domingo, 9 de setembro de 2012

Conhecendo José de Alencar - Lucíola


Conhecendo José de Alencar
José Martiniano de Alencar  nasceu em Mecejana, estado do Ceará em 1º de maio de 1829. Seu pai era um senador empolgado pela causa pública. Sua mãe era conhecida pela alta dose de tolerância, persistência, abnegação. José de Alencar atribuía a ela o haver desenvolvido imaginação e capacidade para o sonho.
Estudante sério, compenetrado, ausente das aventuras e noitadas, José de Alencar era um leitor de largo fôlego e assídua freqüência aos livros.
Aos 17 anos, matriculou-se no curso de Direito na Faculdade Paulistana onde passou quatro anos. Regressando ao norte, ingressou na Faculdade de Olinda, Pernambuco. Nesta ocasião, visitou sua terra natal passando onde ficou por dois meses. O contato com aquela realidade, o ar do sertão, as histórias e a gente do lugar são determinantes para que surja aquele que nascera para ser escritor. A influência da terra e da gente, as histórias ouvidas em criança, a leitura a seu gosto, das epopéias indígenas e finalmente, documentos coloniais, resultaram no germe dos seus livros indianistas.
Por motivo de uma enfermidade, teve de retornar à São Paulo onde concluiu seus estudos e tornou-se advogado. O trato das leis era sua profissão, o cultivo das letras a sua obsessão e vereda para a glória.
Aproximou-se dos jornais e logo se tornou um destacado jornalista abrindo as comportas de tudo quanto armazenara de capacidade e de criação em vários anos. Conquistou prestígio chegando a ser diretor do jornal onde teve a oportunidade de revelar-se romancista publicando em folhetins os romances “Cinco Minutos”, parte de “Viuvinha” e “O Guarani”.
Em diferentes etapas, fez-se professor de direito mercantil, diretor de seção da Secretaria da Justiça e consultor do mesmo Ministério.
Foi um homem que prezava a vida familiar estável. Era tímido e avesso ao mundanismo da corte. Em nenhuma fase da sua carreira foi um homem comunicativo, sociável. Soube lutar quando necessário sem que jamais alguém o conseguisse calar. Romântico sem sociabilidade, nunca quis figurar nas festas e reuniões literárias bem como se negou a colaborar com revistas e anuários.
Ingressou na política onde experimentou as amarguras da perda da simpatia popular.
De súbito, uma palidez no rosto é diagnosticada como Tuberculose pulmonar e o remédio indicado é uma viagem à sua terra natal.
Entrega-se por inteiro à literatura. Nela, é considerado o precursor do romantismo no Brasil dentro de quatro características: indianista, psicológico, regional e histórico. José de Alencar utilizou como tema o índio e o sertão do Brasil. Em suas obras, valorizou a língua falada no Brasil, a despeito de escritores da época que usavam a língua de Portugal. Escreveu obras de estilos variados e criou romances que abordam o cotidiano.
Algumas de suas obras destacadas são:

Indianistas: Ubirajara, Iracema, O Guarani.
Psicológicos: Diva, Lucíola, Senhora, A Viuvinha.
Regionalistas: O Sertanejo, O Tronco do Ipê, O Gaúcho, Til.
Históricos: As Minas de Prata, A guerra dos Mascates.

Fez algumas viagens pela Europa. De volta ao Brasil, falece ao lado da esposa e filhos em 12 de dezembro de 1877, aos 48 anos.
Suas obras são clássicos muito lidos atualmente. Tamanho valor da literatura Alencariana pode ser comprovado pelo sucesso de telenovelas baseadas em suas obras. Mais recentemente, em 2005, a Rede Record de Televisão exibiu a novela “Essas Mulheres,” baseada nos romances ‘Lucíola’, ‘Diva’ e ‘Senhora’, de José de Alencar.
José de Alencar ocupa a posição de patrono da cadeira 23 na Academia Brasileira de Letras.

