A repercussão das declarações de Levy Fidelix e a irrelevância do que foi dito pelos outros mostram que a fórmula dos debates eleitorais já está esgotada
Há alguma coisa errada na campanha eleitoral quando de um debate realizado uma semana antes do dia das eleições o que fica são as declarações desastrosas de Levy Fidelix. Até domingo passado, a maioria dos eleitores talvez nem soubesse que o fundador do PRTB era candidato a presidente da República. Pensando bem, os eleitores desconhecem até o que significa PRTB. Apesar disso, mesmo com a presença de Dilma Rousseff, a candidata que lidera as pesquisas eleitorais, Marina Silva, a que mais se aproxima de competir com a favorita num segundo turno, e Aécio Neves, representante do único partido que costuma ameaçar a permanência do PT no governo, do debate de domingo todo mundo só se lembra de Levy Fidelix.
É verdade que as declarações de Levy Fidelix são mesmo difíceis de se esquecer. “Aparelho excretor não reproduz”, disse ele sobre casais do mesmo sexo num programa que supostamente pretendia difundir ideias políticas. “Vamos ter coragem. Nós somos maioria, vamos enfrentar essa minoria. Vamos enfrentá-los. Não tenha medo de dizer que sou pai, mamãe, vovô, e o mais importante é que esses que têm esses problemas realmente sejam atendidos no plano psicológico e afetivo, mas bem longe da gente, bem longe mesmo porque aqui não dá.”
Apesar da dificuldade de raciocínio do candidato e de sua incapacidade de criar uma frase lógica, ficaram claras a ignorância e o preconceito em seu discurso. Ao ouvir as declarações homofóbicas do candidato, escrevi no Twitter que “Levy Fidelix devia ser preso”. Foi uma opinião baseada unicamente na Constituição, que prevê, no item IV do seu artigo 3º, que um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil é “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”. Mas, verdade seja dita, Levy Fidelix não está sozinho. Meu comentário logo teve resposta. “Por quê? Por expor seu pensamento? Por ter opinião? Por não se deixar levar por um monte de hipócritas?” E mais: “Não se pode ser a favor da família tradicional? Tô com ele e não sou homofóbico. Sou cidadão independente”.
Assim, para muita gente, a homofobia de Levy Fidelix é uma prova de independência, é apenas a exposição de um pensamento. Simples assim. Esses contra-argumentos não me convenceram. Continuo achando que Levy Fidelix deveria ser preso. Mas é triste constatar que Dilma, Marina e Aécio, os três candidatos que estão de verdade na disputa, não expuseram nenhuma ideia que tivesse uma repercussão que pudesse competir com a repercussão do besteirol preconceituoso de Levy Fidelix.
Por que Marina ainda não explicou de modo didático como foram seus votos em relação à CPMF? Por que, em meio às denúncias de corrupção na Petrobras, os adversários continuam não rebatendo as declarações de Dilma de que tem “tolerância zero” em relação à corrupção? Por que Aécio Neves..., peralá, Aécio está mesmo concorrendo à Presidência?
A repercussão das declarações homofóbicas de Levy Fidelix e a irrelevância do que foi dito pelos outros candidatos mostram que a fórmula dos debates eleitorais já está esgotada. Do jeito que está, só serve para dar voz a nanicos e expor táticas de como aproveitar o tempo dos candidatos de verdade. São tantas regras, tantos cronômetros que não sobra nada para o eleitor aproveitar. Se numa rodada um candidato faz uma pergunta a outro, este outro não pode mais ser questionado. Assim, logo no começo, dois candidatos de verdade debatem, mas, no resto do tempo, os nanicos tomam conta do programa. Dois minutos de resposta ou 30 segundos de réplica não são suficientes para se explicar nada. Pior: qualquer que seja a pergunta, o candidato aproveita seu tempo de resposta para falar o que lhe interessa, independentemente do que lhe foi perguntado. No fim do suposto debate, o espectador está entediado, os candidatos frustrados e o Levy Fidelix se dá bem.
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Só mais uma coisinha: por que será que os candidatos têm tão pouco humor? Eu sei que ninguém está pleiteando uma vaga de comediante de stand-up na programação teatral, mas um sorriso ou uma tirada irônica não fazem mal a ninguém e ajudam a conquistar o eleitorado. Não é porque dá uma resposta bem humorada que o candidato se torna menos capaz. Pelo contrário. Leonel Brizola não pode ser chamado de político irrelevante e deitava e rolava nos debates de antigamente com suas tiradas engraçadas. Lula ganhou muitos debates, nas muitas eleições a que concorreu, fazendo a gente rir do adversário. Aécio e, principalmente, Dilma e Marina parecem acreditar que bom humor é sinônimo de incompetência, quando, na verdade, mau humor é sinal de ranzinzice. Quem quer um presidente ranzinza?
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/homofobia-mau-humor-na-campanha-14099328#ixzz3FxmwGAPV
Já se passou algumas semanas em que aconteceu as declarações de Levy Fidelix, mas ainda assim estou surpreendida, nunca imaginei que em um debate presidencial no Brasil, em 2014, a homofobia dê a cara assim, tão de repente.
