O romance A Pata da Gazela
Outra dimensão de um romance é sua historicidade, isto é, seu caráter de objeto produzido num determinado momento histórico, destinado a ser consumido por um público de características específicas e fruto de uma concepção de literatura muito peculiar. No caso de A Pata da Gazela, sua publicação em 1870 imerge-o em plena moda romântica, quando o romance visava ao entretenimento e para isso envolvia o leitor em peripécias sucessivas: fazia-o presenciar cenas patéticas de paixões não correspondidas, fazia-o comover-se com desencontros lacrimosos, tudo isso para possibilitar ao leitor identificar-se aos personagens e assim escapar, por instantes, à rotina do cotidiano burguês.
É justamente o que ocorre com este romance, em que Alencar fornece ao público os ingredientes que este estava habituado a consumir e com os quais costumava se identificar: o meio social é a alta roda carioca, em que as mulheres são belas, ricas e apaixonadas; os homens galantes dançam quadrilhas e freqüentam a ópera. É, portanto, na alta burguesia brasileira do século passado que Alencar constrói o romance que, em si, repete a velha fórmula do triângulo amoroso.
Linguagem
Além do tom irônico e crítico, o autor também usa sempre expressões galicizadas (adaptações do francês), ao invés de usar palavras francesas, uso comum da época, nacionalizando assim a linguagem.
O romance mantém um certo bom humor, fazendo uma sátira ao dom-juanismo romântico. A metáfora do leão e da gazela compõe uma desmistificação da retórica romântica. Mas, é mantido seu romantismo falando das núpcias sigilosas e dos sorrisos da mulher amada como do dote de cem apólices e dos pezinhos de Cinderela.
Foco narrativo
A Pata da Gazela narra em terceira pessoa, um romance vivido na alta roda carioca, repetindo a velha fórmula do triângulo amoroso.
Nesta obra, o narrador é uma presença constante, descrevendo-nos o ambiente onde a ação se passa, apresentando-nos os personagens cujas idéias e sentimentos nos desnuda, introduzindo-nos enfim, como leitores, no universo representado pelo romance. Tais intromissões do narrador na obra garantem a esta um caráter familiar e moralista, principalmente se observarmos que o narrador se aproveita disto para teorizar a respeito da natureza dos sentimentos humanos, para criticar costumes da época, para pormenorizar hábitos dos salões, cariocas do século passado, etc.
Amélia, a heroína que preenche todas as qualidades acima citadas, é disputada por dois apaixonados: Horácio e Leopoldo, que representam os dois pólos do mundo romântico: Horácio é o “leão”, rei dos salões, o homem preocupado com a própria elegância, volúvel destroçador de corações femininos. Entediado com a vida, uma vez que o número e a diversidade das conquistas amorosas o desinteressaram de novas aventuras galantes, apaixona-se pela misteriosa portadora de um mimoso pezinho, tão minúsculo como a botina que ele encontrou na rua. Leopoldo, sonhador, pálido e macilento, descuidado no trajar, virgem de amores femininos e magoado pela recente morte da irmã, apaixona-se à primeira vista pela dona do sorriso entrevisto numa carruagem parada na Rua da Quitanda.
O romance ganha suspense, pois o narrador oculta a identidade da dona da botina, retarda o final da história e complica seu desenlace, pois a dona da botina e do sorriso são a mesma pessoa, Amélia, que acaba por preferir Leopoldo, cujo amor é sincero e desinteressado.
O leitor treinado na leitura deste tipo de romance antecipa seu final. Isso de modo nenhum diminui o valor da obra, uma vez que o final feliz e a conseqüente premiação da virtude e o castigo do vício são típicos dos romances românticos.
