terça-feira, 11 de novembro de 2014

Tá na Hora da Poesia - Cordel dos Direitos Humanos

Introdução

O pensamento humanitário

Produziu transformação,

Para o direito fundamental,

Do homem ou cidadão.

Americanos e franceses,

Formalizam Declaração.



Revoluções do século dezoito

Vêm suscitar e favorecer,

Os ideais filosóficos,

De Rosseau e Montesquieu,

Os quais contribuíram,

Pró movimento crescer.



A Declaração da França

Foi universalizante,

A iniciativa popular

Foi sua representante.

Hoje serve de modelo,

Um documento marcante.



A concepção francesa

Era da individualidade,

Mas num estilo lapidar

Enfatiza a liberdade,

A igualdade e o legal

E ainda a propriedade.



A Burguesia liberal

Ajudou na revolução,

Pois o absolutismo,

Tinha a dominação,

        Mais adiante porém,

Promoveu a opressão.



O progresso industrial

Acentua desigualdade,

O trabalhador explorado,

Ficou sem propriedade

E sem salário condigno,

Aumentou a gravidade.



Nesse quadro avassalador

Surge Marx o cientista

Criticando a igualdade

Feita por capitalista,

Discutiu essas idéias,

No Manifesto Comunista.



A concentração de riquezas

Na mão duma minoria,

É o que provoca a miséria

De toda uma maioria.

Pra dividir esse bolo,

Só com muita rebeldia.



Assim continua o homem

Em busca da perfeição,

Pouco se preocupando

Com a humanização,

Apesar das deficiências

Temos a Declaração.



No ano de quarenta e oito

Dia dez, mês do natal

A Assembléia da ONU,

De modo universal,

Aprova os direitos do homem,

Pra cumprimento integral.

1

Pelo artigo primeiro

Somos iguais em dignidade,

Direitos e nascemos livres,

Pra agir com fraternidade.

Fico triste em lhes falar,

Que não é a realidade.

2

O segundo manda gozar

Do direito e da liberdade,

Sem utilizar distinção

De raça , cor , religiosidade,

Opinião política, riqueza...

Será que isso é verdade?

3

As palavras do terceiro

Nos diz o essencial,

Todos têm direito a vida,

A segurança pessoal

E ainda a liberdade,

Bonito! mais irreal.

4

O quarto é enfático,

Proíbe a escravidão,

Só que os juros pagos,

Pra manter globalização,

Está nos deixando servos,

Eternizando a prisão.

5

Quinto vem ser o artigo

Que não deixa torturar,

Condena-se a Polícia

Sem antes observar,

Que a maior violência,

É não poder se educar.

6

O sexto nos informar

Que o homem tem o direito,

Perante a lei do mundo,

Ser tratado com respeito,

Mas Países descumprem

A regra deste preceito.

7

No sétimo somos iguais

Não havendo distinção

Diante a lei e o direito,

Desses temos proteção,

O forte ainda consegue

Manter discriminação.

8

O oitavo nos ensina

A procurar os Tribunais,

Contra os atos que violem

Os direitos fundamentais,

Mas a suntuosa justiça,

Pouco tem sido eficaz.

9

Ninguém, pelo artigo nono

Será preso ilegalmente,

Detido ou exilado,

Se arbitrariamente,

O descumprimento é flagrante,

Analise historicamente!

10

O artigo dez não inventa

Diz o fundamental,

Igualmente temos direito

A uma justiça imparcial,

Tem País que ainda julga,

Sem uma defesa legal.

11

Pelo onze não se acusa

Sem devido processo legal,

Tudo deve está previsto

Na lei de cada local.

Mas inocentes são vítimas,

De bombardeio fatal.

12

Na regra do artigo doze

Não haverá interferência

Na vida privada, no lar

Ou numa correspondência,

Essas normas são violadas

Até com muita insistência.

13

Fala o treze da liberdade

De locomover e morar,

Dentro de um território,

Podendo sair e retornar,

Mas existem ditaduras

Que persistem em violar.

14

O quatorze dá direito

A vítima de perseguição,

Que pode procurar asilo,

Em seja qual for a nação,

Muitos Países descumprem

E não dão essa proteção.

