sábado, 21 de fevereiro de 2015

Te Contei, não? - Pais espiões

Rio - O universo paralelo para onde os adolescentes se transportam quando estão conectados já não é mais livre da presença dos pais. Mensagens, postagens em redes sociais e até localização podem ser acompanhadas pelos responsáveis, graças a uma série de aplicativos que rastreiam o aparelho dos filhos. Invasão de privacidade, neurose ou gesto necessário para quem tem o papel de educar? Não há consenso entre os especialistas. 
Há opções para todas as necessidades. Um deles, o ‘TeenSafe’ (‘Adolescente Seguro’), relata aos pais conteúdos das redes sociais, mensagens enviadas e até deletadas, em aplicativos como WhatsApp. Já o ‘MamaBear’ (‘Mamão Urso’) conecta toda família de uma só vez e, além de dados das redes sociais, dá a localização de todos. Os pais podem ainda selecionar palavras consideradas ‘impróprias’ para uso nas postagens dos filhos. E, claro, cada vez que elas forem usadas, os responsáveis ficam sabendo. 


Em ambos os casos é preciso saber login e senha dos filhos para ter acesso aos ‘relatórios’. Há aplicativos gratuitos e é possível baixá-los no Brasil, mas alguns só funcionam em Iphone. Para o psiquiatra Fábio Barbirato, chefe da Psiquiatria Infantil da Santa Casa de Misericórdia, não se trata de invasão de privacidade. Pelo contrário, ele considera dever dos responsáveis acompanhar atividades e amizades dos pequenos, inclusive no meio virtual. “Os pais têm o dever de controlar tudo o que está acontecendo. A criança não tem maturidade para saber o que está fazendo e pode acabar expondo toda família a uma situação mais grave”, avalia.

SEM AMEAÇAS 


No caso do ‘TeenSafe’, o aplicativo pode funcionar secretamente. Mas o psiquiatra afirma que os filhos devem ter ciência de que os pais têm acesso às atividades virtuais. Além disso, diz Barbirato, os mecanismos de controle não devem ser usados como ameaça do tipo ‘Se não me obedecer, vou te bisbilhotar’. “Os responsáveis não devem ficar preocupados se os filhos ficarão ou não chateados. Educar e dar limites também são formas de amar”, afirma. 
Andreia Calçada, psicóloga e psicoterapeuta, concorda que é importante saber o que os filhos fazem na internet, mas considera os aplicativos excessivos, sobretudo se a intenção dos pais é proteger os filhos da violência. “Em alguns momentos, pode ser útil ter o aplicativo, para saber onde o filho está. Mas tenho visto muitos pais neuróticos em relação à segurança e com dificuldade de deixar os filhos serem mais independentes”, cita. 
Para ela, é importante que os pais estabeleçam uma relação de confiança com os filhos. Andreia lembra ainda que adolescentes podem burlar o aplicativo dos pais e ‘aprontar’ por outros meios. “Monitorar tudo do adolescente pode ser invasivo. É como a mãe ler o diário da filha”.

TEM DE TUDO

TEENSAFE 
Mostra tudo o que é postado em redes sociais, dá acesso a mensagens de texto enviadas e deletadas, em aplicativos como WhatsApp, Snapchat e bate-papo do Facebook. Há ainda a opção de bloquear pornografia e de limitar o tempo que o jovem passa online. Além de no smartphone (Android e Iphone), pode ser utilizado no computador (Windows XP, 7 e 8). Custa 39 dólares (R$ 105) por ano.

MAMA BEAR 
O aplicativo é usado para conectar toda a família. Alertas são enviadaos quando alguém está acima do limite de velocidade ou saiu de um determinado perímetro pré-estabelecido. Há também o controle das redes sociais. Não existe a opção de usar o aplicativo secretamente.

TIME AWAY 
Permite que os pais controlem o tempo online e limitem o uso de aplicativos. Além disso, informa sobre a localização dos adolescentes. É grátis e compatível apenas com Android.