Horácio, por exemplo, é tratado sem nenhuma complacência pelo narrador: seu dom-juanismo, sua figura de janota, a vacuidade de sua vida são ironizados a cada passo. Talvez aí se possa ver a atitude romântica de despeito pelo indivíduo acomodado ao status quo da época, sem a auréola de marginalização e inferiorização que atrai as simpatias do narrador para Leopoldo. Assim, a oposição entre os dois rivais não é gratuita: é a forma de o romancista valorizar, através da figura de Leopoldo, os atributos indispensáveis ao herói romântico. Já entre as figuras femininas da obra a oposição de caracteres não é assim tão marcada: tanto Laura como Amélia são jovens, belas e ricas. Por que, então, a presença de ambas? Para haver possibilidade de suspense, para que Horácio se divida entre elas na busca de sua Cinderela, e para que sua busca termine na cena grotesca de ele beijar os pés deformados de Laura.
Enquanto Horácio enceta a busca dos pés que calcem a minúscula botina que ele idolatra no altar de sua casa, Leopoldo entrevê um pé defeituoso subir à carruagem de sua eleita. Mais tarde, vendo o lacaio desta retirar no sapateiro uma botina disforme feita de encomenda, convence-se de que sua amada é aleijada. Dividido entre a atração do sorriso e a repulsa pelo pé, Leopoldo luta consigo mesmo durante dias, até que finalmente percebe que o defeito de Amélia não é empecilho para sua adoração. Seu comportamento é, pois, tipicamente romântico: o amor é o encontro de almas, e detalhes físicos não empanam a sublimidade de tal sentimento.
Apesar de já ter lido diversos textos, comentários e postagens a respeito do singular modo de escrever de José de Alencar, mas das que vi esta foi, com certeza, a mais complexa em informações, dando como exemplo o livro “ A pata da Gazela”, baseado no conto “A Cinderela”.
ResponderExcluirAchei muito interessante José de Alencar ter formulado seu próprio enredo, mas ao mesmo tempo aproveitando-se do original, encaixando-o, assim, na burguesia brasileiro do século XIX, formando dentro dele críticas e denúncias, sendo a principal delas , o fato de darem mais valor as posses e bens de determinada pessoas do que as suas qualidades de alma, o que realmente importa na vida.
Neste romance em específico, podemos encontrar sátiras e metáforas, mantendo um humor na obra, além de conter detalhadas informações a respeito das personagens e de suas questões psicológicas, o autor não poupa esforços para criticar indiretamente a corte carioca daqueles tempos e faz isso genialmente.
Achei o livro interessante apenas lendo o princípio deste resumo, vendo que Amélia é disputada por dois homens, um que só se preocupa com si mesmo, com sua elegância, um tanto fútil, e outro definido como sonhador, magoado e apaixonado. E fico feliz em saber que ela teve preferência por aquele que a oferecia amor puro e desinteressado, que realmente merecia a atenção da moça.
Portanto obtive conhecimento básico de mais uma das obras de Alencar e enriqueci ainda mais as ideias que tinha sobre seus belos e trabalhados romances, que deveriam receber a atenção merecida, não somente dos brasileiros.
Não conhecia está obra de José de Alencar, mas parece bem educativa e incentivadora, mostrar as mulheres que o verdadeiro amor vem do coração.
ResponderExcluirMuito legal a ideia de misturar a história com um conto conhecido por muitos, ainda mais cinderela que é um ícone para as meninas mais novas.
A ideia de usar um tom irônico na história transforma uma leitura engraçada de ler, espero.
José de Alencar possui obras encantadoras, de seus variados tipos, mesmo muitos serem do romantismo ou puxadas para o mesmo.
Nacionalizar uma escrita brasileira faz com que a nossa linguagem ser uma das mais diversificada do mundo e com Alencar utilizando expressões do Brasil nesta obra, a torna uma história nacional, retratando a sociedade brasileira da época e utilizando a linguagem local.
Um livro diferente dos quais foram lançados na época, mesmo sendo extremamente fruto do romantismo, tendo uma mistura da história com o conto da Cinderela, uma critica ao conto, um triangulo amorosa se forma e tem um final adiantado mais mesmo assim é bom.
As obras de José de Alencar são únicas, são uma arma para a sociedade, como a ajudou as mulheres antigamente incentivando elas a lutar pelo seu direito na sociedade.
