segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Te Contei, não ? - Um fiel aliado na luta contra o preconceito

   
 

 
Ao dar um beijo na boca de um amigo e divulgar a foto na internet, o jogador do Corinthians provoca os preconceituosos e acende um debate no futebol O lance mais comentado do futebol brasileiro, na semana passada, Ocorreu fora de campo. Emerson Sheik, atacante do Corinthians, jantava num restaurante de que é sócio, após uma vitória do time no Campeonato Brasileiro. Sheik e alguns amigos conversavam sobre “cura gay” “Foi quando a gente falou: ‘Vamos poIemizar”, disse o chef do restaurante, Isaac Azar. Sheik e Azar fizeram biquinho e se debruçaram sobre a mesa, até tocar os lábios. Um “selinho” Nada diferente do que haviam feito no dia 6, ao inaugurar uma filial da casa no Rio de Janeiro. Sheik, dessa vez, quis jogar para a torcida. Publicou a foto em seu perfil no Instagram, 1Oemerson 1O,seguida da frase: “Tem que ser muito valente, para celebrar a amizade sem medo do que os preconceituosos vão dizer’: “Às vezes um charuto é só um charuto”, dizia Freud, o pai da psicanálise. Hoje um beijo entre pessoas do mesmo sexo não é só um beijo. É uma manifestação. Em abril, a cantora Daniela Mercury publicou seu beijo no Instagram para apoiar a causa gay e divulgar seu relacionamento com uma mulher. O .beijo de Sheik tem outro contexto. Ele arriscou sua popularidade – atual campeão mundial de clubes, ganhou o Campeonato Brasileiro pelo Flamengo (2009), pelo Fluminense (2010) e pelo Corinthians (2011) – sem vislumbrar qualquer benefício direto. Estava com a namorada quando beijou o amigo. Azar é casado e espera um filho. “Quisemos mostrar que não é preciso ser homossexual para lutar contra a homofobia”, afirma Azar. Ele diz que Sheik ponderou antes de publicar a foto. “Ele até ligou para um assessor do clube’; diz. Durante a semana, porém, Sheik se disse surpreso com a repercussão. A imagem recebeu mais de 10mil comentários no Instagram. No dia seguinte ao beijo, cinco membros da Camisa 12, torcida organizada do Corinthians, levaram faixas de protesto ao centro de treinamento do clube, com frases como: “Aqui é lugar de homem’: “O mínimo que esperamos é um pedido de desculpa’; disse um porta-voz do grupo. “Ele joga uma bola? Joga. Mas isso não permite a ele sair por aí beijando qualquer um. Vamos tumultuar a vida dele.” No Twitter, a hashtag #forasheik foi escrita mais de 450 vezes. Sheik foi se defender em programas de televisão. “Colocamos a foto pela amizade, pelo carinho e por respeito. Para quebrar esse machismo, esse preconceito”, disse à jornalista Fátima Bernardes, da TV Globo. “Na minha família, todos fomos criados dessa maneira, com carinho e amor.” Em seu álbum no Instagram, Sheik aparece dando um selinho no filho. Em outra imagem, ele beija duas mulheres. “Acho um preconceito babaca’; disse Sheik em conversa com o comentarista e ex-jogador Neto, em seu programa na TV Band. Ídolo do Corinthians, Neto apoiou o Sheik. “Quer dizer que ninguém pode dar ‘bicotinha’ num amigo, que acabou o mundo? Achei bonito para caramba.” Poucos defenderam Sheik como Neto. O técnico da Seleção, Luiz Felipe Scolari, evitou comentar o beijo. “O assunto não é meu, é do Corinthians’; disse Felipão. Nem o clube defendeu Sheik das críticas da torcida. “O Corinthians não beijou ninguém”, disse o diretor de futebol, Roberto de Andrade. Isolado, Sheik tenta resgatar o papel do esporte na transformação da sociedade brasileira. Um papel que o Corinthians desempenhou na luta pela volta da democracia, nos anos 1980. Apesar dos ideais olímpicos de igualdade e respeito; o esporte ainda é um ambiente preconceituoso. Expostos à aprovação da torcida e de colegas de equipe, poucos atletas decidem “sair do armário’: No site do canal Sportv, 63% dos torcedores dizem não aceitar um gay assumido em seu time. A homossexualidade não é um tabu apenas no Brasil. Ou no futebol. Em abril, Jason Collins foi o primeiro jogador de basquete da NBA a se dizer gay – isso aos 34 anos, perto de encerrar a carreira. A Olimpíada de Inverno de 2014, em fevereiro, na russa Sochi, será um março na luta dos homossexuais. Principalmente se não ocorrer. A Rússia aprovou em junho uma lei que proíbe manifestações a favor de homossexuais. Indignado, o ator britânico Stephen Fry pediu que seu país boicote os Jogos. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, também pressiona a organização. “Não toleraremos discriminação a gays e lésbicas” disse Obama. O Mundial de Atletismo, encerrado no dia 18, mostram as tensões da disputa de ideias no esporte. A campeã russa Yelena Isinbayeva defendeu a lei antigay: “Temos medo, pois nos conside- . ramos pessoas normais’: Criticada, disse que se expressou mal. Duas colegas suas se beijaram na boca, ao vencer o revezamento 4xlOOm. Depois, as atletas disseram que foi somente uma saudação típica do país, sem ligação com a causa gay. Era apenas um beijo. E cada um beija quem bem entender.
 
Revista Época

2 comentários:

  1. sim.porque eu ano tenho nada contra os gays e nao gays , isso so foi um beijo na boca , e coisa de amigos , amigas , imaos , irmas e etc.
    bjs
    josé henrique da silva.

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  2. sim.porque eu ano tenho nada contra os gays e nao gays , isso so foi um beijo na boca , e coisa de amigos , amigas , imaos , irmas e etc.
    bjs
    josé henrique da silva.

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