terça-feira, 6 de maio de 2014

Te Contei,não ? - Os Cavaleiros Medievais

Desde os 7 anos, candidatos a cavaleiro aprendiam a ler e escrever – privilégio para poucos na Europa dos séculos 10 a 14 –, a se portar social e religiosamente, a cavalgar e a batalhar.

Só aos 21 anos, porém, eram aprovados ou não como cavaleiros. Geralmente vindos defamílias nobres, com tradição na cavalaria, os jovens treinavam pesado, mas tinham várias regalias em relação aos camponeses: eram bem alimentados, viviam nos castelos e tinham direito a comprar terrenos e a contratar soldados para defendê-los.


Juntamente com os privilégios, vinham importantes responsabilidades: para com oscristãos (incluindo defender o companheiro de guerra e proteger os pobres e indefesos), para com Deus (considerado até mais importante do que o senhor feudal que o sustentava) e para com as mulheres (o culto à Virgem Maria ganhava força na época, e as damas passaram a ser vistas como donzelas puras e dignas de receber toda cortesia).


Longo aprendizado

Ao fim de 14 anos de treino, nem todo pajem virava cavaleiro


Pajem – indicado pela família aos 7 anos, passava a viver dentro do castelo. Lá, aprendia com monges a catequese e rudimentos de escrita. Treinava corrida e montaria e duelava com armas de madeira

Escudeiro – aos 14 anos, começava a ajudar o cavaleiro em tarefas como vestir a armadura e zelar pela segurança familiar. Nas batalhas, carregava as armas e socorria o cavaleiro se preciso.

Cavaleiro – aos 21 anos, o aprendiz que participou de várias batalhas, realizando feitos heroicos, recebia o título em uma cerimônia real. Se sobrevivesse a batalhas e se aposentasse, virava treinador.


Puxando pedra


O treino de um escudeiro rolava nos pátios do castelo. Começava com corridas, seguidas de musculação. Os aprendizes puxavam ferro, madeira e pedras, usadas para erguer os muros do castelo. Se colocado ao lado de um gladiador romano, ele pareceria mais magro, porém, mais musculoso.


Cultura, violência e fé

 Jovens nobres aprendiam a rezar, cortejar damas, andar a cavalo e batalhar com espadas, lanças e punhos.


Jiu-jítsu medieval

O combate corpo a corpo era violento: durante uma batalha, não durava mais do que 30 segundos. Era preciso neutralizar o adversário rapidamente, e os cavaleiros usavam técnicas de imobilização e estrangulamento semelhantes às do jiu-jítsu, arte marcial japonesa criada bem depois, no século 19.


Ensaio brutal

Duas ou três vezes ao ano, os cavaleiros exibiam sua técnica diante do rei e da nobreza. Os torneios eram realizados no campo ou nos castelos e tinham uma programação vasta, que incluía a melee, uma simulação bem realista de uma batalha – não eram raros ferimentos graves e até mortes.


Treino de campo


Se nos torneios os cavaleiros desenferrujavam e exibiam suas técnicas, nas caçadas eles se divertiam. Para os escudeiros, era a chance de mostrar serviço em tempos de paz. Usando lanças e espadas, era preciso mira e destreza para caçar coelhos e força para pegar javalis e cervos.


Tratamento real


Fazia parte da rotina diária de um aprendiz andar a cavalo e pular rapidamente da sela, caindo em pé. Os animais recebiam um tratamento caprichado: eram bem alimentados, lavados com frequência e apresentados diante do rei e do senhor feudal como as verdadeiras estrelas de seu exército.

Duelos de lança eram levados tão a sério que o derrotado entregava seu cavalo e suas armas ao vencedor – uma grande humilhação.

Só os cavaleiros podiam entrar armados em igrejas. Em tempos de paz e festas religiosas, cumpriam funções cerimoniais.


Homens de ferro

 A roupa de um cavaleiro era montada em camadas e protegia todos os pontos vitais

Escudo - Pequeno, era usado não apenas para absorver golpes, mas também para contra-atacar. O cavaleiro poderia, por exemplo, utilizá-lo para acertar a cabeça do adversário.

Lança - O comprimento variava de acordo com a tradição do castelo e o objetivo do cavaleiro. As mais curtas podiam ser usadas a pé.
Armadura - Montadas sobre uma cota de malha recoberta, no peito, por uma malha de ferro. O estilo variava, mas todo cavaleiro usava capacete, proteção no pescoço e nas articulações e coberturas para ombros, pernas e peito.

Espada - As armas de corte medievais só eram afiadas nas pontas porque também serviam para golpear. Se fosse preciso, o cavaleiro invertia a espada e golpeava com a empunhadura.


 O ideal de cavalaria


O perfeito cavaleiro, para cumprir o ideal, devia ter as seguintes qualidades:

● Um bom nascimento (nobre)
● A honra
● A coragem
● A lealdade
● A virtude
● A piedade



Nenhum comentário:

Postar um comentário