Giulia Mancini
901
Achei muito interessante o fato de o romance ter sido baseado, em um dos super-famosos contos, “Cinderela”, que consiste basicamente na bela donzela ter perdido seu sapato e um homem procurá-la para devolver-lo. José de Alencar, com sua genialidade de sempre, apenas com base nesse conto, criou seu próprio enredo, fazendo inúmeras criticas e metáforas à sociedade carioca da época, que valorizava muito mais as posses e coisas materiais, do que os seus próprios sentimentos e qualidades. Que por acaso, acontece muito na sociedade em que vivemos atualmente. Muitas das obras de Alencar parecem ‘adivinhar’ os problemas da sociedade atual.
ResponderExcluirAchei o romance realmente muito interessante, apenas lendo esse breve resumo, por conta do suspense que se cria entre a disputa dos homens que desejam a bela Amélia, um homem, completamente interessado nos bens matérias, posses e riquezas da moça, retratado com um homem de beleza, rico e conseqüentemente, fútil. E outro que realmente está apaixonado por ela, um amor realmente puro e completamente desinteressado por seus bens, retratado como um homem apaixonado, de bom coração e que possui um amor puro para oferecer. Achei interessante o fato do homem com amor vedadeiro ganhar a “disputa” e poder amar Amélia, do seu jeito.
Rafael Barcelos - 901
José de Alencar a chegar certa etapa de sua vida cria seu próprio estilo de romance, não é ingênuo igual A Moreninha, nem realista como Memórias Póstumas de Brás Cubas, é algo no meio, porém mais perto do romance. Aonde ele utiliza os vícios dos valores sociais da época para criar seus personagens, e são esses vícios que irão caracterizar o típico vilão do romantismo. Exemplo perfeito é a obra A Pata da Gazela.
ResponderExcluirTão romanceado que é baseado em um dos contos mais românticos e ingênuos lidos até hoje, Cinderela, porém essa versão é diferente, pois se passa no meio da elite brasileira do segundo reinado e temos dois “príncipes encantados”. De um lado temos Horácio, que terá todas as falhas da sociedade: preocupado com a própria elegância, destroçador de corações femininos, só pensa em si e na sua fortuna e principalmente quer o que é proibido, misterioso, pois tudo na vida teve. Então quando acha a botinha na rua, algo atiça sua curiosidade, desde cedo não torcemos por ele, pois não há nada na personagem, para termos simpatia e nos vê nele. Já do outro lado, temos o nosso famoso herói, Leopoldo que terá um amor desinteressado e sincero, não á quer só por causa do mistério, fazendo com que torcemos por ele até o final. José de Alencar era tão esperto, que não nos revela quem é a dona do sapatinho até o final da obra, pois há Laura e Amélia, de quem é o sapatinho? É exatamente isso que você fica se perguntando ao decorrer da narrativa. Criando outro suspense, fazendo com que o leitor fique tão preso a obra que quase enlouquece de curiosidade.
Porém como ainda é um romance romântico, quem acostumado está já consegue meio que decifrar o final típico romântico, aonde o amor espiritual vence o físico, pois é um sentimento a respeito do interior da pessoa e não do exterior. Eu vejo a obra como um “upgrade” no conto original da Cinderela, pois além do típico sapatinho de cristal e o príncipe buscando por ela, temos vários suspenses na obra e críticas disfarçadas que chamam mais a atenção do leitor experiente.
Katelyn Nelson - 901
Em meu palpite a primeira coisa a ser analisada seria o título A Pata da Gazela que se refere ao problema de deformação no pé da garota e por segundo analisar a inspiração do livro ou seja em cima de que historia ele foi construído o apelido da obra já nos conta "A Cinderela da literatura brasileira" como é chamado a obra. Acho muito irônico Alencar usar um clássico desenho infantil para julgar os hábitos da alta sociedade brasileira, mas como já sabemos a ironia é uma das principais ferramentas de Jose Alencar.
