domingo, 22 de fevereiro de 2015

Te Contei, não ? - Na temporada dos beijos, ela pode estragar a festa


Causada pelo vírus Epstein-Barr, doença é transmitida pela saliva e tem sintomas similares aos de uma gripe forte



Beijo é tão intrinsecamente ligado ao carnaval que virou tema de (muitas) marchinhas, canções de axé, sambas, forrós, xotes, frevos… Mas é também o principal meio de transmissão da mononucleose, uma doença viral que, em geral, não é grave, mas pode tirar o brilho da festa.
A “doença do beijo” é assim chamada porque os principais reservatórios do vírus Epstein-Barr (EBV) estão na saliva. Ou seja, a troca dela na beijação carnavalesca torna a chance de transmissão relativamente alta. Afinal, cerca de 80% da população adulta no país já teve contato com o EBV. Muitos casos passaram despercebidos, foram confundidos com uma gripe forte ou, simplesmente, não apresentaram sintomas.
– O EBV penetra na orofaringe, cai no tecido linfático e se multiplica no fígado, no baço, nos pulmões e na medula óssea. Alguns pesquisadores acreditam que as parótidas (glândulas localizadas no pescoço) servem de “santuário” do vírus, justificando, dessa forma, a presença na saliva – explica a infectologista Danielle Provençano.
Os principais sintomas, como adverte a especialista, são febre, mialgia, prostração (cansaço), rash cutâneo (manchas no corpo), adenomegalias (gânglios aumentados de tamanho), dor de garganta, cefaleia e perda de apetite. Ao ser examinado, o paciente apresenta também aumento do fígado e do baço.
Ao contrário do que sugere uma canção-celebração do beijo que virou sucesso da banda Cheiro de Amor (“Já beijei um, já beijei dois, já beijei três, hoje eu já beijei e vou beijar mais uma vez”), Marise Fonseca, professora do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, dá a dica: nada de ficar beijando todo mundo estes dias.
– Quanto mais exposto você tiver, mais riscos terá de ficar doente – explica. – Esta é uma geração que tem por característica contar quantos beijos foram dados na festa. O momento, claro, é mais propício ao encontro amoroso. E às doenças.
40 MOÇAS BEIJADAS NA FORMATURA
O contador Bruno Vieira, de 24 anos, é exemplo dessa geração. Ele se refere aos seus 16 anos como uma “época de muito beijo na boca”. Ao ficar com febre alguns anos depois de ter apostado com seus amigos quem ficaria com mais meninas ao longo de 10 festas de formatura (alcançando um assombroso total de 40 moças beijadas), o jovem realizou um exame de sangue e recebeu a informação de que já havia tido mononucleose.
– Umas duas semanas depois dessa farra lembro de ter tido todos os sintomas possíveis. Tenho certeza que foi nessa época, porque foi quando eu me senti pior até hoje. Achei que fosse “uma virose” – conta.
É exatamente esse comportamento pouco específico da doença que o infectologista Esper Kallás do Hospital Sírio-Libanês destaca.
– Se não for no carnaval, vai ser em outro momento da vida – afirma Kallás. – Como raramente causa maiores problemas, a mononucleose não é um questão de saúde pública grave.
Para homens e mulheres entre 15 a 25 anos, faixa etária que mais provavelmente vai às ruas curtir o feriado, é importante ressaltar que o beijo não é o único modo de contrair a doença. Segundo Danielle, qualquer tipo de contato mais próximo entre a pessoa infectada e outro indivíduo pode ocasionar a transmissão. Por exemplo, compartilhar talheres, copos ou garrafas e ficar em locais com uma concentração muito grande de pessoas.
A estudante de Administração Luana Corrêa, de 22 anos, lembra, inclusive, que suas louças eram lavadas separadamente em casa quando acabou adoecendo. Ela namorava quando teve mononucleose, aos 16 anos, e que o namorado não teve o vírus detectado em exames, o que tornou a forma de transmissão um mistério.
– Os médicos não souberam dizer ao certo o que foi, mas ninguém lá em casa pegou, nem meu namorado – diz Luana, que acrescenta: inicialmente confundida com uma amigdalite, a mononucleose foi diagnosticada cerca de 15 dias depois do início dos sintomas.
Não há muito o que fazer depois do diagnóstico. A saída é aliviar os sintomas, combater a febre e a dor de garganta e repousar (em torno de quatro semanas), segundo os infectologistas. Não há um tratamento antiviral que tenha demonstrado benefícios nem tampouco pesquisas avançadas na direção de uma vacina. Kallás esclarece que, como o organismo combate sozinho o EBV, não há grande interesse na produção de uma por parte dos laboratórios.
Em geral, a mononucleose só se manifesta em pessoas imunocompetentes – ou seja, com um sistema imunológico forte – uma vez na vida, uma vez que os anticorpos produzidos pelo nosso corpo para atacar o EBV não perdem a “validade”.


