domingo, 12 de outubro de 2014

Te Contei, não ? - Faltou fazer a lição de casa

Revista Veja, 24/9/2014




O Ideb mostrou que o ensino médio brasileiro é incapaz de formar jovens para competir no tabuleiro global, mas o problema parece para lá de periférico no debate presidencial


O Brasil está tão habituado a levar nota vermelha no ensino que a notícia de mais um fiasco escolar costuma causar pouca perplexidade e, quando causa, ela logo se dissipa. A última rodada de números divulgados pelo Ministério da Educação (MEC) foi recebida com essa mesma sensação de película velha, mas há ali um dado que salta à visão e merece todo o destaque: pela primeira vez desde que surgiu o índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), o mais abrangente termômetro do nível das escolas brasileiras, o ensino médio não avançou um único décimo. As salas de aula que deveríam estar despejando no mercado jovens bem preparados para fazer do Brasil um país mais competitivo no tabuleiro global continuam atoladas no pântano da má qualidade, sem passar de 3,7 numa escala de 10. Dezesseis estados, inclusive, deram marcha a ré, fazendo aumentar o abismo que nos separa das nações mais desenvolvidas. Cabe derramar luz sobre o conjunto das escolas públicas que, mesmo tropeçando nas mazelas de sempre, conseguiram criar um ambiente favorável para o aprendizado e caminhar na direção certa.
O que explica seu desempenho acima da média não é um aporte fenomenal de dinheiro. Às vezes, ocorre justamente o contrário: é na escassez que a qualidade viceja. Também não há nenhuma tentativa de fazer algo muito mirabolante por parte das redes que sobressaem no ranking nacional; elas vêm aplicando o que já se sabe exitoso mundo afora. Cultivam a meritocracia, premiando os mestres que vão bem em sala, treinam o professor para que não se limite a velhas teorias e aprenda a ensinar e encaram a grade de matérias do ensino médio de forma mais flexível. O que isso quer dizer? Em Goiás, o estado campeão nessa etapa (nota 3,8), os alunos não são mais obrigados a assistir a 24 disciplinas, mas a catorze, preenchendo o resto do tempo com assuntos nos quais queiram se aprofundar na universidade. São Paulo, segundo no ranking ao lado do Rio Grande do Sul, envereda pela mesma trilha. Pode estar aí o embrião de uma escola menos tediosa, maçante e incapaz de ensinar o mínimo. É o Ideb que diz: a maioria conclui os estudos sem dominar conteúdos básicos do ensino fundamental.
A ideia de romper com a lógica de um ensino médio que bombardeia os alunos com uma quantidade colossal de disciplinas e trata a todos como se tivessem os mesmíssimos interesses — uma invenção brasileira — encontra resistência em rodas de sindicalistas e educadores que empunham a enganosa bandeira do igualitarismo. "A falácia desse discurso se comprova nos números: metade dos jovens abandona o ensino médio. Ele é, isto sim, excludente", afirma o economista Cláudio de Moura Castro, articulista de VEJA. Na Europa, há diversos tipos de escola, alguns com viés mais acadêmico, outros, mais profissionalizante; nos Estados Unidos, o estudante monta sua grade de acordo com o que vislumbra para o futuro. Quase sempre, o Brasil não tem uma coisa nem outra.
A cada divulgação do Ideb, as autoridades vêm a público defender mudanças já para o ensino médio.
As bravatas, porém, seguem-se a inação e mais notas baixas. Só para que não haja dúvidas, a imensa maioria das escolas de ensino médio está nas mãos dos estados, mas cabe à esfera federal orquestrar as políticas educacionais, dar as bases curriculares e definir critérios para a alocação de recursos. Resta então indagar o que os candidatos à Presidência planejam para desatar este nó que tanto emperra o crescimento do país.
A tirar pelo que foi escrito e dito até agora por eles e seus assessores, sobram mais perguntas e afirmações vagas do que respostas e caminhos concretos (como reforça o artigo de Gustavo Ioschpe O). Quem vai mais fundo na questão da reformulação do ensino médio é o candidato tucano Aécio Neves; sua proposta é que, a partir do segundo ano, o aluno escolha metade das matérias que vai cursar, mantendo-se o português e a matemática. Também propõe uma medida para atrair mais jovens para o ensino técnico: a ideia é permitir que, depois de um ano e meio no médio, o estudante possa seguir a via profissionalizante; hoje, ele precisa completar todos os três anos, o que espanta muita gente sem tempo nem interesse para isso. Marina Silva, do PSB, é menos específica, mas sugere em seu programa apontar no mesmo sentido. Fala em "reformular o currículo" e "articular conteúdos do ensino médio com os de educação profissional". Menos assertiva ainda é a presidente Dilma Rousseff, do PT, que pincelou suas idéias nas quatro frases que dedicou ao tema na primeira versão de programa de governo que apresentou. Espera-se que o texto final dê ao assunto a atenção que ele merece.

