domingo, 12 de abril de 2015

Artigo de Opinião - Valor da vida na favela

A lamentável perda do filho de Alckmin decorreu de risco assumido. O mesmo não aconteceu com o menino Jesus, morto na Semana Santa

O DIA


Rio - Valor não é característica própria de nenhum bem material ou imaterial; é atribuição por um sujeito. Valor é qualidade de não indiferença. Maior a indiferença, menor o valor. Dizemos que a vida não tem preço, tamanho o seu valor. E todas as vidas devem se equivaler. Mas as mortes de Thomaz Alckmin, filho do governador de São Paulo, e do menino Eduardo de Jesus Ferreira, no mesmo dia, tiveram tratamentos diferentes, apesar da gravidade institucional causadora da morte do garoto. 
Eduardo de Jesus tinha 10 anos e foi assassinado por um tiro de fuzil numa comunidade ‘pacificada’. Thomaz, filho da elite paulista, tinha 31 e morreu num acidente de helicóptero. São Paulo é a cidade com a maior frota de helicópteros do mundo, e a probabilidade de acidentes é proporcional. É contrário à natureza que os pais sepultem os filhos. O governador de São Paulo merece toda solidariedade. Mas a lamentável perda de seu filho decorreu de risco assumido. O mesmo não aconteceu com o menino Jesus, morto na Semana Santa. Pela morte da criança negra e pobre não houve comoção midiática ou manifestação pesarosa dos governantes. A presidenta Dilma lamentou oficialmente o acidente com Thomaz, mas se limitou a palavras vagas sobre Jesus, dizendo apenas que espera que os culpados sejam responsabilizados, sem manifestação sobre o modelo de política genocida que apoia. 
Assombrou-nos a foto de uma menina na Síria que confundiu a máquina de um fotógrafo com uma arma e levantou os braços. Mas naturalizamos o terror das crianças nas favelas quando avistam quem as deveria proteger. Quando em 2007 intensificaram-se as execuções pelas forças do Estado, depois de declaração do governador do Rio de que o ventre das mulheres faveladas era fábrica de reposição de mão de obra para o tráfico, artistas e intelectuais lançaram manifesto contra a política de extermínio. O secretário Beltrame declarou que o manifesto era míope, e foi iniciada a política de ocupação militar das favelas. 
A indiferença e a perversidade grassam sobre os pobres. Para justificar o assassinato de Jesus, montagem de foto de criança com arma foi divulgada nas redes sociais. Com cinismo, autoridades disseram que o Alemão será reocupado militarmente. E o sinal foi dado para que domicílios voltassem a ser violados, e portas, arrombadas. Sem educação pública de qualidade, a pedagogia do Estado é a do caveirão e do medo, da opressão que ensina a submissão ao Estado Policial, sob pena de execução; do pezão na porta do barraco. 


João Batista Damasceno é doutor em Ciência Política pela UFF e juiz de Direito

13 comentários:

  1. As duas mortes tem o mesmo valor. O filho do governador recebeu mais atenção por conta da importância do seu pai. Quanto ao menino que morreu na favela, foi vítima da indiferença de alguns governantes, da maldade dos traficantes, das ideias erradas de educadores bem intencionados porém inocentes e da falta de preparo da polícia para lidar com a atuação de bandidos na favela.
    Para resolver o problema é necessário dar melhores oportunidades a quem quer estudar e trabalhar e retirar do convívio social aqueles que escolheram ir pelo caminho da bandidagem. Para fazer isto é necessário ter policiais e professores bem pagos e bem preparados trabalhando junto com a população.
    Aluna: Maria Luiza W.Brasileiro
    Turma:701