Informações: O Globo

2 comentários:

  1. Quem é que não gosta de um beijo?? Em festas, sociais, baladas, festas cerimoniais ou de formaturas sempre rola um beijinho em que todos no outro dia comentam, só que o tempo das grandes festas não se comparam ao tempo do carnaval, a “disputa” entre a maioria homens, se torna maior do que essas festinhas que duram no máximo oito ou nove horas. Muitos adolescentes entre eles jovens de 13 anos até se Deus sabe a idade, gostam de fazer essas competições, levadas a quantidade, não a sensibilidade, muitos falam que Deus os livre de namorarem sério, pois não pretendem perder as suas liberdades, que se resumem em zoeiras de meninos solteiros. Já vi casos de namoros acabarem na época do carnaval justamente por essas questões, muitos adotam a ideia “ para casar só mulher de família, já para zoar....”
    Em minha opinião essa fase de quem beija mais que quem vem a acabar com a maturidade, como cientificamente provado que as mulheres se amadurecem mais rápido do que os homens, vemos esses tipos de competições com eles ficando com meninas mais novas. Nos dias de carnaval em que sai para a praia na batukada difícil era não ver o “fica fica” das pessoas, um modo de divertimento para eles e para elas, mesmo que não seja algo duradouro, mas é algo prazeroso e passageiro em que ninguém dispensa de sentir o gosto de um beijinho, mesmo que seja roubado, por isso que acho que quem é beijoqueiro não se importa em ficar doente, prefere continuar do que pensar na conseqüência desse beijar. Como diz a música de Claudia Leite “Vamos namorar, beijar na boca... uh,uh...”
    Laura Lyssa Carvalho de Sousa- 801

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  2. O carnaval é uma grande festa que acontece no Brasil e é conhecida no mundo inteiro. É um momento de muita diversão e descontração entre os jovens, principalmente os da nossa geração. Blocos, sociais e baladas, são os lugares mais frequentados por adolescentes nesse período.
    É muito comum ver adolescentes com idade próxima aos 12 anos se beijando hoje em dia. Não há idade para tal ação. O beijo virou algo normal pra nós, tão normal que nem sempre pensamos nas consequências, como a doença citada na matéria, por exemplo.
    Pode parecer simples tratá-la e nem tão ruim assim, mas ninguém gosta de ficar doente, muito menos sabendo que foi por causa de um beijo, ou vários. A partir do momento em que você sente dor, febre, com dor de garganta, já é ruim. Geralmente não nos preocupamos com o depois, mas na maioria das vezes o depois pode nos trazer consequências desagradáveis.
    O fato de compartilhar talheres, copos, entre outros, não só pode causar a doença do beijo, como também a hepatite, uma doença muito perigosa e que pode até ser fatal. Em baladas isso acontece muito, um acaba bebendo no copo do outro, sem ao menos saber quem é, quem faz isso realmente não sabe o tamanho do problema que pode arranjar.
    Mariana Beatriz 802

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