 LUCÍOLA

A história de Lucíola, 1862, se passa no Rio de Janeiro do século XIX, e é uma história em que o narrador participa dela, e ele se chama-se Paula Silva, de 25 anos, pernambucano recém-chegado do Rio de Janeiro.
Logo na sua primeira semana no Rio, Paulo tem um grande problema, ele arruma dois encontros sucessivos, sendo um com uma bela moça chamada LUCÍOLA e logo se interessa por ela. Entretanto, um amigo dele, o Dr. Sá, o alerta que a bela moça por quem Paulo se encantou é uma prostituta, que se utilizava do nome de Lucíola.
Mesmo com o conselho do amigo, Paulo procura a bela jovem e os dois têm uma noite de amor. Depois disso, a prostituta começa a tratá-lo com desprezo e é vista constantemente com outros homens. Paulo chega a ver Lucíola ficar nua na frente de várias pessoas durante um evento. Diante disso, Paulo decidiu esquecer Lucíola. Com isto, a jovem ficou desesperada e decidiu deixar a vida de prostituição.
Lucíola contou que só começou a se prostituir para que sua família n passasse necessidade, pois toda ela havia sofrido com uma triste doença. A revelação deixou Paulo ainda mais apaixonado por Lucíola e ele acabou a deixando grávida. Entretanto, a gravidez de Lucíola era de risco e ela morreu por complicações na gestação. Antes de morrer, Lucíola trouxe sua amiga Ana para morar na casa do casal, na esperança de que Paulo casasse com ela depois da sua morte, entretanto Paulo nunca quis Ana, mesmo depois da morte do seu grande amor.
Como podemos ver, essa grande trama de amor se parece muito com uma outra obra, chamada “A Dama Das Camélias”, só que essa magnífica obra literária de José de Alencar é brasileira o que faz com que ela tenha algo especial que “ A Dama Das Camélias” não tenha.
Em uma análise geral essa obra trás grandes emoções para o leitor e alem de tudo, se o leitor não for ALIENADO e ler querendo saber o que tem atrás da historinha de uma coitada prostituta, verá que o preconceito naquela época não era somente com os negros mas sim com todos.

Nome: Matheus Dietrich Lima
Ano/Turma: 8º/802

3 comentários:

  1. Gostei muito da explanação de Matheus. A turma do 9o ano de 2015 se beneficiará com estes escritos que está publicando e republicando.
    Parabéns professor José Henrique! Sou muito fã de seu trabalho e espero poder acompanhar, mesmo que seja através de seu blog. Marlene Murakami

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  2. José Martiniano de Alencar, ou melhor, José de Alencar, o patriarca da literatura brasileira, muito conhecido por suas obras chamativas, idealistas, emocionantes, como, Senhora, Iracema e Lucíola.
    A mais chamativa é Lucíola, a partir de uma vasta pesquisa após a leitura de uma adaptação, ”Uma garota bonita’’, pude percebe que narra sobre uma cortesã de luxo, que a parti de uma noite e não só por causa de ‘’carne’’ se apaixona por Paulo, pelo simples fato dele não considerar também a atração por seu exterior, mas sim por seu interior(sua alma, sua bondade) e por ser um cara digno de seu amor.
    Em devidas vídeo-aulas expressaram que Lucíola não era Lucíola, ou seja, seu nome verdadeiro é Maria da Glória. Depois de sua família ficar doente, necessitou de dinheiro para comprar remédios para cura-los assim então pedindo para o vizinho, seu vizinho encantado com seu corpo ofereceu-lhe dinheiro para servir seu corpo a ele, aceitando e com dinheiro curando sua família. Maria contou a sua família a verdade, sendo assim todos achando que ela estaria se prostituindo expulsando-lhe de casa.
    Maria foi acolhida por uma prostituta chamada Lucíola, essa prostituta, por sua vez, morreu. Com desgosto de sua família, Maria necessitou mudar de nome com Lucíola, dando seu parecer como morta a seus parentes, para não lhes dar desgosto total, seguindo assim a carreira igual de Lucíola, prostituta. Logo em seguida, sua família morre pela febre amarela deixando apenas sua irmã Ana.
    A nova Lucíola, caridosa manda Ana morar em sua casa, pensando em arrasta-la para Paulo (seu amado) para quando ela for enfartar, levando em conta a felicidade de ambas. Ficou grávida, porém não pode ter seu filho, pois esse romance é burguês tendo como principio mostra que nossa caridosa heroína redimindo seus erros.
    Antes de sua morte pede para seu marido casar com sua irmã, mas como Paulo é totalmente apaixonado por Lucíola não consegui realizar o pedido, porém diz que irá cuida-la como se fosse sua filha. O amor deles dura até menos após a morte.
    Para finalizar, como dito em uma das vídeo-aulas, ‘’Esse é o amor perfeito, capaz de superar o desejo carnal, pois é uma ideia platônica, enquanto é ideia tudo é lindo, mas enquanto a prática a coisa estraga’’. José de Alencar nos mostra que o que importa não seria o corpo ou até mesmo a aparência dele, mas sim a importância da alma.
    Aluna:Bruna de Oliveira Monteiro
    Turma:901

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  3. Quando li essa outra obra que ele citou, a Dama das Camélias, gostei muito. Ambas obras mostra que esse preconceito, essa discriminação com uma cortesã deve acabar. Isso foi uma escolha que ela fez, e não temos nada com isso. A cada dia tenho mais certeza de que o ser humano é uma anta mesmo! Fica de preconceito com alguém da mesma "raça" que ele; esse sim é o cúmulo da burrice! Além do mais, apesar de ela ser cortesã, ela é um ser humano! Deve ser respeitada assim como todos são (ou pelo menos deveriam ser). Acho que no mundo não está faltando tanto amor assim, mas sim o respeito! Para que tenha amor, o "respeitar" é fundamental! Se um não respeita o outro, de nada vale o "eu te amo"!
    Jade Tavares, 801

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