A Chacina da Candelária, como ficou conhecido este episódio, foi uma chacina que ocorreu na noite de 23 de julho de 1993, próximo à Igreja da Candelária, localizada no centro da cidade do Rio de Janeiro. Neste crime, oito jovens (seis menores e dois maiores de idade) sem-teto foram assassinados por policiais militares
Na noite de 23 de julho de 1993, pouco antes da meia-noite, dois carros com placas cobertas pararam em frente à Igreja da Candelária. Em seguida, os ocupantes atiraram contra dezenas de pessoas, a maioria crianças e adolescentes, que estavam dormindo nas proximidades da Igreja.
Posteriormente, nas investigações, descobriu-se que os autores dos disparos eram policiais. Como resultado, seis menores e dois maiores morreram e várias crianças e adolescentes ficaram feridos. Um dos sobreviventes da chacina, Sandro Barbosa do Nascimento, voltou aos noticiários quase sete anos depois, como o autor do sequestro do ônibus 174.
Segundo estudos realizados por associações ligadas à organização Anistia Internacional, quarenta e quatro das setenta pessoas que dormiam nas ruas no centro do Rio de Janeiro perderam a vida de forma violenta, em um período de vinte anos (1993 a 2013), sendo desconhecido o paradeiro dos sobreviventes. Quase todas as vítimas eram negros e pobres
Os nomes dos oito mortos no episódio encontram-se inscritos em uma cruz de madeira, erguida no jardim de frente da Igreja:1
Paulo Roberto de Oliveira, 11 anos
Anderson de Oliveira Pereira, 13 anos
Marcelo Cândido de Jesus, 14 anos
Valdevino Miguel de Almeida, 14 anos
"Gambazinho", 17 anos
Leandro Santos da Conceição, 17 anos
Paulo José da Silva, 18 anos
Marcos Antônio Alves da Silva, 19 anos
A investigação do crime levou até Wagner dos Santos, um dos adolescentes que sobreviveu, apesar de ter sido atingido por quatro tiros. Santos sofreria um segundo atentado em 12 de setembro de 1994 na Estação Central do Brasil e a partir de então, o Ministério Público o colocou no Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas.3 Seu testemunho foi fundamental no reconhecimento dos envolvidos. Wagner deixou o país com a ajuda do governo federal, que o mantém na Suíça e sofre com sérios problemas de saúde.2
No decorrer do processo, foram indiciadas sete pessoas no total: o ex-Policial Militar Marcus Vinícius Emmanuel Borges, os Policiais Militares Cláudio dos Santos e Marcelo Cortes, o serralheiro Jurandir Gomes França, Nelson Oliveira dos Santos, Marco Aurélio Dias de Alcântara e Arlindo Afonso Lisboa Júnior.
Cláudio, Marcelo e Jurandir foram inocentados no processo.
Arlindo ainda não foi julgado pela chacina, tendo sido condenado a dois anos por ter em seu poder uma das armas do crime.
Os outros três, que já foram condenados, permanecem em liberdade, beneficiadas por indulto ou em liberdade condicional:2
Marcus Vinicius Emmanuel Borges, ex-Policial Militar – foi condenado a 309 anos de prisão em primeira instância. Recorreu a sentença e, num segundo julgamento, foi condenado a 89 anos. Insatisfeito com o resultado, o Ministério Público pediu um novo julgamento e, em fevereiro de 2003, Emmanuel foi condenado a 300 anos mas permanece em liberdade.
Nelson Oliveira dos Santos – foi condenado a 243 anos de prisão pelas mortes da chacina e a 18 anos por tentativa de assassinato de Santos. Recorreu a sentença, sendo absolvido pelas mortes em um segundo julgamento, mesmo após ter confessado o crime. O Ministério Público recorreu e, no ano de 2000, Nelson foi condenando a 27 anos de prisão pelas mortes e foi mantida a condenação por tentativa de assassinato, somando uma pena de 45 anos. Nelson Oliveira dos Santos também já está solto. Atualmente ele está em liberdade condicional por outros crimes, segundo o Tribunal de Justiça do Rio.1
Marco Aurélio Dias de Alcântara – foi condenado a 204 anos de prisão e também foi liberado da prisão
Envolvidos na chacina que não foram condenados:
Arlindo Afonso Lisboa Júnior – condenado a dois anos por ter em seu poder uma das armas usadas no crime.1
Carlos Jorge Liaffa – não foi indiciado, mesmo tendo sido reconhecido por um sobrevivente e a perícia ter comprovado que uma das cápsulas que atingiu uma das vítimas foi disparada pela arma de seu padrasto
Há em frente à igreja um pequeno monumento que relembra à chacina. Ele é constituído por uma cruz de madeira, que tem inscrito os nomes dos jovens assassinados, e uma placa de concreto. Esta mesma sofreu aparentemente ações de vandalismo, pois está bastante danificada, desmembrada do seu suporte e com sua epígrafe ilegível.
A chacina foi retratada num episódio do programa Linha Direta da Rede Globo. Também é retratada, em formato de flashback, pelo protagonista do livro O Imperador da Ursa Maior de Carlos Eduardo Novaes. O documentário Ônibus 174 de José Padilha e o filme Última Parada 174, de Bruno Barreto, narram a história de Sandro Barbosa do Nascimento, sobrevivente do massacre que, anos mais tarde, protagonizou o sequestro ao ônibus da linha 174 da mesma cidade.