8 comentários:

  1. É muito importante que se preocupem com as notas, pois é a partir delas que podemos passar de ano para ter um futuro melhor. Todos que passaram pela escola sabem que sempre existirão matérias irrelevantes, outras estressantes, uma chata e outras que te interessam, porém são aquelas que as notas ficam piores, que devem ser estudadas, pois as principais, Língua Portuguesa e Matemática, por mais que muita gente não goste, servirão para toda uma vida. Sempre alguém perguntará: “Pra que serve esta matéria se não vou precisar dela quando for trabalhar?”, a resposta é simples: “É muito importante sabermos um pouco de tudo, mesmo que não seja útil mais tarde”. A ideia de poder escolher quais matérias estudar no Ensino Médio é muito boa, pois os alunos podem assim se empenhar em tirar notas boas.
    - Ingrid Maia Nanjara

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  2. Todos os estudantes, por mais que tenham dificuldades, deveriam se esforçar e focar nos estudos, pois mesmo que não influencie no tipo de profissão que deseje seguir, o conhecimento é extremamente importante para tudo na vida.
    Acredite, com notas boas e bagagem cultural, conquistará um futuro muito melhor. E para conseguir isso, não ha outra saída a não ser estudando, lendo e adquirindo cada fez mais informações, então dedique um pouco de seu tempo a cada dia, para melhorar seu futuro cada vez mais.
    Podemos perceber na reportagem, que o Brasil, não da devida importância ao assunto e a finalidade de uma boa educação, por isso acho que o governo e a população juntos, poderiam elaborar e aplicar projetos para melhorar essa situação, fazendo por exemplo com que as aulas fossem mais interativas e atraentes para os alunos.
    Sabemos que não somos obrigados a nos interessar por tudo, mas tenho certeza que com um pouco de esforço, todos somos capazes e daqui a pouco perceberemos o quanto tudo valeu a pena.

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  3. A falta de interesse.
    O que vemos hoje no Brasil e um total descaso na educação tanto na parte de investimento na parte de colocar melhor estruturas nas escolas,mas também em em valorização do professor pois infelizmente a profissão do professor hoje em dia não e mas respeitada e não e valorizada na parte do salário,isso faz com que aconteça oque já está ocorrendo que o professores deixem de exercer a profissão e não tenha mais professores se formando para entrar no lugar deles oque vai criar um rombo que não vai ajudar em nada a melhorar essas estatísticas do MEC.
    O total descaso do governo vai ser compensado com o nível mais baixo ainda no MAC nos anos seguintes o que vai causar um grande crise na parte da educação do país e que vai acabar anualmente sendo empurrado com a 'barriga'com isso vai acabar piorando mais ainda não vai ser para os grandes políticos e nem pelos grandes empresários que tem como pagar escolas particulares caríssimas em nosso país. Mas o que vai vai piorar é que a população pobre que é a maioria esmagadora não vai ter onde ter por seus filhos para estudar pois as escolas públicas não vão ter professores e nem instrutura interna como cadeiras,quadro,etc o que vai fazer a violência e várias outras coisas piorarem sendo que já está caótico.
    Eu na minha opinião acho que para melhorarmos esse quadro devemos por políticos que queiram mudar esse quadro de nosso país e também melhorar as condições de trabalho e de valorizar o trabalho do professor pois ele faz um trabalho que é essencial para a nossa sociedade pois tudo começa no professor todas as profissões.E com isso podemos ter uma luz no fim do para a educação de nosso país melhorar.

