quinta-feira, 29 de maio de 2014

Te Contei, não ? - Professores param em Macaé


Paralisação afeta 34% das escolas municipais. Alunos também sofrem sem merenda

Nonato Viegas

Rio - Em negociação há três meses, professores municipais de Macaé realizaram paralisação de 24 horas nesta quarta-feira. Segundo a Secretaria de Educação, 32 (34%) das 105 escolas foram afetadas parcialmente e quatro não tiveram aulas. Uma nova paralisação está marcada pelo sindicato da categoria, o Sepe, para dia 5, quando haverá assembleia para discutir uma possível greve.
Os profissionais da Educação reivindicam 40% de reajuste salarial, diminuição da carga horária, um terço do tempo semanal de trabalho livre para planejamento de aula e eleição direta para a direção das escolas. Ao todo, são 17 pontos para negociação.
Houve protesto em frente à prefeitura e o prefeito Dr. Aluízio (PV) recebeu os manifestantes. Uma comissão de representantes da categoria será formada para negociar. “Desta vez houve a promessa de diálogo. Desde fevereiro estamos tentando negociar, mas sequer há contraproposta”, reclamou Sabrina Luz, diretora do Sepe. Segundo ela, além dos “salários defasados pela inflação”, falta merenda para os alunos. “No máximo eles recebem um lanche, o que é absurdo numa cidade tão cheia de dinheiro”, opina.
Professores protestaram em frente à prefeitura e foram recebidos pelo prefeito para iniciar negociações

A dona de casa Tânia Gomes, mãe de um aluno da Escola Olga Benário Prestes e que participava da manifestação, reclama que o filho tem comido biscoito com refresco de guaraná. “Isso é alimento nutritivo para uma criança?”, criticou. Ao DIA , a secretária de Educação, Lúcia Tomaz, admitiu ter havido problemas com a empresa Bem Nutritiva, fornecedora da merenda escolar até o último sábado. “Por várias vezes, nós a notificamos por causa da alimentação fornecida, mas ela já não trabalha mais para a prefeitura”, disse, garantindo, porém, que desde ontem todas as escolas da rede recebem a merenda adequada.
Procurados pela reportagem, responsáveis pela empresa não foram encontrados. No domingo, a Bem Nutritiva publicou anúncio em jornais da região informando o rompimento do contrato. A prefeitura prometeu que em até 90 dias uma nova licitação será feita. A rede conta com 4.200 professores, com piso de R$ 2.179 por 16 horas para Ensino Fundamental e Médio e R$ 1.800 para Ensino Infantil, por 22 horas e meia. O piso nacional para 40 horas, por lei federal, é de R$ 1.697,39.

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