    ResponderExcluir
  2. A morte do filho de Alckmin, foi no seu horário de trabalho, ou seja, sabia que tinha o risco de morrer. Porém Eduardo Jesus uma criança de dez anos, que vivia na favela e por ser pobre foi morto “acidentalmente” por um tiro de fuzil, e não sabia o que acontecia naquele instante.
    A morte dos dois realmente choca qualquer pessoa, mas analiso que a morte de Eduardo tem uma gravidade pior. Pois se a favela estava “pacificada”, porque ocorreu essa morte? E é um caso de extrema importância para melhorar a segurança do país, porém não foi tanto divulgada como a morte Thomaz Alckmin. E porque não recebeu o mesmo tratamento?
    Já Thomaz Alckmin por fazer parte da elite brasileira, ser piloto de helicóptero e ser filho de um importante governador brasileiro, foi tão discutida, teve manifestação por sua morte, incluindo políticos importantes do Brasil.
    Contra a morte de Eduardo teve sim manifestação, porém com poucos integrantes da classe média e não teve a mesma publicidade e nem presença de personalidades importantes.
    Porque nossa presidente Dilma Rousseff falou que se comove com a família de Alckmin, e falou apenas que espera que os culpados da morte de Eduardo vão para a justiça? Pois dão mais importância as pessoas de nome.
    Outra questão que acho um absurdo e a violação de casas da favela, arrombar portas e destruir casas. Pois se algum policial depredar a casa de um governante ele é levado à justiça.
    Penso que para um Brasil melhor, deve ser revisado como os governantes ou seja lá quem for tratam as pessoas de baixa renda.


    Hiroshi Alves Uchikado 702

    ResponderExcluir
  3. As pessoas das favelas são muito discriminadas pelas pessoas da cidade,porque não veem com bons olhos,pensam que são marginais e quase todos ficam com medo quando veem favelados.Eles esqueceram que ele também são filho de deus só não foram ajudados pela sorte.Se o governo do nosso país fosse identificado com está causa o Brasil seria um país muito melhor e essa é a minha opinião sobre a vida na favela.
    ALUNA:Fernanda Campo Nascimento
    SÉRIE:702

    ResponderExcluir
  4. Valor da vida na favela
    O jeito com que as pessoas tratam os mais pobres tem que mudar, pois os tratam como se eles fossem inferiores, independente da condição que a pessoa está ela deve ser tratada com o mesmo respeito, com a mesma solidariedade, com a mesma alegria. Esse menino pobre da favela do alemão foi tratado assim porque? Chega de preconceito, todos nós temos que ser tratados igualmente, independente da cor, das características, da escola, da casa... Muita gente dá mais valor as pessoas ricas, mas isso não é certo, tem necessidade disso? Você não pode simplesmente saber como a pessoa é sem conhecê-la, essas pessoas inocentes que morrem ou sofrem acidentes e preconceitos não tem culpa sobre nada, o que elas fizeram? Primeiro veja se essa pessoa que você está tratando inferiormente tem um coração bom e uma mente com pensamentos que podem ajudar alguém. Isso que algumas pessoas tem se chama PRECONCEITO e a própria palavra já se explica, você está dando um conceito antecipado da pessoa. O que Dilma fez foi desnecessário, mesmo que ela diga que vai tomar atitudes sérias sobre isso e vai cuidar melhor da favela talvez nem aconteça, vamos ver se isso vai acontecer. Se a pessoa não se importa com um acontecimento desses a pessoa não vai estar nem aí para quando isso acontecer de novo e várias vezes em seguida, a pessoa vai querer tomar uma atitude depois disso, mas aí já vão ter muitas vidas tomadas em vão, porque as pessoas não enxergam o que está acontecendo em volta delas, esse é o nosso mundo social, tem gente que é importante e gente que é como uma folha de alface em uma salada, ninguém vai prestar atenção naquela pessoa, e são essas pessoas que o texto fala, as que hoje em dia são menosprezadas em vão. Porque não começamos a fazer planos para o futuro, assim poderemos mudar isso e fazer um mundo melhor, até uma vida melhor para quem está sendo menosprezado sem razão alguma, isso é muito errado e certamente não deveria acontecer. Essas pessoas são inocentes, vamos ajudá-las, posso contar com a sua ajuda para um mundo melhor?

    Lana Silva S. Engel - 701

    ResponderExcluir
  5. Vida de um ser humano

    A vida de um ser humano não tem preço . Penso que a sociedade dá mais valor a uma pessoa da elite .
    Quando se está numa situação de risco de vida , a classe social não tem importância . Somos todos humanos , mas infelizmente as pessoas dão maior valor às classes sociais .
    As diferentes classes sociais devem ter direitos iguais . Devemos mudar o pensamento e se por no lugar do próximo . Para isto precisamos de maior qualidade na segurança , educação e saúde para todos .

