Aqui toda a grande mitologia da profunda cultura da negritude absorveu estes arquétipos indianos
“Quem foi que inventou o Brasil? Foi Seu Cabral, foi Seu Cabral, no dia 21 de abril, dois meses depois do Carnaval!” Os primeiros versos da marchinha de Lamartine Babo não erraram ao dizer que Cabral inventou o Brasil. A missão do Cavaleiro de Cristo Pedro Álvares Cabral era a de esmagar a insurreição na possessão portuguesa na Índia em Calicut. Saiu de Portugal com uma poderosa frota armada com canhões poderosos, e antes de executar sua missão na Índia de esmagar a insurreição, o que conseguiu, parou num lugar chamado pelos índios de Terra dos Papagaios, Terra dos Relâmpagos, Terra dos Colibris e tomou posse do Brasil batizando-o de Vera Cruz. A nossa ligação com a Índia é tremenda, e por isso recomendo a quem me lê que leia o formidável livro de Gilberto Freyre intitulado “China tropical”. Foi o primeiro livro escrito por ele, recentemente reeditado. Nesta obra, escrita quando o autor encontrou o grande pensador da Índia Rabindranath Tagore (que disse: “A futura civilização do amor nascerá no Brasil”), ele nos mostra que do século XVI ao XVII o Brasil foi totalmente hindu. As mulheres usando burcas, por influência hindu-muçulmana, e também a presença dos arquétipos da Índia não muçulmana. Os nossos candomblés originalmente na África são geográfico-imanentistas, isto é: aquele rio é de Oxum, aquela mata de Ketu é onde Oxóssi existe.
Aqui toda essa grande mitologia da profunda cultura da negritude absorveu estes arquétipos indianos, tornando todas as florestas e matas de Oxóssi, todas as águas doces de Oxum.
É bom lembrar que Vinicius de Moraes, o branco mais negro do Brasil, como se intitulava, e Tom Jobim, fizeram Barack Obama nascer. A mãe de Barack Obama, uma filósofa, como todos os filósofos, queria saber como era a Grécia antiga e seus filósofos e mitólogos geniais. Sem querer, entrou no filme “Orfeu Negro”, e quando viu que a verdadeira Grécia eterna morava no morro, era uma escola de samba e era negra, ficou banhada em felicidade e dali alguns dias, numa conferência filosófica, encontrou o filósofo do Quênia com o qual se casou. E daí nasceu Obama. Em sua biografia, Barack Obama acentua muito este fato, e é sabido que quando o primeiro jornalista brasileiro foi entrevistá-lo, ainda enquanto senador, Barack Obama perguntou a ele: “De onde você é?”. O jornalista disse: “Do Brasil”. E Barack Obama disse: “Você não vê que eu sou brasileiro?”. Tempos depois, quando o Itamaraty foi encontrá-lo já candidato a presidente, ao saber que eram do Brasil, Barack Obama disse: “Vocês não veem que eu sou baiano"?
Na Grécia Antiga, chegou um deus desconhecido que tinha quatro encarnações: Dionisos, Soter, Zagreus e Brómius. Na verdade, este deus estrangeiro era o deus Shiva, que ao mesmo tempo constrói e destrói: simultaneidade. Durante quatro séculos de escravidão, o Brasil funcionava assim: metade dos dias do ano era de feriados para que a senzala se apresentasse, não apenas cantando mas principalmente ensinando e dizendo para os donos da Casa Grande como governar. Depois de duas ou três semanas, a Casa Grande fingia que eram decisões deles, de cúpula. Para intensificar esse delicado equilíbrio psíquico de sentimentos de governabilidade, os portugueses em Goa, na Índia, pensaram: “Para intensificar esse governo compartilhado, vamos levar Shiva para lá e ver o que acontece”. E o que aconteceu? Shiva na Grécia virou Dionísio, aqui virou Carnaval.
