terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Te Contei, não ? - O Mashup

O mashup é um termo que está na moda. Na música, vários artistas aproveitam ritmos diferentes, os misturam, e daí nasce o mashup, que significa mistura em português. Na literatura, esse conceito também vem sendo explorado, misturando frases e personagens de livros clássicos de domínio público a histórias mais contemporâneas, de vampiros, zumbis, mutantes e bruxas, na maioria das vezes. Esses são os chamados mashups literários, ou mashup novel, um novo gênero que está ganhando cada vez mais força no Brasil.


Uma das finalidades é introduzir a literatura mais clássica aos novos leitores, incentivando os jovens a conhecerem também os grandes nomes da literatura como Jane Austen, Machado de Assis, Bernardo Guimarães e José de Alencar, por exemplo. Na maioria dos livros de mashup, os autores contemporâneos utilizam frases inteiras do livro original, ou até fazem uma paráfrase. É muito interessante ler a obra clássica e, em seguida, ler o mashup, para identificar o quanto o “novo autor” usou dos grandes escritores. Porém, a crítica literária não entende dessa forma. Para os críticos, os mashups apenas desvirtuam a obra original, acabando com a genialidade dos autores e, como resultado, fazendo uma história inferior comparativamente à primeira.

Um dos maiores sucessos dos mashups literários é Orgulho e Preconceito e Zumbis, do original de Jane Austen reescrito por Seth Grahame-Smith. O livro vendeu mais de um milhão de exemplares em 2009 e entrou para a lista dos livros mais vendidos do jornal The New York Times. Ao segundo romance de Austen, sobre preconceitos e falsas impressões, foram adicionados zumbis, artes marciais e muita ação. Esse ano, Seth lançou seu mais novo sucesso: Abraham Lincoln – Caçador de Vampiros.

Já no Brasil, Machado de Assis é o autor mais concorrido para sofrer misturas literárias. Dom Casmurro ganhou uma nova versão do autor Lucio Manfredi, intitulada Dom Casmurro e os Discos Voadores. A história adiciona discos voadores, é claro, à obra de Machado. Os olhos de ressaca de Capitu agora têm outro significado, e alienígenas e andróides estão disfarçados entre os personagens da história de Dom Casmurro. O leitor descobre ao longo da trama quem é quem de verdade.

Além dessa, Machado também recebeu uma versão para O Alienista, feita por Natalia Klein, intitulada O Alienista Caçador de Mutantes. O conto original, repleto de tiradas humorísticas e críticas políticas de Machado de Assis, ganha um pouco mais de aventura quando uma nave espacial cai em Itaguaí e uma névoa causa transformações alienígenas nas pessoas. O médico Simão Bacamarte então é escolhido pelo povo para tratar desses mutantes e recebe a alcunha de Alienista, uma mistura de Alien e especialista. Na realidade, o termo alienista significa “especialista em alienação”, como eram chamadas as doenças psíquicas àquela época. A nova versão parece ser bastante engraçada.

A Escrava Isaura de Bernardo Guimarães também ganhou retoques vampirescos em Escrava Isaura e o Vampiro, de Jeovane Nunes. Senhora, livro sobre a poderosa personagem de José de Alencar, acabou virando uma bruxa, literalmente, no livro Senhora, A Bruxa de Angélica Lopes. Muitos outros mashups literários ainda estão surgindo e, por mais que os críticos digam que não, toda maneira de ler vale a pena, mesmo sendo um remake contemporâneo dos livros mais clássicos.

9 comentários:

  1. Quando ouvi falar desses mashups, a primeira impressão que eu tive era que, de maneira nenhuma daria certo, seria uma perda de tempo, mas depois olhando com mais calma e entendo o assunto, vi que essa ideia de trazer livros que a princípio seriam chatos para serem refeitos trazendo assuntos que estão fazendo sucesso na atualidade, era muito genial. Esse novo "gênero textual" assim dizendo, vai ser ótimo para a juventude que, quando pensam em escritores renomados como José de Alencar já ficam com sono. Trazendo essas obras literárias como Senhora, de maneira que seja incrementado personagens fictícios como bruxas, vampiros, e outros. No caso de Senhora, é incrementado uma bruxa, que se torna a própria Senhora, sabendo disso, os olhos dos jovens brilham, fazendo com que nasça uma sede por livros.
    O que não pode ocorrer, é, que ao fazer um mashup de uma obra deve-se manter a essência da mesma, o objetivo pelo qual a obra foi feita, não pode ser perdido. Certos autores que querem fazer este novo estilo, acabam se perdendo um pouco, a história fica sem nexo.
    De maneira total, esse gênero tem tudo para dar certo e fazer sucesso!