    ResponderExcluir
  6. Não importa como,quem,quando,onde, a morte é sempre uma coisa para nos fazer lamentar.Acontece que nem sempre uma morte é tão "importante''quanto outra,como exemplo esse acontecimento,um era filho de governador, outro morava em uma comunidade,por isso as suas morte foram tratadas de formas diferentes,mesmo que tenham acontecido no mesmo dia e com a mesma gravidade.O menino de dez anos que morreu não era tão "importante" quanto o filho do governador.Na minha opinião não tinha que ter diferença,pois todos somos iguai, se tratando de direitos , não tinha que pensar mais em um do que em outro.Mas infelizmente é assim medindo a família,classe social...Qua a nossa sociedade presta atenção.

    Thamyres Garcia 702

    ResponderExcluir
  7. Na minha opinião, o que mais impressiona é o fato de que a mesma perda - a morte de uma pessoa - tenha avaliações e medidas diferentes.
    A morte em um dos casos foi em um acidente, já o outro pode ser considerado um assassinato.
    A perda de um filho e a emoção do amor, deveriam ser consideradas iguais.A realidade social não deveria ser o fator mais importante na avaliação desta dor. No entanto, a condição social acaba representando risco ou proteção de uma pessoa muitas vezes.
    A Dilma, como pessoa comum, poderia sentir mais a perda de uma pessoa querida, de um amigo, de alguém com quem convivia, enquanto ser humano acredita que a vida do menino deveria ser ainda mais chocante, uma criança, um tiro.
    Porém, como representante do estado, a importância do acontecimento seria ainda mais sofrida e preocupante, já que cabe ao estado a segurança destas vidas.
    As pessoas, para o país, devem ter igualdade e justiça no mesmo nível, as conquistas sociais, financeiras, cor da pele etc.
    O básico, o mínimo deveria ser garantido, onde seriam apenas características a mais e nunca o valor mais importante.

    Aluna: Isabela M. G. Braz
    Turma 702
    28/04/2015.

    ResponderExcluir
  8. A vida humana deve ser valorizada independentemente de qualquer condição social, racial ou intelectual.
    Hoje em dia, infelizmente, vivenciamos o total descaso dos governantes em resolver ou, ao menos, diminuir os casos de violência, principalmente nas favelas do Rio de Janeiro.
    Nas comunidades mais carentes a violência faz parte de uma triste realidade, fazendo com que as crianças tenham que conviver em meio a trocas de tiros entre bandidos e policiais sem o treinamento necessário, colocando a vida de todos em risco.
    Fernanda Fernandes Lontra - Turma 701

    ResponderExcluir
  9. A nossa polícia é toda mal treinada, mal remunerada, jogados dentro da favela que como diz o Governador está pacificada, só se for aos seus olhos. Na situação houve uma TROCA DE TIROS, o garoto foi atingido por um tiro de fuzil, armamento também utilizado pelos bandidos. Que vergonha! O engraçado é que nessas guerras só morrem pessoas inocentes, da periferia. Por que será que não morrem comandantes, prefeitos, deputados, secretários de estado? E muita hipocrisia, como a própria justiça disse em um dos casos que um inocente foi morto em operação da PM, "se a polícia não tivesse lá, não haveria troca de tiros e a criança não teria morrido". Precisamos de justiça social, igualdade, dignidade para todos e educação, assim teremos menos bandidos e precisaremos cada vez menos da polícia que seria melhor preparada.
    Luísa Soares França 701

