Em sua eterna luta para jogar mais sombras onde já não existe luz, a imprensa brasileira está ignorando o fato mais importante do ano na economia mundial: a dramática queda do preço do petróleo.
É um fato que terá impactos brutais no mundo globalizado, mas a mídia nacional prefere centrar seus holofotes na Petrobras, como se se tratasse de um caso único de depressão num ambiente de extrema alegria.
Desde junho, quando atingiu o pico de 115 dólares o barril, o preço do petróleo caiu pela metade. Nesta semana, o barril está sendo vendido na casa dos 60 dólares.
Vários fatores se somaram para que isso acontecesse, mas você pode resumir a explicação na tradicional lei da demanda e da oferta.
A produção de petróleo, hoje, supera amplamente o consumo.
Isso está ligado à crise econômica mundial. Com sua economia se desacelerando, a China consome hoje muito menos petróleo do que fazia. O mesmo ocorre com outra potência, a Alemanha.
Os Estados Unidos, tradicionalmente os maiores importadores, está quase auto-suficiente, graças ao “shale oil” — saudado como uma revolução no campo energético.
Trata-se, essencialmente, da extração de gás e petróleo do xisto, um tipo de rocha.
Reduzida a demanda, era esperado que a OPEP, a organização que congrega os maiores exportadores, baixasse sua produção, para defender o preço.
Mas não.
Para surpresa generalizada, a OPEP, numa reunião em novembro, decidiu manter a produção nos mesmos níveis.
Foi quando o universo do petróleo entrou em convulsão.
Mas por que os produtores tomaram essa decisão?
Especialistas acham que o objetivo maior é matar o “shale oil” americano. A extração é muito mais cara. Caso o barril fique barato, a indústria do “shale oil” tende a se inviabilizar, e esta seria uma excelente notícia para os países da OPEP.
Mas efeitos muito mais imediatos da baixa da cotação estão já sendo sentidos em países como a Rússia, o Irã e a Venezuela. Todos eles dependem visceralmente das exportações de petróleo.
Para o orçamento russo se manter equilibrado, o barril deve estar na faixa dos 100 dólares.
Economistas já preveem uma queda de 5% do PIB russo em 2015. O sofrimento russo deu margem a que fosse ventilada a teoria de que por trás de tudo estariam os Estados Unidos, empenhados em criar problemas para Putin.
Faz sentido? Faz. Ou pode fazer. Mas o custo, para os americanos, é elevado. Sua florescente indústria de “shale oil” pode simplesmente se desintegrar.
E o Brasil, no meio disso tudo?
O quadro ainda não é totalmente claro. Há alguns benefícios: apesar de produzir como nunca, o Brasil ainda é um grande consumidor de petróleo.
Isso significa que as despesas de importação se reduzirão substancialmente. É, também, um alívio financeiro para a Petrobras, que subsidia os consumidores brasileiros.
A Petrobras vende a gasolina no Brasil por um preço inferior àquele pelo qual ela compra. O subsídio se destina, primeiro e acima de tudo, a controlar a inflação.
A ameaça mais séria, para o Brasil, vem do pré-sal. Como o “shale oil” americano, a extração do pré-sal é mais cara que a convencional.
Alguns estudos sugerem que com o barril a 40 dólares o pré-sal se inviabilizaria. Mas antes disso a vítima seria a indústria americana de óleo alternativo.
É razoável supor que o barril não descerá muito além dos 60 dólares.
A OPEP disse que ia esperar uns meses para ver o que ocorria. Um preço muito baixo, por um tempo longo, poderia ser fatal para a OPEP.
Assim, é presumível que, em algum momento nos primeiros meses de 2015, a produção seja reduzida para que o preço se recomponha.
Enquanto isso, as companhias petrolíferas são ferozmente castigadas. Nos últimos seis meses, as ações da Goodrich Petroleum caíram 86%. As da Oasis Petroleum, 75%.
A Petrobras é um caso entre muitos, e não um caso único, ao contrário do que a imprensa brasileira noticia.
Nada na economia mundial, em 2014, foi tão importante quanto o colapso dos preços do petróleo – mas a mídia brasileira, no afã de bater na Petrobras e consequentemente no governo, parece que não percebeu.