    Aluna: Ana Carolina Pereira Ribeiro
    Turma: 901

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  2. A Respeito do comentário do livro de José de Alencar gostaria de expor minha opinião de uma grande modalidade que se chama mashup que significa misturar ritmos,filmes personagem , incluindo livros clássicos , onde torna-se interessante quando acontece mudanças na essência criando impactos na platéia ou leitores.
    Aluno : Lucas Nunes da 901 manhã

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  3. Sou a favor do mashup, mesmo sabendo que iria modificar o livro original, acho legal modificar estes livros para uma leitura, mas fácil de entender, e de certo modo você estará sim lendo a historia original, com algumas coisas a mais.
    É claro que normalmente o original é sempre o melhor, pode acontecer que o mashup seja horrível, e modificar a historia inteira, tornando a obra uma coisa sem sentido.
    Sei que em orgulho e preconceito e zumbi, foi tão bom, que decidiram fazer um filme.
    Acho muito legal a ideia do mashup, pois desperta a vontade de ler na juventude, principalmente quando a historia é rodada sobre algum ser sobrenatural, como vampiro, zumbi, lobisomens, e outros.
    De certa forma, os críticos estão certos, sobre tirar a essência que o autor coloca no livro, mas é melhor uma sociedade lendo uma adaptação de um livro original, de que nem saber do que trata a leitura.
    Uma ideia muito criativa, que espero que esta nova sociedade que esta nascendo agora, goste de ler, que além de ser um ótimo passatempo em tempos vagos, para muitos servem de inspiração para pessoas fazerem algo de bom para sociedade, aprender com os erros do personagem e criar um novo futuro.
    Giulia Mancini 901

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  4. Sempre quando alguém sugere a leitura de um clássico para um jovem, tem que ser bem corajoso, pois se for para um adolescente que gosta de lê contemporâneos vai reclamar: “Por que eu preciso ler algo tão antigo, que nem deve ser legal, não tem vampiros, bruxas e ação, deve ser um romance, tô fora! Além disso, ler José de Alencar? Você é maluco, essa coisa com português complicado.” Se for um que nem gosta de ler vai ser mais complicado ainda, pois todos os escritores clássicos, por serem antigos, utilizarem uma linguagem muito mais culta, serem visionários em suas obras, já parecem intimidadores. Sei disso porque, também sou adolescente e pensava assim, mais quando você começa com algo mais simples como: uma adaptação ou um mashup, tudo fica mais fácil e como os escritores contemporâneos não utilizam a obra clássica toda e deixam certas incertezas, aguça nossa criatividade de quer mais.
    Mashups e adaptações sempre são alvos de críticos, acusam de perder a essência original. Pessoalmente acho que em certos pontos eles estão certos, realmente escritores deixam de fora certas partes e adicionam personagens e eventos, mas tudo isso é para não deixar a obra extensa e perder o foco do leitor. Igual quando livros são produzidos para a telinha do cinema, não pode colocar tudo, senão ficaríamos horas no cinema e íamos dormir não nos divertir. Pois pegar um livro para ler é igual sentar para vê tv, é para relaxar, ri, chorar. E como o publico alvo para os mashups são para jovens, não vejo problemas nessas pequenas modificações, depois quando for mais velho e possuir certa bagagem cultural, poderá buscar por prazer a leitura do original. O grande problema mesmo seria se alunos de ensino médio ou adultos cursando literatura parassem de ler os clássicos para ler adaptações, porém como não é isso que está ocorrendo então deixa ser produzido novos tipos literários. Porém também depende da adaptação se for mudar tudo, publiquem como historia sua e não releitura.
    Recomendo jovens a ler essas historias para aproximarem-se com a literatura brasileira, só não pode parar por ai a sua criatividade, busque mais sobre o original, entenda o porquê de a obra ter sido produzida e se divirta! Talvez o problema aqui não seja a criação de novas historias baseadas nos antigos, e sim os próprios adolescentes que cada vez mais não querem saber de ler.
    Katelyn Nelson - 901

