segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Tá na Hora do Poeta - Do ato de perdoar

                        Do ato de perdoar


Impressionante
Como o púnico Destino é possuidor de uma agilidade.
Às vezes, me assusta naquilo que se maquia perene, a fugacidade.

Ao longo do Tempo teci na alma
Que mesmo a maior afeição tomada de cuidados e assiduidade,
Pode transformar - se em calamidade,

Aprendi não na branda avenida,
Mas nas ardências das feridas,
Nos ásperos becos da vida
Que nada, nada é definitivo,
Tudo é transitório,
Tudo pode estar sendo absurdamente provisório...

E como assusta quando se coloca sobre a mesa
Esta pungente certeza.

Hoje, após vários riscados n´alma,
Aprendi – bom aluno que sei ser –
Que perdoar é “per” mais “doar”,
Perdoar quer dizer
Doar ao outro a possibilidade
De que ele possa amar, possa sabiamente se doar.

Por isso tarefa infausta,
Por isso de alma exausta
Me debato no que denota parecer
A incapacidade de capaz ser,
Uma vez que perdoar, ao sentimento ceder,
Bem sei, me conheço,
Não é impossível de meu coração abranger,
Porém necessário se faz
Que se construa no vagar do Tempo,
Tempo que é o advento
Da certeza transparente
Do mais puro sentimento,
Pois só assim o perdão
Tecido nos braços do mestre Tempo
Trará dentro de si e para ambos a plenitude
Do mais significativo momento...



José Henrique da Silva
06/01/2013




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