quinta-feira, 18 de junho de 2015

Te Contei, não ? - Na internet, o diário de viagem de D. Pedro II

Rio - Ao longo de 58 anos como imperador do Brasil, D. Pedro II colecionou diversos carimbos em seu passaporte. Como um intelectual amante de artes e tecnologia, ele fazia questão de anotar com riqueza de detalhes tudo o que via nos países que visitava. Durante todos esses anos, o imperador escreveu 43 cadernetas com suas impressões da Europa, do Oriente Médio e do Brasil.


Em alguns desses diários, que são manuscritos e fazem parte do acervo do Museu Imperial, D. Pedro também relatou sua experiência de quase três meses viajando pelos Estados Unidos. Desde ontem, o museu e o Consulado dos Estados Unidos estão publicando em seus sites o conteúdo dos cadernos da viagem do monarca pela América do Norte.

Nos documentos, é revelado, por exemplo, que o imperador chegou em Nova York em 15 de abril de 1876. Ele viajou para os Estados Unidos para participar das comemorações do centenário da independência daquele país. Porém, segundo contou a pesquisadora do Museu Imperial, Fátima Argon, ele apenas começou a fazer registros no dia 29, quando já estava em São Francisco.

As publicações dos textos de D. Pedro serão diárias até 7 de julho, mesma data em que a viagem acabou.

“Ele era minucioso nos detalhes e registrava todas as visitas. Ficou encantado com a modernidade nos Estados Unidos, o que não viu na Europa. Ele buscava nas viagens tudo aquilo que podia resultar em progresso para o Brasil”, contou a pesquisadora Fátima Argon.

O monarca e o telefone

Foi durante a viagem aos EUA que o imperador conheceu uma criação que revolucionou o mundo, o telefone. Em 10 de maio, D. Pedro II abriu ao lado do presidente americano, Ulysses Grant, a maior feira de invenções do planeta, na Filadélfia.

O monarca foi o único chefe de estado estrangeiro presente no evento, que naquele ano deu muito destaque ao Brasil, que montou um pavilhão com invenções para o mercado agrícola.

Apesar de o projeto inicialmente abranger apenas a viagem aos EUA, a ideia é que os escritos sobre as outras viagens também sejam publicados, inclusive do período após a Proclamação da República, quando ele foi exilado na Europa. Os diários de D. Pedro II, em 2010, foram considerados Memória do Mundo pela Unesco.

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