Manuel Antônio Álvares de Azevedo,
filho do doutor Inácio Manuel Álvares de Azevedo e dona Luísa Azevedo, foi extremamente devotado à família, como se pode ver pelo início de um de seus mais célebres poemas:
"Se eu morresse amanhã, viria ao menos / Fechar meus olhos minha triste irmã; / Minha mãe de saudades morreria / Se eu morresse amanhã!"
Pertenceu à chamada segunda geração do Romantismo brasileiro, influenciada pelo poeta Byron, cuja poesia se caracterizou pelo ultra-romantismo, subjetividade e pessimismo frente à vida.
Em todo o mundo, os integrantes dessa tendência romântica olhavam com desencanto para a vida e consideravam o sentimento do tédio como o "mal do século". Levavam vidas boêmias e desregradas, o que levou grande parte deles a contrair tuberculose.
A morte constitui o tema de grande parte dos poemas de Álvares de Azevedo. O paradoxo é que sendo ele o poeta dos versos sombrios e cinzentos, também cultivou o humorismo na sua poesia, devido à irreverente ironia de alguns dos seus poemas, como o famoso "Namoro a cavalo" ou "A lagartixa" que começa com os seguintes versos:
"A lagartixa ao sol ardente vive/ E fazendo verão o corpo espicha:/ O clarão de teus olhos me dá vida/ Tu és o sol e eu sou a lagartixa.
Outro elemento constante em suas poesias é a mulher, ora apresentada como virgem, bondosa e amada, ora prostituta, ordinária e vadia. Seus poemas também são marcados pelo patriotismo e o saudosismo da infância, além de certo satanismo, ligado à morbidez e à rebeldia dos românticos.
Álvares de Azevedo foi vitimado pela tuberculose aos 21 anos incompletos. Todas suas obras foram publicadas em livro postumamente: os poemas de "Lira dos Vinte Anos", a peça teatral "Macário", e o livro de contos "A Noite na Taverna".
Álvares de Azevedo é a patrono da Cadeira no 2 da Academia Brasileira de Letras.
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