sábado, 21 de fevereiro de 2015

Te Contei, não ? - Título da Beija - Flor pode virar CPI

Título da Beija-Flor pode virar CPI

Polêmica sobre doações pode fazer escola da Baixada voltar às discussões da Câmara dos Vereadores

LEANDRO RESENDE


Rio - A vitória da Beija-Flor de Nilópolis pode acabar, mais uma vez, numa Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara dos Vereadores. Como em 2007, a vereadora Teresa Bergher (PSDB) quer mobilizar o Legislativo municipal para discutir o Carnaval. Desta vez, ela quer pedir explicações para os dirigentes da escola da Baixada sobre as doações que financiaram o desfile campeão. Na esteira da polêmica, a vereadora também pretende desengavetar projeto de lei que tramita há 8 anos e prevê a municipalização da festa na Sapucaí.

“Precisamos apurar de onde partiu o dinheiro, e quanto foi. Veio da Guiné Equatorial ou das empreiteiras envolvidas na operação Lava Jato?”, questionou a vereadora, que presidiu a CPI de 2007. À época, após operação da Polícia Federal, que prendeu Aniz Abraão David, patrono da Beija-Flor, e Ailton Guimarães Jorge, ex-presidente da Liga Independente da Escolas de Samba (Liesa), denúncias apontaram indícios de manipulação no resultado.

A principal recomendação da CPI foi o projeto de lei, engavetado ano após ano desde 2007, que prevê entre outras medidas, a responsabilidade da Prefeitura do Rio sobre seleção, treinamento e segurança dos jurados do desfile.

O texto fala ainda da prestação de contas à Câmara, em prazo de 90 dias contados a partir da apuração, dos subsídios pagos às escolas, dos valores relativos à organização, e cópias dos contratos firmados pela prefeitura durante o Carnaval.

O relatório final da CPI não conseguiu provar que houve manipulação na vitória da Beija-Flor, mas fez diversas críticas a gestão da folia, e sugeriu a realização de licitações para cada serviço realizado, como cronometragem, segurança, som e transmissão dos desfiles. Em 2008, o texto de 38 páginas foi encaminhado ao Ministério Público para "tomada de providências cabíveis". Segundo o órgão, foi aberto um processo sigiloso naquele ano, arquivado em 2011.

"Nenhuma das recomendações foi cumprida. A Liesa continua mandando no Sambódromo, que é um equipamento municipal, sem licitação. A liga é quem fornece o buffet, faz a iluminação, é responsável pelo som, enfim, por tudo no Sambódromo. Só a Liga lucra com o carnaval e a prefeitura fica com o prejuízo", lamenta a vereadora.

O prefeito Eduardo Paes tentou licitar o Carnaval em três ocasiões, mas desistiu por "falta de interessados".

'Não recebo mais dinheiro da Liesa. E a Liesa, simplesmente, faz como se fosse uma locação não onerosa do Sambódromo. Ela arca com todos os custos e faz o evento dela", declarou, em entrevista ao jornal O Globo, em 2012. Procurado pelo DIA  nesta sexta-feira para comentar a CPI e a polêmica em torno da Beija-Flor, preferiu não entrar no assunto.

O DIA também procurou a Riotur, braço da prefeitura que atua junto a Liesa na organização dos desfiles, para esclarecer as afirmações feitas pela vereadora Teresa Bergher. Diz o texto do regulamento deste ano que a "Riotur se responsabilizará pela adoção das medidas relativas ao funcionamento da avenida dos desfiles, nos termos do disposto no contrato celebrado com a Liesa". A reportagem indagou quais os termos do contrato, quais as resposabilidades da Riotur e que valores estão envolvidos, mas até às 22h de ontem, não obteve nenhuma resposta.

Oposição irá aderir à CPI

Bergher calcula que não será difícil recolher as 17 assinaturas necessárias para protocolar o pedido de CPI, pois “ela não é contra o governo”. Vereadores da oposição sinalizaram em apoiar a CPI, mas defenderam a investigação das doações feitas para outras escolas.

O vereador Cesar Maia (Dem), declarou que irá assinar o requerimento para instalação da comissão. Prefeito à época da primeira CPI do Carnaval, ele não acredita na possibilidade de a prefeitura licitar os desfiles das escolas de samba.

