Nas escolas e nos livros, costumamos estudar apenas a história de um povo africano: os egípcios. Porém, na mesma época em que o povo egípcio desenvolvia sua civilização, outros povos africanos faziam sua história. Conheceremos abaixo alguns destes povos e suas principais características culturais.
O povo Bérbere
Os bérberes eram povos nômades do deserto do Saara. Este povo enfrentava as tempestades de areia e a falta de água, para atravessar com suas caravanas este território, fazendo comércio. Costumavam comercializar diversos produtos, tais como : objetos de ouro e cobre, sal, artesanato, temperos, vidro, plumas, pedras preciosas etc.
Costumavam parar nos oásis para obter água, sombra e descansar. Utilizavam o camelo como principal meio de transporte, graças a resistência deste animal e de sua adaptação ao meio desértico.
Durante as viagens, os bérberes levavam e traziam informações e aspectos culturais. Logo, eles foram de extrema importância para a troca cultural que ocorreu no norte do continente.
Os bantos
Este povo habitava o noroeste do continente, onde atualmente são os países Nigéria, Mali, Mauritânia e Camarões. Ao contrário dos bérberes, os bantos eram agricultores. Viviam também da caça e da pesca.
Conheciam a metalurgia, fato que deu grande vantagem a este povo na conquista de povos vizinhos. Chegaram a formar um grande reino ( reino do Congo ) que dominava grande parte do noroeste do continente.
Viviam em aldeias que era comandada por um chefe. O rei banto, também conhecido como manicongo, cobrava impostos em forma de mercadorias e alimentos de todas as tribos que formavam seu reino.
O manicongo gastava parte do que arrecadava com os impostos para manter um exército particular, que garantia sua proteção, e funcionários reais. Os habitantes do reino acreditavam que o maniconco possuía poderes sagrados e que influenciava nas colheitas, guerras e saúde do povo.
Os bantos formam um grupo étnico africano que habitam a região da África ao sul do Deserto do Saara. A maioria dos mais de 300 subgrupos étnicos é formada por agricultores, que vivem também da pesca e da caça. Estes subgrupos possuem em comum a família linguística banta.
História dos bantos
Conhecem a metalurgia desde muito tempo, fato que deu grande vantagem a este povo na conquista de povos vizinhos. Os bantos chegaram a constituir o Reino do Congo, que envolvia grande parte do noroeste do continente africano.
No passado, os bantos viveram em aldeias que eram governadas por um chefe. O rei banto, também conhecido como manicongo, recolhia impostos em forma de objetos, mercadorias e alimentos de todas as tribos que constituíam seu reino.
As pessoas que habitavam o reino acreditavam que o maniconco tinha poderes sagrados e que podia influenciar nas colheitas, guerras e saúde do povo.
Principais línguas bantas:
- Lingala
- Luganda
- Quicongo
- Cinianja
- Xichona
- Ndebele
- Zulu
- Suazi
- Xhosa
Os soninkés habitavam a região ao sul do deserto do Saara. Este povo estava organizado em tribos que constituíam um grande império. Este império era comandado por reis conhecidos como caia-maga.
Viviam da criação de animais, da agricultura e da pesca. Habitavam uma região com grandes reservas de ouro. Extraíam o ouro para trocar por outros produtos com os povos do deserto (bérberes). A região de Gana, tornou-se com o tempo, uma área de intenso comércio.
Os habitantes do império deviam pagar impostos para a nobreza, que era formada pelo caia-maga, seus parentes e amigos. Um exército poderoso fazia a proteção das terras e do comércio que era praticado na região. Além de pagar impostos, as aldeias deviam contribuir com soldados e lavradores, que trabalhavam nas terras da nobreza.
Filmes que retratam aspectos da história da África:
- Kriku e a Feiticeira
Ano: 1998
Direção: Michel Ocelot
Gênero: cultura
Temática: cultura do povo africano
- Amistad
Ano: 1997
Direção: Steven Spilberg
Gênero: drama histórico
Temática: viagem dos escravos africanos para os Estados Unidos.
