Lembra ?
Lembra do amanhecer,
Do que foi rabiscado com giz?
Lembra de quando se era inocente,
Se era feliz ?
Lembra quando se era pueril,
Quando não existia tanta hipocrisia,
Quando para viver a vida nem era preciso anestesia ?
Lembra quando se julgava sempre, sempre de tudo capaz,
Quando fervilhavam os desejos, os sonhos dos casais ?
Lembra quando havia o cheiro de criança,
A inocência da esperança,
Quando existiam carinhos cheios de pujança
Porque qualquer desesperança
Sempre tinha um pouco de perseverança ?
Lembra quando brotavam projetos e tanta confiança ?
Lembra quando ainda havia a presença de quem já se foi,
Sutis diferenças,
Delicadas ofensas,
Mas a forte crença
De que o que se sentia era capaz de derrotar qualquer desavença ?
Hoje ?
Hoje tudo relembro
Já sem mais questionar,
Pois depreendo que tudo, tudo tinha
O objetivo de me fazer
Absorver,
Compreender,
Crescer,
Anoitecer,
AMADURECER ....
José Henrique Silva, madrugada de 03/07/14
Esplendoroso! De suave fez-se surpreendente, de reflexível fez-se realístico, de sereno fez-se grandioso, de quieto fez-se eloquente. Belíssimas palavras, brilhante intuito de reflexão, temível porém comumente realidade.
ResponderExcluirDesarrimar, porém relembrar. Magnificente segredo de um bem estar. Em pleno consenso, viver sempre pronta para um golpe executar.
Bruna Leite Felix, 801.