ResponderExcluirO jogo feito com os personagens foi muito bem elaborado, esse jogo literalmente brinca com as cabeças dos leitores. Uma coisa que ajudou muito o nosso patriarca a embaralhar nossas cabeças foi a existência de um triângulo amoroso que foi responsável por grande parte da tensão, pois o leitor ficou sem saber para qual rumo a história iria tomar, porque não se sabia quais casais se formariam tirando um o tédio dos clássicos romances onde um casal se junta apesar das dificuldades enfrentadas para se unir e vivem felizes para sempre.
Outro toque de mestre do nosso autor é usar membros de dentro da camada social para fazer os questionamentos a essa classe social, percebo que ele usa esse truque em varias de suas obras, acho isso uma excelente forma de se fazer uma crítica, porque dessa forma ele consegue deixar mais entre linhas, pois ele só registra em seus livros o que seus personagens fazem deixando mais fácil o autor questionar as ações desta sociedade.
Aluno: Wenderson F. R.
Turma: 901
Achei o livro A pata da Gazela, de José de Alencar muito interessante, pois a partir de duas obras, uma de La Fontaine e a outra Cinderela, o escritor José de Alencar consegue criar, um ambiente no qual ele conta a história, totalmente novo e deve-se observar, o enredo pelo qual Alencar conseguiu falar das denúncias e das críticas em relação a burguesia do Rio de Janeiro ,que era mesquinha e não se importava com o amor verdadeiro, mas sim em um relacionamento lucrativo, no qual o que era mais importante era o dinheiro, de uma forma irônica, ou seja, nada está claro, está tudo nas entrelinhas e conseguiu citar em forma humorística, o que comprova que o escritor era realmente um gênio.
ResponderExcluirO romance gira em torno de um triângulo amoroso, entre Leopoldo, Amélia, Horácio e pode-se estabelecer uma análise,que também pode ser considerada como uma metáfora.
Amélia-uma mulher bela e rica,que é amada por dois homens(Horácio e Leopoldo)
Horácio-Homem rico,representa a burguesia no Rio de Janeiro,pois ele só estava interessado nele mesmo,em sua aparência,ou seja,individualismo.E representa o amor falso,que não é verdadeiro,aonde ele está interessado no dinheiro,igual a elite burguesa do Rio de Janeiro,não tinha afeto por Amélia.Horácio tem Dom-juanismo,muito sedutor.
Leopoldo-Representa a pobreza,o home que não tem condições financeiras,mas em contraponto tem o amor verdadeiro,ou seja,ele tem afeto por Amélia,por isso ela opta por ele e não por Horácio.
A obra A pata da Gazela,é fundamental para todos,todos devem ler a obra,pois muitos pensam que é só uma copia de Cinderela,mas é bem mais que isso é a dura crítica e realista da burguesia do Rio de Janeiro no passado.O livro é cheio de metáforas,pode ser considerado o romance e nesta obra Alencar traça,um perfil de mulher mas não aprofundado como as outras.
Gustavo Salvini-901
Vemos que esse texto nos mostra uma das diversas obras de José de Alencar, e que de uma forma crítica, baseia-se em um dos maravilhosos contos que também foram adaptados pela Dysney que é Cinderela. O mais interessante é que de princípio a história é a mesma, mas que se modifica a partir da busca de Horácio para encontrar Amélia (Cinderela) para devolver sua botina.
ResponderExcluirObservamos também que o livro se passa em uma época em que a leitura já era uma prática dos burgueses e que se emocionavam com a leitura, pela identificação com os personagems da obra. Essa obra "bombou" na época, pois retratava fatos ocorridos da sociedade, naquele período.
Com bom humor e grandes críticas, podemos ver que o autor usou vários tipos de expressões do cotidiano daquela época e também o grande círculo amoroso entre Horácio, Leopoldo e Amélia, que chama grande atenção dos jovens com mais poder aquisitivo daquela época. Demonstrado, também, nos bailes relatados no livro , coisa que só pessoas de mais importância poderiam participar.
