Rio - Produzir seus próprios produtos, como copos, lápis, tênis e pratos sem sair de casa. E, talvez, com a sua cara. Cena do desenho animado da família ‘Os Jetsons’? Da série de animação futurista, da década de 1960? Não, não. Trata-se da realidade que está por trás do conceito da FabLab, espécie de pequena oficina que possibilita a fabricação de objetos em 3D.
Um ambiente pensado para instigar o desenvolvimento de ideias e produtos em laboratórios digitais, que reúnem profissionais, estudantes e empresas. Ligadas conceitualmente ao Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, essas FabLabs já se espalharam pelo mundo. Calcula-se que existem hoje 200 laboratórios. Muitos independentes, no qual qualquer pessoa pode usar os serviços.
Esta semana, tive a oportunidade de conhecer a primeira FabLab do Senai, no Centro de Tecnologia Automação e Simulação (CTS), em Benfica, no Rio. É a primeira FabLab nacional ligada a uma instituição de educação profissional.
No CTS, os estudantes são estimulados a desenvolver protótipos dos mais variados, oportunizando a criação e a produção em grupo e a parceria com diferentes indústrias. No local, têm acesso a softwares e equipamentos como impressoras 3D, máquinas de corte a laser e os kits arduino, para montagem de circuitos eletrônicos. “Aqui convencemos os estudantes de que qualquer ideia que tenham pode sair do papel”, avisa um professor.
A sensação é que o futuro já chegou. Que o futuro é o presente. De que os atuais modelos de consumo serão, muito em breve, transformados. De que, talvez, as marcas desapareçam. De que a sua impressora de papel em casa será substituída por outra capaz de produzir diferentes e diversos produtos de qualquer material.
Você não vai mais comprar produtos no shopping ou via web. Mas, sim, arquivos em 3D que, uma vez ‘decodificados’ pela sua impressora, darão vida ao produto. E, lógico, matérias-primas que permitirão a fabricação do artefato. No FabLab do Senai pude ver sandálias, óculos, tênis, bonecos, metais, lembrancinhas, brinquedos e inclusive a primeira guitarra do mundo, feita no Brasil com a estrutura totalmente impressa em 3D.
É óbvio que toda nova tecnologia traz outras e novas indagações. Como fica, por exemplo, a questão da fabricação de alimentos e ou de armas, uma vez que é possível ‘dar vida’ a qualquer produto de qualquer material? Boa pergunta. E comece a refletir sobre isso. Afinal, esse futuro é mais do que presente. Não acredita? Assista a este vídeo: http://youtu.be/NiOKDOnJ3VE.
Marcus Tavares é jornalista e professor
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