quarta-feira, 13 de julho de 2011

Dez anos sem JORGE AMADO




Em 6 de junho de 2001, dias antes de completar 89 anos, o escritor baiano Jorge Amado morreu em sua casa em Salvador (BA), a capital do estado que inspirou cenários e personagens de seus livros.
Filho de um fazendeiro de cacau, Jorge Amado nasceu em Itabuna, no sul da Bahia, em 10 de agosto de 1912, e , com 1 ano de idade, mudou-se para a litorânea Ilhéus (BA), onde passou a infância.

Trabalhou como jornalista desde jovem, tendo sido repórter do Diário da Bahia entre 1927 e 1929 e atuado em publicações de São Paulo e do Rio de Janeiro, como o Jornal Hoje e a revista Para Todos. Em 1935, formou-se pela Faculdade Nacional de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro, mas nunca exerceu advocacia.
A carreira literária de Jorge Amado começou aos 19 anos, com a publicação do romance O País do Carnaval, que surpreendeu a crítica e o público. Comunista, ele desenvolveu uma literatura politicamente engajada e lançou dois romances ambientados na região cacaueira de Ilhéus e Itabuna: Cacau (1933) e Suor (1934). O primeiro deles foi apreendido pela polícia de Getúlio Vargas, o que aumenta o prestígio do escritor. A seguir, escreveu Jubiabá ( 1935 ), Capitães da Areia (1937) e Seara Vermelha (1946).
 Foi preso por causa de sua militância comunista durante o Estado Novo, o governo ditadorial de Getúlio Vargas, e exilou-se na Argentina e no Uruguai entre 1941 e 1942. Em 1944, separou-se de sua primeira mulher e, no ano seguinte, casou-se com a escritora Zélia Gattai, com quem teve dois filhos. Em 1945, foi eleito deputado federal por São Paulo para a Assembeia Nacional Constituinte, pelo Partido Comunista Brasileiro  (PCB). Com a cassação do seu mandato, em 1948, em decorrência da decisão judicial de pôr o PCB na ilegalidade, o escritor deixa o Brasil e vive cinco anos na Europa e na Ásia com sua família. No exílio, escreve Os Subterrâneos da Liberdade (1954), romance em três volumes, com história centrada no Rio de Janeiro e em Sâo Paulo, no qual faz um panorama do Estado Novo e denuncia as perseguiçoes, as prisões e a tortura dos oposicionistas pela ditadura. Em 1956, ele rompe com o PCB, numa reação aos crimes praticados pelo regime de Stálin na União Soviética.
Com Gabriela, Cravo e Canela (1958), começou uma nova fase literária, marcada por um estilo picaresco, de personagens malandros e bufões. As adaptações das obras dessa etapa para novelas de TV e para o cinema fizeram grande sucesso. O longa Dona Flor e Seus Dois Maridos, adaptado do livro homônimo de 1966, deteve o recorde de bilheteria do cinema nacional de 1976 até 2010. Atraíram grande público também as adaptações de Gabriela, Cravo e Canela e Tieta do Agreste, de 1977.
Jorge Amado entrou na Academia Brasileira de Letras  em 1961 e recebeu prêmios literários nacionais e internacionais como o Jabuti (1959 e 1970) e o Camões (1995). Suas obras foram publicadas em 52 países e traduzidas para 48 idiomas.

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