sábado, 26 de julho de 2014

Te Contei,n ão ? - Seca ameaça Paraíba do Sul

Alvo recente de discórdia entre dois estados, depois que São Paulo anunciou a intenção de captar água de seus reservatórios, o Rio Paraíba do Sul enfrenta neste inverno a pior seca dos últimos 80 anos.





Em Campos dos Goytacazes,no Norte Fluminense, o nível das águas está 40 centímetros abaixo do que é considerado normal nesta época do ano – de 5,20 metros chegou a 4,80 metros. Embora ainda não haja risco de desabastecimento no consumo doméstico e industrial, a situação preocupa autoridades e traz prejuízos, principalmente a Pescadores e produtores rurais. “Esta estiagem é a pior já registrada no Paraíba do Sul desde 1931, quando se iniciou o monitoramento continuado das águas da bacia. Isso é inédito e preocupante”, confirma o secretário estadual de Ambiente, Carlos Portinho. Para o secretário do Meio Ambiente de Campos, Zacarias Albuquerque,o índice é recorde e a situação, alarmante. Segundo ele, o rio entrou no nível de baixa antes mesmo do início do inverno. “Esse quadro deve ser levado em consideração quando se pensa em qualquer projeto de transposição das águas do Rio Paraíba, como o que pensa o governo do estado de São Paulo”, alertou. A preocupação é ainda maior por parte de quem depende do rio. Jorge Carvalho, presidente da Associação de Pescadores do Paraíba do Sul, disse que o rio já não tem mais Peixes e por isso muitos estão precisando buscar outras fontes alternativas de renda. “Hoje em dia o Paraíba virou uma piscina, não tem Peixe mais. Os Pescadores estão tendo que fazer outra coisa. Alguns já viraram até ajudante de pedreiro. Eu pesco há mais de 30 anos e nunca vi essa situação. A gente precisa do nosso ganha-pão de volta”, completou. A região do Baixo Paraíba, no Norte Fluminense, é um berçário natural de reProdução das espécies, principalmente de Peixes.Coma estiagem, os berçários estão secos e os canais, assoreados. “Há dois anos a região já não tem a piracema (período de desova dos Peixes).Não tem Peixe nem na caixa do Paraíba, nem no berçário. Nessa época também é comum ter bastante vento por aqui, aí piora a situação, porque quanto mais ventar, mais vai secar”, explicou Carvalho. Para minimizar o problema, a Secretaria Municipal de Defesa Civil instalou ontem duas bombas, adaptadas sobre uma balsa, embaixo do viaduto da cidade, para irrigar água para o Canal Campos-Macaé e, consequentemente, para o Canal de Tocos e os demais canais secundários e terciários da Baixada Campista, para atender aos produtores rurais daquela região.As bombas, que têm capacidade para jorrar 1.400 litros por minuto, ficarão no local até o nível do rio atingir a cota de sete metros, o que está previsto para o mês de novembro. O rio, que nasce ao sul da Serra da Bocaina e Mantiqueira, no estado de São Paulo, percorre 1.137 quilômetros e deságua no rio Paraitinga. Campos é uma das 184 cidades banhadas pelo rio, o mais importante do estado, responsável por abastecer 12,4 milhões de habitantes, em17 municípios.

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