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  5. Muito interessante esse Mashup, uma mistura de assuntos em um só, onde deixa uma marca maior, contrário de somente um assunto.
    O mais legal dos Machups, é o Machup literário, com junção dos estilos de livros de hoje como de vampiros, zumbis, mutantes e bruxas, em um conto antigo como o exemplo dado em Senhora, obra de José de Alencar que relata sobre uma mulher pobre que acaba recebendo dote de seu avô e fica rica envolvendo um romance com Fernando, para uma brucha como o título "Senhora a Bruxa".
    Os romances "transformados", para algumas pessoas, é uma dádiva, até porque em nossa sociedade atual, a maioria dos jovens não se interessam pelas obras desses grandes autores, e preferem uma coisa mais "vampirizada", "zumbizada", para despertar o hábito de leitura, e isso está sendo uma forma de adaptar esses grandes romances.
    Como todos já observaram, os Machups deixam a obra com menos genialidade deixando-as bem menos próxima do original, e isso pode causar dificuldades à interpretação, já dada em obras originais, que poderiam ser úteis para nossa vida e em nosso cotidiano. É claro que outras pessoas conseguem interpretar de uma forma diferente os romances alterados, e isso poderia ajudar muito a novas interpretações de livros "recém nascidos".
    O que já está acontecendo é que esses livros adaptados estão virando sucesso, claro que é para o público jovem, devido ao interesse a esses assuntos e às histórias, pois estão ficando cada vez mais engraçadas. Por exemplo, no caso da obra Alienista, que vem alienígenas à terra e o médico tem que tratar destes e recebe o nome de alienista, contrário da obra original que é “especialista em alienação”. Isso me chamou muito a atenção.
    Gustavo Lengruber, 901

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  6. Mashups são adaptações que pegam coisas que estão na moda como vampiros, monstros, etc, e transformam uma história original de algum escritor muito famoso em uma obra moderna, usando, agora, elementos sobrenaturais que é o que o público leitor gosta.
    Os mashups, atualmente estão destinados principalmente aos jovens, porque pouquíssimos conhecem os grandes escritores do passado e suas obras, a maioria foca em livros atuais com histórias sobre zumbis, vampiros, alienígenas, lobisomens, entre outros. Então essa nova forma de leitura provoca o interesse dos adolescentes e permite a eles conhecer um pouco da história original e buscar saber mais sobre ela, também permite que conheçam os antigos autores das obras tanto brasileiros como estrangeiros. Apesar da tendência chegar depois no Brasil, veio e esta ficando famosa, muitos antigos escritores brasileiros como José de Alencar e Machado de Assis estão presentes na leitura dos jovens.
    Sinceramente penso que a maioria dos críticos não aprova quase nada, pois foi outra coisa que não gostaram, não concordaram que os primeiros livros sejam mudados, adaptados para uma coisa mais moderna, mudando às vezes inclusive o nome dos personagens ou a característica, mas essa não é a intenção, querem somente fazer o público se interessar pela narração e aprender com ela, buscar conhecer a sociedade de antigamente através de acontecimentos sobrenaturais.
    Senhora, de Alencar, teve seu mashup onde três bruxas tentam um feitiço para que Seixas fique com Aurélia, pra quem não conhece a verdadeira narrativa a curiosidade fica no ar, e dependendo da pessoa procura saber mais sobre a obra e o autor. O famoso livro chamado orgulho e preconceito é adaptado para uma versão na qual tem zumbis e mortes, alguém que nunca leu orgulho e preconceito e leu orgulho, preconceito e zumbis, ira ficar curioso para saber como é o livro real, os personagens, e até quem escreveu. O mashup apesar de mudar um pouco, não tira o foco principal do texto original, apenas trás novas mudanças, e o mais importante estimula muitos adolescentes que não leem a ler livros educativos, ao mesmo tempo irônicos e atuais, criticando e nos permitindo conhecer a antiga sociedade.
    Julia Tavares 901