CANARY 
Compatível com Android e Iphone, o aplicativo avisa aos pais se o smartphone dos filhos está sendo usado (para mandar mensagem, ligar ou acessar redes sociais) enquanto eles dirigem a mais de 20km/h. Há alerta também quando o automóvel está em alta velocidade. É possível ainda criar espaços considerados seguros para o filho transitar. O aplicativo é de graça por uma semana. Depois, é preciso pagar R$ 49 (14,99 dólares).

MMGUARDIAN 
Permite localizar o celular do filho, monitora mensagens enviadas e controla o uso do aparelho. Por exemplo, é possível bloquear o uso do smartphone durante o período da aula. Assim como o Canary, o MMGuardian também restringe direção e uso do celular simultaneamente. Custa R$ 10 por mês. 

5 comentários:

  1. A primeira coisa que pensei depois de ler isso foi que era uma completa invasão de privacidade, e é.
    Porém, depois eu parei para pensar. Os meus pais e eu temos uma relação de confiança, sendo assim eles não precisam ficar sabendo da vida o tempo inteiro, até porque eu tenho direito à privacidade. Porém eu pensei que nem todas as famílias são assim. Parando para refletir, você percebe que é uma relação inversamente proporcional. Quanto menos confiança há mais controle, quanto mais confiança menos controle.
    Pare para pensar, se você sabe que seu filho é responsável e que nunca faria qualquer idiotice por que você vai colocar uma espécie de GPS nele?
    E também tenho outra pergunta, vamos supor que o carro que seu filho está dirigindo é seu, ou seja você emprestou o carro para ele, se ele está dirigindo falando no celular e andando a mais de 20 km/h, o erro foi seu ao emprestar o carro para seu filho que não tem responsabilidade o suficiente para dirigir.
    Há também a possibilidade do carro não ser seu, ou seja, o seu filho trabalha, economizou dinheiro suficiente para comprar um carro. Se foi responsável o suficiente para chegar a esse ponto, para que agir dessa forma?
    Não estou dizendo que seja certo ou errado você monitorar seu filho 24 horas por dia, mas sim que depende de como você vai agir de acordo com a situação.
    Quando os pais tem uma relação mais aberta com os filhos, isso gera um peso em cima dos filhos, uma confiança e uma responsabilidade, e nenhum filho quer que os pais percam a confiança nele, porque isso significaria perder sua liberdade. Como eu disse, quanto mais confiança, menos invasão de privacidade, e quanto menos confiança, mais invasão.

    Davi Vieira 802

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  2. Primeiramente, acho isso tudo um absurdo, dependendo do ângulo que é visto. As relações entre as pessoas estão cada vez mais intensas no mundo virtual e essa realidade é reforçada principalmente por meio do uso das redes sociais. Nelas, amigos costumam manter contato constante para contar as novidades, e é nesse novo ambiente que pais e filhos acabam se comunicando também com muita frequência. Porém, o relacionamento familiar na internet pode não ser o ideal. Acho que, principalmente no universo adolecente, exige um certo tipo de privacidade que deve ser respeitado pelos pais e familiares, pois algumas coisas queremos somente para nós mesmos, então acho esse tipo de invasão um absurdo, pois aposto que os pais também não gostariam que seus filhos soubessem de tudo que fazem 24 horas. Tudo é questão de confiança. Acho que se os pais confiassem mesmo no filho, não haveria esse tipo de vigiamento constante. Antes disso, com certeza houveram conflitos entre os pais e o filho, e por isso, com a pura intensão de proteger o filho, os pais ativam esses aplicativos.
    Então, por outro lado, se o filho for realmente um alguém incopetente que cometera vários erros em sua vida social na internet, ou fora também, não acho que seja considerada uma coisa tão ruim assim, até porque, acho que a real intensão disso tudo é fazer com que o filho aprenda a não cometer os mesmos erros novamente, que aprendam que tudo tem seu limite, e depois de um certo tempo em que os pais e o filho já tenham ganhado confiança e respeito, os pais desativariam esses aplicativos como sinal de que ele fez o certo e o melhor para ele, assim, levando ao filho a pensar e repensar sobre suas próximas atitudes.
    Enfim, há seu lado negativo, como positivo também. Então, por parte eu concordo com esses aplicativos por uma simples questão de aprendizagem de confiança, e não concordo por outro lado por questão de invasão de privacidade, que sinceramente acho um absurdo.

