Gente que vive como milionário sem botar a mão no bolso. Esse tipo existiu em todos os tempos. Nos romances de Machado de Assis aparecia como o “agregado”. Ou seja, o sujeito que não é parente, mas se cola na vida dos ricos. Em geral é de classe média. Por um acaso da vida, estudou em colégio de elite. Ou teve bolsa, ou a família contou os centavos para dar uma boa educação ao filho. Bem-falante, disponível, tornou-se íntimo dos ricos. E isso se transformou num modo de vida.
Fim de semana na praia? Ele vai de helicóptero ou jatinho, com os amigos milionários. Nunca paga restaurante. Rico que é rico tem o costume de bancar a conta. Eu mesmo já fui ao Antiquarius do Rio de Janeiro com uma amiga milionária que quase nem comeu. Pedi a conta. Ela insistiu que era dela. Eu me recusei. Ela chamou o maître e avisou:
– Diga a meu convidado que aqui neste restaurante, comigo, ele jamais conseguirá pagar uma conta.
Em outro, fui ao toalete e na volta pedi discretamente a conta ao maître. Pretendia pagar. Ele me anunciou:
– Há um problema de computador. É impossível entregar a conta ao senhor.
Já estava avisado que eu não deveria pagar. Isso me aconteceu algumas vezes. Os amigos de ricos a que me refiro estão acostumados a viver assim. Vão para o exterior no jatinho dos milionários. Passam fins de semana nas suas casas de praia incríveis. Jantam em restaurantes estrelados. Mas moram, por exemplo, num quarto e sala apertadíssimo, herança proporcionada pelo açougue do pai. Bem-falantes, são conselheiros, confidentes, a alegria da festa. Dia desses, em um casamento chiquérrimo, um deles estava no altar, como padrinho. São convidados para todas as festas a que as pessoas sonham em ir. E até conseguem convites para elas, devido a sua múltipla rede de relacionamentos.
Alguns provêm de famílias que foram poderosas. Como o filho de uma família famosíssima na sociedade nos anos 1950 – a mãe, no segundo casamento, uniu-se a um dos possíveis herdeiros do trono brasileiro, se a monarquia retornasse. O filho se veste bem, segundo soube. Mas porque continua com o mesmo corpo dos 20 anos. Mora em um conjugado em um bairro carioca de classe média baixa e tem faxineira duas vezes por semana. Frequenta a academia do Copacabana Palace, junto com hóspedes milionários. Conexões do passado lhe permitem bons jantares, amigos poderosos.
O amigo do rico raramente trabalha muito. Ocupa-se em cultivar amizades que lhe garantem o bem-estar. Muitos são gays que se tornam próximos de milionárias com quem almoçam, aconselham, trocam segredinhos. O marido alegra-se, não tem ciúmes. Para ela, maravilhoso, porque o amiguinho carrega as compras, ajuda a falar mal das amigas, dá palpites até no brinco que ela põe. Outros são companheiraços dos filhos e maridos, dispostos a praticar esportes radicais, a servir de álibi quando eles saem com outras. Mas todos têm algo em comum: são levemente serviçais. Carregam sacolas das ricas. O milionário dá ordens, com o jeito de quem está pedindo um favor.
– Pega um uísque lá pra mim?
– Ah, eu preciso que você me quebre um galho.
Mas tudo bem. Depois o motorista do rico o levará para casa num carro importado, de luxo. Ele se sentirá acima dos simples mortais. Longe da vala comum. Às vezes até ganha bons presentes. Não exagerados.
Milionários querem companhia agradável e nem sempre os super-ricos (ou, ainda mais, suas mulheres) convivem entre si. Empresários falam sobre negócios, crise, assuntos tediosos. O amigo sem grana é quem diverte a mesa, faz piadas ou maldades, fala de temas banais que tornam o cotidiano uma delícia. Muitos, em última análise, fazem o papel de bobo da corte dos antigos reis. Conviviam com sua majestade, comiam os restos de sua mesa. Mas eram, sim, bobos da corte.
É melhor a vida assim? Eu gosto de trabalhar, mas não critico quem usufrua a riqueza alheia. Sem dúvida, é mais agradável do que passar a vida carimbando papéis em alguma repartição, sem conhecer as delícias que só o dinheiro proporciona. Como, inclusive, viagens a ilhas exclusivas do Caribe ou temporadas em estações de esqui.
Mesmo porque, ao contrário do agregado de Machado de Assis, o amigo de rico atualmente tem uma chance. Se tiver boa aparência e souber conduzir as coisas, casa-se com uma milionária. Ou herdeira. E com o tempo, entre goles dos melhores vinhos, ninguém se lembrará que foi promovido de amigo a milionário também.
Amigos de ricos são pessoas que levam uma vida de fantasia e não é realmente a dele.
ResponderExcluirMeus pais conhecem pessoas assim. Normalmente se aproximam de jogadores de futebol, artistas famosos e políticos para terem vida fácil e boa. Sem gastar dinheiro. Mas esquecem de que fama, política e carreira no futebol podem ser curtas. Aí a vida de mentiras pode acabar.
A maneira mais correta é ter crescimento social através do estudo. Por isso meus pais me colocaram no Ativo e no inglês, por acreditarem que seja a melhor opção em Macaé para meu futuro.
Rafael C Lima ( 701)
Os amigos de ricos hoje em dia são esnobes, pois estão usando a companhia dele para parecerem ricos. Isso deve acabar porque isso é abuso, mesmo que seja bom ganhar alguma coisa importada de alguém de vez em quando.
ResponderExcluirO texto diz que esses ricos não deixam nem você pagar a conta. Para alguns é ótimo, pois não vão gastar dinheiro, mas para outros é um incômodo porque você se sente pobre indo a um restaurante chique e não pagando nada.
Na maioria das vezes o acompanhante da pessoa milionária serve de suporte para carregar suas coisas, pois para que tanta coisa se você não tem como carregar?
As pessoas estão se gabando porque são ricos, afinal, quem não gostaria de um apoio e uma companhia para as compras?
E é por isso que eu acho que os ricos não devem se aproveitar tanto de quem não tem muito, porque se não, um dia ele vai ficar sem ninguém. Na verdade, parece que é um interesse dos dois lados, pois o acompanhante tem direito de fazer coisas que ele não faz todos os dias e o milionário pode ter alguém para carregar suas coisas.
O triste dessa amizade é que não é verdadeira. Se eu estivesse nesse lugar eu tentaria ser o mais verdadeiro possível.
Giovana Cabrera
701
A reportagem ‘’Amigo de rico’’ é muito interessante, pois ser rico não deve ser fácil e ter amigos muito menos. Nunca se sabe se é seu amigo de verdade ou se só é seu amigo porque você é rico. Algumas pessoas não enxergam as outras pelo que são, mas sim pela situação financeira que possuem.
ResponderExcluirOs ricos são sempre bem sucedidos. Por exemplo quando vão para uma praia exótica, fora da área aonde moram, eles vão de helicóptero e viajam de jatinho particular. Isso chama a atenção das pessoas dando a impressão de poder.
Existem ricos muito legais que não deixam que sua posição financeira influencie seus valores. Por outro lado, existem ricos muito chatos e metidos que se acham acima das outras pessoas só porque têm mais dinheiro.
Para uma pessoa ser rica ela precisa estudar muito, se dedicar para se tornar um bom profissional e assim conseguir um emprego muito bom que lhe traga sucesso . Outras pessoas já nascem em uma família rica. Porém mais importante que o dinheiro é o caráter e o coração de cada um.
Pedro Peres Barros 702