domingo, 27 de janeiro de 2013

Tá na Hora do Poeta - Numa tarde em Paraty



Numa tarde em Paraty

Novamente pisando,
Pelas doces ruas de Paraty andando,
Vou sentindo,
Em ti pensando,
De saudades vibrando ....

Ao caminhar por por íngremes pedras
Cheiros sinto de labirintos,
...
Dores e alçapões,
Riquezas miseráveis,
Medos, aflições e escuridões ...

Pelo mestre tempo,
Na fina chuva trazida pelo vento,
Faço como que uma viagem.
Ouço preces, gritos,
Risos de uma real malandragem.
Revejo gente
Que absurdamente trabalha
Enxergo almas
Que de pavor na ardência do chicote se chocalha.

Vislumbro pelo cais
Um brincar de imaginação,
Partidas de navios.
E por trás de janelões
Uma traição.
Paixões incandescentes
Corpos em desvarios,
Louco trançar de pernas
Juras eternas,
Desenfreados roçares de cabelos e pelos,
Almas em fogueiras,
Em corpos em esteiras.
A sede que desmaia,
Antes que a noite
Na manhã se derrame
E caia.

Em cada esquina
Um tecer de história,
Um jogo de memória,
Que para quem tem consciência, decência,
Alucina.
Nesse melancólico fim de tarde
A construção de uma cidade
Que arde
Em escusas vontades.
No cais de águas azul de anil
Espelhada está a triste história
De uma terra chamada Brasil .

José Henrique Silva
23/01/2013

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