No começo do século XX a literatura de Cordel tornou-se mais conhecida passando a conquistar cada vez mais leitores e poetas. Entre os inúmeros autores de Cordel alguns nomes se destacaram como o poeta paraibano Leandro Gomes de Barros, que escreveu uma versão brasileira de: “História da Donzela Teodora”. O cordelista foi considerado por Carlos Drummond de Andrade, o “rei da poesia do sertão”. Outros nomes que se destacaram: Apolônio Alves dos Santos, Firmino Teixeira do Amaral, Francisco das Chagas Batista, entre outros. 

Proibida a reprodução deste texto sem autorização prévia da autora.
E-mail: chris@angelotti.eti.br
*Xilogravura gentilmente cedida pela ABLC- Academia Brasileira de Literatura de Cordel . Autoria de José Francisco Borges.
Folclore brasileiro: Literatura de Cordel.
Fonte
Sites
http://www.ablc.com.br/
http://www.bibvirt.futuro.usp.br/especiais/cordel/
http://www.secrel.com.br/jpoesia/cordel.html
http://www.u-netsys.com.br/cordel/
http://www.museudofolclore.com.br/
http://www.fundaj.gov.br:8080/
http://www.camarabrasileira.com/
Ver também:http://www.teatrodecordel.com.br/

Xilogravuras:
http://sampa3.prodam.sp.gov.br/ccsp/virtuais/xilos/

Bibliografia:
- LITERATURA DE CORDEL - ANTOLOGIA"- 3a. Edição, editado pelo Banco do Nordeste, com organização e notas de Ribamar Lopes, 1994
- Vaqueiros e Cantadores- Luís da Câmara Cascudo (Globo, 1939) – Ed. Itatiaia, S. Paulo, 1984.
- Cinco Livros do Povo- Luís da Câmara Cascudo- Ed. José Olímpio, 1953 – 2ª edição, ed. Univ. UFPb, 1979
- VILA NOVA, Sebastião. Literatura de cordel. Recife: IJNPS. Instituto de Pesquisas Sociais, 1976.


Mais em: http://www.qdivertido.com.br/verfolclore.php?codigo=15#ixzz3fanMrxsR

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