"No estatuto de criação da Liesa, de 1984, (cujo presidente era o Castor de Andrade ex-chefe do jogo do bicho e ex-presidente de honra da Mocidade Independente de Padre Miguel), as escolas transferiram o direito de imagem para Liga. A partir de 1985, só a Liesa pode fazer os desfiles. Esse é o ponto, o desfile é da Liesa enquanto valer o contrato", declarou.

Seu companheiro de bancada, Célio Lupparelli, declarou que o momento é oportuno para o debate. "Qualquer indício de coisa nebulosa tem que apurar. Quem estiver errado, responda pelo erro.

Líder da bancada do Psol, Paulo Pinheiro garantiu seu nome entre os requerentes. "Vamos conversar com Teresa, mas vamos assinar. Lembramos do que fizemos com nossa comissão", declarou, em referência a CPI dos Ônibus, de 2013.

Do mesmo partido, Babá quer que todas as escolas sejam alvo de investigação. "É grave, mas não se pode ficar só na Beija-Flor. A população precisa saber de onde vem o dinheiro das escolas e do Carnaval como um todo", indicou.

Para jurados, não há problema

O fato de a Beija-Flor exaltar a Guiné Equatorial não foi problema para dois jurados que deram nota 10 ao enredo. “Não nos compete julgar se é um bom enredo, se é politicamente correto. O que fazemos é um julgamento a partir do que a escola pretende mostrar na avenida, a concepção e execução do enredo. E não compete a quem recebe o patrocínio investigar (se o dinheiro) é fruto de operação ilegal ou não”, afirmou o jurado Fernando Bicudo. Para Sandra Moreira, que também avaliou enredo, não cabe a ela julgar se o tema é correto ou não. “Não estou lá para avaliar a parte política, a captação de dinheiro”.

Colaborou Christina Nascimento

2 comentários:

  1. Antes de tudo, acho primordial lembrar que o carnaval é uma época para se descontrair, celebrar e se divertir, aqui no Rio, grande parte das pessoas celebram o carnaval com os carros alegóricos e escolas de samba, onde homenageiam assuntos diversos. Por agora, existem vários debates e discussões sobre a Beija-Flor e seu charmoso desfile na Sapucaí ainda mais sobre a CPI organizada para a escola de samba de Nilópolis, muitos acham que a partir desse desfile beija-flor estaria dando apoio ao ditador da Guiné Equatorial ou até mesmo sendo a favor da politica opressiva dessa terra que por muito tempo foi submetida ao governo da Espanha quando era colônia. Eu sinceramente não penso desse jeito, e a partir disso tenho que concordar plenamente com os jurados Sandra Moreira e Fernando Bicudo e ainda mais com a Babá, mas acho que antes de dar minha opinião, preciso primeiro explicar o porquê de pensar desse jeito, quem sabe assim converto novas mentes.
    Que eu saiba o Brasil vive numa democracia e uma das leis do Estado de Direito diz exatamente assim, “As leis da democracia podem ter muitas origens: constituições escritas; estatutos e regulamentos; ensinamentos religiosos e étnicos e tradições e práticas culturais. Independentemente da origem, a lei deve preservar certas cláusulas para proteger os direitos e liberdades dos cidadãos.”, ou seja, todos nós podemos fazer o que quisermos se isso não interferir na lei, e que eu saiba, nada que a Beija-flor fez é contra a lei do nosso país ou do nosso estado.
    Seguindo o raciocínio, em nenhuma parte do desfile a Beija-flor deixa explícito, ou somente mostra algum apoio a esse ditador, em maioria, fala somente do sofrimento do povo e da parte cultural da África. Só porque ele aceitou o dinheiro do ditador, não significa que ele em qualquer minuto apoiou ou elogiou essa tirania do ditador. Então porque ser criticado por uma coisa que ele não fez?
    Concordo sim que o dinheiro pode ser sujo e às vezes até roubado daquela populacão sofrida, mas como já falaram os juízes, “não podemos avaliar a parte política, mas sim o que a escola pretende mostrar na Sapucaí.”.
    De certo modo, concordo com a CPI para poder ver e às vezes até descobrir da onde veio o dinheiro, só não acho justo que isso seja feito só com a Beija ƒlor, já que todas as escolas de samba do Rio são patrocinadas e ganham dinheiro para montar seu desfile, pois convenhamos que não é qualquer um que tem o dinheiro necessário para fazer um desfile de tanta importância cultural para o rio, e ainda por cima de muitos detalhes significantes.
    Concluindo, acho que se for para fazer uma CPI, que ela seja feita para todas as escolas de samba e não só por uma, pois sabemos que a muitos segredos escondidos de baixo tapete quando o assunto é o carnaval do Rio. O que podemos fazer é investigar antes de acusar, assim tentar achar o máximo de provas para sabermos como acabar com esse problema que engloba nosso carnaval. Só lembremos que nós, cidadões, somos livres para sermos e para representarmos quem quisermos e quando quisermos.
    Eduarda Raposo-801