O livro, a meu ver, é bem interessante por apresentar humor e a forma em que Alencar coloca a Amélia, sendo a personagem principal e de uma forma idealizada, bela, formosa e que só liga para si mesma, até o momento de escolher o parceiro certo, de uma forma engenhosa com seu puro e desinteressado amor.
Gustavo Lengruber,901
Outra vez podemos perceber a ironia de José de Alencar em suas histórias. Grande fato que me chama a atenção é que ele não faz uma história tão fantasiada, como a Cinderela é, onde ela perde um sapato de cristal e há um romance todo envolta disso, em seu texto ela perde uma bota, o que para mim é irônico, e até engraçado ao se ler. Como dito no texto o romance foi publicado em uma época onde havia uma moda romântica, tinha que ter toda aquela história clichê, e envolvida com a vida real, para que as pessoas pudessem se identificar ao personagem fictício.
ResponderExcluirPorém Alencar como um grande escritor faz diferente, ele faz a historia do triangulo amoroso, que gera certo bafafá. Além disso, ele faz uma difícil situação á personagem de Amélia, afinal, se apaixonar pelo galã ou pelo mocinho, apaixonado? A escolha dela não me surpreende muito comparado ao tempo onde a historia foi narrada, ainda se dava valor ao amor verdadeiro. Nos dias de hoje sem duvida nenhuma a personagem escolheria o galã, até porque atualmente as pessoas não ligam mais para caráter, apenas a beleza conta o físico, etc. É difícil achar um casal com amor verdadeiro nessa sociedade tão preconceituosa, de certa forma.
No final do texto é muito perceptível toda a ironia de José, a gazela, com um sorriso encantador e um pé defeituoso, comparado a cinderela, já pelo nome já se sente o cheiro de ironia. Arrisco até a dizer que a atitude de Leopoldo foi fofa, não ligou para o defeito de seus pés, porque seu amor era maior, esta ai uma grande prova clichê da sociedade passada.
Rebeca Mendes- 901.
Na minha opinião, esse conto é somente outra cópia de Cinderela.
ResponderExcluirComo todo plágio, o autor sempre muda alguns detalhes, por exemplo, nessa história, o sapato não é de cristal, mas sim uma bota. Acredito que um dos motivos de José ter feito esse plágio, é porque o romantismo era muito usado naquela época.
Mas é claro que deve ter o seu toque especial na história. Nela, podemos ver um triangulo amoroso meio idealizado, até porque, o ''amor'' que vemos na televisão ou lemos em nossos livros nem sempre são que realmente são. Por exemplo, nós meninas, quando crianças, sempre sonhamos em encontrar o nosso príncipe encantado, o que é uma idealização extrema.
Não acredito que eu leria o livro, até porque, é uma ''copia'', e particularmente, esse não é o tipo de história favorito.
Luisa Heinle Kühner 802
Não conheço muito bem "A Pata da Gazela", pois não a li, mas pelo o que vi aqui, parece ser uma história boa com suspense e um pouco de comédia.
ResponderExcluirO suspense se mostra presente na busca das garotas (na verdade garota) em que Horácio e Leopoldo estavam procurando. A comédia, que uma princesa da Disney foi usada como uma crítica a sociedade, com ironia, que foi a maioria da linguagem no livro.
José de Alencar desenvolve muito esses dois usos. Temos Horácio, a falha da sociedade, aquele que quer o que não pode ter, nesse caso, a mulher misteriosa, e que nenhum dos leitores, pela discrição, vão gostar. Aí nos temos sincero, inseguro Leopoldo, o que não se apaixonou pelos pertences da moça (o sapato), e sim pelo afetuoso, gentil, dócil sorriso dela, que imediatamente faz ele se apaixonar pela mulher da carruagem. É claro que vão torcer pelo típico herói romancista, o bondoso Leopoldo.
José de Alencar tornou a história clássica, porém previsível de Cinderela em uma história com surpresas, risadas, e sentimentos dos leitores em direção a personagens do livro. Ele também conseguiu colocar a mensagem da Cinderela no livro; se for bondoso/a, conseguirá o que queres.