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.
Estes são fatos inegáveis, já divulgados pela empresa e pela mídia. Porém, não ofuscam as outras verdades: a corrupção, a lavagem de dinheiro,o crime institucionalizado.
ResponderExcluirComeçou antes do governo petista? É certo que sim, visto que nossos políticos são, em sua grande maioria, corruptos, levianos e irresponsáveis.
O grande questionamento é: o PT está governando há 12 anos e chegou até lá porque prometeu mudanças. Elas aconteceram? Só se foi no montante surrupiado do povo, que cresceu assustadoramente e engordou as contas bancárias dos camaradas. Esta é a verdade que não se pode calar. Infelizmente.
Eu achei interessante pois explica que não e apenas o Brasil que esta sofrendo com a queda do preço do petróleo e sim o mundo todo. Também mostra que 2014 foi um ano ruim para as industrias de petróleo e para a OPEP. Além disso o governo do Brasil e a Petrobras não são vitimas disso, pois sua corrupção levou a empresa e o país ao prejuízo e a queda das ações.
ResponderExcluirTheofilo Roberto B. Nascimento- 701
Lendo o texto á cima percebi que a queda do petróleo não está afetando só o Brasil, mas sim o mundo. 2014 não foi o melhor ano para o mercado, pois há muito petróleo então fica mais barato. Tudo em excesso tem baixo valor no mercado, só quando começarmos a utilizar mais, o preso de gasolina irá estabilizar e a crise diminuirá. Porém a previsão para tudo isso ocorrer é em 2017.
ResponderExcluirEncontra-se atualmente barris 45 dólares, se o preço continuar a cair diversas empresas irão a falência provocando milhares de desempregados e outros problemas problemas que poderá nos levar a outras crises mundial, como em 2008.
A situação piora para nós, pois divido ao caos que o Brasil está envolvido. Por causa de lavagem de dinheiro, falta de infraestrutura e entre outros problemas, vai fazer com que sofremos muitos pelos anos a vir. Então esta na hora de fechar a carteira.
Anna Victoria Nunes Nelson - 702
Como todos sabem o petróleo é a faísca que faz o mundo se acender, por isso todas as pessoas tomam muito cuidado para deixa-lo equilibrado, se ele cair, o mundo cai com ele, se ele subir, o mundo sobe com ele. Hoje em dia, o petróleo começou a entrar em uma “crise” que depende de todos para ajudar.
ResponderExcluirNo Brasil constantemente você ouve falar da Dilma e do PT, como se tudo que acontecesse com a queda do petróleo fosse por culpa deles. Não estou defendendo- os, pois como todos sabem, uma vez corrupto, sempre corrupto. Só acho que a mídia brasileira está dando muito ênfase na Petrobrás e esquecendo as outras industrias petrolíferas e países, que como a gente necessitam desse petróleo para seu PIB, alguns deles estão sofrendo até mais que a gente. Então será que podemos parar de ser hipócritas e começar a ver o mundo e crise como ela realmente é, isso tudo com o petróleo e todas essas coisas já eram vistas a muito tempo, só quem não queria ver não enxergava-a, mas só agora que a imprensa descobriu toda esse farsa e deu provas concretas todos resolveram pirar e tirar conclusões precipitadas. Nós temos que começar a ver o começo de tudo ao em vez do final.
Muitos aspectos foram prejudiciais para a caída do petróleo, e são tão complexos e tão instáveis que vai demorar muito para resolver essa situação, principalmente com tantas coisas em risco. De um lado nós temos esse “shale oil” e de outro a Petrobrás, mesmo parecendo ridículo o que eu vou falar agora, mas ás vezes nossa única solução vai ser esperar e ver qual desses dois vai desistir da luta ou a perder, porque com esses dois juntos a crise só vai aumentar, até chegar a níveis tão instáveis que podem nem ter volta.
Na esquerda temos o “shale oil” com uma extração e fabricação caríssima e na direita temos o petróleo que está cada vez diminuindo o preço do seu barril para ver se consegue reverter essa situação. Só sei que não tomo lado nessa briga.
Eduarda Raposo-801