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  2. Antes de tudo, acho primordial lembrar que o carnaval é uma época para se descontrair, celebrar e se divertir, aqui no Rio, grande parte das pessoas celebram o carnaval com os carros alegóricos e escolas de samba, onde homenageiam assuntos diversos. Por agora, existem vários debates e discussões sobre a Beija-Flor e seu charmoso desfile na Sapucaí ainda mais sobre a CPI organizada para a escola de samba de Nilópolis, muitos acham que a partir desse desfile beija-flor estaria dando apoio ao ditador da Guiné Equatorial ou até mesmo sendo a favor da politica opressiva dessa terra que por muito tempo foi submetida ao governo da Espanha quando era colônia. Eu sinceramente não penso desse jeito, e a partir disso tenho que concordar plenamente com os jurados Sandra Moreira e Fernando Bicudo e ainda mais com a Babá, mas acho que antes de dar minha opinião, preciso primeiro explicar o porquê de pensar desse jeito, quem sabe assim converto novas mentes.
    Que eu saiba o Brasil vive numa democracia e uma das leis do Estado de Direito diz exatamente assim, “As leis da democracia podem ter muitas origens: constituições escritas; estatutos e regulamentos; ensinamentos religiosos e étnicos e tradições e práticas culturais. Independentemente da origem, a lei deve preservar certas cláusulas para proteger os direitos e liberdades dos cidadãos.”, ou seja, todos nós podemos fazer o que quisermos se isso não interferir na lei, e que eu saiba, nada que a Beija-flor fez é contra a lei do nosso país ou do nosso estado.
    Seguindo o raciocínio, em nenhuma parte do desfile a Beija-flor deixa explícito, ou somente mostra algum apoio a esse ditador, em maioria, fala somente do sofrimento do povo e da parte cultural da África. Só porque ele aceitou o dinheiro do ditador, não significa que ele em qualquer minuto apoiou ou elogiou essa tirania do ditador. Então porque ser criticado por uma coisa que ele não fez?
    Concordo sim que o dinheiro pode ser sujo e às vezes até roubado daquela populacão sofrida, mas como já falaram os juízes, “não podemos avaliar a parte política, mas sim o que a escola pretende mostrar na Sapucaí.”.
    De certo modo, concordo com a CPI para poder ver e às vezes até descobrir da onde veio o dinheiro, só não acho justo que isso seja feito só com a Beija ƒlor, já que todas as escolas de samba do Rio são patrocinadas e ganham dinheiro para montar seu desfile, pois convenhamos que não é qualquer um que tem o dinheiro necessário para fazer um desfile de tanta importância cultural para o rio, e ainda por cima de muitos detalhes significantes.
    Concluindo, acho que se for para fazer uma CPI, que ela seja feita para todas as escolas de samba e não só por uma, pois sabemos que a muitos segredos escondidos de baixo tapete quando o assunto é o carnaval do Rio. O que podemos fazer é investigar antes de acusar, assim tentar achar o máximo de provas para sabermos como acabar com esse problema que engloba nosso carnaval. Só lembremos que nós, cidadãos, somos livres para sermos e para representarmos quem quisermos e quando quisermos.
    Eduarda Raposo-801

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