ResponderExcluirUm homem que concorreu ao cargo de presidência fez um tipo de discurso com tanta violência e ódio que eu já vi em rede nacional.
Quantos homofóbicos ouviram esse discurso? Quantas pessoas ainda com opiniões em formação ouviu?
Sorte do candidato que a homofobia não é crime no Brasil.
Centenas de LGBTs sofrem em violência psicológica, violência física, estupro e assassinatos por serem quem são, por amar "errado". E na maioria dos casos, essas pessoas não tem a quem recorrer, não tem a quem pedir ajuda e, muito menos, tem seus problemas solucionados. Por que? Porque a homofobia ainda não é considerada crime no Brasil.
Sua declaração não me fez só indignação e nojo, fiquei com medo, com pavor.
O que ele disse nunca vai ser apagado, mentes já foram afetadas, as consequências virão.
Matheus Taranto - 901
ResponderExcluirÉ quase impossível de acreditar,que em pleno século 21,ainda existam pessoas como Levy Fidelix,Marco Feliciano,e diversos outros religiosos que promovem a homofobia,a orientação sexual é a escolha de cada um,se uma pessoa é homossexual,bissexual a escolha foi dela,e você não tem nada haver com isso.
Mas isso não quer dizer,claro,que todos religiosos sejam homofóbicos,uma grande parte não é,mas mesmo assim,essa minoria ainda é muita gente,que diz que um bom cristão não concorda com isso. Mas pessoas como Feliciano por exemplo,levam a homofobia ao extremo,fazendo comentários muito fortes e altamente ofensivos.
Uma coisa deve ser conscientizada em nossas escolas,que todo mundo é igual,independente de sua orientação sexual,cor,religião,crença ou nacionalidade pois todos somos seres humanos. Para nossas crianças não crescerem e se tornarem ignorantes como esses homofóbicos que aparecem na mídia.
O comentário do Levy Fidelix foi inaceitável,eu nunca votaria em uma pessoa com esse tipo de pensamente para governar nosso país! Esse não merece governar nem um condomínio!
No Brasil existe um enorme preconceito com os homossexuais, esse preconceito chega até na política , um candidato a presidência da república falar isso, simplesmente um absurdo, ele devia saber muito bem que isso é crime e um ato nada digno de um político que quer ser elegido pelo povo.
ResponderExcluirNão importa a cor,opção sexual ou cultura , todos somos iguais , porém ainda existe gente que não compreende isso e com isso são preconceituosas , chegando até a violentar os homossexuais. Se uma pessoa é gay ou não , isso é problema dela , cada um com a sua vida , não devemos julgar uma pessoa apenas pelo motivo dela ser homossexual.
Devemos parar e refletir sobre o assunto e lembrar que todos temos direitos iguais e que ninguém pode julga-lo pelo o que você realmente é.
Renan- 901
Stand- up
ResponderExcluirQuando comecei a ler as frases de Levy Fidelix que ele usava para se pronunciar parecia mais que ele estava num programa de comédia do que defendendo o seu governo ou expondo suas ideias, porque se formos ver as frases dele não tem nenhuma coerência, em um momento ele está defendendo uma tese só que logo depois ele diz algo sem lógica a qual não tem nada a ver com o que ele estava dizendo.
Levy Fidelix é só um exemplo, mas se formos ver outros candidatos e até mesmo outros que estão no plenário vemos que é tudo da mesma "laia". Além disso ainda temos que suportar o que esse Fidelix fala, o que é totalmente homofóbico.
E o pior é pensar que são as mesmas pessoas que agora reclama dele que votaram para ele estar no plenário.
Por isso que a população deve ficar mais atenta, deve pesquisar antes de votar em um candidato, porque somente assim é que conseguimos evitar muitas besteiras e atrocidades no cenário político e social brasileiro.
É incrível que em pleno o século 21 ainda é discutido a questão da homofobia, ainda mais vindo de uma pessoa que deveria dar o exemplo e mostrar que cada um pode fazer sua escolha.
ResponderExcluirExistem principalmente os falsos moralistas no qual é mostrado o texto acima, que são pessoas que fala que não apóia o que ele falou, mesmo assim votou nele .
Queria apenas saber qual a diferença entre uma pessoa homosexuais ou um heterossexual, pra mim não tem nenhuma diferença todos nós somos iguais independente da opção sexual de cada um. Cada um tem o direito de escolher com quem relacionaona
Suzana Barbosa - 802
Ativo
Após a análise do texto acima, pude perceber o quão preconceituoso é o candidato ao cargo político mais elevado do país. Levy Fidelix provou ser através dos debates e etc., completamente homofóbico, pois é a favor da família tradicional em pleno século XXI onde são formados os mais variados tipos de família. Foi um motivo de indignação, risos e comentários maldosos por todo país, que acabou chocando a sociedade com suas argumentações, que o povo acabou esquecendo suas propostas políticas e só restou na memória os absurdos ditos pelo candidato.
ResponderExcluirIngrid Maia Nanjara - 802