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  4. Eu realmente nunca entendi por que deveriamos estudar todas as materias possiveis, sempre vi em filmes americanos ou algo do genero que o estudante escolhia um certo numero de materias e, essas seriam logicamente, as que ele gostasse e que seguiria carreira.A educacao publica do Brasil nao e boa, isso tambem nao e novidade mas eu nunca achei que nao chegasse nem a 4,0 em medias mundias...Obviamente alguma atitude deve ser tomada, o tema de politica esta bombando ultimamente pois estamos em epoca de eleicao e como no ano passado (2013) ocorreram dezenas de passeatas exigindo por hospitais e educacao esses temas deveriam ser muito abordados nos debates. O Brasil esta na lista dos paises com mais potencial para crescer economicamente, mas antes de virar uma potencia mundial devemos ter uma populacao com alguma nocao geral sobre o que acontecesse e existe ao seu redor, atualmente a sociedade brasileira e ''alienada'' pois alem do limite de informacoes tambem sofremos com a manipulacao das mesmas.

    -Enrico Meirelles 901

    ATIVO

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  5. Investimento fidedigno

    " A educação é a arma mais poderosa para mudar o mundo" essa frase bem conhecida é de um dos maiores sul africanos, e também foi um dos que lutou incessantemente contra o Apartheid, Nelson Mandela.
    Esta pequena frase apresenta o fator de uma nação progredir, que é por investir na educação.
    No nosso país podemos dizer que de uma forma geral a nossa educação de péssima qualidade, isso geralmente não acontece por causa do professor que não quer ensinar direito os alunos, mas pelo contrário apesar da mal infraestrutura ele consegue ensiná- los.
    A verba que serve para investir na educação na verdade não chega até certa escola para isso acontecer, entre o caminho acontece algo que faz com que o dinheiro não chegue ao destino.
    O que acontece na realidade é um descaso dos políticos em realmente não investir na educação. E se fosse deste modo, investindo fielmente na educação, com certeza o Brasil conseguiria progredir não só economicamente mais principalmente iria ajudar muitas pessoas a melhorarem o seu parâmetro de vida.

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  6. A falta de interesse nos jovens de hoje em dia é absurda, é uma vergonha para o Brasil ter um índice tão baixo assim, isso apenas comprova o fato de que somos um país emergente. Alguns casos de jovens que estudam em escolas , principalmente públicas, em que os pais não da atenção e não ligam para o filho , isso não é culpa do aluno , é óbvio que ele não irá se interessar pelos estudos sem uma base e um exemplo em casa,isso é culpa dos responsáveis que não dão estrutura para o jovem, porém os jovens que tem uma estrutura em cada e não tem interesse nos estudos é uma vergonha , eles mesmos tem que tomar vergonha na cara e serem maturos suficientes para estudar e ter um bom futuro e profissão, sem isso eles não vão chegar em lugar algum.
    Renan- 901

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  7. Por mais que os alunos tenham dificuldades, eles devem se esforçar e tentar focar nos estudos, pois, o nosso futuro age de acordo com o que fazemos e estudamos agora. Devemos estudar para ter um mínimo de bagagem cultural. Muitas vezes dizemos “Para que estou estudando isso? Não vou usar isso em nada no meu futuro!”. Eu te respondo, é sempre bom saber o mínimo de variadas coisas do que não saber nada sobre nada. Por mais que os alunos fiquem sobrecarregados e cansados, devem dar o melhor de si, pois, o futuro é nosso e ninguém pode vive-lo para nós.

    Rafael Barcelos
    802

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  8. O ensino brasileiro é ineficiente, causado pela má vontade do governo de investir na educação e nos profissionais nessa área. Os meios de trabalho e o salário, não são nem um pouco atrativos para aqueles que estão terminando uma faculdade, e que de repente quisessem atuar como professor. Pouco se investe nas melhorias educacionais, e as regras que deveriam ser seguidas e não são, na verdade não é tanta novidade. Inúmeras coisas que deveriam ser monitoradas no Brasil não são, e pouco se preocupam os governantes. Por que não seguir alguns exemplos de países desenvolvidos? Ia ser bom tanto para a população quanto para o governo. Isso iria trazer uma sociedade mais justa, um país mais preparado, um mercado de trabalho bom e que merecesse um bom lugar no ranking. Já passou da hora do Brasil tomar umas iniciativas, e a educação é a que mais necessita delas.

    Julia Sant'Ana - 801

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