O Senado aprovou projeto de lei que pode tornar obrigatório o estudo de cidadania nas escolas. O MEC é contra, pois se preocupa com a já saturada grade escolar. Pior do que não ter a matéria é aplicá-la de modo equivocado. O Brasil sofre a dicotomia entre teoria e prática, e os parlamentares agem como Pollyanna ao produzir leis idealistas para um país irreal.
“Cidadão”, segundo o dicionário, é o indivíduo no “gozo de plenos direitos civis e políticos”. Mas as mazelas criam um cenário onde é possível observar grandes grupos à margem de seus direitos e alheios a seus deveres. Não é possível falar de cidadania sem passar recibo de incompetência histórica governamental. Mas o senador Sérgio Souza, proponente da lei, prefere culpar as pessoas. “O cidadão já é corrupto no momento em que quer levar vantagem na fila”, diz ele.
Liberdade é consciência. Mas os políticos da distante Brasília esqueceram que “o sol da liberdade em raios fúlgidos” ainda não brilha para todos “no céu da pátria” deste instante.
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