quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Te Contei, não ? - Omissão oficial na casa de Machado

Entidades e órgãos públicos ligados à cultura e à preservação da história do Rio parecem não dar valor histórico à casa onde o escritor Machado de Assis nasceu e viveu até os 6 anos de idade, na Ladeira do Livramento, no Centro.


O abandono do imóvel foi noticiado nesta quarta-feira com exclusividade pelo DIA: a casa virou um cortiço, onde seis famílias vivem há décadas.
Foto: Paulo Alvadia / Agência O Dia
 Casa onde nasceu Machado de Assis, no Centro: má conservação | Foto: Paulo Alvadia / Agência O Dia
A Academia Brasileira de Letras (ABL), que até a reportagem publicada ontem não queria conversar sobre o assunto, convidou o historiador Milton Teixeira para uma reunião, semana que vem. “Estamos interessados em saber o que o professor tem a nos dizer”, afirmou Carlos Athayde, porta-voz da ABL.

A Secretaria Municipal de Cultura, por outro lado, informou nesta quarta-feira que não compete a ela tomar qualquer iniciativa em relação ao imóvel.

O Instituto Estadual de Patrimônio Histórico também não quis emitir opinião sobre o caso, limitando-se a confirmar que nunca houve pedido ou procedimento de tombamento relacionado à residência. E o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional não tem uma opinião sobre o assunto.

Apesar de o historiador Milton Teixeira apontar que no livro “Memorial de Aires” existem trechos de Machado de Assis fazendo referência ao local onde nasceu, e também a existência de documentos reproduzidos pela Biblioteca Nacional no centenário do escritor, o Instituto Rio Patrimônio da Humanidade voltou a demonstrar desconhecimento e disse que “não há documentos ou dados oficiais que comprovem o fato”.

Para o professor Milton Teixeira, o convite da ABL é um avanço. “Eles demonstraram interesse em conversar. Pode ser um bom começo”, disse.

Jornal O Dia

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