sábado, 8 de dezembro de 2012

Te Contei, não ?- A psicose de Hitchcock

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POR TRÁS DAS CÂMERAS
Hitchcock (Hopkins, de terno) dirige Janet (Scarlett): glutão e obcecado por loiras
Foi em um restaurante, em Los Angeles, que o ator britânico Anthony Hopkins conheceu o gênio do suspense Alfred Hitchcock. A conversa, no entanto, durou pouco. “Nunca poderia imaginar que um dia o interpretaria”, diz o ator, que estreia nos EUA o aguardado filme chamado justamente “Hitchcock”. O longa-metragem flagra o cineasta inglês durante as filmagens de seu maior clássico, o thriller “Psicose”, rodado em 1959, mas está mais interessado em retratar a sua personalidade autoritária e sua complexa relação com a esposa, Alma Reville, vista como “a grande mulher por trás do homem”.

Entre cenas que mostram a batalha do financiamento e da seleção de atores de “Psicose” e a briga com a censura americana, que considerou o filme muito violento (só liberou sua exibição para duas salas de cinemas nos EUA), o genioso diretor revela-se na intimidade e idiossincrasia. O Hitchcock de Anthony Hopkins é arrogante, bebe e come compulsivamente, e gosta de escolher as protagonistas de seus filmes – geralmente loiras – na privacidade do seu escritório. Do seu lado, Alma é mostrada como uma mulher nada frágil: não raro ela reescreve o roteiro dos longas-metragens assinados pelo marido e lhe dá suporte por trás das câmeras. Como nos especiais sobre filmes famosos – semelhantes aos extras que incluem os bônus de DVDs e blu-rays –, os atores reproduzem até as entrevistas feitas por ocasião do lançamento de “Psicose”. Em uma delas, a atriz principal Janet Leigh (interpretada por Scarlett Johansson) explica que Hitchcock não queria usar trilha sonora na antológica cena no chuveiro – e que foi novamente Alma quem o convenceu do contrário.

A gravação dessa famosa sequência não intimidou Scarlett Johansson em relação à nudez: “A equipe ficou preocupada com a minha privacidade, mas penso que Janet Leigh também não pensou nisso na época.” Detalhista na criação do personagem, Hopkins lembra que, ao conhecê-lo, teve tempo de reparar nas veias do pescoço de Hitchcock. “Ele estava bem acima do peso”, diz. Foi outra recordação, contudo, que o fez aceitar o papel: o impacto que o filme lhe causou no ano do lançamento: “Nunca vi tanta gente assustada no cinema quanto naquela cena do chuveiro.”

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Revista Isto É

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