    Bárbara Muniz - 802

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  3. A confiança é a base de um relação .Sendo com sua família , namorado (a), amigos e até com você mesma . Como você quer amar alguém sem confiar nela ? Não tem como .
    Acho errado e certo ao mesmo tempo os pais monitorarem o que seu filho faz em seu celular. Errado porque seu filho vai achar que os pais não confiam nele , e também porque ele precisa de privacidade. Certo porque é preocupação de pai , isso é ate normal mas deixa seu filho numa situação desconfortável . Ele precisa amadurecer sozinho e os pais segurando ele isso não funciona.
    Monitorar o que seu filho faz ou deixa de fazer em redes sociais é muito chato (experiência própria ). Ele deixa de ter o pouco de liberdade que tinha . Muita das vezes as crianças deixam de confiar nos pais pela falta de confiança que os pais tem nos filhos . Isso acaba dando confusões e brigas .
    Penso que é errado os pais controlarem e prenderem os filhos por causa de celulares e computadores. Se os pais deram um telefone a ele é porque confiam e já que o telefone é dele os pais não devem mexer. Acho super errado . Se for pra controlar , pra que deu um celular ?
    Os pais devem parar com isso . Isso faz com que as famílias se desentendam , e isso é ruim porque uma família é pra sempre estar junto te apoiando.Pais, vamos parar com isso por favor? Melhor… né?

    Maria Antonia Rodrigues
    Turma 802

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  4. Pais Espiões....

    Foi um ótimo comentário sobre como os adolescestes agem ao passar por essa fase e como os pais se sentem, acho que todo ser que é pai deveria ler este comentário pois ele mostra que isso é só uma fase e que vai passar .
    Contudo, temos que entender que por outro lado é apenas a preocupação dos nossos pais, uma vez que essa fase e a fase em que somos mais influenciados. E uma grande massa de influencia na sociedade é a mídia televisiva!
    A questão da privacidade deve ser respeitado por ambas as partes desde que num relacionamento onde temos a liberdade de conversar sobre os problemas, amizades, e emoções que tanto flutuam nesse momento nas nossas emoções.
    Acho que nossos pais acabam virando espiões por medo de nos tornamos como muitos adolescentes que passam nos entretenimentos mostrados na mídia.
    Respeito todos os tipos de pessoas, porem acredito que o tipo de pessoa transmitido pela mídia, são adolescente rebeldes... rebeldes por falta de base no lar!
    Os meios empregados para vigiar os filhos, não deveriam ter sido criados para substituir a confiança que a alguns anos atrás era a base da sociedade.
    Hoje a confiança nos pais nos filhos e vice e versa é a grande ruína da sociedade, pois se não posso confiar nos meus pais, em quem vou confiar?
    Na verdade se a confiança fosse resgatada não haveriam pais espiões e nem filhos problemáticos .
    Quando nossos pais se lembrarem que essa fase e passageira, e nós nos lembrarmos que a única preocupação dos nossos pais e como o nosso bem estar, resgataremos os nossos valores e teremos uma sociedade mais forte.

    Victoria Rangel
    802

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  5. Primeiro quando li achei um absurdo os pais terem total controle sobre nossa vida social, mas pensando bem até concordo com algumas coisa - "eu disse algumas coisas". Bem em primeiro lugar não concordo que os pais devem monitorar 24 h por dia a vida de seus filhos, segundo tudo bem saber se o filho não está fazendo nenhuma besteira pela rede social, mas o filho tem que saber que os pais olham e vigiam eles.
    Ok... voltando ao assunto, os pais querem o melhor para seus filhos, claro que se preocupam com eles, por isso, a vigilância toda. Acredito que os filhos que tem confiança nos pai e os pais neles, não tem problema um olhar o do outro, acho isso até legal, além do pai supervisionar o filho, o filho também supervisiona os pais. Uma ótima forma de todos saberem o que acontece na vida de cada um, claro não "tudo" que acontece.
    Minha conclusão é que tranquilo se os pais supervisionarem os filhos, seria ótimo para a educação deles, mas claro direitos iguais se os pais olham nós também podemos né?!

    Mateus Nogueira 702.

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