Mariana Garcia
801
O romance se trata de um triangulo amoroso, e que na minha opinião foi muito bem pensado e escrito, e podemos perceber a desigualdade social e os falsos amores. A Pata da Gazela , considerada "A Cinderela brasileira" um romance vivido na alta roda carioca, repetindo a fórmula do triângulo amoroso. Amélia, uma mulher bela e rica, o titulo nos da a impressão que a gazela e na verdade uma garota que não faz parte da burguesia, mas pelo contrario, e pobre mas por causa de seu sapato se que um homem rico acha, eles se apaixonam e ela passa a viver uma vida com um final feliz perfeito. Ja ouvi outras historias de pessoas usando desenhos infantis mas na verdade direcionados para adultos para transmitir uma mensagem, e esse e um dos meus estilos favoritos pois podemos no esforçar mais em pensar o significado das coisas em vez de nos mostrarem tudo de uma vez. Como já sabemos a ironia É algo que Alencar mais usa.a escolha de como seria cada personagem para montar a trama perfeita e muito interessante. O triângulo amoroso com certeza se encaixou nisso fazendo com que as pessoas ficassem apenas pensado como tudo iria acabar e depois, desviando do real motivo da trama. No final do texto podemos perceber toda a ironia de José, a gazela, com um sorriso encantador e um pé defeituoso, pelo nome, podemos perceber a ironia, e depois o cavalheiro não ligando para como seus pés eram e finalmente tudo acabando em um final feliz.
ResponderExcluirAnna Carolina M. 802
Alencar escreve com uma imaginação e criatividade sem fim, tanto que adaptou uma grande obra com ''Cinderela" e fez um ótimo livro para os padrões romancistas da época ( vale lembrar que Cinderela não é uma obra romancista).
ResponderExcluirO titulo do livro remetendo a deformação no pé acaba também fazendo uma comparação da heroína, que seria a gazela, com o galante Horácio, que seria o leão, dando a entender que ela na verdade acabaria caindo nas graça do galante.
Mas Alencar acabou fazendo a escolha idealizada do homem bom acabando com a heroína, oque da um ar de suspense na trama, quebrando assim a monotonia das obras da época.
Mais um grande romance de um grande romancista, que mais uma vez, faz suas criticas a sociedade burguesa da época, com o galante conquistador acabando por se apaixonar não pela pessoa, mas sim pelo objeto que ela usava, nesse caso o sapato.
Artur Lopes 801
Christian Almeida Miranda
ResponderExcluir801 Ativo
Nesse romance pelo o que eu li nos sites José de Alencar ironiza o romance ingênuo de Cinderela, pois em Cinderela ela perde o sapato de cristal e na Pata da Gazela a moça perde sua bota, então vemos um certo tipo de sátira e nesse romance ele liga três personagens que são os dois príncipes e uma mulher, então ele se opõe a fazer um romance "pedido da época", pois nessa época os romances eram todos entre duas pessoas que se amam profundamente mais são impedidos de ficar juntos, então José de Alencar diferencia seu romance, seu livro que acaba fazendo bastante sussesso.
Nesse romance ele "brinca" com a sociedade pois dois tipos de príncipes o bonitão e o amoroso muitas pessoas escolheriam o bonitão pela sua aparência obviamente porém ela escolhe o amoroso porque para a moça oque conta é o amor que eles sentem por ela então o príncipe amoroso acaba sendo escolhido.
Eu já vi um pouco de tudo a respeito de José de Alencar, como os confrontos com Dom Pedro II, os seus romances sobre prostitutas, as peças famosas, e vários outros romances, mas essa história baseada na história da Cinderela, aí já é demais.
ResponderExcluirÉ uma história que se passa nas localidades cariocas, com a cena do sapatinho, que desenrola todo o romance. Temos Leopoldo, que se casa com a Amélia, a “Cinderela” da história, e Horácio, que no meio do conto disputa com Leopoldo pela dama misteriosa do sapato.
