OSVALDO ANTONIO GOVONE
10/11/2014 12h57 -
Neste final de semana, quase seis milhões de pessoas fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem. Com duas provas, o exame pretende testar o nível do ensino brasileiro e ainda é a porta de entrada para universidades federais. ÉPOCA pediu que professores avaliassem as provas do ENEM 2014. Confira abaixo a opinião do professor de física Osvaldo Antonio Govone.
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"No que diz respeito às disciplinas de história, filosofia e sociologia, as questões de Ciências Humanas e suas Tecnologias foram bem pensadas e contribuíram com a avaliação de competências e habilidades propostas pelo Enem. Os vários formatos de enunciados utilizados foram a base que pedia do aluno atenção na leitura e na interpretação. As questões estavam bem divididas e, em algumas situações abrangiam mais de uma disciplina, o que pode ser comum em exames como este.
Na prova de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, as questões de biologia estavam bem divididas entre as várias áreas, como ecologia, genética, fisiologia animal, evolução, botânica e embriologia. O conteúdo estava bem contextualizado e corretamente distribuído, as questões exigiam conhecimento mínimo como, por exemplo, poluição, relação ecológicas, cadeias alimentares e ciclo do nitrogênio foram o destaque.
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Na prova de física, as questões se apresentaram equilibradas, com conteúdo das várias áreas, como, por exemplo, eletrodinâmica, eletromagnetismo, óptica, ondulatória, termodinâmica e mecânica. Foi um exame bastante conceitual, sem necessidade de muitos cálculos por parte do aluno.
Seguindo o padrão de anos anteriores, nas questões da prova de geografia, foram utilizados mapas e charges. Houve um aumento das questões de geografia geral, como destaque para os seguintes assuntos: emigração de europeus, Sahel, BRICS, desertificação na Ásia Central e formação da dorsal meso-atlântica. A geração de energia no Brasil (hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio em Roraima, Belo Monte no Pará e a usina nuclear de Angra no Rio de Janeiro) relacionada com problemas ambientais foi destacada em uma questão de geografia do Brasil.
As questões de química, em sua maioria, apresentaram-se com nível de dificuldade pequeno, não oferecendo problemas ao aluno. Essas questões integraram as matérias típicas de um curso de Química aos temas atuais.
Em matemática, a prova apresentou-se bem elaborada e com questões contextualizadas. Foram exploradas interpretação de texto, tabela, gráfico e aplicações do cotidiano. Alguns enunciados eram extensos e apresentaram dificuldades com o tempo previsto para resolução. Algumas questões, ainda, exigiram conhecimento específico, com base no modelo dos vestibulares tradicionais.
Em Linguagem, Códigos e suas Tecnologias, a prova foi bem elaborada, não exigiu profundo domínio do conteúdo e contou com a experiência interpretativa e os conhecimentos específicos do aluno.
A proposta da redação do Enem com o tema “Publicidade infantil em questão no Brasil surpreendeu a muitos, porém esse tema é muito coerente com a situação do Brasil atual. Nesse contexto, as crianças são a parcela da população mais vulnerável a influências negativas e isto pode criar outros problemas, pois este é o público que constituíra o futuro do Brasil. Em geral, a prova foi bem elaborada e adequada para avaliar o candidato."
Osvaldo Antonio Govone é formado pela UFSCar e gerente editorial do Sistema COC de Ensino, com atuação de 30 anos como professor de física, 10 anos como editor responsável pela disciplina.
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