sábado, 8 de dezembro de 2012

Artigo de Opini~~ao - As distorções do ENEM - Hamilton Werneck

O Enem foi criado para servir de avaliação do Ensino Médio, podendo ser um orientador das atividades acadêmicas nesse grau de ensino. Além disso, a experiência apresentada era ligada à organização de um instrumento de avaliação com características diversas das tradicionais, separadas entre si e cartesianas. A proposta, portanto, era fazer uma avaliação que servisse de reorientação para o Ensino Médio.
A primeira grande distorção foi transformá-lo em instrumento de seleção para o ingresso nas universidades, criando-se para o segmento médio um grande problema: os professores são formados dentro do modelo cartesiano e os livros e apostilas distribuídos e adotados no país seguem o mesmo modelo, muito distante de uma proposta sistêmica, interdisciplinar e, por vezes, com tentativas transdisciplinares.
A segunda distorção é que a avaliação do Ensino Médio ficou reduzida ao ‘ranking’ das escolas onde, cada qual, busca um resultado melhor para ter uma apresentação mais segura no mercado.
São muitas as variáveis intervenientes. Escolas com menor rotatividade de alunos tendem a ter resultados melhores, enquanto escolas com número maior tendem a apresentar resultados não tão elevados. O Enem mede um momento da vida dos alunos que, se naqueles dias de prova não conseguirem superar suas ansiedades e angústias, poderão perder grandes chances. Melhor, evidentemente, é o vestibular parcelado feito pela Universidade Nacional de Brasília que distribui as provas ao final de cada ano letivo do Ensino Médio.
Infelizmente, a grande resultante de tudo o que se faz é não se continuar perseguindo o principal objetivo proposto para esta avaliação e querer transformá-la numa espécie de um novo vestibular que pouco tem de diferente em relação às provas da década de 1980.


Pedagogo, escritor e palestrante

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