Na minha opinião, a Chacina da Candelária foi um ato muito cruel com moradores de rua. Infelizmente, hoje em dia ainda há preconceito, principalmente contra moradores negros. Nesse acontecimento, os policiais foram extremamente covardes, pois as pessoas estavam dormindo, portanto sem nenhuma chance de se defender ou reagir.
ResponderExcluirEles atiraram em crianças e adolescentes! E eu penso: "Como tiveram coragem de atirar nessas pessoas?!" Deus nos dá o sopro da vida e nós temos a chance de transformação e crescimento enquanto estamos aqui. Ninguém tem o direito de interferir nesses plenos.
Tirando suas vidas, levaram junto a oportunidade de mudança que eles poderiam ter.
Rebeca Barros Buys- 702
A Chacina da Candelária foi um ato que vai ficar marcado e sempre lembrado na história do Brasil.
ResponderExcluirA Chacina e mais uma das provas que o preconceito racial ainda existe em nosso país. Penso que como e possível policiais que deveriam dar o exemplo à sociedade, mataram meninos de rua sem piedade, que não tinham como se defender.
Depois do ocorrido, penso que o Governo Brasileiro teria que ter a iniciativa de criar grupos de apoio aos menores e moradores de rua. Que isso iria demonstrar que o Governo não era a favor daquilo.
Será que o assaltante da linha de ônibus que em 2000 era 174, que agora é 158, não fez isso por vingança ou por ter o ódio de ter levado quatro balas em seu corpo e ter sobrevivido? Ou de ter visto oito companheiros de rua que estavam ao seu lado mortos? Isso me faz refletir, mas porque Sandro morreu de asfixia dentro da viatura policial ao ser preso depois do atentado? Provavelmente, porque alguém o enforcou, e esses policiais que o enforcaram foram levados à justiça? Foram sim levados à justiça, mas foram considerados inocentes. E isso e mais uma prova que a justiça foi a favor daquilo.
Hiroshi Alves Uchikado 702
Esse evento manchou a historia do sociedade carioca e do Brasil, envolvendo 8 jovens inocentes que foram executados barbaramente .
ResponderExcluirApesar da crueldade, alguns jovens sobreviveram e foram testemunhas chaves para descoberta dos policias envolvidos na chacina. Depois de mais de vinte anos do episodio, os policiais foram condenados, mas continuam todos em liberdade.
Aparentemente parece que o poder público se manifesta a favor da crueldade. Ao contrário de se preocupar em dar uma condição melhor a sociedade menos favorecida; prefere resolver o problema de forma radicalmente, executando os jovens sem teto.
por Rafael Lima 701
O acontecimento da Chacina da Candelária, não dá para esquecer, nos marcou bastante, porque foi um ato de mal-fé, triste e inacreditável.
ResponderExcluirQuando dizem que é para diminuir a quantidade de moradores de rua, não quer dizer que é para mata-los e sim ajuda-los, arranjando moradias e colocando em escolas.
Algumas pessoas concordado com esse ato cruel, e não pensão que eles também são pessoas, não é porque são da classe social diferente que são melhores que os outros.
Não dá para acreditar até onde o Brasil chegou, corrupção, mortes, assassinatos, precisamos melhorar , mudar e conquistar de volta o que nós criamos.
Jullya Almeida 702
A Chacina da Candelária foi um ato de crueldade feito por policiais,contra moradores de rua.Eu fico indignada pelo fato dos policiais, pessoas que tinha que nos mostrar o que é certo e errado,serem exemplos,fizeram uma crueldade dessa.Eu me pergunto:''será que eles apenas queriam abusar de seu poder?''.
ResponderExcluirInfelizmente esse momento cruel aconteceu,e tenho certeza de que ele marca as mentes de cariocas,sobreviventes daquela noite trágica,ou de qualquer brasileiro.
Thamyres Garcia 702
A chacina da Candelária aconteceu próximo a uma igreja no centro do Rio de Janeiro.
ResponderExcluirMoradores de rua foram mortos enquanto dormia. Policiais foram os autores dos disparos que acertaram jovens negros e pobres.
Crime de puro preconceito, covardia e barbaridade. Entre as vítimas, crianças e adolescentes.
A violência sem limites, abusos e ações erradas contra pessoas inocentes precisa acabar. É necessário respeito à dignidade humana e à vida.
Fernanda Fernandes Lontra - Turma 701.
A chacina da Candelária foi uma atitude horrível dos policiais de terem matado os moradores de rua que estavam dormindo. O pior de tudo foi que esse ato aconteceu em 1993, mas até hoje esse policiais não foram punidos.
ResponderExcluirSerá que as pessoas se sentem seguras sabendo que a polícia mata pessoas inocentes? Eu não me sinto seguro sabendo que foram policiais que mataram aqueles moradores de rua que estavam dormindo. Policiais servem para proteger a gente dos bandidos, mas se eles continuarem matando pessoas desse jeito quando você começar a achar que está seguro na verdade está encurralado pois é crime de um lado e crime do outro.
Os policiais da chacina devem ser presos e outros policiais que são iguais a eles também porque se não a próxima vitima pode ser alguém muito próximo a você.
Pedro Peres Barros 702