domingo, 30 de setembro de 2012

Tá sabendo ? - "Pré - night" arriscado

 

Foto: Arte: O Dia


Adolescentes consomem bebidas alcoólicas cada vez mais precocemente, com mais frequência e no triplo da quantidade que ingeriam na década de 80. Jovens experimentam álcool aos 13 anos de idade, e não mais aos 16


POR Francisco Edson Alves
Rio -  Especialistas alertam: adolescentes estão consumindo bebidas alcoólicas mais precocemente, com mais frequência e no triplo da quantidade que ingeriam nos anos 80. E com aditivos perigosos, que aceleram a dependência e muitas vezes são fatais: outros tipos de drogas e energéticos.


Os "ingredientes" mascaram o estado de embriaguez, afetam diretamente o cérebro e comprometem o ritmo cardíaco. A falta de diálogo em família e a quase inexistente fiscalização no comércio de álcool são os combustíveis desse drama.

Pesquisas indicam que atualmente os adolescentes começam a experimentar álcool entre os 13 e 15 anos. “Há três décadas, o consumo se iniciava entre os 16 e 17”, compara a psiquiatra Maria Thereza Aquino.

Segundo ela, de cada dez pacientes que atende, de todas as faixas etárias, dois são pré-adolescentes alcoolistas. “A maioria não consegue mais se satisfazer com cerveja, vodca ou vinho, por exemplo, e acaba ingerindo também energéticos, maconha, cocaína ou ecstasy”.

No Rio, a situação ainda é mais preocupante. A última Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) sobre a incidência de bebidas alcoólicas e drogas entre quase 61 mil alunos de 13 a 15 anos de escolas públicas e privadas das principais capitais — feita pelo IBGE e Ministério da Saúde — revelou que as meninas cariocas são as terceiras no perigoso ranking da experimentação de álcool entre as capitais
brasileiras.


Enquanto 79,4% das entrevistadas já fizeram uso de álcool, os meninos do Rio ficam na casa dos 73,9%, em sexto lugar entre as capitais. J., aos seus 15 anos, já é uma alcoólatra em recuperação. “Estou tentando me livrar desse terrível vício no AA (Alcoólicos Anônimos).

Eu e meus amigos misturamos cerveja com energético e crack e perdemos a noção. Cansei de ser levada para casa sem roupa, sem saber onde andei e o que fiz”, diz.

Mais riscos a reboque do vício

Doutor em Saúde Mental e coordenador do premiado projeto Restaurando Esperança, do Instituto de Pesquisas Heloisa Marinho (Iphem), Jairo Werner afirma que usuários precoces de álcool vivem à margem de outros riscos, como violências física e sexual e acidentes de trânsito.

O Iphem atua na recuperação de 40 usuários de álcool e drogas, de 10 a 18 anos, com apoio da Universidade Federal Fluminense e da Fundação para a Infância e Adolescência

“Pais devem ser exemplos, dialogar sempre e impor limites”, diz o especialista. A professora J., 52, mãe de X., 17, atesta. “Nunca desista do filho viciado. O que ele tem é um problema de saúde. Ele precisa de amor e tratamento adequado, junto com a família”.

O Artigo 243 do Estatuto da Criança e do Adolescente prevê pena de dois a quatro anos de prisão, mais multa, para quem vende bebida alcoólica a menores.

No entanto, Jairo Werner acredita que falta rigor na fiscalização. O Iphem pretende expandir o projeto com núcleos em comunidades carentes. O atendimento é gratuito.

Hábitos perigosos

- Quem começa a beber antes dos 15 anos tem quase cinco vezes mais risco de se tornar dependente

- Nove entre dez jovens temem a reação da família se chegarem bêbados em casa

- O primeiro gole  é entre os 12 e 13 anos

- Outras drogas são consumidas pela primeira vez entre os 13 e 14 anos

Foto: Arte: O Dia

Jornal O Dia


Um comentário:

  1. Totalmente aviltante o ocorrido... Há uma lei que diz que maiores de 18 anos são responsáveis. Será que realmente são? Creio que levam ser ''responsável'' ao pé da letra.
    Só penso que alguém deveria ter senso em torno de certas atitudes. Porém digo isso com o intuito de raciocinarem completamente bem.
    Leitores, isso é prejudicial à saúde. Isto está claro ou mal dito? Eis a questão... Pois se não compreenderem a mensagem, basta pesquisar a respeito, para adquirirem uma opinião formada, pois falta de conhecimento não terá. Aproveite para dar uma olhada no índice de mortes por motivos de ingerir drogas lícitas ou não, fará um enorme bem abranger pensamentos, ideias novas! E deverá raciocinar sobre o que é correto ou deixa de ser.

    Bruna Leite Felix, 801.

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