- Hotel Ruanda
Ano: 2007
Direção: Terry George
Gênero: drama
Temática: genocídio de Ruanda ocorrido em 1994, durante a guerra civil.
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A arte africana é um conjunto de manifestações artísticas produzidas pelos povos da África subsaariana ao longo da história.
O continente africano acolhe uma grande variedade de culturas, caracterizadas cada uma delas por um idioma próprio, tradições e formas artísticas características. O deserto do Saara atuou e continua atuando como uma barreira natural entre o norte da África e o resto do continente. Os registros históricos e artísticos demonstram indícios que confirmam uma série de influências entre as duas zonas. Estas trocas culturais foram facilitadas pelas rotas de comércio que atravessam a África desde a antiguidade.
Podemos identificar atualmente, na região sul do Saara, características da arte islâmica, assim como formas arquitetônicas de influência norte-africana. Pesquisas arqueológicas demonstram uma forte influência cultural e artística do Egito Antigo nas civilizações africanas do sul do Saara.
A arte africana é um reflexo fiel das ricas histórias, mitos, crenças e filosofia dos habitantes deste enorme continente. A riqueza desta arte tem fornecido matéria-prima e inspiração para vários movimentos artísticos contemporâneos da América e da Europa. Artistas do século XX admiraram a importância da abstração e do naturalismo na arte africana.
A história da arte africana remonta o período pré-histórico. As formas artísticas mais antigas são as pinturas e gravações em pedra de Tassili e Ennedi, na região do Saara (6000 AC ao século I da nossa era).
Outros exemplos da arte primitiva africana são as esculturas modeladas em argila dos artistas da cultura Nok (norte da Nigéria), feitas entre 500 AC e 200 DC. Destacam-se também os trabalhos decorativos de bronze de Igbo-Ukwu (séculos IX e X) e as magníficas esculturas em bronze e terracota de Ifé (do século XII al XV). Estas últimas mostram a habilidade técnica e estão representadas de forma tão naturalista que, até pouco tempo atrás, acreditava-se ter inspirações na arte da Grécia Antiga.
Os povos africanos faziam seus objetos de arte utilizando diversos elementos da natureza. Faziam esculturas de marfim, máscaras entalhadas em madeira e ornamentos em ouro e bronze. Os temas retratados nas obras de arte remetem ao cotidiano, a religião e aos aspectos naturais da região. Desta forma, esculpiam e pintavam mitos, animais da floresta, cenas das tradições, personagens do cotidiano etc.
Chegada ao Brasil
A arte africana chegou ao Brasil através dos escravos, que foram trazidos para cá pelos portugueses durante os períodos colonial e imperial. Em muitos casos, os elementos artísticos africanos fundiram-se com os indígenas e portugueses, para gerar novos componentes artísticos de uma magnifíca arte afro-brasileira.
Dentre os negros que vieram escravizados para o Brasil, grande parte eram provenientes dos sudaneses e bantos. Os sudaneses eram os iorubas, os gêges, os minas e os fanti; os bantos eram os angolas, os benguelas, os congos e os moçambiques.
Os sudaneses foram levados para a Bahia, e os bantos para o Rio de Janeiro, Maranhão, Pernambuco, São Paulo, Minas Gerais, Pará e Amazonas. Os africanos trazidos para o Brasil possuíam uma religião politeísta que logo impregnou-se de cristianismo.
A mistura de devoção gerou o sincretismo religioso, quando uma imagem de santos católicos representava os santos africanos. Africanos de origem islâmica como os fulas e os mandes também foram trazidos para o Brasil e apresentavam uma religiosidade em Alá e Mariama.
No folclore são de origem africana as danças de cateretê, jongo e o samba; e instrumentos musicais como o atabaque, a cuíca, a marimba e o berimbau.
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