Como em todas as suas obras, ele não deixou a crítica de lado. Pode até ser um romance mais irônico, mas ele falou sobre muitas coisas, principalmente sobre a burguesia do século XIX. Sua crítica girava em torno do modo como as pessoas eram vistas. Naquela época muitos só olhavam para a carteira e não para a pessoa em si, como ela realmente era.
Não tive oportunidade ainda de ler esse romance de Alencar, mas através do resumo que li, pude perceber sua crítica. Muito criativo seu modo de usar um conto tão conhecido para declarar e condenar a sociedade burguesa da época.
Davi Amaral Pereira
802
Os contos românticos atravessam séculos e sempre ressaltam o amor de forma pura, onde, a princesa se encanta pelo plebeu e o príncipe precisa rever seus valores, se quiser conquistar o coração de sua amada.
ResponderExcluirJosé de Alencar encantou o público com esta obra, "a pata da gazela". Um triângulo amoroso que deixa uma grande dúvida quanto a botinha encantada, seria de Amélia ou Laura? Um pequeno pé ou um pé defeituoso? Nada tão importante, somente o puro verdadeiro amor de Leopoldo.
Para Leopoldo, só o amor importava, independente de qualquer deficiência. Para Horácio, a dúvida entre a riqueza entre beleza, riqueza ou viver um verdadeiro amor.
Assim ainda ocorre nos dias atuais, a desvalorização desse sentimento tão bonito e sincero, onde as pessoas se importam, muitas vezes, com os valores materiais e esquecem o verdadeiro sentido do amor.
Lara Gomes - 801
Às vezes, o amor não é e nunca vai ser como você imagina, ele sempre estará ali para te deixar confuso e mostrar o que é amor puro e o que é amor fingido. “A Pata da Gazela” não vai ser somente uma história influenciada pelo conto da Cinderela, ou então só um monte de críticas daquela mesma sociedade que Alencar sempre quer reclamar e mudar. Esse livro mostrou que o amor puro prevalece e que você não precisa ser nenhum Dom Juan, ou ser o homem mais rico da cidade para amar e ser amado (todos podem amar), assim tendo uma mensagem bonita para quem lê e também um disfarce para tudo que vai ter entre as linhas. Nele teremos homens totalmente distintos, tendo assim uma distinção entre o herói, que será o favorito do publico e o que vai ser o menos favorito.
ResponderExcluirAo preferir o amor de Leopoldo demonstra que o amor que vem da alma é mais bonito do que o artificial, outra critica ao casamento feito na época que não levava o coração e sim o material.
Ele conseguiu fazer críticas tão bem planejadas para a sociedade e corte carioca da época, tão bem feitas que o que estava sendo criticado ria e aplaudia no final sem nem ter ideia que aquilo era para ele. A partir de uma história que para muitos seria bobinha e para crianças ele conseguiu esconder muitas coisas, na quais só seriam descobertas pelos quais queriam mesmo o livro entender.
Vamos ter a sociedade carioca dividida em três, Leopoldo (mostra o amor puro. Querido e respeitado mesmo sendo mais simples), Horácio (narcisista e Don Juan, acha que é o ser mais perfeito do mundo e que todos devem o amar), Amélia (a beleza e a disputada). Horácio que seria a sociedade burguesa com seus mimos, vai ser a mais zoada e satirizada, basicamente o palhaço do livro( a burguesia era a que tinha mais acesso aos folhetins, assim, rindo de seu próprio comportamento visto de um outro ponto de vista).
Foi provavelmente a melhor obra com vestígios de Cinderela que já vi, conseguiu fazer jogos de palavras e suspenses que enganavam o leitor em todos os sentidos. Às vezes, a história mais boba pode ser a mais inteligente e foi isso que Alencar mostrou.
José de Alencar foi genial novamente, criticando como um gênio, escrevendo como uma donzela (referindo-se ao ponto em que a história é de amores verdadeiros e perfeitos para as mulheres da época) e publicando como se fosse um guerreiro. Em todo o livro deu para ver a estratégia de Alencar e seu verdadeiro intuito. Muitas vezes um triângulo amoroso pode ser mais do que parece.
Eduarda Raposo-801