15

Pelo quinze fazemos jus

A uma nacionalidade,

Não podemos ser privados

Dessa legal faculdade,

Podendo até mudá-la,

Se houver necessidade.

16

O dezesseis nos ensina

Que maiores de idade,

Podem contrair matrimônio,

Por espontânea vontade,

O duro é manter a família,

Agregando-a a realidade.

17

O dezessete vem tratar

Do direito à Propriedade,

A qual não se deve violar

Pela arbitrariedade,

Poucos são donos de tudo,

Muitos na precariedade.

18

Pelo dezoito somos livres

Pra refletir e pensar,

De cultuar religião

Quando nela acreditar,

Cristãos, judeus e outros,

Teimam em se digladiar.

19

O dezenove complementa

A idéia do anterior,

Expressaremos opiniões

Seja em que lugar for,

Se não houver embaraços

Com prepotente ditador.

20

O artigo vinte agrega

Liberando reunião,

Podemos pacificamente,

Criar associação,

Mas os ricos liberais,

Preferem desunião.

21

O vinte e um nos indica

Que podemos governar,

Escolhendo representantes,

Ou se um pleito conquistar,

Mas voto é mercadoria

E só ganha marajá.

22

Pretende o vinte e dois

Dá segurança social,

A que fazemos jus,

Pelo esforço nacional,

Mas educação e saúde,

Estão num plano orbital.

23

Pelo artigo vinte e três

O homem deve trabalhar

Ter remuneração decente,

E sindicato organizar,

Os projetos globalizantes,

Querem com isso acabar.



24

É no vinte e quatro

Que podemos repousar,

Ter lazer, férias com grana,

E na Europa passear,

Um sonho do operário,

Que mal pode se alimentar.

25

É direito no vinte e cinco,

Ter padrão de vida real,

Alimentar-se, morar bem,

Ter um bem-estar social,

O difícil é ter acesso,

Ao que é fundamental.

26

Agora pelo vinte e seis,

Tenho que ter instrução

Pra compreender a miséria

E debater a questão,

O poder sabendo disso,

Destrói a educação.

27

O artigo vinte e sete

Vem nos dá a proteção,

Sobre o que se produz

Pra cultura da nação,

O nosso direito autoral,

Não esboça reação.

28

O vinte e oito se apega

Na ordem sócio-global,

Pra que o estabelecido,

Realize-se no total,

O preceito é coerente,

Mas não cumprem no final.

29

Prevê o vinte e nove

A nossa obrigação,

De respeitarmos as leis

E também o nosso irmão,

No entanto há violência,

Por faltar compreensão.

30

Chego no artigo trinta

Vejo nele a previsão,

Que nenhum dispositivo

Da presente declaração,

Seja porém destruídos

Por revoltosa nação.





Analisei as premissas

Dos direitos fundamentais,

Mostrei a Declaração,

Nos seus aspectos formais,

Dissequei todos artigos,

Fazendo críticas leais.



O homem sempre lutou

Pra reaver seu direito

A história mostra isso

De modo muito perfeito,

Mas apesar do progresso,

Persistimos no defeito



Fiz um breve retrospecto

Do que é primordial,

Para que o homem viva

Na sociedade ideal,

Espero que no futuro

Não existe desigual.



Tenho medicação certa

Pra que todos vivam bem

Acabe com a ganância,

Divida o que você tem,

Pois na vida espiritual,

Não precisará de vintém.



Dedico esse trabalho

A quem nele acreditar,

A Deus referencio

Por ele me ajudar.

A Terra será um éden,

Quando povo se agregar.



Dados do autor:

1. Data Nascimento: 07.01.61;
2. Local: Pendências/RN;
3. Esposa: Maria José Oliveira de Queiroz;
4. Filhos: Rafaela Oliveira de Queiroz, Francisco Diogo Oliveira de Queiroz e Marcela Oliveira de Queiroz;
5. Servidor Público Federal;
6. Endereço: Rua Tabapuã nº 442, Conj. Santarém, Potengi-Natal/RN;
7. Fone: 761.2684;
8. Estudante do 7º período do Curso de Direito(noturno) na UFRN.

Natal/RN, 20 de novembro de 1998.

Editado pelo Projeto Mandacaru de Literatura de Cordel.

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