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  7. Com o texto acima, pode-se observar que desde a infância, quando era jovem, José de Alencar já tinha seu destino traçado na literatura, o de escritor, é impressionante o destino da vida de Alencar ,pois quando era jovens, lia só para família e amigos em casa, agora se tornou o maior escritor do Brasil, junto ao seu amigo Machado de Assis.
    Deve-se observar que José de Alencar sempre foi um homem que sabia transmitir a emoção por meio das palavras, isso ocorre, nos seus romances atuais(urbanos, indianistas, históricos e regionais),quanto aos livros que o mesmo lia na época.
    Alencar enquanto lia a obra, fez uma pausa para uma conversação entre ele, os amigos e a família, e argumentaram e criticaram. A palavra criticar é um sinônimo de José de Alencar, pois criticou livros, pessoas, e até mesmo em suas obras criticava, um exemplo pode ser a burguesia do Rio de Janeiro, no passado, que só estava interessada em dinheiro, o lucro obtido a partir do mesmo, capitalismo, ou seja, não se importavam com um sentimento verdadeiro.
    Atualmente não existe mais o momento da literatura ,ou seja, um momento em que o grupo de pessoas se reuniam, para ler histórias e argumentar sobre as mesmas ,nos dias atuais existe o momento esporte, o momento eletrônico, ou seja, a valorização dos livros nos dias de hoje não existe mais, pois as pessoas desvalorizam a disciplina e só assistem jogos de futebol que em minha concepção são fúteis não ajudam em nada, só fazem o nosso país que já está na beira do fracasso, despencar ainda mais, ou seja, fazer a situação se agravar.
    Usar eletrônicos, assistir jogos de futebol ou de outros esportes não é o problema, mas o vício é, e prejudica, pois precisamos da educação, pois sem ela não somos ninguém, pois não arranjaremos trabalho nenhum, ou seja, ficaremos desempregados. Ir a escola é fundamental, pois não vamos a escola só para aprender matéria, e ganhar pontos, vamos a escola para adquirir conhecimento para podermos usar ao longo da vida, e a escola, nos prepara para vida, para os desafios que iremos enfrentar, e algumas dificuldades. Os livros são essenciais para esse quesito, principalmente os de José de Alencar.
    Gustavo Salvini-901

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  8. É claro que um mashup não vai substituir a obra clássica original do autor, mas também os acho muito interessantes. Pra mim, desde que a base essencial da história não saia de cena, não há problema algum, até acho uma escolha maravilhosa para atrair mais o público mais jovem a se interessar pelos clássicos da literatura.
    Incluindo na história vampiros, bruxas, zumbis e outros personagens fictícios presentes nas histórias mais atuais, sem sombra de dúvida o interesse será bem maior e assim fazendo jovens gostarem e conhecerem grande e importantes nomes.
    A crítica literária tem uma opinião diferente. Para ela, os mashups distorcem as palavras originais do autor, inferiorizando assim a obra nativa. A respeito de tudo sempre vai haver um segunda opinião, nada nunca agradou a todos, portanto coisas assim são de se esperar.
    O importante, é que ele estão dando ótimos resultados, vendendo milhões de exemplares e o objetivo de incluir os olhares juvenis nessas histórias, felizmente está sendo alcançado. Inclusive no Brasil, onde as obras de Machado de Assis são os principais alvos de mashups, como ocorreu na sua obra de sucesso “Dom Casmurro”.
    Os vampiros, por exemplo, estão super “na moda” atualmente, portanto, ao introduzi-los em antigas obras ,que podem parecer ter uma narração entediante e cansativa para o público juvenil, é como se estivesse modernizando-as, atraindo inúmero olhares sobres para ela e ainda aplicando na vida de muitos a mensagem que o autor original desejava passar.
    O mashup, pode ser visto como uma nova interpretação ou uma continuação da história base.Porém muitos acham uma onda desnecessária, sem criatividade, um certo apelo do mercado, comparando-os a fanfics. Apesar de achar um comparação absurda e sem fundamento, sempre é necessário ser citada ambas as opiniões, para que outros possam construir sua própria percepção com base nelas.

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  9. É muito difícil ver um jovem, um adolescente hoje lendo um livro clássico original, com muitas folhas, capa dura e o português de séculos antes, por isso os mashups, que são novas maneiras de se reescrever os livros com uma colocação moderna, tornam a vida do leitor de hoje mais fácil.
    Não há nada de errado modificar a forma de como a história foi escrita incrementando um pouco, com por exemplo seres fictícios e mágicos, desde que não mudem o contexto da história. Essas novas formas deixam tudo mais divertido na minha opinião. Usar ideias que atraem o leitor, pois um livro com vampiros, extraterrestres, bruxas fica mais cômico , atrativo e envolve quem o lê, ensinando por trás de todos os incrementos a verdadeira história escrita há muito tempo, sem deixar perder o foco. Realmente se pensarmos em um grande romance do século passado , quase ninguém iria se importar ou ler, e se esses mashups não estivessem aqui, a cultura literária provavelmente seria perdida e não leríamos mais os livros clássicos. Alguns críticos não aceitam os mashups, pois dizem que perdem o que o verdadeiro autor demonstrou na obra, mais ainda nos passam a mesma história antiga mas é recontada de uma nova maneira.
    Como estudante, acho que os mashups são uma ótima maneira de passar os clássicos para a vida atual, não necessariamente com bruxas ou vampiros, mas com releitura dos personagens, e estes envolvem todo o enredo e abrem as portas para lermos o livro original já tendo uma ajuda prévia, e conseguirmos comparar o antigo com o novo sem ter grandes dificuldades.

    Alessandra, 801

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