    ResponderExcluir
  10. A nossa polícia é toda mal treinada, mal remunerada, jogados dentro da favela que como diz o Governador está pacificada, só se for aos seus olhos. Na situação houve uma TROCA DE TIROS, o garoto foi atingido por um tiro de fuzil, armamento também utilizado pelos bandidos. Que vergonha! O engraçado é que nessas guerras só morrem pessoas inocentes, da periferia. Por que será que não morrem comandantes, prefeitos, deputados, secretários de estado? E muita hipocrisia, como a própria justiça disse em um dos casos que um inocente foi morto em operação da PM, "se a polícia não tivesse lá, não haveria troca de tiros e a criança não teria morrido". Precisamos de justiça social, igualdade, dignidade para todos e educação, assim teremos menos bandidos e precisaremos cada vez menos da polícia que seria melhor preparada.
    Luísa Soares França 701

    ResponderExcluir

  11. Tratamento diferente para a elite

    Na semana santa, ocorreram duas mortes relatadas pelo noticiário que comoveu a população, uma de um jovem filho de político e outra de uma criança moradora da comunidade. Essas mortes, entretanto não tiveram, por parte dos meios de comunicação o mesmo tratamento.
    Thomaz era filho da elite Paulista, tinha 31 anos e morreu em um acidente de helicóptero. Eduardo de Jesus tinha 10 anos e morreu com um tiro de fuzil em uma comunidade pacificada. A morte do rapaz de família rica teve um destaque maior do que a do menino. Essa diferença de tratamento não deveria acontecer , até porque a morte do Eduardo ocorreu por uma gravidade institucional enquanto que a de Thomaz foi consequência de um risco assumido.
    A dor de perder um filho é igual para todos, independente de classe social. Estranhamos quando as pessoas se comovem de maneiras diferentes, como por exemplo o comportamento da presidente Dilma que lamentou oficialmente a morte do Thomaz e usou palavras vagas na morte do menino Jesus.
    A atitude da presidente Dilma fez pensar o quanto ainda tem pessoas que valorizam os outros a partir da classe social. A vida não tem preço, independente da pessoa ser rica ou pobre, a vida tem de ter o mesmo valor para ambos, pois todos somos seres humanos e queremos viver.


    Aluna: Júlia Campos
    Turma: 702

    ResponderExcluir
  12. Bom, a postagem relata sobre a morte que duas pessoal que ocorreu no mesmo dia. Porém, tiveram diferentes atenções: uma deles foi o filho do governador paulista o que atrai a atenção social e outro era um simples menino favelado que acabara de completar sua primeira década de vida e morrera por tiro de fuzil "acidental". Quero dizer, Thomaz Alckmin era filho do governador, uma pessoa importante e Eduardo de Jesus era apenas uma menino simples que morava na favela do Alemão, com quem ninguém se importa. Mas eu, por exemplo me importo e conheço as poucas pessoas que se importam igualmente. A questão é: o que fazer? Minha resposta é: devemos rezar para que daqui a 200 anos as crianças bem pobres recebam prestígios sociais, educação, saúde, bens e lazer.
    Podemos afirmar que situação de comunidades empobrecidas do Brasil é bem tensa, por ser dominada de violência e narcotráfico, o que torna normal o índice de morte de, tanto crianças e jovens como adultos e idosos. Não é a mesma situação nas áreas de elite. Não acontece tanto.
    Um exemplo: quando Michael Jackson, Elvis Presley e Whitney Houston faleceram, foi uma choradeira danada de fãs. Se me disser que também chora quando uma criança da favela morre, então comece a chorar, pois neste exato momento um deles está sendo sepultado.

    ResponderExcluir
  13. A reportagem ‘’Valor da vida na favela’’ é muito triste porque duas pessoas morreram no mesmo dia, mas só uma dessas mortes teve mais valor para a população de São Paulo. A morte de Thomaz Alckimin, filho do governador de São Paulo,em um acidente de helicóptero e a de Eduardo de Jesus que morreu assassinado por um tiro de fuzil, foram vistas de maneira diferente.
    Na minha opinião as duas mortes deveriam ter sido valorizadas mas apenas a morte de Alckimin chamou atenção por ser filho do governador de São Paulo. A morte do menino nem mesmo foi lembrada.
    As duas mortes deveriam ter a mesma importância porque a vida é um bem muito precioso e ninguém deve valorizar uma mas não valorizar a outra só porque eram de classe sociais diferentes.

    Pedro Peres Barros 702

    ResponderExcluir