Acervo recuperado ficará exposto em local que servia como rota de fuga para escravos
POR Francisco Edson Alves
O sacristão Anderson Ribeiro, que teve a ideia de reabrir o local, destruído num incêndio em 1967, para visitação pública. A igreja era ponto de encontro de abolicionistas | Foto: Paulo Alvadia / Agência O Dia
“ O público terá muitas surpresas. Resgatamos e recebemos doações de peças históricas, relíquias de passagens da História que muitos historiadores ignoram. Desde os primeiros movimentos pela liberdade à devoção pelos nossos santos e heróis negros”, conta Gracy, emocionada.
“Estava tudo encaixotado e jogado pelo chão. Tínhamos que recuperar essas maravilhas”, comenta o sacristão Anderson Ribeiro, 33, que teve a ideia de recuperar o museu.
No Museu do Negro, também haverá exposições, saraus e videoteca.
Presente que repete o passado
O museu fica no segundo andar da igreja, de 1701, num corredor que servia de rota de fuga para os escravos, que iam aos cultos assistidos por negros alforriados. Quando capatazes chegavam, eles fugiam por ali. “Como acontece hoje, nos becos e vielas do Saara, a poucos metros daqui. Agora, os ambulantes é que fogem do ‘rapa’ (guardas)”, compara o padre José Carlos dos Passos.
Jornal O Dia
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