Para os dias atuais, é bom lembrar então o dizer do pensador da Índia que viveu 600 anos antes de Cristo. Carvaka, que ainda pertencia ao pensamento oral, não escrito, afirmava só existirem duas coisas: boa digestão e nenhuma consciência. O primeiro livro que se conhece escrito na Índia, “Os Upanishads”, sem dúvida alguma reinterpreta Carvaka afirmando: “Tudo é sofrimento. Gostar de tudo o que acontece”. Não preciso falar do grupo carnavalesco que tem como missão irradiar a paz durante o carnaval e que se chama Filhos de Gandhi. É bom lembrar que quando Eurico Gaspar Dutra colocou os cassinos e o Partido Comunista na ilegalidade, os estivadores e outros camaradas do partido em Salvador, Bahia, começaram a estruturar e construir os Filhos de Gandhi. E o índio que é marechal e que se chama Rondon e que diz: “Matar jamais, morrer se preciso for”? Não é Mahatma Gandhi falando, é um marechal índio. O Brasil na verdade é o maior país pacifista do planeta. Só rechaçamos a invasão do Paraguai, que afundou sem declaração de guerra o navio Barão de Tamandaré. E a nossa maior comenda é a do Pacificador.
É bom lembrar que o Papa Francisco, aqui no Brasil, veio falar de dois problemas imensos. Que existem 870 milhões com fome e que a riqueza de 7 bilhões de habitantes do planeta está na mão de 1%. Em nossa profunda sabedoria brasileira, encontramos dois trilhos de pensamento que são: “Na prática, a teoria é outra”, de Benedito Valadares, e, de Getúlio Vargas: “Deixa como está para ver como é que fica”.
É importantíssimo marcar os 70 anos do Holocausto completados em 2015. Esta minha primeira coluna foi sobre o Brasil porque aos 7 anos de idade, assisti, batendo continência, ao desfile da Força Expedicionária Brasileira que retornava vitoriosa da Europa libertada do Nazismo. Meu próximo texto será todo sobre isso.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/conexao-brasil-india-15624678#ixzz3Vd6WMLQp
Antes deste texto, se me falassem que Perdo Álvares Cabral 'inventou' o Brasil, iria rir, mas agora vejo que ele realmente inventou o Brasil. Ele encontrou uma terra rica de frutos e pessoas com corações bondosos. Inventaram o Brasil, e o Brasil não é isso. Tornaram a terra uma vez cheia de presentes da natureza, e a minaram para seu precioso ouro, a roubou de suas belezas coloridas. A terra se moldou nos olhos do homem civilizado, nos olhos do homem em qual a missão era achar uma terra, e achar ouro nela.
ResponderExcluirSabia que quando os portugueses chegaram, pensavam que tinham chegados na Índia, e chamaram-os de índios, mas não tinha ideia do impacto cultural da Índia no Brasil. Culturas, histórias, crenças, um monte veio de lá, e aposto que como eu não sabia, alguns da minha escola também não. Falamos sobre a influência africana na nossa história, cultura, dia a dia, mas nunca discuti com ninguém sobre a Índia e a influência dela na vida e cultura brasileira.
A frase na última parte do penúltimo parágrafo (eu tive que pesquisar, porque não entendi) me fez pensar. A qual grupo me pertenço? Qual grupo que outros me colocariam? Eu realmente não sei, porque nunca me ocorreu uma situação onde tive que escolher, e se teve, não me lembro. O cara que falou aquela frase ou era um gênio ou era maluco.
Também não tinha ideia do número de pessoas que passam fome. Eu sei que esse não é o foco desta coluna, mas tinha que mencionar. A gente, pessoas da nossa vida, não temos a concepção do que é passar fome, e (não estou dando nenhuma força para o comunismo) e milhões com dinheiro de sobra. Não estou falando para dar o dinheiro, só uma oportunidade de ganhar-lo.
Mariana Garcia
801
O brasil era terra dos índios,não foi descoberta por ninguém, os índios já estavam aqui, eles não sabiam para aonde estavam indo,até que chegou na costa brasileira na Bahia,como o capitão era português eles deram o nome de Bahia Cabralha em homenagem ao capitão Pedro Álvares Cabral.Depois essa comitiva foi para várias regiões chegando ao Rio de Janeiro pelas doações das capitanias hereditárias. Dom joão rei de Portugal veio para o Rio de Janeiro com toda sua comitiva e tinha que ter pessoas para trabalhar no palácio, por isso ele mandava buscar negros na áfrica para trabalhar como escravos.
ResponderExcluirA mãe de Barack Obama uma estudiosa, de filosofia se apaixonou por um negro, casou-se com ele e teve Barack Obama que hoje presidente do Estados Unidos. O filme Orfeu Negro foi um caminho que mostrou que o negro é uma pessoa muito importante para a sociedade.
Orfeu Negro carnaval do Rio de aneiro para o mundo.
A minha opinião é que temos que respeitar a todos sendo ele da cor que for
ALUNA:Fernanda Campos Nascimento
TURMA:702 manhã