Rio - Sabe a sensação de insatisfação quando um livro termina e a história não é lá exatamente o que se esperava? É chato, mas não tem o que fazer. Ou talvez tenha. Livros interativos vêm ganhando o mercado, conquistando uma legião de adeptos e tornando as obras mais democráticas, com a participação e a cara do leitor. E aquela prateleira impecável, organizada por gênero e em ordem alfabética, não é o lugar para essas obras: por aqui, a ordem é desorganizar, subverter e destruir.
A canadense Keri Smith é uma das precursoras na ideia de colocar o leitor para trabalhar. São da autoria dela (o resto fica por conta de quem lê) diversos livros que estimulam a criatividade, dois deles lançados no Brasil: ‘Termine Este Livro’ (Ed. Intrínseca, 208 págs., R$ 34,90), em que o leitor é convidado a dar os rumos da história, e ‘Destrua Este Diário’ (Ed. Intrínseca, 224 págs., R$ 24,90), cuja proposta é fazer exatamente o que o nome sugere. O último é seu maior sucesso, com mais de 500 mil cópias vendidas no país desde seu lançamento, no último ano.
A cada página, uma instrução simples, como “Fure esta página com um lápis”, “Costure esta página”, “Dê um jeito de vestir o diário”. Os exercícios despretensiosos, que parecem até brincadeira de criança, são armas poderosas para despertar a criatividade e viraram coisa de gente grande: profissionais de áreas como design, arquitetura e moda adotaram a publicação para despertar a inspiração.
“Embora os livros possam parecer superficiais, há muita pesquisa envolvida ali. Cada diário se torna uma peça única, uma espécie de diálogo entre o leitor e o autor”, afirma a canadense.
E, de fato, da capa à última página, cada livro e diário são singulares. Basta usar a hashtag #destruaestediário (ou #ded) nas redes sociais para encontrar uma infinidade de ‘destruições’, como são chamadas as atividades. Há inúmeras páginas dedicadas a exibir as criações, como o perfil do Instagram @destruaestediariofotos, da carioca Suzanne Hiromi, estudante de publicidade de 20 anos, que, claro, tem o seu superpersonalizado.
“Fiquei amiga da Sara (Gurdiano) e de outras pessoas por causa do livro. Recebo em média dez fotos por dia de pessoas querendo mostrar suas criações na página”, conta ela, que tem mais de 10 mil seguidores. Ela diz, ainda, que acabou criando uma espécie de ‘rede de criação’. “As pessoas mandavam mensagem, pedindo ideias e assim fomos ficando amigos, trocando sobre isso”, diz.
Uma das preocupações da autora é derrubar a ideia da perfeição na criação. “Nossa cultura nos ensina que o que é imperfeito não é bom. Criamos uma série de padrões que não podemos atingir, isso leva à depressão. Eu costumava me frustrar quando errava algum desenho, mas essa é uma parte não apenas natural, mas também necessária do processo criativo”, defende. Carol Incerti, estudante de moda de 21 anos, concorda. Ela garante que o livro foi importante para lidar com bloqueios criativos. “Sempre fui muito perfeccionista e, quando via um defeito, achava que não estava legal. O livro me ajudou a superar isso”, jura.
Nesta página, fizemos uma pequena amostra do livro, com ideias para destruir esta página (mas só vale começar depois que terminar de ler a matéria).
O texto é sobre um livro criado pela canadense Keri Smith que não é nada parecido com os outros livros.
ResponderExcluirKeri sempre defendeu a hipótese de que o leitor deve trabalhar enquanto lê, deve participar e não ler apenas como algo superficial.
O nome do livro é “Destrua Este Diario ’’ e você deve fazer exatamente o que diz o nome. Todas as 208 páginas do livro contém “Missões” para realizar, por exemplo, fure a página com um lápis ou pise e deixe a marca do seu pé no livro ...
Gosto da ideia da autora, pois nos dá a ideia de que nem tudo precisa ser perfeito. Se estiver bom para nós, já é o bastante. Também dá ao leitor a oportunidade de ler um livro de um jeito diferente e escrever sua própria história, pois apesar das cópias originais do livro serem iguais, não haverá um livro igual ao outro.
Pablo Caliel Viana Matos - 702
Eu tenho dois livros “Destrua esse diário”. Depois que comecei a personalizar meu livro, me senti melhor. Quando estava com raiva, simplesmente o tacava no chão e rabiscava certa página que reservei só para isso!
ResponderExcluirConfesso que fiquei mais criativa após destruir os dois livros! Eu simplesmente deixei um preso no telhado, então comprei outro, que destrui arrastando-o amarrado na bicicleta.
Além de o livro te deixar mais criativo, ele ainda te promove momentos de diversão, o que geralmente é feito entre um grupo de amigos, onde cada um destrói um pouco do diário do outro.
O autor do livro teve exatamente essa ideia, estimular a criatividade e promover a interação do leitor com o livro.
ISADORA MOTA C REGIANINI- 701
O texto fala sobre um livro criado pela canadense Keri Smith, que não teve a ideia de nenhuma escritora e não é nada parecido com qualquer livro.
ResponderExcluirKeri queria ser diferente: ao invés do leitor ficar sentado para ler, ela gostaria que o leitor trabalhasse com o livro e que isso não fosse chato ou enjoativo.
O nome do livro “diz” tudo que você vai fazer e cada página tem um objetivo diferente. Quando você faz o que está escrito, o livro fica todo destruído.
Gostei dessa ideia: diferente de todos os livros que eu já li. Nunca achei que alguém ia ter uma ideia igual a essa.
Ela é uma escritora totalmente diferente.
Por Jean Paul C Pierre - 701